Votação

É legitimo aos militares no activo efectuarem manifestações por aumento de salários ou por beneficios pecuniários?

É perfeitamente legítimo, são cidadãos como os outros e devem poder protestar como qualquer pessoa.
8 (42.1%)
Não é problemático que o façam ou não. O protesto dos militares não afecta o país.
1 (5.3%)
É absolutamente ilegítimo, os militares têm deveres e em tempos de crise devem dar o exemplo.
10 (52.6%)

Votos totais: 19

Votação encerrada: Setembro 15, 2005, 08:51:39 pm

Direito à greve dos militares

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papatango

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Direito à greve dos militares
« em: Agosto 16, 2005, 08:51:39 pm »
As manifestações dos militares serão manifestações corporativas e embriões de um Golpe de Estado, ou por outro lado, são apenas manifestações sem qualquer consequência para a estabilidade da democracia?
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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NVF

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« Responder #1 em: Agosto 16, 2005, 09:05:03 pm »
Eu votava numa opcao que nao esta' disponivel: É perfeitamente legítimo, são cidadãos como os outros e devem poder manifestar-se, dentro de certos limites. No entanto, em tempos de crise devem dar o exemplo.
Talent de ne rien faire
 

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Luso

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« Responder #2 em: Agosto 16, 2005, 10:27:07 pm »
São cidadãos como os outros e isso determinou o meu voto.
O "exemplo": e qual é o exemplo?
Quem serve de exemplo?
De referência?

O 25 de Abril também não foi uma manifestação corporativa um pouco mais organizada?
É preciso não esquecer este FACTO.

Mas elas que venham.

Nós como cidadãos, também temos obrigações e não é por não andarmos fardados que temos desculpa para andar a fazer figuras tristes.
Os militares dão o exemplo,
Os adultos dão o exemplo...

Agora convinha que os cidadãos tivessem o exemplo dos políticos que elegem. A menos que os políticos sejam o exemplo dos eleitores. Se assim for, temos uma "falha de mercado"! :wink:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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emarques

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« Responder #3 em: Agosto 16, 2005, 10:34:43 pm »
Acho legítimo. (Bem, como o NVF, dentro de certos limites. Não acho que os militares em missão no estrangeiro possam fazer greve, por exemplo. :mrgreen:)
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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Rui Elias

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« Responder #4 em: Agosto 17, 2005, 02:53:46 pm »
Acho legítimo que se manifestem, e que se organizem em organizações semi-sindicalizadas, ainda para mais, quando esse direito já foi conseguido na PSP e GNR.

Mais ainda numa altura quem que terminou o SMO.

Quanto ao direio à greve, julgo que a cultura social e política do país aconselhará a um periodo de espera mais longo.

Creio ainda que no caso dos militares, essas orgnizações para-sindicais poderiam ter maior eco, que maniferstações de rua, embora tenha dificuldade em aceitar as críticas que do MDN se fizeram sentir a propósito dos militares que se "manifestaram" em S. Bento, por estarem fardados.

Nada na lei impede que militares se desloquem na rua fardados, e não ouvi nessa concentração palavras de ordem ou gritos.

Foi uma reunião informal, na rua.

Nesse episódio em concreto, acho que o actual MDN esteve mal.
 

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NVF

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« Responder #5 em: Agosto 17, 2005, 08:04:35 pm »
Citação de: "Luso"
São cidadãos como os outros e isso determinou o meu voto.
O "exemplo": e qual é o exemplo?
Quem serve de exemplo?
De referência?


Por exemplo os militares, nao? Sao ou, nao sao, os militares o garante da defesa da Patria e da Constituicao?

Se os politicos nao sabem dar o exemplo, esperar-se-ia que os militares o fizessem. Mas pelos vistos, sao tudo balelas, quando chega a altura de defender o tacho, sao todos vulgares.
Talent de ne rien faire
 

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Luso

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« Responder #6 em: Agosto 17, 2005, 08:21:50 pm »
Citação de: "NVF"
Se os politicos nao sabem dar o exemplo, esperar-se-ia que os militares o fizessem. Mas pelos vistos, sao tudo balelas, quando chega a altura de defender o tacho, sao todos vulgares.


Aquilo que vejo, leio e ouço vai mais nesse sentido. Não devemos nos iludir por aquilo que nós GOSTARÍAMOS que fossem as FA, nobres cavaleiros impolutos, samurais de botas e boina (já pensei assim, vejam bem). Não são. São portugueses como nós, são calculistas têem que comer e por isso defendem o seu tachinho. São pessoas. Isto é a realidade e não romantismo.

Exemplos...
Os exemplos em sociedade devem vir de cima.
Mas como isso não acontece...

Fracos reis fazem fraca a forte gente.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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C. E. Borges

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« Responder #7 em: Agosto 18, 2005, 01:30:23 pm »
« (...) Sao ou, nao sao, os militares o garante da defesa da Patria e da Constituicao?».
NVF

Mas deixe-me então perguntar :
Quando uma "comissão especial da AR" reune expressamente para modificar a Constituição da República no sentido de permitir a adopção de uma outra Constituição, esta última supra-nacional, que Constituição juraram afinal os militares ?
 

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papatango

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« Responder #8 em: Agosto 19, 2005, 02:11:40 pm »
Eu, pessoalmente, reconheço que os militares são pessoas, e que também têm os seus interesses, e os seus interessezinhos. É um facto. Não poderemos nunca esquecer que os militares são homens e mulheres iguais aos outros.

No entanto, temos que pensar nas razões pelas quais há Forças Armadas, e porque as temos em Portugal. Há regras e essas regras devem ser respeitadas. Em alturas de maior confusão, em que a autoridade do Estado se dissolve, em inumeros micro-poderes, pequenos caudilhos regionais, corporações profissionais, lobbies da industria é legitimo esperar das Forças Armadas um comportamento diferente.

Se os militares se assumem como apenas mais uma corporação, então deixa de haver uma razão objectiva para lhes pagar o salário.

Um militar que vai para a greve ou participa deste tipo de manifestação de cariz corporativo, deixa de ser um militar para passar a ser um mercenário.

O país aceitou ter um exército profissional, mas há obrigações dos militares para com o país que distinguem um militar a quem o país paga para o defender, de um mercenário.

Um militar faz um tipo de juramento que nenhum funcionário público, nenhum juiz, nenhum presidente de câmara, nenhum professor faz. Jura defender o país, mesmo com o sacrificio da própria vida. Se o país é tão importante que pode ser defendido mesmo com o maior dos sacrificios, então é porque o país está - para os militares - acima dos problemas comezinhos da reforma, ou do subsidio disto ou daquilo.

Em alturas de crise - e se há momentos de crise, este é um deles - é de esperar dos militares um comportamento responsável. Não por causa dos eventuais beneficios a que tenham ou não direito, mas por causa dos deveres que têm para com o país que lhes paga e que juraram defender.

Deste tipo de gente (e refiro-me aos protestos de militares golpistas à porta do Primeiro Ministro) espera-se que em situação de conflito, se recusem a cumprir o seu juramento, porque lhes faltou o subsidio de almoço.

Como dizia a minha Avó, "Para quem não quer tenho eu muito".

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Luso

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« Responder #9 em: Agosto 19, 2005, 02:44:42 pm »
Não façam dos militares aquilo que não o são!
Se não correm o risco de desilusões e de amargos de boca.
Se um governo eleito declara que quer acabar com os "privilégios" dos militares quer dizer que o "povo" escolheu um caminho.
Depois não se admire que de surpresas que possam surgir.

Pergunto-me se uma nova atitude de encarar os militares e a própria sociedade não poderia ser interessante para renovar a vitalidade desta terrinha decadente. Só vota quem fez serviço militar. Esparta Democrática.
Caso contrário irá sempre existir uns e outros. Os merceeiros e os mercenários.
As forças armadas devem ser o Povo. Só assim é possível responsabilizar e unir uma nação, imunizando-a de "clubismos" parolos.
Pelo menos não vejo outra maneira...

Esparta. Roma Republicana.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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NVF

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« Responder #10 em: Agosto 19, 2005, 03:20:20 pm »
Oh Luso, nao me digas que andaste a ler o livro do Starship Troopers, ou tera' sido o filme?   :)

100% de acordo PT.
Talent de ne rien faire
 

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Luso

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« Responder #11 em: Agosto 19, 2005, 04:02:39 pm »
Vi o filme que apenas ilustra um bocadinho do que comecei a conjecturar a partir dos primeiros sinais de "mercenarismo" que constatei.
O livro pode-se "dauneloudar" em pdf através do emule mas ainda não o li.
O que não quero é exigir aos outros aquilo que não têem nem atribuir-lhes características de sonho ou românticas. Isso é receita para o desastre e muitas desilusões.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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C. E. Borges

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« Responder #12 em: Agosto 20, 2005, 12:55:17 am »
Não há UMA aquitectura democrática, existem várias. Não há UM regime democrático. Existem vários.
Os militares devem jurar a defesa da Pátria. Não têm nada que jurar uma Constituição, nem que fosse para evitar transformá-los numa espécie de «guarda pretoriana» de uma solução esgotada.
A neutralidade militar devia estar protegida e garantida por uma Constituição que previsse, por cada 25 ou 30 anos passados, uma nova Constituinte, o autêntico arejamento da coisa pública, e por um Chefe de Estado cuja origem e legitimidade fosse assimétrica das dialécticas político-partidárias, dos interesses corporativos e dos grandes grupos económicos e financeiros que os partidos políticos veiculam nas legislativas, logo ali escrutinando o primeiro-ministro, e depois até ao topo do Estado, nas presidenciais.
Isto ainda não é transparente na análise da arquitectura democrática em vigor ?
Como é que Mário Soares, Cavaco Silva ou Manuel Alegre são «candidaturas supra-partidárias» ? Como, onde, de que maneira ? Que metafísica é esta ? E como é que uma vez eleitos são o «presidente de todos os portugueses» se a própria eleição implica a exclusão política de pelo menos metade do eleitorado, eleitorado esse, veja-se bem, que nem sequer esgota a própria Nação ?
E o trombone :
Como é  possível que  desde o 25 de Abril só a mesma área política tenha sido eleita para a Chefia do Estado ? Afinal a «alternância democrática» esgota-se no executivo ? A crise ... pois.
 

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komet

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« Responder #13 em: Agosto 20, 2005, 12:58:46 am »
Se formos a ver não é de todo ilógico que se tenha vindo a acabar com as forças armadas, já que estas demonstraram ser uma potencial ameaça a um regime político moribundo. Desta feita os nossos políticos andam a amansar o terreno  :wink:
"History is always written by who wins the war..."
 

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Luso

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« Responder #14 em: Agosto 20, 2005, 01:07:14 pm »
Também vejo as coisas assim, Komet...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...