O Centauro II e o futuro da Cavalaria do Exército Brasileiro

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Vitor Santos

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O Centauro II e o futuro da Cavalaria do Exército Brasileiro
« em: Março 21, 2022, 04:43:30 pm »
O Centauro II e o futuro da Cavalaria do Exército Brasileiro


Artigo especial para DefesaNet sobre o concorrente ao Programa Viatura Blindada de Combate de Cavalaria (VBC Cav)

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O futuro da Cavalaria do Exército Brasileiro será decidido no mês de Abril de 2022. Com a documentação preparada pela Diretoria de Material (DMat) sendo analisada pelos órgão competentes, antes de divulgar o Request for Proposal (RFP) do programa VBC Cav (Viatura Blindada de Combate de Cavalaria), que visa a aquisição de até 221 viaturas de oito rodas equipadas com um canhão de 105 ou 120 milímetros. É uma formalidade necessária para verificar se há pendências ou falhas na documentação entregue durante as fases de obtenção de informações (RFI e RFQ).

O programa teve início em 30 de março de 2021 com a divulgação dos requisitos obrigatórios e desejáveis do projeto. A DMat criou uma comissão especial formada por integrantes do Estado-Maior do Exército (EME), Comando Logístico (COLOG), Comando de Operações Terrestres (COTER), Secretaria de Economia e Finanças (SEF), Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) e Comando Militar do Sul (CMS).

Em verdade, a Cavalaria alertava para a necessidade de um veículo de combate sobre oito rodas (8x8) desde o início do Programa Guarani, em 1999. Por questões orçamentárias, priorizou-se a versão de seis rodas (6x6), destinada a transformar as unidades de infantaria motorizada em mecanizada. A IVECO venceu a concorrência e a força terrestre já adquiriu mais de 500 unidades, fabricadas no município de Lagoa Santa (MG).

Mais de uma dezena de fabricantes apresentaram suas propostas e projetos para o Programa VBC CAV, mas um dos concorrentes, o Consórcio Iveco Oto Melara (CIO) da Itália, associação entre a Iveco Defence Vehicles, uma empresa do Grupo Iveco, e a então empresa OTO Melara que atualmente é parte da Leonardo, com o Centauro II (de 30 toneladas de peso), se destaca em vários pontos.
 

• A oferta abrange um produto desenvolvido especificamente para a missão e que se encontra em fabricação seriada, com 150 encomendas asseguradas pelo Exército Italiano o que, segundo o Consórcio CIO, assegura a viabilidade econômica do programa. Os outros participantes da disputa estão na fase de projeto ou de protótipo e não passam de adaptações de viaturas de transporte de tropas;
 
•  O fabricante da plataforma tem uma subsidiária no Brasil e a, possuem índice de partes comuns  com a VBTP Guarani;

•  Os pontos em comum entre VBTP Guarani e Centauro II não se limitam a componentes compartilhados, mas estendem-se a tecnologias de produção, suporte logístico integrado, software e base de fornecedores reduzindo os riscos e custos do ciclo de vida de ambas as plataformas, explorando sinergias em diferentes níveis.

A grande experiência operacional das Forças Armadas Italianas em veículos de combate sobre rodas com tração 8 x 8. O Centauro B1, antecessor do modelo atual, acumulou larga experiência em operações militares em vários Teatros Operacionais (TO) e foi exportado desde sua incorporação ao Exército Italiano em 1991.


DefesaNet teve acesso ao Centauro II na unidade de La Spezia da Leonardo. (Ver Nota 2) No momento, dois programas de interesse das Forças Armadas Brasileiras estão em curso na fábrica: a torre HITFACT Mk II, alma do Centauro II, e o canhão naval OTO 76/62 mm SR MF (Super Rapido Multi-Feeding), adotado para as quatro fragatas leves da Marinha do Brasil. Nesta unidade se faz a integração da torre fabricada no local com o casco do carro de combate, construído pela IVECO em Bolzano, a 400 km de distância. A entrega do primeiro lote de veículos destinados ao Exército Italiano está prestes a ser concluída, vários outros se encontram na linha de produção.


A HITFACT Mk II

O Centauro II é um projeto novo que consolida 30 anos de aprendizado em conflitos na Europa, Oriente Médio e Extremo Oriente. Não é uma simples evolução do Centauro B1. O chassi é fabricado pela IVECO Defence Vehicles em Bolzano (norte da Itália) e foi projetado em torno da torre HITFACT Mk II, fabricada pela Leonardo, em La Spezia. Ela dispõe de estabilização nos eixos vertical e lateral e está equipada com um sistema de comunicação em rede (netcentric) por meio de datalink.

Montada sobre o Centauro II, a HITFACT Mk II pode ser disparada lateralmente com elevação total em uma rampa de 15°. Na pista de testes em La Spezia, o sistema de estabilização foi demonstrado com o carro em movimento e a torre fixada em um ponto: o palanque. Ela foi testada em um unidade do carro de combate principal da Itália: o Ariete, que possui 54 toneladas.

O Exército Italiano padronizou seus Centauro II com um canhão de alta pressão de 120 milímetros e 45 calibres, similar aos empregados pelos carros de combate principais operados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Como alternativa, pode ser equipada com um canhão de 105 mm e 52 calibres. As duas versões são capazes de disparar todas as munições adotadas pelo bloco ocidental para os dois calibres, independentemente do país que as fabrica. Um fato notável de projeto é que o canhão de 120mm do Centauro II tem uma força de recuo compatível com um veículo de 30t, porém sem limitação de performance.

Existe a possibilidade de troca dos canhões caso um comprador adquira o Centauro II com a peça de 105 mm e deseje substituí-la por uma de 120 mm. A operação leva apenas oito horas de trabalho. O Consórcio IVECO-OTO Melara ofereceu as duas versões para a concorrência brasileira.

Na versão adotada pelo Exército Italiano, a tripulação da viatura é de 4 homens sendo a torre é tripulada por três homens: comandante, artilheiro e carregador (apesar da HITFACT Mk II dispor de um sistema de carregamento automático na parte traseira com 12 projéteis de pronto uso). A munição é separada da tripulação por um anteparo blindado. Caso seja atingido por um disparo inimigo, a força da explosão é dirigida para o alto, o que protege a tripulação.

Os sistemas de pontaria e de aquisição de alvos são independentes e giro-estabilizados e utilizam uma interface de vídeo de alta qualidade. Prioritariamente, cabe ao comandante do carro realizar a busca por ameaças com sistemas amplificados de visão, telêmetros laser e de visão noturna. O artilheiro, equipado com sistemas de pontaria eletrônicos e óticos (inclusive noturnos), engaja, dispara e se prepara para enfrentar o próximo adversário. Ele também maneja a metralhadora coaxial de 7,62mm.

A princípio, a HITFACT Mk II não necessita de um tripulante para municiar o canhão, uma vez que dispõe de um sistema automático para alimentar a peça de artilharia principal, o que reduziria a tripulação do carro para apenas três homens. Na versão para o Exército Italiano, o carregador maneja os equipamentos de comunicação e a estação de armas remotamente controlada, dotada de uma metralhadora 7,62 mm, instalada sobre a torre e desenvolvido para combater infantaria, veículos sem blindagem, helicópteros de ataque e drones. O Exército Italiano preferiu mantê-lo para gerir os sistemas de comunicação e o reparo automático antiaéreo e como segurança em uma eventual falha do equipamento de remuniciamento.

Segundo a Leonardo, não haveria dificuldades para se integrar, na HITFACT Mk II, a estação de armas remotamente controlada REMAX, empregada no Guarani.


Itens Comuns com a VBTP Guarani

Fundada em 1912, a fábrica da IVECO Defence Vehicles em Bolzano foi responsável pela fabricação dos melhores caminhões italianos na Segunda Guerra Mundial, os Lancia (Ver Nota 4). Na época, tinha 15 mil funcionários. Hoje, dois mil homens e mulheres trabalham em dois galpões completamente automatizados. A montagem do casco do Centauro II é feita sem contato humano em estações de trabalho robotizadas, completamente isoladas, controladas por computadores. Incluindo a suspensão e sistemas menores, possui, segundo a equipe de projetos da fábrica, cerca de 40% de partes comuns com o Guarani construído em Sete Lagoas / Minas Gerais.

O Centauro II incorpora as necessidades do campo de batalha atual e inclui proteção eficaz contra Objetos Explosivos Improvisados (IED, em inglês) e minas terrestres. A transmissão  está abrigada em um subchassi protegido por uma placa blindada. A parte inferior do casco do carro exibe uma forma de V pronunciada, para dispersar os efeitos de uma explosão. Os assentos da tripulação também recebem proteção adicional contra minas. A estrutura externa possui pontos de fixação de blindagem passiva adicional.

Para assegurar a segurança da tripulação, um protótipo do Centauro II foi enviado à Suécia, onde passou uma série de testes com minas e IEDs reais, que certificaram a segurança e sobrevivência da tripulação através de testes reais, e não apenas simulações. O instrumental, montado em bonecos usados para medir o impacto em acidentes automobilísticos, sobreviveu à experiência e mostrou a eficácia do sistema.

O motor IVECO VECTOR 8V-EURO III de 533 kW (720 HP), turbinado, alimentado por diesel ou combustível de aviação JP8, é capaz de mover o carro a até 105 km/h em estrada. A caixa de transmissão automática dispõe de sete posições à frente e uma à ré. O sistema de direção esterça as três primeiros eixos. As rodas estão equipadas com pneus runflat (que podem ser rodar vazios) e um sistema centralizado de controle de pressão que emprega componentes já usados no Guarani.

Em suma, por suas qualidades operacionais e pelo alto grau de peças comuns com o Guarani, a proposta do Consórcio Iveco-Oto Melara responde as exigências do Programa VBC CAV, principalemente por ser o único veículo de sua categoria no mundo, desenvolvido e produzido para a missão de veículo de combate de cavalaria, tendo excelente mobilidade tática e estratégica, proteção balística, alta tecnologia embarcada e um poderoso canhão de 120mm capaz de enfrentar os mais modernos carros de combate principais da atualidade.

Centauro II disparo do canhão de 120mm

Notas

Nota 1 - Diante da necessidade imposta pela defesa de 1.400 quilômetros de costa adriática, em 1985, o Exército Italiano emitiu os Requisitos Operacionais para um novo conceito de Sistema de Arma sobre rodas com tração 8x8. As exigências incluíam defesa do território nacional e manutenção de paz em nível global. Em função disto, foi necessário definir um novo conceito de sistema de armas de fácil implantação, alta mobilidade e com o mesmo poder de fogo de um carro de combate principal. Este novo conceito, o Mobile Gun System, que consiste em uma torre de grande calibre integrada em uma plataforma veicular 8x8, está em uso desde o início da década de 1990. Ao todo, more than 500 Centauro B1 foram fabricados. Uma quantidade expressiva foi exportada para a Espanha, Jordânia e Oman.

Nota 2 - Em La Spezia

Ao chegar na planta da OTO-Melara, um prédio chama a atenção com seus 30 metros de altura. Lá eram montados os canhões de 381 mm dos couraçados italianos da Classe Vittorio Veneto, empregados na Segunda Guerra Mundial. Foi a única instalação da fábrica que sobreviveu aos bombardeios americanos durante o conflito. É apenas um lembrete da tradição da empresa, que fabricou quase todos os canhões da Marinha da Itália desde 1905.
Atualmente, a fábrica abriga, em diversos galpões, a unidade eletrônica, a unidade naval, a de munições e a de equipamentos terrestres. No total, emprega mais de 900 pessoas em uma área de 243.166 metros quadrados.
 
Nota 3 - Bolzano

No local são fabricados veículos blindados e sem blindagem para o Exército Italiano. Na visita, as linhas de produção do Centauro II, da viatura blindada de transporte de tropas Freccia, do Lince II estavam ativas ao lado de caminhões militares leves, médios e pesados.

 :arrow:  https://www.defesanet.com.br/fb/noticia/43979/O-Centauro-II-e-o-futuro-da-Cavalaria-do-Exercito-Brasileiro/
 
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Re: O Centauro II e o futuro da Cavalaria do Exército Brasileiro
« Responder #1 em: Março 22, 2022, 02:34:25 pm »
Centauro II, a produção seriada


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O Centauro II, um dos candidatos ao principal programa do Exército Brasileiro (EB) na atualidade, o projeto de obtenção da nova Viatura Blindada de Combate de Cavalaria (VBC Cav) e que atualmente está entrando em sua fase final, atinge a etapa de produção seriada com a entrega do primeiro lote adquirido pelo ao Exército Italiano (EI), que está prestes a ser concluída, e já está incorporado às suas fileiras, utilizado pela Escola de Cavalaria do Exército, em Lecce, região da Puglia, no Sul da Itália, onde forma seus operadores.

Desenvolvido como o sucessor da viatura blindada de combate 8X8 Centauro, com mais de 500 unidades construídas e operadas por quatro países, é considerado o melhor blindado de combate sobre rodas de sua geração. O Centauro II conseguiu superar em muito seu antecessor, tanto em mobilidade, proteção e poder de fogo, quanto em tecnologia embarcada.

Dotado de um poderoso canhão de 120 mm (sendo o único blindado sobre rodas operacional com tal calibre) e equipado com optrônicos e sistemas de controle de tiro extremamente avançados, é capaz de localizar, identificar e colocar fora de ação qualquer veículo blindado hoje existente, inclusive os mais modernos carros de combate do mercado. E foi com essa configuração que o EI já adquiriu 106 viaturas em três lotes (10 + 86 + 10), de 150 pretendidas, em um primeiro momento, além do protótipo, que foi atualizado, e um amplo pacote de suporte logístico.

Centauro II

Tendo como origem e referencial a evolução dos conflitos que exigem maior poder de fogo, mobilidade tática e estratégica junto à capacidade de sobrevivência do veículo e de sua tripulação, teve o contrato para seu desenvolvimento assinado no final de 2011.

O Centauro II foi idealizado como um sistema de armas leve, com peso de combate na ordem de 30 toneladas, mas com poder de a “device”, ou artefatos explosivos improvisados, que se tornaram comuns, com capacidade para operar em qualquer cenário, de guerra convencional às missões de imposição e/ou manutenção da paz.

De acordo com os preceitos da guerra centrada em rede (“network centric warfare” – NCW), um sistema de armas moderno perde boa parte de seu valor se não conseguir atuar de forma integrada com outras unidades e o comando de operações. Durante a campanha de experimentação do projeto “Forza NEC” (“network enabled capability”) do EI, realizada no ano passado, no Polígono Militar Torre Veneri, em Lecce, ficou demonstrado o avançado nível de maturidade do sistema de comando, controle e navegação SICCONA, que fornece informações precisas e oportunas sobre a área de operação e às unidades envolvidas, em conjunto com um avançado sistema de comunicação.


Domínio da produção

Uma das principais vantagens do Centauro II, em relação a muitos de seus concorrentes, está no domínio completo de projeto e produção de seus sistemas mais críticos pelo Consórcio Iveco – OTO Melara (CIO), formado pelas empresas Iveco Defence Vehicles (IDV) e a antiga OTO Melara, atual Leonardo.

A linha de montagem final do carro fica na cidade de Bolzano, localizada no extremo Norte da Itália, a cerca de 650 km de Roma, onde está sediado o principal parque fabril da IDV. Com uma área de 125.724 m² e cerca de 800 funcionários, está em pleno vapor a produção seriada da viatura.

Essas instalações, fundadas em 1937 e que originalmente pertenciam à empresa automotiva Lancia (que se tornou parte do Grupo Iveco em 1975), estão entre as mais modernas da Europa, com um elevado grau de automação e grande capacidade fabril, com diversas linhas de montagens de viaturas diferentes ocorrendo ao mesmo tempo, atendendo as necessidades das Forças Armadas Italianas e dos clientes de exportação. Além da fabricação, abriga um departamento de engenharia e oficina de prototipagem, marketing e pós-venda.

O seu atual parque fabril é dividido em diversas seções, que abrangem a linha de montagem do conjunto de força (“powertrain”), suspensão, carroceria, montagem final e controle de qualidade, sendo um de seus equipamentos mais sofisticados um sistema robótico de soldagem de carrocerias, que consegue executar o serviço total em até 60% de um veículo blindado, deixando apenas o restante para os profissionais da área, e esse é apenas um de seus diversos robôs.

Para se ter uma ideia, a soldagem de carrocerias blindadas é uma das etapas mais críticas (e custosa, necessitando de elevada capacitação técnica e difícil qualificação, exigindo diversos cursos muito específicos. Com esse sistema automatizado, a IDV consegue uma elevada qualidade no processo, a um custo mais baixo e com mais velocidade.

A linha de produção do Centauro II trabalha em dois turnos, podendo produzir diversas dezenas de viaturas por ano, conforme a demanda. Já seu principal sistema de armas, o canhão de 120 mm e 45 calibres, de alma lisa (ou o de 105 mm e 52 calibres, de alma raiada) é inteiramente fabricado pela Leonardo, em sua planta de produção na cidade de La Spezia.

Esta instalação também conta com muita história. Foi fundada em 1905, como uma “joint venture” da empresa inglesa Vickers com as italianas Terni Steelworks, Cantiere Navale Fratelli Orlando e Cantieri navali Odero, para a produção de canhões; em 1929 a empresa foi renomeada pata Odero Terni Orlando (OTO), fabricando canhões navais de grosso calibre; em 1953, teve sua denominação alterada para OTO Melara; e , em 2016, juntou-se à empresa Leonardo como Defence Systems Business Unitdentro da Divisão Eletrônica. Hoje a unidade de negócios inclui também a antiga WASS (Whitehead Alenia Sistemi Subacquei).

Mesmo mantendo toda sua tradição, seu parque fabril é um dos mais modernos da Europa, em uma área de 243.166 m² e cerca de 900 funcionários. Responde pela produção dos sistemas de armas, como as torres HITFACT MkII e a estação remota de armamento HITROLE, que equipam os Centauro II, e as navais OTO 127/64 LW Vulcano, OTO 76/62 Super Rapid Multi-Feeding (SRMF), que equipará a nova Classe Tamandaré da Marinha do Brasil, e Marlin 30, instalado nos navio-patrulha oceânico da Classe Gowind da Armada Argentina, além de sistemas eletrônicos embarcadose da produção de munições guiadas terrestres e navais.

A torre HITFACT MkII, de terceira geração, para três ou dois ocupantes, possui um perfil mais baixo e pode utilizar um canhão 120 ou 105 mm, com sistema de carregamento manual ou automático, novas miras eletro-ópticas e capacidade de utilização de munição programável. Tem uma escotilha para o comandante com oito periscópios, e outra, para o carregador com cinco periscópios. Na parte de trás da torre fica o compartimento de munições, colocadas separadas do compartimento da tripulação, a fim de proteger os operadores de qualquer possível evento de deflagração.

O Centauro II, que já era tido como um forte candidato para o programa VBC Cav, por suas características operacionais e por ter sido desenvolvido especificamente para essa missão, proporciona às forças mecanizadas uma capacidade de combate similar às unidades mais pesadas, com maior mobilidade e autonomia, e é considerado o “estado-da-arte” na categoria, que possui a segurança de ser um veículo em produção e operação em um país da OTAN aliado com a vantagem de ter todos os seus principais sistemas ofertados por uma única empresa, garantindo uma maior facilidade em negociar não só sua aquisição, mas todo o suporte logístico no país, incluindo uma unidade já consolidada, bem como a transferência de tecnologia e sua contínua evolução no EB.

Outra vantagem bem significativa, caso o Centauro II seja o escolhido para este programa, reside no fato de sua torre poder ser utilizada em uma eventual modernização das viaturas blindadas de combate – carro de combate (VBC-CC) Leopard 1A5, caso o EB opte por trabalhos mais profundos, sem grandes riscos, já que uma versão anterior já foi instalada em um CC Ariete do EI, com chassi similar. Também pode ser adotada pelo seu sucessor, no programa VBC-CC Futuro, que o EB pretende lançar ainda este ano, o que possibilitaria maior comunalidade operacional e logística, garantindo um poder de fogo igual aos carros de combates mais modernos.[/i][/b]

A adoção de um mesmo sistema de armas para os principais sistemas de armas da Cavalaria brasileira não só facilitaria em muito a sua logística, como permitiria uma maior absorção desta tecnologia que poderia gerar novos sistemas nacionais no futuro.

MBT Ariete com a torre HITFACT MKII (Foto: Leonardo)

 :arrow:  https://tecnodefesa.com.br/centauro-ii-a-producao-seriada/
 

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Re: O Centauro II e o futuro da Cavalaria do Exército Brasileiro
« Responder #2 em: Abril 08, 2023, 07:40:33 pm »
O próximo MBT do Brasil está próximo, e poderá ser de 120 mm


 

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