Quanto a isso faço estas perguntas:
1) O que é que existe na Doutrina atual dos Fuzileiros que impede que eles participem na rotação semestral da Força Nacional Destacada na RCA?Não seria bom para a força recolher essa experiência?
Não estão treinados para o trabalho em causa?
Não podem andar de avião?
Só vão se poderem levar as TOYOTAS?
Não conseguem usar os rádios do Exercito?
Vou tentar dar uma opinião sobre possíveis respostas.
Do ponto dos Fuzileiros nada impede eles de actuar na RCA, eles também estiveram no Afeganistão quando a missão passou de QRF para Companhia de Protecção, parece-me é que estas missões terrestres são sempre atribuidas ao exército, eles é que são o ramo terrestre, e as forças do exército terão sempre primazia nestas missões em relação a forças de outros ramos, a Marinha e a FAP também tem as suas missões específicas e o exército não as faz. Nesse ponto os Fuzileiros dificilmente andarão em igualdade com os Comandos e Paras nas missões terrestres, mas algumas vão tendo, em Timor quando o efectico era superior a Batalhão, quando apareceu a RCA parece que o exército "prescindiu" da missão na Lituânia, apesar de ser um país com costa também não sei se é o cenário mais certo para uma força ligeira pois o potencial inimigo usa forças mecanizadas, os battlegroups da NATO são todos mecanizados.
É sempre bom ter a experiência de uma operação real.
Da conversa com um Fuzileiro acho que eles preferem os Toyotas em relação a Humvees e ST5, é o factor peso, essas viaturas até podem ser usadas nas missões da Lituânia e RCA, mas nos restantes cenários que os fuzileiros treinam (desembarques na praia), essas viaturas não servem para andar na areia e é complicado o transporte em lanchas de desembarque, não querem que lhes aconteça o mesmo que aos Americanos na Grândola

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Não sei o que há no mercado, mas eles preferem viaturas mais leves que essas.
Acho que nada os impede de andar de avião, mas pode haver lá algum com medo de voar, não sei.
Para que é que eles querem usar os rádios do Exercito? Eles não tem rádios próprios? Se calhar até usam os mesmos modelos, não sei.
Este estudo pouco ou nada influencia a participação dos Fuzileiros em missões terrestres, talvez piore pois tem cenários em que os fuzileiros fazem só proteção da Força, ou se tornam uma SFSG, isto é, diferentes das forças do exército, fazem coisas diferentes, como justificação da sua existência, pois se forem cada vez mais iguais ao exército correm o risco de desaparecerem, serem assimilados, etc.
Falam em Royal Marines Comandos:
Quando os Ingleses retomaram as Falkland, foram RMC, paraquedistas, Gurkhas e os escoceses do The Black Watch - estes últimos os "piores" deles todos.
E entenderam-se bem.
É que os RMC não faziam aquilo sozinhos.
Também já tivemos companhias de fuzileiros em Agrupamentos do exército, não sei se se entenderam bem ou menos bem, mas lá fizeram o que era preciso.
As operações dos Fuzileiros, se forem anfíbias, ou são suficientemente pequenas para irem sozinhois, ou tem que ir com países aliados, Espanha, França, etc.
Se for uma operação puramente terrestre, vai o exército, só se estes andarem demasiado ocupados com outras missões e passarem essa para os Fuzileiros, ou uma força conjunta exército +fuzileiros, como na Bosnia e Timor.
Pelo que entendi do estudo, não se quer que o objectivo dos Fuzileiros seja fazer missões terrestres, RCA, etc, isso já o exército faz, os fuzileiros devem encontrar um objectivo próprio.