REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS

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Camuflage

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #15 em: Fevereiro 13, 2013, 06:51:57 pm »
Citação de: "mafets"
Bem,

Em 1999 num trabalho "academico" sobre a temática, a piramide estava de facto invertida. Havia mais oficiais que sargentos e praças. Outra realidade que se verificava era que larga percentagem da população inquerida desconhecia a maioria das missões de utilidade pública e humanitárias que as F.A. faziam, embora reconhecesse por maioria que as Forças Armadas deviam continuar (a percentagem quase duplicava quando conheciam as missões de utilidade publica das F.A.). Agora, isto eram dados de 1998 e sinceramente não sei como está a situação actual pois à mais de uma decada que não olho estatisticamante para esta temática ( e entretanto ainda houve pelo meio o fim do SMO). O Instituto de Defesa Nacional e as FA não publicaram na altura o trabalho, paciência. Duvido também que alguem tenha actualizado os dados pois por norma os trabalhos nesta area são mais dirigidos do que propriamente objectivos  

Desde então e principalmente com o fim do SMO o rácio de oficiais por praças aumentou claramente, se nessa altura já era elevado, agora sem grandes estudos pode-se concluir o que se passou. Ainda por cima em 13 anos não se reformaram assim tantos oficiais face ao números dos que se formaram.
Este tipo de dados nunca lhes interessa, é mau marketing portanto fica na gaveta, certamente é mais um estudo que teve custos e para variar acabou tal como os estudos feitos pelos governos... mete na gaveta e esconde que isto não interessa.

Desconheço as funções de 190 generais da mesma forma que desconheço o que fazem 190 parlamentares. Agora se falamos de gastos 190 generais gastam menos que 190 deputados.Tendencialmente olha-se para os ordenados mas ajudas de custo são o verdadeiro problema. Quantos institutos, observatórios, fundações, passiveis de fusões e restruturações existem?  Para que tantos politicos, acessores, conselheiros?  Cortamos primeiro nas regalias dos politicos, depois vamos ao resto. Se é preciso cortar 4 mil milhões começa-se a cortar onde se gasta mais e não onde é mais facil nomeadamente aos militares que pouco mais podem fazer que "embirrarem" e aos contribuintes que são obrigados a "amocharem".

Isso é a forma errada de ver as coisas. Estar sempre a olhar para o que outros fazem. Se achamos que o nosso trabalho é bom então temos que o mostrar, não vamos esconde-lo e criticar o trabalho alheio. E sempre que se critica o sector militar, curiosamente em sua defesa criticam os políticos, parece quase um circulo. Mas isto é uma falsa questão, os militares são sempre os mesmos, os políticos vão e vêm, portanto nada como atirar as culpas para os outros...
Sim há muitos gastos na vida politica, mas ao menos podes consultar vários desses gastos, ver as faltas dadas por suas excelências, bem como as actividades em que estão envolvidos: http://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Pag ... ault2.aspx agora questiono-te: onde posso como contribuinte ver o mesmos dados sobre os generais? Como é óbvio não peço para ter acesso aos assuntos sigiloso, mas sei menos sobre as actividades destes indivíduos, que são pagos também com os meus descontos. E não há ninguém que venha a público dizer "somos 190, estamos nestes institutos/quartéis/ministérios e o nosso trabalho é este assim assado". Em vez disso escondem-se.

Citação de: "mafets"
Portugal sempre teve um problema de quintais.  E é verdade que ainda o tem. Agora, se é por esta razão que o General Loureiro dos Santos não diz preto no branco o que cortar nas F.A, se é por desconhecimento ou impreparação, desconheço. Sejam as calinadas do passado a "turvar" a opinião do Sr. General e portanto a semear a descordia sobre os pontos de vista que defende, ou os compadrios e panelinhas , não sei. Mas neste caso comparo-o ao do Relvas sobre a RTP; Independente do politico que é e do "curso" que tirou concordo que à que acabar com a balburdia e gastos do tal "serviço publico" que eu não tenho de pagar.

Portanto é tudo uma questão de opinião. Na minha cortava-se primeiro nos politicos e depois no resto. Mas vivemos em democracia e como tal respeito quem tem opinião contrária.  

Cumprimentos

No que toca ao general, acho apenas estranho que seja sempre este aparecer, e francamente não o acho com grandes conhecimentos da coisa. Dá a sensação que pouco sabe, seja convidado para comentar uma guerra ou este tipo de programas, é pouco esclarecedor e transmite a ideia que foi um carreirista que lambeu umas botas para ir subindo.

Para mim tratar por Sr. General, só mesmo Ramalho Eanes:

Citar
Segue a carreira das armas entrando para o exército em 1952, estudando tácticas militares (Escola do Exército, de 1952 a 1956; Estágio CIOE-Curso de Instrução de Operações Especiais, em 1962; instrutor de Acção Psicológica no Instituto de Altos Estudos Militares, em 1962). Frequenta, aínda, o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, durante três anos.

No exército, Ramalho Eanes segue a Arma de Infantaria. Serve na Guerra Colonial onde combateu na Índia Portuguesa, Macau, Moçambique, Guiné-Bissau e Angola.
 

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PereiraMarques

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #16 em: Fevereiro 13, 2013, 11:44:34 pm »
Para rir ou chorar...um Batalhão de Infantaria que só tem uma Companhia de Atiradores e mesmo esta está incompleta...



http://www.exercito.pt/sites/1BIMec/Pub ... s/Organização.jpg
 

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mafets

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #17 em: Fevereiro 14, 2013, 12:03:45 am »
Citar
Isso é a forma errada de ver as coisas. Estar sempre a olhar para o que outros fazem. Se achamos que o nosso trabalho é bom então temos que o mostrar, não vamos esconde-lo e criticar o trabalho alheio. E sempre que se critica o sector militar, curiosamente em sua defesa criticam os políticos, parece quase um circulo. Mas isto é uma falsa questão, os militares são sempre os mesmos, os políticos vão e vêm, portanto nada como atirar as culpas para os outros...
Sim há muitos gastos na vida politica, mas ao menos podes consultar vários desses gastos, ver as faltas dadas por suas excelências, bem como as actividades em que estão envolvidos: http://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Pag ... ault2.aspx agora questiono-te: onde posso como contribuinte ver o mesmos dados sobre os generais? Como é óbvio não peço para ter acesso aos assuntos sigiloso, mas sei menos sobre as actividades destes indivíduos, que são pagos também com os meus descontos. E não há ninguém que venha a público dizer "somos 190, estamos nestes institutos/quartéis/ministérios e o nosso trabalho é este assim assado". Em vez disso escondem-se.

À menos de decada e meia 400 inquiridos pouco sabiam sobre as F.A. Conheciam as missões de busca e salvamento das FAP, do patrulhamento marítimo da MP e pouco mais. Falavam do exercito na "altura dos fogos" e desconheciam por completo as competências e as intervenções de cada um dos ramos das Forças Armadas Portuguesas ao nivel das missões humanitarias e de utilidade pública. Actualmente, graças as novas tecnologias mais alguma coisa se sabe mas o   caminho na promoção e na transparência ainda é longo. E mais acrescento: se actualmente voltassem a inquirir os mesmos individuos os resultados não seriam muito diferentes. Afinal o grande publico não quer saber de defesa, geopolitica e geoestratégia, gostam mais de programas populistas, novelas e futebol. Basta ver como se discutiu  a questão dos submarinos U209 PN adquiridos para a Armada, sobretudo por uma classe politica que ou é burra ou nada percebe sobre defesa, soberania, recursos e muito menos foi sequer capaz de referir o pedido feito à ONU para aumentar a nossa ZEE até a Plataforma Continental (quem quer mais tem de ter meios). Pior, sendo que os militares respondem perante esses mesmos politicos incultos e incapazes, nada lhes vale mostrarem seja o que for se o poder politico decide mal. E a maior parte das vezes decide.

 Sabemos algo mais sobre os gastos politicos. É verdade sim senhora, mas e o que não sabemos? E qual a repercusão que esta "transparência" tem na sociedade civil? Sejamos claros, se não existisse austeridade não haveria contestação ao poder politico, manifestações, cartazes, assobios ou apupos. Seria tudo igual, beijos e abraços, bandeiras e palmadinhas nas costas e o voto nos mesmos no  dia das eleições. Muito menos se falaria de reforma militar ou não sejamos uma nação "conservadora".
Consideraria a critica politica "uma forma errada de ver as coisas"  e "um olhar para o que os outros fazem" se não fosse o poder politico a decidir sobre quase tudo o que é militar. Mas são os politicos que têm "a ultima palavra" , os mesmos politicos que falam de reformas mas não apresentam uma linha reformista com principio, meio e fim. É vender, cortar, poupar, embargar... Corrijam-me se estiver errado mas fez sentido vender 9 a 12 f-16 e aumentar as competencias da FAP no ambito do policiamento aéreo? Qual a lógica de a NATO ter praticamente os mesmos aviões e a maioria dos paises manter uma estrutura de treino também equipada com os mesmo aparelhos? Apresente o poder politico soluções concretas e lógicas em vez de ter um ministro que fala de "navios oceânicos" (não sei ao que homem se referia mas deveriam ser navios oceanográficos).
  E os politicos não mudam, mudam sim  as suas funções pois as caras são sempre as mesmas. Seja na Assembleia da Républica, no partido, no instituto, na empresa publica ou com capitais publicos, verdadeiros "filões de ouro" para uma reforma churuda e vitalicia ao fim de uma duzia de anos de trabalho. Visitem a AR, Belem, ou a sede de alguns partidos politicos e comparem com as condições dos quarteis ou das bases aéreas. Talvez assim seja comprensivel que tem de se cortar onde se gasta mais e não onde é mais facil, bem como se compreenda e aceite a posição defendida pelo General Loureiro dos Santos no video em questão.  

Citar
No que toca ao general, acho apenas estranho que seja sempre este aparecer, e francamente não o acho com grandes conhecimentos da coisa. Dá a sensação que pouco sabe, seja convidado para comentar uma guerra ou este tipo de programas, é pouco esclarecedor e transmite a ideia que foi um carreirista que lambeu umas botas para ir subindo.

Para mim tratar por Sr. General, só mesmo Ramalho Eanes:

Não acho que seja estranho em Portugal. Aliás não temos aquele ditado "mas vale cair em graça que ser engraçado"?. Num pais onde a maioria da população não quer saber de defesa, onde uma larga percentagem do jornalismo é mediocre o que interessa são as aparências. Por isso, ter o Sr. General a comentar dá estatuto, independentemente de dar umas calinadas (já foram referidas algumas, mas para mim os comentários às operações aéreas no Kossovo foram um mimo... :shock:
Quanto ao resto como não conheço não me prenuncio, Reconheço sim que a carreira do General Ramalho Eanes, tanto a nivel politico como militar nada tem a ver com do General Loureiro dos Santos. E fico-me por aqui saudando respeitosamente os que perdem tempo a discutir e a debater a defesa nacional.  :wink:

Cumprimentos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

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papatango

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #18 em: Fevereiro 14, 2013, 11:49:31 am »
Não sei se sou eu que estou a ler mal o diagrama, mas não derão três (3x) as companhias de atiradores ?

Neste caso seriam cinco companhias, uma CCS, três companhias de atiradores e uma companhia de apoio.
Devo dizer que acho que nos dias de hoje, três companhias de atiradores é um exagero numa unidade de infantaria deste escalão.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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PereiraMarques

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #19 em: Fevereiro 14, 2013, 12:41:25 pm »
Três previstas, das quais apenas uma com encargo operacional. E essa que tem o encargo operacional prevê três pelotões de Atiradores, dos quais apenas dois com encargo operacional!...Já para não falar que nessa única Companhia de Atiradores, nem o Pelotão de Apoio, nem as Secções de Manutenção e Transmissões estão levantados.

Portanto neste momento o 1ºBIMEC está com uma Companhia de Comando e Serviços (completa), uma Companhia de Atiradores (incompleta) e uma Companhia de Apoio de Combate (incompleta)...Ou seja, meio Batalhão ou menos!
 

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Cabeça de Martelo

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #20 em: Fevereiro 14, 2013, 03:42:48 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Para rir ou chorar...um Batalhão de Infantaria que só tem uma Companhia de Atiradores e mesmo esta está incompleta...


RIDICULO!!! :evil:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Camuflage

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #21 em: Fevereiro 14, 2013, 05:07:28 pm »
Citação de: "mafets"
À menos de decada e meia 400 inquiridos pouco sabiam sobre as F.A. Conheciam as missões de busca e salvamento das FAP, do patrulhamento marítimo da MP e pouco mais. Falavam do exercito na "altura dos fogos" e desconheciam por completo as competências e as intervenções de cada um dos ramos das Forças Armadas Portuguesas ao nivel das missões humanitarias e de utilidade pública. Actualmente, graças as novas tecnologias mais alguma coisa se sabe mas o   caminho na promoção e na transparência ainda é longo. E mais acrescento: se actualmente voltassem a inquirir os mesmos individuos os resultados não seriam muito diferentes. Afinal o grande publico não quer saber de defesa, geopolitica e geoestratégia, gostam mais de programas populistas, novelas e futebol. Basta ver como se discutiu  a questão dos submarinos U209 PN adquiridos para a Armada, sobretudo por uma classe politica que ou é burra ou nada percebe sobre defesa, soberania, recursos e muito menos foi sequer capaz de referir o pedido feito à ONU para aumentar a nossa ZEE até a Plataforma Continental (quem quer mais tem de ter meios). Pior, sendo que os militares respondem perante esses mesmos politicos incultos e incapazes, nada lhes vale mostrarem seja o que for se o poder politico decide mal. E a maior parte das vezes decide.

E o que são 400 inquiridos num país de 10 milhões? :)
A opção dos submarinos foi criticada por ser cara e mais uma vez não vir ninguém a público dar a cara... podiam muito bem vir a público dizer "esta aquisição é estratégica para Portugal, reconhecemos que pesa muito no bolso dos portugueses, foi uma escolha do grupo X, e terá as seguintes mais valias...", mas para variar ninguém aparece, deixam a batata quente para os políticos resolver (apesar do lobbie e interesse ser dos militares) e agora sabe-se que pelo menos um militar também estava envolvido nas luvas...(nenhum militar se desmarcou desta acção, o militar em questão não foi despromovido, basicamente para quem está de fora assume que todos são iguais e complacentes com o crime). Por outro lado haverá sempre a questão eterna será que compensa mais investir em 2 submarinos em vez de outro tipo de navios? Mais uma vez as universidades não se meteram, nem foram questionadas sobre o custo beneficio da coisa, provavelmente um dia destes será revelado que o investimento não compensava... como já costuma ser.
Lembro-me perfeitamente de quando saiu a noticia da ZEE, mas depois disso pouco mais se falou. Será somente culpa dos media?

Citar
Sabemos algo mais sobre os gastos politicos. É verdade sim senhora, mas e o que não sabemos? E qual a repercusão que esta "transparência" tem na sociedade civil? Sejamos claros, se não existisse austeridade não haveria contestação ao poder politico, manifestações, cartazes, assobios ou apupos. Seria tudo igual, beijos e abraços, bandeiras e palmadinhas nas costas e o voto nos mesmos no  dia das eleições. Muito menos se falaria de reforma militar ou não sejamos uma nação "conservadora".
Consideraria a critica politica "uma forma errada de ver as coisas"  e "um olhar para o que os outros fazem" se não fosse o poder politico a decidir sobre quase tudo o que é militar. Mas são os politicos que têm "a ultima palavra" , os mesmos politicos que falam de reformas mas não apresentam uma linha reformista com principio, meio e fim. É vender, cortar, poupar, embargar... Corrijam-me se estiver errado mas fez sentido vender 9 a 12 f-16 e aumentar as competencias da FAP no ambito do policiamento aéreo? Qual a lógica de a NATO ter praticamente os mesmos aviões e a maioria dos paises manter uma estrutura de treino também equipada com os mesmo aparelhos? Apresente o poder politico soluções concretas e lógicas em vez de ter um ministro que fala de "navios oceânicos" (não sei ao que homem se referia mas deveriam ser navios oceanográficos).

Mas não te esqueças que quem decide provas de selecção, tipo de instrução, código de conduta etc não são os políticos. Existe um orçamento o qual é gerido por militares, lembro-me que antigamente havia marketing na tv, especialmente na RTP 2, agora nem isso! Desde que acabou o SMO os militares lavaram as mãos.
A contestação e desconfiança politica sempre existiram, basta olhar para a função pública, essa manifestou-se sempre. E no sector privado há muito que há desgosto sobre os políticos só não era tão comum e ainda não é virem a publico, porque muitas das manifestações que assistimos estão na mesma muitos funcionários públicos e familiares, reformados, seguindo-se em menor percentagem desempregados e funcionários do privado

Qual é a lógica de Portugal ter que seguir um exercito tradicional, com altos custos ou ter que seguir de forma intransigente o que os outros países da NATO têm ou deixam de ter? Curiosamente ficam preocupados no que toca a equipamento "eles têm e nós não", mas quando se trata de falar sobre a estrutura, em que há organizações mais bem estruturadas, aí já nenhum generaleco fala, é sempre um assunto omisso.

Citar
 E os politicos não mudam, mudam sim  as suas funções pois as caras são sempre as mesmas. Seja na Assembleia da Républica, no partido, no instituto, na empresa publica ou com capitais publicos, verdadeiros "filões de ouro" para uma reforma churuda e vitalicia ao fim de uma duzia de anos de trabalho. Visitem a AR, Belem, ou a sede de alguns partidos politicos e comparem com as condições dos quarteis ou das bases aéreas. Talvez assim seja comprensivel que tem de se cortar onde se gasta mais e não onde é mais facil, bem como se compreenda e aceite a posição defendida pelo General Loureiro dos Santos no video em questão.  

O orçamento da defesa é de longe bem superior ao orçamento da AR. Se é para se cortar onde se gasta mais é simples, é cortar na Segurança Social pois é aí que a maioria do $ está a ser gasto: reformas, abonos, subsídios etc.
O que me parece é que o generaleco quer manter uma força tradicional com 3 ramos independentes e bem definidos, cada um com os seus serviços, sem qualquer interoperabilidade, tal como foi até hoje. Mas não diz onde é que quer ir buscar $, porque não lhe convém dizer "cortem na segurança social".
Todos os sectores foram alvos de cortes e a Defesa continuará a ser, o grande problema é que se corta sempre nos mesmos e nunca onde devia ser, desta vez está-lhes a doer mais porque começou afectar o pessoal do quadro superior e como dizia o outro senhor "já não dá para as despesas...".

Neste fórum não faltam propostas onde poderiam ser feitos os cortes e reduções, as mesmas não ocorrem por algum motivo é, não me parece que seja preciso ser-se uma mente brilhante para perceber dentro da Defesa onde é que há dinheiro a ser torrado e onde é que ele faz falta.
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #22 em: Fevereiro 14, 2013, 05:12:09 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Portanto neste momento o 1ºBIMEC está com uma Companhia de Comando e Serviços (completa), uma Companhia de Atiradores (incompleta) e uma Companhia de Apoio de Combate (incompleta)...Ou seja, meio Batalhão ou menos!

O organograma não é referente ao 2ºBiMec?
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #23 em: Fevereiro 14, 2013, 09:10:56 pm »
Estava a ver a entrevista do Ministro à Judite de Sousa e tive de sair porque me estava a fazer mal aos fígados.
É muito mau mesmo.
A situação destas últimas décadas ao nível da defesa parece-me cada vez mais clara.
Para mim, a "Defesa Nacional" de hoje não passa de um embuste.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #24 em: Fevereiro 14, 2013, 10:01:30 pm »
Citação de: "HSMW"
Citação de: "PereiraMarques"
Portanto neste momento o 1ºBIMEC está com uma Companhia de Comando e Serviços (completa), uma Companhia de Atiradores (incompleta) e uma Companhia de Apoio de Combate (incompleta)...Ou seja, meio Batalhão ou menos!

O organograma não é referente ao 2ºBiMec?

O brasão no canto superior esquerdo é o (novo brasão) do 1ºBIMEC.
 

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Lightning

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #25 em: Fevereiro 14, 2013, 10:31:32 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Para rir ou chorar...um Batalhão de Infantaria que só tem uma Companhia de Atiradores e mesmo esta está incompleta...

Lembro-me de também ver a organização de um BI da Brigada de Intervenção que tinha duas companhias com 2 pelotões de atiradores cada :mrgreen: .
 

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Lightning

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #26 em: Fevereiro 14, 2013, 10:41:01 pm »
Citação de: "Luso"
Estava a ver a entrevista do Ministro à Judite de Sousa e tive de sair porque me estava a fazer mal aos fígados.
É muito mau mesmo.
A situação destas últimas décadas ao nível da defesa parece-me cada vez mais clara.
Para mim, a "Defesa Nacional" de hoje não passa de um embuste.

Toma lá mais castigo :twisted:
http://www.tvi.iol.pt/videos/13806764

Eu acho mal é a conversa da Judite de Sousa, só quer saber quando é que se vai cortar no orçamento, e quanto efectivo é que se vai reduzir, muito pouco interessada em saber da restruturação. Parece como muita gente que só vai ficar satisfeita com um orçamento de 0€.
 

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Luso

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #27 em: Fevereiro 14, 2013, 11:47:56 pm »
Citação de: "Lightning"
Eu acho mal é a conversa da Judite de Sousa, só quer saber quando é que se vai cortar no orçamento, e quanto efectivo é que se vai reduzir, muito pouco interessada em saber da restruturação. Parece como muita gente que só vai ficar satisfeita com um orçamento de 0€.

É uma questão de perspectiva.
Como entendo que não há mais soberania, nem independência, orçamento zero para mim é indiferente.
Lamento é as pessoas que dependem disso para o seu sustento, como qualquer empresa de prestação de serviços, neste caso uma filial de uma grande empresa de segurança em processo de "daunesaisingue". Mas se as coisas correrem como penso, lá para o final deste mês se poderá fazer uma ideia se poderemos prever, a médio prazo, um aumento exponencial dessa empresa.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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mafets

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #28 em: Fevereiro 15, 2013, 01:23:00 am »
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E o que são 400 inquiridos num país de 10 milhões?
A opção dos submarinos foi criticada por ser cara e mais uma vez não vir ninguém a público dar a cara... podiam muito bem vir a público dizer "esta aquisição é estratégica para Portugal, reconhecemos que pesa muito no bolso dos portugueses, foi uma escolha do grupo X, e terá as seguintes mais valias...", mas para variar ninguém aparece, deixam a batata quente para os políticos resolver (apesar do lobbie e interesse ser dos militares) e agora sabe-se que pelo menos um militar também estava envolvido nas luvas...(nenhum militar se desmarcou desta acção, o militar em questão não foi despromovido, basicamente para quem está de fora assume que todos são iguais e complacentes com o crime). Por outro lado haverá sempre a questão eterna será que compensa mais investir em 2 submarinos em vez de outro tipo de navios? Mais uma vez as universidades não se meteram, nem foram questionadas sobre o custo beneficio da coisa, provavelmente um dia destes será revelado que o investimento não compensava... como já costuma ser.
Lembro-me perfeitamente de quando saiu a noticia da ZEE, mas depois disso pouco mais se falou. Será somente culpa dos media?

Estatisticamente é praticamente o mesmo que as 3000 sondagens à boca das urnas. E o erro tem sempre uma margem de 5% que não afecta em nada o resultado final. Fazer 40, 400 ou 4000 inqueritos, desde que a amostra seja bem escolhida e tenha em consideração os diferentes extratos populacionais é exactamente igual às sondagens reveladas no dia de eleições. Acertam quase sempre com pouco erro. Relativamente aos submarinos, luvas existiram como nos outros negocios que não se fala, agora sempre ecistiram neste negócio 2 vencedores potenciais: Franceses ou Alemães. E como o sistema AIP dos Scorpene franceses é caro e pouco confiavel a escolha era obvia. Desde o UDN ao ISCTE trabalhos académicos foram realizados, diversos documentários e documentos foram produzidos sobre a temática. Não discuto se foram suficientes, mas a divulgação, o interesse que estas acções tiveram na politica e sociedade em geral foi pouca. Só uma exepção no documentario feito sobre a actividade dos "Daphne" em Portugal, o qual passou em horario nobre na RTP 1, de resto, mesmo quando existiram explicações e reflexões sobre a temática não foram dadas por generais e muito menos tiveram a cobertura que lhes é devida. Já a compensação de ter 2 submarinos convencionais dos mais avançados no Mundo resultam de cumprir determinadas variaveis: Se estiverem encostados no Alfeite não compensará, se forem bem usados o caso obviamente será diferente. E atenção que estamos a falar dum tipo de submergivel que não precisa de vir à superficie ao contrário dos anteriores.

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Mas não te esqueças que quem decide provas de selecção, tipo de instrução, código de conduta etc não são os políticos. Existe um orçamento o qual é gerido por militares, lembro-me que antigamente havia marketing na tv, especialmente na RTP 2, agora nem isso! Desde que acabou o SMO os militares lavaram as mãos.
A contestação e desconfiança politica sempre existiram, basta olhar para a função pública, essa manifestou-se sempre. E no sector privado há muito que há desgosto sobre os políticos só não era tão comum e ainda não é virem a publico, porque muitas das manifestações que assistimos estão na mesma muitos funcionários públicos e familiares, reformados, seguindo-se em menor percentagem desempregados e funcionários do privado

Qual é a lógica de Portugal ter que seguir um exercito tradicional, com altos custos ou ter que seguir de forma intransigente o que os outros países da NATO têm ou deixam de ter? Curiosamente ficam preocupados no que toca a equipamento "eles têm e nós não", mas quando se trata de falar sobre a estrutura, em que há organizações mais bem estruturadas, aí já nenhum generaleco fala, é sempre um assunto omisso.

     
Quanto à culpa, esta é sempre de todos. Uns mais que outros como é evidente mas temos de ter a noção que as F.A. refletem a realidade do pais. Não podemos esperar que quase tudo funcione mal e as F.A. sejam diferentes. Jamais alguem poderá conscientemente dizer que os militares não têm culpa, seja nas decisões que tomam ou nas avaliações mais ou menos correctas. Sejam politicos ou militares responsaveis, a titulo de exemplo, nunca percebi e também não encontro esforço instutucional em explicar as vantagens do Exercito ter uma ala aérea ou porque participou o pais no desenvolvimento do nh-90 quando já operava o Merlin.
Já estruturalmente, para mim ter umas F.A. como a Suiça em que até a pouco tempo se levava a arma para casa ou como na Suécia em que a Força Aérea se desdobra frequentemente fora das bases aéreas, é  indiferente, desde que funcione. Deve-se discutir, conversar e debater mas com "pés e cabeça" e de baterias apontadas à funcionalidade. Quando o fundamental é poupar, cortando em operacionalidade, material e prontidão, à que ter a consciência que se está a comprometer a utilidade pública, mas também se abre uma "caixa de pandora" que serve direitinho para camuflar  as reais intenções de quem afinal é contra porque vai perder previlégios. Os politicos são eleitos para governar, mas olham sempre para objetivos pessoais, institucionais e partidários em vês de tomarem as decisões certas. Por um lado não sabem pois os tais "especialistas" que ainda cheiram a leite apenas ocupam os cargos porque são do partido, mas na maior parte dos casos tem medo dos lobbys e dos eleitores. Só assim se explica a  manutenção de muitos dos gastos da segurança social com RSI, acção social e por aí fora. É muito mais facil cortar ondem existe maior desconhecimento ou as vozes não se ouvem tão alto.

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O orçamento da defesa é de longe bem superior ao orçamento da AR. Se é para se cortar onde se gasta mais é simples, é cortar na Segurança Social pois é aí que a maioria do $ está a ser gasto: reformas, abonos, subsídios etc.
 

Correcto, mas a AR é apenas uma em muitas instituições politicas, institutos, empresas públicas, observatórios, etc. Somando isto tudo encontra uma percentagem significativa para em 38 anos de democracia se encontrar o pais com uma divida de 128 % do PIB. Estamos em crise, restruturamos tudo, até porque estando com um plano de assistência financeira que nos obriga a o fazer. Agora falemos abertamente da restruturação das F.A., da restruturação politica, etc. É imoral que responsaveis politicos passem o tempo a falar do estado social, das F.A. etc e quando se fala por exemplo em reduzir os gastos do PR ou dos deputados tenhamos ex-secretarios de estado a dizer que são ajudados pelos pais ou um Presidente a dizer que 10 000 € não lhe dá para as muitas despesas.

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Neste fórum não faltam propostas onde poderiam ser feitos os cortes e reduções, as mesmas não ocorrem por algum motivo é, não me parece que seja preciso ser-se uma mente brilhante para perceber dentro da Defesa onde é que há dinheiro a ser torrado e onde é que ele faz falta.

Sem duvida, mas no universo dos foruns á poucas exepções. A maioria deles em 35 segundos já tem 3 ou 4 paginas de insultos que não levam a lado nenhum. A tal falta de interesse publico aliada à incapacidade que muitos tem de não saber discutir com argumentos solidos dá a razão perfeita para "os velhos do restelo" não quererem decidir e o "quero, posso e mando" de alguns corruptos, incompetentes e lembe botas se subemeter aos que vêm com clareza.

Cumprimentos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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typhonman

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #29 em: Fevereiro 15, 2013, 01:47:56 am »
a frase..

"Nos ultimos 20 anos, tivemos lá fora 1000 a 1500 homens", teremos de moldar o redimensionamento em função disso ???

 :mrgreen: