Aviação
Embraer assina hoje parceria com OGMA e EEA na produção de componentes
Parte do cargueiro militar KC-390 serão produzidos em Portugal. Acordo é assinado hoje.
A fabricante brasileira de aviões Embraer assina hoje, no Ministério da Economia, em Lisboa, um contrato com a OGMA e a Empresa de Engenharia Aeronáutica (EEA) destinado ao fornecimento de componentes para o cargueiro militar KC-390.
Os contactos entre a construtora brasileira e as empresas portuguesas têm sido promovidos pelo ministério de Álvaro Santos Pereira, que ficou responsável por reunir as condições necessárias para a concretização da parceria com a Embraer e que vai "apadrinhar" o contrato.
Os componentes serão fabricados na OGMA, incluindo a fuselagem do cargueiro militar. Já a parte do ‘design', engenharia e testes será feita no CEIIA, o centro de excelência para a inovação e indústria ligado ao sector automóvel. A realização do programa de desenvolvimento e capacitação técnica será feita pela EEA, a entidade responsável pela engenharia e ‘software', como ficou definido em Diário da República.
A fabricante brasileira tem negociado com vários países a repartição da produção dos diferentes componentes do referido avião militar, que deverá fazer o voo inaugural em 2014. A Embraer tem procurado ainda assegurar a venda destes aviões aos países envolvidos no projecto. No caso português, o Governo já avançou com uma intenção de compra de seis KC-390 para substituir os actuais Hércules C-130 da Força Aérea.
O cargueiro militar da Embraer vai receber um financiamento público até 57 milhões de euros para que parte do avião seja produzido em Portugal, segundo foi recentemente publicado em Diário da República. O projecto será financiado por fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e fontes alternativas de financiamento, caso o QREN não seja suficiente ou não se aplique, segundo um despacho publicado em Diário da República.
Este será o segundo projecto da Embraer em Portugal. A empresa brasileira está a avançar com um investimento de 148 milhões de euros em duas fábricas de componentes em Évora, uma de materiais compósitos e outra de estruturas metálicas. A construção está a decorrer dentro do calendário definido. O presidente-executivo da empresa, Frederico Curado, confirmou à Bloomberg que as fábricas começariam a produção no segundo semestre de 2012, tal como já tinha sido noticiado pelo Diário Económico.
A Embraer, contudo, depara-se com problemas na área da logística e transporte destas peças para o Brasil, uma vez que os acessos rodoviários até aos portos nacionais, em particular Sines, não são a solução ideal. Responsáveis da empresa estão a reunir com as administrações dos portos em busca de uma solução mas o plano B da empresa passa por enviar os componentes fabricados em Portugal para Bilbau, em Espanha, como admitiu recentemente o presidente da Embraer Europa, Luiz Fuchs, em entrevista ao Diário Económico.