Acho que aqui ninguém questiona as qualidades do F-35, ou se é o caça melhor posicionado para substituir os F-16.
A questão é mesmo que, esta "oportunidade de ouro", vale pouco ou nada, num país cujo governo se recusa a gastar um tostão a mais que seja na Defesa, e é o próprio que o diz descaradamente à frente de todos os outros aliados.
Logo, achar que despachamos os F-16, e os F-35 ficam garantidos, é uma ilusão tremenda.
Mas mesmo que fingíssemos que era boa ideia, e que havia de facto um desconto, eu pergunto, qual a ordem de grandeza desse desconto?? Entre 2 e 5% do valor total? Com desconto a despesa seria na mesma superior a 2500 milhões ou mais, dependendo claro do número de aeronaves e do que viesse incluído no pacote. E o Governo não quer dar esse dinheiro. Por isso, esta oportunidade, é praticamente irrelevante, já que a poupança não será suficiente para fazer o Governo mudar de ideias.
Neste momento, o melhor que temos a fazer, é tirar partido da plataforma F-16, enquanto cá estão, com a inclusão de novos armamentos e diversos melhoramentos, incluindo radar AESA. Ter o F-35 em 2027, ou 2030, ou 2035, não faz grande diferença, já que os F-16 ainda aguentam até lá (principalmente com uma actualização em cima), tendo as FA outros programas prioritários.
Para a Ucrânia, o que não falta são F-16 às paletes, de versões inferiores, equivalentes ou superiores às nossas.
Já o risco dos caças caírem nas mãos dos russos, não se prende por eles fazerem cópias do caça capturado. Tem mais a ver com a possibilidade de fazerem testes aos ditos, sobretudo a determinados sensores. Conseguiriam descobrir as fraquezas dos radares, nomeadamente a sua performance e limitações, as suas debilidades face a contra-medidas electrónicas, etc. Não esquecer que mais países utilizam F-15 e F-16, e a própria USAF ainda utiliza bastantes, e num conflito de larga escala, continuarão a ser utilizados.
Agora, estes riscos podem ser mitigados, se os ucranianos não se meterem em aventuras com eles, e os voassem sobre as zonas que controlam, fazendo ataques "stand-off" contra os russos. Na função de CAS, metia era os A-10, a voarem baixinho, e que podem descolar praticamente de qualquer lado, e têm muito mais resiliência a danos. Mas eu sou maluco.