Inteligência Artificial (IA)

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Inteligência Artificial (IA)
« em: Setembro 12, 2020, 02:07:38 am »
Tecnológica americana Protegrity cria equipa de Inteligência Artificial em Portugal



Empresa especializada em ferramentas de proteção de dados empresariais e privacidade vai investir em equipa especializada nos temas de ciência de dados e aprendizagem automática. Equipa em Portugal vai ser liderada por antigo vice-presidente do grupo Emirates

A tecnológica americana Protegrity vai criar uma equipa especializada no desenvolvimento de soluções de Inteligência Artificial (IA) em Portugal. A empresa pretende, numa primeira fase, estabelecer uma equipa de dez pessoas de perfil técnico e que deverão ser acompanhadas de outras contratações para áreas comerciais – sendo que este elemento variará mediante a necessidade e resposta do próprio mercado português.

“Queremos ter um centro de excelência em Portugal. Se me perguntar se vão ser todos contratados no primeiro trimestre de 2021, não sei, mas com certeza que durante 2021 vamos obviamente recrutar e vamos desenvolver esta capacidade a partir de Portugal”, revelou Eliano Marques, vice-presidente executivo da Protegrity e pessoa que ficará responsável por este centro de desenvolvimento, em declarações à Exame Informática,

O português, natural do Funchal, na Madeira, tem construído carreira internacional nas áreas de analítica de dados, aprendizagem automática e Inteligência Artificial – antes de se juntar à Protegrity, em agosto, foi durante dois anos vice-presidente de analítica empresarial na gigante da aviação Emirates. Já conta também com passagens pelas empresas Teradata, Deloitte Reino Unido e EDP Serviços.

Usar IA na privacidade

A Protegrity é uma tecnológica de origem americana e especializada em proteção de dados empresariais – através de ferramentas de encriptação, códigos de utilização única (tokenização) e mascaramento de dados –, no sentido de permitir às empresas terem os dados dos clientes e do negócio melhor protegidos.

A equipa que será montada em Portugal, em 2021, terá como responsabilidade desenvolver soluções de Inteligência Artificial para consumo interno na própria Protegrity, como também terão a missão de criar novas funcionalidades nas ferramentas já existentes e ajudar os clientes que a empresa vier a captar no mercado português.

Eliano Marques deu um exemplo sobre o que a equipa em Portugal poderá fazer: a Protegrity já tem uma ferramenta para que as empresas possam fazer a gestão dos pedidos feitos pelos utilizadores ao abrigo do direito a ser esquecido, previsto no novo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). “Já temos um produto que identifica onde está a informação sensível, podemos obviamente expandi-la e melhorá-la, mas podemos adicionar com Inteligência Artificial essa capacidade de dizer ‘estas 200 pessoas de facto pediram para ser esquecidas’ – nós corremos todos os vossos sistemas e encontramos informação sobre esta pessoa, mesmo num documento Word”.

O que pode parecer uma simples pesquisa de texto rapidamente complica devido aos ambientes de infraestrutura tecnológica cada vez mais complexos das empresas – dezenas ou centenas de bases de dados e algumas armazenadas em servidores próprios ou em serviços de armazenamento cloud.

Cientistas e engenheiros de dados, e especialistas em aprendizagem automática (machine learning) são os perfis que a Protegrity procura para a equipa portuguesa e que funcionará de forma descentralizada: haverá um escritório em Lisboa, mas a tecnológica pretende ter, em trabalho remoto, pessoas de outras cidades do país.

“É bom voltar a Portugal e poder contribuir para o aumento de especialistas nesta área. Quero dar esse contributo, desenvolver talento nesta área, mas acima de tudo desenvolver talento nesta área com responsabilidade social, ou seja, olhar para a parte boa da IA, olhar para a parte responsável da IA e garantir que estamos a contribuir para uma melhor sociedade no futuro em todos os temas associados à privacidade e à segurança da informação das pessoas”, explica o responsável.

Talento à portuguesa

Eliano Marques sublinha ainda que a qualidade das universidades foi um elemento importante para que este investimento fosse feito em Portugal – quanto será investido, ao certo, o executivo não revelou.

“Também aproveitei esta mudança para trazer algum investimento direto estrangeiro, nesta vertente, e terei todo o prazer e responsabilidade de fazer chegar a Protegrity ao tecido empresarial português que tenha a necessidade de garantir a segurança e privacidade dos seus clientes no que se refere à utilização da informação de forma correta e responsável para com os seus clientes”.

Apesar de este não ser um investimento de grande perfil, como tem sido recorrentemente feito por outras tecnológicas internacionais que abriram centros de desenvolvimento ou de suporte com dezenas de funcionários em Portugal, Eliano Marques defende que a necessidade de equilíbrio entre utilizar um grande volume de dados e ao mesmo tempo garantir a privacidade de toda a informação acabará por refletir-se no crescimento da equipa em Portugal.

“Se me perguntar em termos de crescimento, quero crescer toda esta estrutura e ajudar o mercado português a ser um exemplo – primeiro para a Europa e depois para o mundo no que se refere a desenvolvimento de soluções inteligentes que tenham por base a privacidade”.

https://visao.sapo.pt/exameinformatica/noticias-ei/mercados/2020-09-11-protegrity-centro-inteligencia-artificial-portugal/