Economia nacional

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Re: Economia nacional
« Responder #510 em: Junho 15, 2022, 06:00:31 pm »
O futuro deste país está cada vez mais brilhante... :-X

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/portugal-caiu-seis-posicoes-no-ranking-de-competitividade-global


Da 36.ª posição, em 2021, o país passa este ano para a 42.ª, uma descida em que somaram pontos, pela negativa, indicadores como o desempenho económico, eficiência governamental e empresarial e as infraestruturas. Dinamarca destronou a Suíça e lidera agora o ranking.
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Re: Economia nacional
« Responder #511 em: Junho 16, 2022, 03:26:00 pm »

Governo abre as portas à mão-de-obra barata
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: Economia nacional
« Responder #512 em: Junho 16, 2022, 10:32:11 pm »
Uma coisa é certa, vivemos tempos estranhos e com fenómenos (da área económica) que pouca gente conhece ou relembra-se!

O nosso maior problema, e da minha parte não escondo o cepticismo, não confio absolutamente nada no actual governo para ultrapassar esta crise que se avizinha! São incompetentes e não têem a menor capacidade de antecipar problemas!

Há um fenómeno que no passado não acontecia, a FED americana está a combater esta crise de forma oposta ao BCE!!!!!!
A FED teve humildade de reconhecer que não está a conseguir antecipar os problemas, mas agiu imediatamente e em força, para evitar alastrar mais problemas e sobe os juros acima do que toda a gente esperava e já vão em 3,75%! Esta medida visa combater com força a inflação, controlar a possível fuga de capitais mas também vai secar os mercados ao retirar dinheiro de circular. Com esta medida combate o possível desemprego e permite a economia crescer!!!!

Nós por cá temos o Banco de Portugal absolutamente optimista!!!!! Porque será!? E o BCE parece-me que tem como principal prioridade proteger as economias mais endividadas do sul!!!!! A Lagarde não tem o estofo do Draghi (esse capitalista que já trabalhou na Goldman Sachs, mas salvou o Euro, a UE e Portugal ao avisar o mercado que compra ILIMITADAMENTE toda a dívida de qualquer país da UE que precise!!!!!!!!), mas quer copiar a medida.

Nós em contrapartida temos os juros em 0,25% e em Setembro vai subir mais 0,25 ou 0,5%, muito atrás dos States que estão nos 3,75% neste momento!

Todos os países estão bastante endividados, o nosso caso já é conhecido, mas a França tem uma dívida de respeito e não muito longe da nossa, por esse motivo desconfio que a Lagarde, francesa como é, quer proteger os endividados.

Mas o elefante na sala chama-se Itália. A Itália tem as taxas de juro a disparar e não é por acaso!
Tem um endividamento crónico muito elevado e tem 2 bancos bastante grandes na iminência da falência! E é um problema que o governo italiano tem de resolver e a uma escala bastante grande!
Para além disso, durante a crise iniciada em 2007/8, a muito custo, por exemplo nós resolvemos os problemas dos nossos bancos e neste momento os rácios de cobertura de capital são muito elevados em qualquer um dos maiores bancos nacionais. O mais problemático é o Montepio e mesmo esse é..... pequeno!

No caso da Itália, eles tinham e continuam com o mesmo lixo dos incobráveis para resolver e não são trocos, são 350 mil milhões de euros!!! O que vão fazer com esse buraco? São só 100 vezes o dinheiro que injectamos no Novo Banco!!!!!!

Como parece que a nossa preocupação (do BCE) é a das taxas de juro do endividamento (para que não tenham de salvar mais nenhum país), não estamos a combater a inflação e a prazo o desemprego também vai ser um problema, mas inundamos o mercado com mais dívida e mais dívida.......

Mas também lhes digo que não me admira nada uma medida de desespero que este desgoverno tomou, a de abrir o mercado a mão-de-obra barata, que eu considero um disparate!
Então a esquerda criticou Passos por deixar os nossos jovens emigrar (só a classe mais instruída de sempre) e vamos buscar os indiferenciados para serem explorados no turismo, agricultura........

Mas uma coisa estranha que eu posso confirmar, não há pessoas para trabalhar! Colocamos no mercado de trabalho várias dezenas de jovens por ano e temos as empresas a implorarem para colocarmos lá os nossos alunos no fim do curso!!!!!! Os nossos alunos, de qualquer área dão-se ao luxo de escolher o que lhes der melhores condições!!!!! Seja na restauração, saúde, informática..... ainda esta semana mais um colega empresário que tem um Hotel, implorava para enviar-lhe um aluno qualquer!!!! A realidade é que não temos para tanta procura!!!! No interior!!!!

Nunca me lembra de tal falta de recursos humanos em décadas!

Mesmo licenciados já faltam em muitas áreas, até de professores!!!!!

Tempos estranhos e muito perigosos! E não é com habilidosos que passam pelos problemas como se não fossem deles.......
então a preocupação nacional agora são as ciclovias!!!!!
Valha-me Deus!!!!!
Com a saúde não se passa nada, nem com a inflação que nos está a fazer perder poder de compra com muito maior força do que no tempo da troika!!!!! É obra!

Mas como dobrámos a página da austeridade  ::)
Então que nome se dá a um desgoverno que aumenta os seus funcionários em 0,9% e temos uma inflação de 8%, o que é isto se não austeridade encapotada!!!!!
« Última modificação: Junho 16, 2022, 10:37:07 pm por Viajante »
 
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Re: Economia nacional
« Responder #513 em: Junho 17, 2022, 01:58:56 pm »
Há um fenómeno que no passado não acontecia, a FED americana está a combater esta crise de forma oposta ao BCE!!!!!!
A FED teve humildade de reconhecer que não está a conseguir antecipar os problemas, mas agiu imediatamente e em força, para evitar alastrar mais problemas e sobe os juros acima do que toda a gente esperava e já vão em 3,75%! Esta medida visa combater com força a inflação, controlar a possível fuga de capitais mas também vai secar os mercados ao retirar dinheiro de circular. Com esta medida combate o possível desemprego e permite a economia crescer!!!!

Nós por cá temos o Banco de Portugal absolutamente optimista!!!!! Porque será!? E o BCE parece-me que tem como principal prioridade proteger as economias mais endividadas do sul!!!!! A Lagarde não tem o estofo do Draghi (esse capitalista que já trabalhou na Goldman Sachs, mas salvou o Euro, a UE e Portugal ao avisar o mercado que compra ILIMITADAMENTE toda a dívida de qualquer país da UE que precise!!!!!!!!), mas quer copiar a medida.

Nós em contrapartida temos os juros em 0,25% e em Setembro vai subir mais 0,25 ou 0,5%, muito atrás dos States que estão nos 3,75% neste momento!

Subir as taxas de juro não é uma medida para combater desemprego e por a economia a crescer. Pelo contrário, mais juros aumenta o desemprego e arrefece a economia - aliás, é dessa forma que funciona enquanto medida de controlo da inflação. A questão é que em determinadas circunstâncias os bancos centrais podem decidir que fazem menos dano com o aumento das taxas do que a inflação faz diretamente.

Nota também que o BCE não tem os juros a 0,25% mas a -0,5%. O que se passa é que anunciou que a próxima revisão vai colocar os juros a -0,25%. Repara os sinais de menos. Os Americans anunciaram ontem juros a 1,75%. Há quem diga que vão estar nos 3% la para o final do ano, talvez tenham razão, mas ainda não estão lá.
 

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Re: Economia nacional
« Responder #514 em: Junho 17, 2022, 02:13:54 pm »
Viajante
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Como parece que a nossa preocupação (do BCE) é a das taxas de juro do endividamento (para que não tenham de salvar mais nenhum país), não estamos a combater a inflação e a prazo o desemprego também vai ser um problema, mas inundamos o mercado com mais dívida e mais dívida....

O desemprego vai ser um problema, como assim, então se existe falta de mão de obra, mesmo não qualificada, só para os Hóteis falta cerca de 15 mil trabalhadores.
E esse problema não é só a nível nacional, mas sim por toda a EU, creio que nessa área isso não venha a ser um problema, mas sim a subida dos juros para combater a inflação.
A verdade é como tu dizestes, estamos a viver momentos estranhos, onde existe uma enorme incerteza acerca do que irá acontecer.
Uma coisa parece ser certa, os últimos meses deste ano, o 2023 e talvez o 2024, não vão ser anos nada fáceis. ::)
« Última modificação: Junho 17, 2022, 02:20:17 pm por Daniel »
 

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Re: Economia nacional
« Responder #515 em: Junho 17, 2022, 02:20:25 pm »
Há um fenómeno que no passado não acontecia, a FED americana está a combater esta crise de forma oposta ao BCE!!!!!!
A FED teve humildade de reconhecer que não está a conseguir antecipar os problemas, mas agiu imediatamente e em força, para evitar alastrar mais problemas e sobe os juros acima do que toda a gente esperava e já vão em 3,75%! Esta medida visa combater com força a inflação, controlar a possível fuga de capitais mas também vai secar os mercados ao retirar dinheiro de circular. Com esta medida combate o possível desemprego e permite a economia crescer!!!!

Nós por cá temos o Banco de Portugal absolutamente optimista!!!!! Porque será!? E o BCE parece-me que tem como principal prioridade proteger as economias mais endividadas do sul!!!!! A Lagarde não tem o estofo do Draghi (esse capitalista que já trabalhou na Goldman Sachs, mas salvou o Euro, a UE e Portugal ao avisar o mercado que compra ILIMITADAMENTE toda a dívida de qualquer país da UE que precise!!!!!!!!), mas quer copiar a medida.

Nós em contrapartida temos os juros em 0,25% e em Setembro vai subir mais 0,25 ou 0,5%, muito atrás dos States que estão nos 3,75% neste momento!

Subir as taxas de juro não é uma medida para combater desemprego e por a economia a crescer. Pelo contrário, mais juros aumenta o desemprego e arrefece a economia - aliás, é dessa forma que funciona enquanto medida de controlo da inflação. A questão é que em determinadas circunstâncias os bancos centrais podem decidir que fazem menos dano com o aumento das taxas do que a inflação faz diretamente.

Nota também que o BCE não tem os juros a 0,25% mas a -0,5%. O que se passa é que anunciou que a próxima revisão vai colocar os juros a -0,25%. Repara os sinais de menos. Os Americans anunciaram ontem juros a 1,75%. Há quem diga que vão estar nos 3% la para o final do ano, talvez tenham razão, mas ainda não estão lá.

O Vicente está a misturar 2 coisas distintas. Já tinha explicado à 2 páginas atrás: https://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=12735.480

Uma coisa é a Euribor que serve de referência a todos os empréstimos dos particulares e empresas: https://www.euribor-rates.eu/pt/taxas-euribor-actuais/
E mesmo aí a taxa de juro é de -0,5% só a 1 mês, porque a maior parte dos empréstimos está indexada à Euribor a 12 meses e essa já vai em 1%.

Eu estou a falar noutra coisa, que é a taxa de juro de cedência de liquidez do BCE aos Bancos (só esses podem pedir emprestado ao BCE) e essa taxa de juro está neste momento em 0% e a partir de 1 de Julho vai passar a ser de 0,25%. Em Setembro o BCE já avisou que vai subir mais 0,25 ou 0,5%. Confirme lá: https://bpstat.bportugal.pt/serie/12504589

Quando se fala nas taxas dos bancos centrais elas são sempre constantes quando fala na Euribor, ou antiga Lisbor ou outra qualquer, ela altera todos os dias.
 

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Re: Economia nacional
« Responder #516 em: Junho 17, 2022, 02:51:07 pm »
Subir as taxas de juro não é uma medida para combater desemprego e por a economia a crescer. Pelo contrário, mais juros aumenta o desemprego e arrefece a economia - aliás, é dessa forma que funciona enquanto medida de controlo da inflação. A questão é que em determinadas circunstâncias os bancos centrais podem decidir que fazem menos dano com o aumento das taxas do que a inflação faz diretamente.

Vicente? Eu sei que a Economia não é uma ciência exacta como a matemática, mas pode ter a certeza que a inflação trás desemprego (aumento da inflação em comparação com períodos anteriores). O aumento dos juros é uma medida de combate à inflação!

Para facilitar-lhe a análise, tem de separar conceitos, como já lhe expliquei, um tem a ver com a taxa de referência da moeda feita unicamente pelo BCE (a partir de 1 de Julho sobe para 0,25%) e a outra é a taxa da dívida pública ou dos empréstimos a particulares e empresas que varia todos os dias!!!!!!

Mas quem tem o poder de despejar dinheiro na economia ou retirar dinheiro (aumentar a taxa de juro de referência do BCE) é só um e chama-se BCE!!!!!!
 

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Re: Economia nacional
« Responder #517 em: Junho 17, 2022, 03:05:45 pm »
Há licenciados a ir trabalhar para o Mercadona,que da condições e salários muito melhores que muitas empresas de "renome"

Cheira a 2011 por todos os lados e este governo insiste em arco íris e unicórnios
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Re: Economia nacional
« Responder #518 em: Junho 17, 2022, 07:50:04 pm »
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Re: Economia nacional
« Responder #519 em: Junho 17, 2022, 08:52:18 pm »
Há licenciados a ir trabalhar para o Mercadona,que da condições e salários muito melhores que muitas empresas de "renome"

Cheira a 2011 por todos os lados e este governo insiste em arco íris e unicórnios

Mercadona paga muy bien a sus 93.000 empleados.



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Re: Economia nacional
« Responder #520 em: Junho 28, 2022, 12:29:35 pm »
Um assunto importante e que já foi aqui abordado recentemente, sobre o imobiliário.
E para evitar erros, como o jornalista que colocou um título pomposo, mas logo no primeiro parágrafo percebemos que o Banco de Portugal fala no risco de descida do preço dos imóveis e o jornalista escreve em letras garrafais em certezas absolutas, quando não é nada disso que o Banco de Portugal diz e ao contrário o próprio BP já tomou medidas para apertar ainda mais o crédito à habitação o que aliada à pouca oferta (é verdade, temos poucas casas para venda, ao contrário de à uma década atrás), o BP não vê nenhuma bolha no horizonte  ::)

Artigo:
Banco de Portugal alerta para risco de queda dos preços da habitação

Banco de Portugal aponta a redução dos preços no mercado imobiliário residencial como um dos riscos para a estabilidade financeira. Redução do peso da dívida pública também está mais ameaçada.

A redução dos preços no mercado imobiliário residencial, decorrente de alterações nas condições de financiamento” é um dos riscos apontados no Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, divulgado esta sexta-feira. A entidade liderada por Mário Centeno não quer que a concessão de crédito contribua para o aquecimento do mercado.

“À semelhança do sucedido a nível internacional, e apesar da incerteza originada pela crise pandémica, os preços no mercado imobiliário residencial continuaram a aumentar em Portugal, refletindo, inter alia, a procura de habitação por não residentes, que se manteve, e a escassez de oferta”, assinala o documento. O INE divulgou, na quinta-feira, um aumento de 13% nos preços da habitação no primeiro trimestre do ano, acelerando face aos três meses anteriores.

“Nos últimos anos, o crédito bancário doméstico não tem sido o principal fator subjacente à subida dos preços da habitação. Contudo, no contexto do recente maior crescimento observado no crédito à habitação, é fundamental assegurar que este não passe a assumir um papel determinante para a evolução dos preços no mercado imobiliário“, apela o Banco de Portugal.

Desde o dia 1 abril que vigora uma recomendação macroprudencial que veio limitar os prazos máximos de pagamento dos empréstimos da casa consoante a idade dos titulares. “Uma medida que se tem traduzido numa melhoria do perfil de risco dos mutuários e das características da carteira de crédito à habitação”. O administrador Luís Laginha de Sousa, que fez a apresentação do documento, salientou que o rácio de empréstimo relativamente ao valor do colateral (LTV) da carteira de crédito à habitação “indicia resiliência a uma correção dos preços do imobiliário residencial”. O rácio médio é de 80%.

O Banco de Portugal fez ainda uma análise do risco de correção significativa nos preços praticados no ano passado, explanada numa das caixas do relatório. A conclusão é de que “ao longo de 2021, o risco de correção significativa dos preços da habitação foi avaliado como bastante limitado para o curto e médio prazos“. Assinala, no entanto, que “as circunstâncias atuais e esta análise justificam a necessidade de continuar a monitorizar os riscos no setor imobiliário residencial, em particular, num contexto de normalização da política monetária e de persistência da dinâmica de crescimento dos preços da habitação”.

BdP não espera aumento significativo no malparado

O supervisor assinala que “nos últimos meses, a economia europeia passou a estar sob o efeito simultâneo de dois choques exógenos sem precedentes e de abrangência internacional. A invasão da Ucrânia pela Federação Russa veio, em algumas dimensões, amplificar os efeitos da pandemia de COVID-19”. Além disso, “o balanço de riscos em torno das projeções da inflação está enviesado em alta devido à possibilidade de um conflito mais longo e a constrangimentos adicionais na oferta de energia”, que conduz a uma normalização da política monetária do BCE, com a subida dos juros.

Entre os principais riscos elencados, o Banco de Portugal aponta também a degradação das condições económicas das famílias. “No que respeita à situação financeira dos particulares, a redução do rendimento disponível real devido à inflação e o efeito do aumento das taxas de juro sobre o serviço de dívida, aos quais acresce a incerteza relativa à evolução da atividade económica e do emprego”, sublinha o documento.



O governador, Mário Centeno, não espera, ainda assim, um aumento significativo do incumprimento no crédito. “A resposta breve é não. As questões de incumprimento, em especial de crédito à habitação estão muito relacionadas com o mercado de trabalho e o mercado de trabalho tem demonstrado uma capacidade de resiliência que poucos antecipavam“, apontou. “As projeções para a nossa economia, para a área do Euro, para os EUA e outras jurisdições mostram uma evolução compatível com resiliência do mercado de trabalho, o que é muito positivo”, acrescentou.

O aumento do malparado pelas empresas é, no entanto, um risco apontado. “O aumento da probabilidade de incumprimento das empresas, refletindo o efeito conjunto da vulnerabilidade financeira de algumas empresas, da recuperação incompleta da atividade e da rendibilidade de alguns setores no pós-pandemia, bem como o enquadramento macroeconómico e financeiro atual”.

A subida das taxas de juro, embora beneficiando os resultados, pode levar a um maior incumprimento nas instituições financeiras. “Nos próximos anos, o aumento das taxas de juro deverá traduzir-se numa melhoria da margem financeira dos bancos e num aumento do reconhecimento de imparidades e de perdas potenciais decorrentes da desvalorização dos títulos de dívida a justo valor”.

O endividamento do Estado também é referido. A entidade liderada por Mário Centeno aponta o risco de o “rácio de dívida das administrações públicas em percentagem do PIB não prosseguir a trajetória de redução prevista, derivado da incerteza sobre a atividade económica e do aumento dos custos de financiamento”.

O relatório assinala que as taxas de rendibilidade da dívida soberana têm vindo a aumentar desde o final de 2022, refletindo-se também na subida das taxas de rendibilidade de dívida das empresas. “Nos segmentos com maior risco, as taxas de rendibilidade estão já em valores acima dos observados antes da pandemia”, aponta o supervisor.

O governador do Banco de Portugal pronunciou-se ainda sobre a nova ferramenta anunciada pelo Banco Central Europeu para evitar um grande afastamento entre as taxas de juro entre países, devido à diferente perceção de risco. “Este instrumento, que é um complemento ao processo de normalização da política monetária, vai com certeza mostrar a determinação do Eurosistema na contenção destes riscos de fragmentação”, garantiu Mário Centeno.

O responsável afirmou que o desenho da medida “não está ainda fechado”, mas não terá como objetivo limitar um determinado nível de spread (diferença face à taxa da Alemanha). “A avaliação não se reduz a um único indicador”, afirmou Mário Centeno. “Não me parece tão preocupante saber se é mais uma semana, um mês ou dois meses. O importante é a determinação do conselho de governadores”, disse sobre o tempo de aprovação da nova ferramenta.

“Se o mecanismo de transmissão da política monetária não funciona o Eurossistema tem de atuar. Foi o que fez na última década com grande sucesso e é o que continuará a fazer”, disse ainda Mário Centeno.

Criptoativos não constituem ameaça

O Relatório de Estabilidade Financeira debruça-se também sobre o papel da Finança Descentralizada ou “DeFi”, em que as transações são realizadas com recurso a smart contracts (blockchain) sem passar pela banca tradicional, e os cripoativos.

Luís Laginha de Sousa afirmou que o Banco de Portugal “não detetou evidência de que a DeFi e os criptoativos possam constituir uma ameaça à estabilidade financeira”, mas é um “tema que tem de ser acompanhado”.

O documento observa que “apesar do volume global ser pequeno, tal poderá mudar se a atividade de DeFi continuar a crescer a um ritmo acelerado, podendo vir a criar riscos para a estabilidade financeira”. Em 2021, Portugal ocupava a 18.ª posição em termos da adoção de DeFi a nível mundial.

Atualmente, o DeFi é em grande medida não regulado. “Tal deve-se ao facto de ser ainda um domínio relativamente recente, mas também às suascaracterísticass únicas, sobretudo ao seu caráter anónimo e descentralizado”, explica o Banco de Portugal, defendendo que “as autoridades de regulação terão de encontrar um equilíbrio entre a proteção da estabilidade financeira e dos consumidores e a necessidade de não bloquear a inovação”.

https://eco.sapo.pt/2022/06/24/banco-de-portugal-alerta-para-risco-de-desvalorizacao-da-habitacao/

Resumindo, esqueçam o título e leiam o artigo completo sobre a análise do BP relativamente ao sector imobiliário, reconhece que há um risco de correcção dos preços, mas não a curto nem a médio prazo, tanto que os preços continuam a subir, devido à escassez da oferta (poucas casas) e também devido à inflação!

Em lado nenhum do artigo refere que existe uma bolha!!!!!! :mrgreen:

Tanto assim é que o mercado viu os imóveis valorizarem 13% no primeiro trimestre deste ano!!!!!
https://eco.sapo.pt/2022/06/23/precos-das-casas-subiram-13-no-primeiro-trimestre/

Quem está a ponderar comprar casa, deve estar muito mais preocupado com os juros que em finais de 2023 vão chegar a 2%, pelo menos!!!!!!
« Última modificação: Junho 28, 2022, 12:37:27 pm por Viajante »
 
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Re: Economia nacional
« Responder #521 em: Junho 29, 2022, 10:45:05 am »

Gastos do Governo de António Costa a chegarem aos níveis de José Sócrates. A diferença é que agora temos uma dívida pública muito maior. Já (quase) todos sabemos como isto acaba. Tempos difíceis, muito difíceis à nossa frente.
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Re: Economia nacional
« Responder #522 em: Junho 29, 2022, 12:43:10 pm »

Gastos do Governo de António Costa a chegarem aos níveis de José Sócrates. A diferença é que agora temos uma dívida pública muito maior. Já (quase) todos sabemos como isto acaba. Tempos difíceis, muito difíceis à nossa frente.
Descontando a inflação continua muito abaixo da despesa no tempo do Socas, o que é mau. Portugal precisa de tanto investimento e gente a trabalhar na AP e nem com os juros negativos o Costa andou perto do necessário, portanto agora com os juros a subir vai ser muito pior.
 

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Re: Economia nacional
« Responder #523 em: Julho 04, 2022, 12:35:21 am »
Só para relembrar o que acontece a seguir...


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Re: Economia nacional
« Responder #524 em: Julho 05, 2022, 11:41:14 pm »


Já começa a vir aquele cheirinho...

A Troika...
« Última modificação: Julho 05, 2022, 11:41:48 pm por HSMW »
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