Será que vale a pena colocar o hangar nos NPO’s ??

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tenente

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Será que vale a pena colocar o hangar nos NPO’s ??
« em: Dezembro 29, 2014, 08:15:16 pm »
Será que vale a pena colocar o hangar nos NPO’s ??

Pelo que me é dado ler nos variadíssimos artigos sobre esta excelente classe de navios, os mesmos teriam como requisitos operacionais solicitados pela esquadrilha de helicópteros da marinha á direcção de Navios :

1.   a certificação do convés de voo para operar Helis até 5400 kgs;
2.   a aplicação de meios de reabastecimento de combustível;
3.   e um hangar telescópico com a finalidade de proteger as aeronaves da corrosão do meio marinho durante as operações mais prolongadas.

Como bem sabemos, o último requisito não foi atendido em virtude dos navios não serem dotados de Helis orgânicos. Bem, este argumento é no mínimo muito interessante, até porque como todos bem sabemos a esquadrilha de Helicópteros da marinha tem cinco unidades para guarnecer as cinco fragatas que, podem ter como dotação orgânica embarcada até um máximo de oito helicópteros lynx MK95…….

Ora bem, ainda muito recentemente a nossa marinha, enviou para Cabo Verde a Fragata NRP Alvares Cabral em missão de apoio humanitário ás populações afectadas pelo vulcão pico do Fogo na Ilha do Fogo. Se me recordo das missões atribuídas aos navios da classe Viana do Castelo que se podem ler em http://www.marinha.pt

•   Ações decorrentes da promulgação do estado de sítio ou emergência;
•   Apoio humanitário na sequência de desastre natural;


O NRP Alvares Cabral saíu da BNL com uma guarnição de 201 elementos para auxiliar o que se pensa ter sido um total de cerca de 1000 Cabo Verdianos. Não teria sido bem mais adequado ter sido um navio da Classe Viana do castelo a ter efectuado essa missão Humanitária ? Com uma tripulação de 38 elementos, cerca de 20% do efectivo empenhado na Fragata ? Para não falar em todos os custos envolvidos em tal missão tenho a certeza que se a mesma fosse desempenhada por um patrulha Oceânico com a capacidade de ter um hangar telescópico, nos ficaria muito mais económica se não vejamos apenas a diferença das tripulações empenhadas e a capacidade que os NPO’s tem de alojar mais 32 elementos que podem ser da marinha, protecção Civil, etc não teria sido bem mais acertado ?

Tanto palavreado para tentar fazer ver a quem de direito, que teria sido bem mais acertado que os nossos NPO’s possuíssem, ou, as futuras unidades venham a possuir o tal hangar telescópico tão necessário para o desempenho destas missões humanitárias e mesmo das efectuadas em zonas de baixa intensidade.
Para tal acho que existe o espaço necessário logo á ré da chaminé, removendo para tal o terceiro canhão de água e construindo uma estrutura entre as duas lanchas semi rígidas de 6,8m e a de 8,5m. O referido Hangar poderá ter cerca de 10 metros de extensão fixa e uma parte móvel de cerca de 3 metros alojando assim os 10,90metros do nosso Lynx mk95 e, quanto a largura do mesmo existe mais do que os cerca de 3 metros correspondentes aos da largura do trem principal do referido Heli. A superestrutura longitudinal fixa do hangar, não deveria ultrapassar a única grua polivalente existente, grua essa que também coloca/retira a DELTA  de nove pessoas da água pois, a estibordo o sistema TURCO, apenas consegue colocar e retirar da água a semi-rigida DELTA de 15 pessoas. A construção do referido hangar iria reduzir o convés de voo nuns bons 4 metros que poderiam/deveriam ser compensados com o prolongamento deste convês até á popa cobrindo, desse modo a totalidade da tolda.

Na minha opinião penso que será de adoptar a colocação do referido hangar telescópico nas futuras unidades desta classe.

Abraços
Ten
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 
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mafets

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Re: Será que vale a pena colocar o hangar nos NPO’s ??
« Responder #1 em: Dezembro 30, 2014, 12:46:19 pm »
Tenente, a meu ver sempre se justificou a colocação de Hangar na Classe Viana do Castelo, até permanente. Este debate chegou a ser feito no tópico do NPO 2000, chegando-se inclusive a adiantar helicópteros e até UAVs possíveis para a classe. Das classes mais recentes de OPV se não estou enganado os Portugueses e os Brasileiros são os únicos a não ter hangar permanente (embora os Brasileiros tenham sido uma compra de ocasião).


Quanto à missão a Cabo Verde nós estamos a falar de uma Erupção Vulcânica numa ilha com 55 000 habitantes onde a maior cidade (a de S. Filipe) tem perto de 8000 habitantes. Auxiliou-se cerca de 1000 porque a situação não piorou não se tornando mais grave. Se tivesse sido mesmo uma fragata era pouco, justificando-se nestes casos até o envio à prevenção de uma unidade maior, caso Portugal tivesse (um NAVPOL na minha opinião era o indicado).
 

Agora, perfeitamente de acordo quando à logica futura de existir um hangar na classe. Se não permanente, pelo menos telescópico.



Cumprimentos

P.S. Sei que não é o sitio ideal mas face aos constrangimentos e porque penso ser uma noticia importante para o debate em torno do NAVPOL e da possível aquisição do Ciroco, posto à mesma, pedindo à moderação (antes que me dêem na carola como no tópico da Marinha Australiana  :twisted: ),  se assim o entender para colocar no tópico certo.
http://www.naval.com.br/blog/2014/12/29/falta-de-dinheiro-freia-renovacao-da-esquadra-chilena/
Citar
Ainda em dezembro de 2013, falando à imprensa de seu país, o comandante dessa Força Naval, almirante Enrique Larrañaga Martin, admitira o interesse da corporação em contar com um segundo navio de assalto anfíbio da classe francesa “Foudre”, de 12.000 toneladas (a plena carga). O primeiro, “Sargento Aldea” (ex-“Foudre”), foi incorporado à esquadra chilena em dezembro de 2011, ao custo de USD 80 milhões. Entretanto, no decorrer do primeiro semestre deste ano, o assunto foi sendo revisto, e com prioridade cada vez menor.

Em Santiago, a avaliação dos almirantes foi de que a classe “Foudre”, apesar de possuir amplas possibilidades de emprego – como navio-doca, navio de controle de área, navio-hospital e de socorro a vítimas de desastres naturais –, é de operação dispendiosa. Além disso, sua manutenção exigiria um gasto com modernização considerado, nas atuais circunstâncias, inaceitável.

Sabe-se agora que, no início do segundo semestre de 2014, a Marinha do Chile comunicou oficialmente ao governo francês que desistia da aquisição do irmão-gêmeo do “Foudre”, denominado “Siroco” na frota militar da França. O navio está, agora, sendo vistoriado pela Marinha do Brasil.
Portanto o Chile desistiu da compra do Navio porque o considera dispendioso. A actualização de sistemas e a dispendiosa modernização, se não estou enganado depredo ser para o Ex-Foundre (comissionado em 1990) já que o Siroco é relativamente mais novo (foi comissionado em 1998). http://en.wikipedia.org/wiki/French_ship_Siroco_(L9012)
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/