A questão é que na MGP, está-se a meter a carroça à frente dos bois. Estamos a tentar inovar num tipo de navio que mais ninguém tem (nem mesmo os países mais ricos do mundo), e que o mais parecido são os turcos, que vão ter um porta-drones de 232m e 24000 toneladas de deslocamento, para operar UAV/UCAV a sério, e não pequenos drones civis.
Eu estou completamente de acordo com o que você afirma.
Todos conhecemos as deficiencias e os problemas.
O que eu tento lembrar, é que não deveriamos com tanta facilidade atirar pedras à marinha, porque cada uma das marinhas europeias, na sua dimensão, está mais ou menos a fazer a mesma coisa.
A nossa não tem meios. Absolutamente certo !
Mas como eu tenho afirmado várias vezes, há um problema com o poder político que está completamente em dissonância com estas realidades.
A marinha, do meu ponto de vista, apenas tenta não ficar demasiado para trás. Caso contrário, fico com a impressão que deveriamos estar a pensar nas marinhas do passado, apenas nos patrulhas, nos mísseis para atacar russos que dificilmente alguma vez cá chegariam, e em guerras que, a acreditar no que vemos na Ucrânia, tendem a ser muito diferentes no futuro, nomeadamente no mar.
Há um problema com o poder politico, mas se houver pelo menos uma estrutura mínima, que possa dar saltos maiores se lhe derem asas (dinheiro) isso tornará estas tentativas que nos parecem patéticas, em algo muito mais substancial.
Eu tenho sempre tendência para ser advogado do diabo e pensar que há sempre objetivos que não são aparentes, mas que não deixam de ser objetivos.
Porque razão em alguns dos esboços que vimos, aparecem navios com coberta corrida ?
A explicação mais simples, seria a de que já se entendeu, que para ter drones no ar durante bastante tempo, eles têm que ser lançados e têm que ter asas longas para reduzir o consumo e aumentar a autonomia.
É evidente que, para ter este tipo de drones, não adiantam navios pequeninos, corvetas adaptadas ou o que quer que seja parecido.
E aqui, voltamos à discussão do costume...
Mesmo para as marinhas do futuro, os drones precisam de uma base, e precisa ser grande, caso contrário apenas se podem utilizar quadcopters com uma autonomia extraordinariamente reduzida.