Devo dizer que não me parece sensato abdicar de ter uma aeronave de transporte mais pequena para complementar o C-130.
Por exemplo, nos Açores, uma missão muito importante é o transporte inter-ilhas. Se num dia normal, em que a "carga" típica é uma grávida, ou alguém doente que precisa de ser levado a um hospital, um avião pequeno como um Beech (para mim deveríamos operar o Beech King Air 350 para ligação e treino de bimotores) chega perfeitamente, o mesmo já não se pode dizer das situações de contingência. Por exemplo, no caso de um sismo, pode ser preciso transportar um número de feridos razoável, mas que desaproveitaria um C-130 (que poderia estar a ser usado para levar abastecimentos a partir do Continente), o mesmo se passando com equipas médicas e de resgate.
E não é só nestas missões que um C-295 ou um C-27 podem ser úteis. Por exemplo, nas missões de SAR, levando equipamento de salvamento; ou para treino de pára-quedistas, e ainda, para muitas missões de transporte, para as quais um C-130 é sobredimensionado, mas em que um Beech não chega...
Mas a principal razão, para mim, é esta: se abdicarmos de comprar uns 12 C-295/C-27 para substituir os Aviocar, o Governo também não vai financiar uma frota de mais de 8 ou 10 C-130, e isso traduzir-se-ia num decréscimo do número de células disponíveis, acrescido de desgaste adicional nos C-130, que teria que fazer todas as missões de transporte. Em vez de 6 C-130J + 12 C-27/C-297, teríamos no máximo, uns 8 ou 10 C-130J - a troca não compensa.