Lisboa quer atrair mais brasileiros e espanhois
A Associação de Turismo de Lisboa (ATL) deverá apresentar o seu novo plano estratégico para o período 2011-2014 em Setembro. O plano trará mudanças quanto ao posicionamento, mercados-alvo e produtos turísticos, num cenário em que é quase certo que os resultados do programa anterior, ficarão aquém do previsto.
Entre os objectivos traçados estava, por exemplo, aumentar o número de turistas em 5,4% anualmente, até chegar aos dois milhões, e subir as receitas da hotelaria em 8,5% ao ano. Apesar de não se saber como correrá este ano – ainda que haja boas perspectivas –, o director-geral da ATL, Vítor Costa, explica que «devido às várias crises» estas metas poderão ficar por concretizar.
Ainda que, contrapõe, «até metade do período de vigência, estavam largamente ultrapassadas».
Por isso, no novo plano a submeter aos mais de 600 membros da ATL, surge um afinamento na estratégia: em vez de ‘puxar’ pelos preços para subir a receita turística, como chegou a ser defendido, agora há que estimular as taxas de ocupação.
«Na hotelaria não há margem para descer mais os preços. Porém, as pessoas não estão disponíveis para pagar mais pelo mesmo. Como queremos crescer, teremos de apostar em trazer mais turistas. Os hotéis têm hoje determinada taxa de ocupação, mas se for superior em 10%, estão a aumentar a sua rentabilidade», justifica Vítor Costa, em entrevista ao SOL.
Brasil, campeão de investimento
Neste contexto, o novo plano também estabelece uma nova hierarquia nos mercados-alvo de promoção do Turismo de Lisboa. A grande novidade é a eleição do Brasil como mercado estratégico, sobretudo devido ao crescimento económico do país, à apetência dos brasileiros para viajar e, sobretudo, para gastar no estrangeiro.
A par, surge a Espanha, ou «as "Espanhas"» como designa o responsável, salientando que, além de dar atenção a Madrid ou Barcelona, é preciso promover Lisboa nas várias províncias. «Espanha e Brasil serão os campeões do investimento nos próximos anos», afirma. Depois surgem os mercados emissores tradicionais, como Inglaterra, França ou Alemanha. E, por fim, a promoção nos «emergentes»: EUA, Rússia ou países de Leste.
No que toca a produtos, além do turismo de negócios – que, para a ATL, continua a ‘precisar’ de um grande centro congressos, cuja localização «ideal» seria na Praça de Espanha, dada a proximidade de 4.500 quartos de hotel – e dos city breaks, a associação quer eleger o touring cultural e paisagístico como estratégico. «Na proposta também pretendemos fazer uma promoção específica para o turismo religioso, ligado à marca Fátima», adianta.
SOL