The Economist: Portugal com oitavo melhor desempenho económico entre 35 países da OCDEA revista britânica teve em conta cinco indicadores, incluindo inflação, PIB, mercado de ações ou emprego. Finlândia, Áustria, Alemanha ou Reino Unido com os piores desempenhos.André Cabrita-Mendes
7 Janeiro 2024, 09h19
A economia portuguesa registou o oitavo melhor desempenho entre os 35 países da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE).
A análise foi feita pela revista britânica “The Economist” e tem em conta vários indicadores: preços core da inflação, amplitude da inflação (calcula os items no cabaz de bens que subiram mais de 2% num ano), PIB, emprego e preços das ações em bolsa. O período em análise foi entre o quarto trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2023.
Olhando para Portugal, os preços core registaram uma subida de 3,5%, ao mesmo tempo que a inflação recuou 6,7%. Já o PIB registou uma subida de 1,4% neste período, com o emprego a subir 0,9% e os preços das ações a aumentarem 1,3%.
Portugal surge na oitava posição ex aequo com Espanha, que obteve melhor desempenho no emprego e no preço das ações, mas que esteve pior na inflação.
“Quase todos esperavam uma recessão global em 2023, à medida que os banqueiros centrais aumentaram taxas de juro para arrefecer a inflação. O consenso estava errado. O PIB global cresceu provavelmente em 3%. Os mercados laborais aguentaram. A inflação está a descer. Os mercados de ações subiram 20%”, escreve a “Economist” no ranking publicado em dezembro.
Há um ano, Portugal surgia na segunda posição neste ranking, apenas atrás da Grécia, e com a Irlanda a fechar o pódio.
Na ocasião, o PIB tinha avançado 2,9%, os preços tinham subido 9,6%, com a amplitude da inflação a ser de 82,4%, enquanto o preço das ações tinha subido 7%, e a dívida pública sobre o PIB a recuar 12%.
A lista é liderada pela Grécia, com um disparo acima de 40% nas ações, emprego e PIB a crescerem acima de 1%, e inflação a recuar 13%.
É o segundo ano consecutivo que a Grécia lidera esta lista, “um resultado notável para esta economia que até recentemente era sinónimo para má gestão”, segundo a “Economist”.
No pódio, segue-se a Coreia do Sul e os Estados Unidos no ranking com recuos na inflação, e subidas do emprego e PIB.
A Irlanda registou a maior quebra do PIB (-4,1%), com a Estónia também a registar uma recessão (-2,6%), seguidos da Áustria (-1,5%), dos Países Baixos (-1,1%) e da Islândia (-1,0%).
O maior desempenho vem da Turquia (3,3%), Polónia (2,9%), México (2,6%), EUA (2,3%), Israel (2,3%), Coreia do Sul (1,6%) e Portugal (1,4%).
Nos últimos lugares da tabela surgem algumas surpresas, como a lanterna vermelha Finlândia, fortemente afetada pela sua dependência energética da Rússia, com inflação a crescer acima de 6%, PIB de -0,4%, emprego a crescer 0,5% e preço das ações a recuar 12%.
Segue-se a Islândia e a Áustria, com este último a registar um recuo de 1,5% do PIB.
Na 30ª posição, o Reino Unido teve crescimentos anémicos do PIB e do emprego e viu o preço das ações a recuar.
Na 27ª posição, a Alemanha registou um disparo de 19% da inflação, com o PIB a ficar inalterado.
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