Mas o que já li por aqui é que faltam helis do ponto de vista economicista, não vale a pena ter um heli medio a fazer missões SAR quando as distâncias a operar são curtas e sem dúvida que faz todo o sentido. Quando falas sobre funções de escolta isso facilmente pode ser confundido, escolta a quem? A outras aeronaves? Escolta a veículos terrestres? Helis de ataque?
De forma muito simplificada, faltam helis militares. Sem contar com os helis que combatem incêndios, as forças armadas possuem 22 helicópteros, entre eles 5 Lynx que mesmo após o upgrad continuam sub-equipados sem FLIR, ECM, RWR, etc, 5 Koalas civis e 12 Merlin, dos quais apenas 4 são "militarizados", mas ainda assim estão "presos" à função SAR.
Agora que a casa está arrumada, sim, dava jeito um heli mais leve que o Merlin para SAR perto da costa. Estes helis de evacuação podem suprimir esta necessidade, mas há um grande MAS: estes serão apenas 5, se ficarem também alocados para SAR, as FA arriscam-se a continuar sem um heli para missões militares tal como já sucede hoje em dia.
Vai ter que fazer de tudo um pouco, daí a escolha do modelo ser tão crítica.
Essa justificação "são inimigos do ocidente" não deve sequer entrar aqui em linha, é algo muito enfadonho, red neck, limitador e bipolarizado, a justificação adequada é: existem embargos de armas aos seguintes países impostas pela UE: Afeganistão, Bielorrússia, RCA, China, RDC, Irão, Iraque, Líbia, Burma, Coreia do Norte, Rússia, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria, Venezuela, Iémen e Zimbabwe. Como tal não podemos considerar de momento material militar que venha deles pois mesmo que se consigam as viaturas, teremos problemas mais tarde na aquisição de partes. Pronto, faz todo o sentido para o leitor, em vez da visão redutora "não pode ser porque são o inimigo!!!".
É uma decisão estratégica, e também de bom senso. Fazemos parte da NATO, floreados e conismos à parte, não faz qualquer sentido adquirir equipamento militar destes países, para ser usado em grande parte em missões com os nossos parceiros desta organização. Ninguém no seu perfeito juízo vai treinar com o Benfica usando uma camisola do Porto.
Mas podíamos ir além dos candidatos oficiais e comentar sobre outros potenciais candidatos que não se teve em conta.
Estes são os oficiais como foi dito umas paginas atrás:
Leonardo -> AW169M
Airbus -> H145
Bell-> Venom
Pzl Sikorsky-> S-70A
FMS-> UH-60V
1. Quais as grandes diferenças entre eles?
2. Porque ficaram de fora outras grandes fabricantes como a: Boeing Company ou a Kawasaki Aerospace Company? Não quiseram concorrer, o orçamento não compensa ou outro motivo?
3. Qual vai ser a principal finalidade dele?
4. Vão-se comprar novos ou usados?
5. O Governo quando lança concursos internacionais todas as companhias têm acesso ou só lança concursos "internacionais" para meia dúzia de companhias concorrerem?
Não há candidatos oficiais porque não foi lançado concurso ainda. Há sim potenciais candidatos com base no concurso que deu origem aos Koala, e as opções em segunda-mão.
Só não há mais opções porque o valor do concurso é muito limitante, tal como sucedeu com o dos helis de treino.
Mesmo desses todos, só deve entrar a Airbus e a Leonardo. Julgo que meios usados não costumam entrar nestes concursos, nem estou a ver como é que a Pzl Sikorsky vai conseguir oferecer S70s por um valor tão baixo.
1- as diferenças entre alguns são tão grandes, que parecem 2 concursos distintos. Os S-70 e o UH-60 são médios. E de notar que a Leonardo e Airbus têm 3 ou 4 modelos diferentes com que podem concorrer cada uma, dependendo do caderno de encargos.
2- O concurso ainda não decorreu, logo não se sabe quem vai concorrer, mas para concorrer é preciso um caderno de encargos feito, e só depois serão apresentadas propostas. Se com isto tudo não entrarem, é porque ou os modelos que possuem não cumprem, ou porque o valor é demasiado baixo.
3- dos helis? Como disse antes, "tudo um pouco". Transporte, inserção de forças especiais, escolta, CAS, reconhecimento, medevac, e por aí em diante. É o pau para toda a obra.
4- os usados têm sido recusados, pelo que se tem sabido. Portanto dificilmente virão os Venom ou Blackhawk, a não ser que mudem de ideias até ao concurso. Portanto serão à partida novos, apesar do orçamento limitado que reduz muito as opções.
5- que eu saiba sim. O que limita os candidatos são depois os requisitos/orçamento do concurso, que pode torná-lo menos apelativo, ou absolutamente impraticável, para os fabricantes fazerem qualquer proposta. Foi isto que sucedeu com os 4x4 blindados.