As contrapartidas para empresas portuguesas

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Marauder

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As contrapartidas para empresas portuguesas
« em: Junho 30, 2006, 09:03:10 am »
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Governo diz que contrato dos submarinos está cumprido a 40%
O presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) afirma que o contrato de contrapartidas para empresas portuguesas pela compra dos submarinos está cumprido a 40%, mas considera «grave» que o dos helicópteros só tenha 5% de cumprimento.

De acordo com o presidente da CPC, pela aquisição de equipamento militar por parte do Estado português, estão em curso sete contratos de contrapartidas - um dos quais já concluído, relativo à aquisição da primeira esquadrilha de F-16, da responsabilidade da Lockheed Martin, no valor de cerca de 94,7 milhões de dólares.

Também segundo o mesmo responsável, os contratos relativos à aquisição de torpedos para a esquadra de submarinos (de 46,4 milhões de euros) e de veículos blindados com rodas à Steyer (de 516 milhões de euros) «entraram em vigor apenas no início deste ano, porque aguardaram visto do Tribunal de Contas».

«Tanto o contrato relativo aos torpedos, como aos veículos blindados com rodas, como só agora entraram em vigor, têm ainda oito anos para serem cumpridos», salienta.

Rui Neves refere que também são recentes os contratos de contrapartidas pela aquisição dos C-295 (assinado em Fevereiro e que aguarda visto do Tribunal de Contas) e para o «up-grade» de duas esquadrilhas de F-16 da Lockheed Martin.

O presidente da CPC sublinha que o maior contrato de contrapartidas, no valor de 1,2 mil milhões de euros, envolve a aquisição de submarinos à HDW, mas adianta que o seu cumprimento, ao fim de ano e meio, «atingiu já os 40%».

«Esses 40% tem muito ver com um conjunto de encomendas colocadas nos estaleiros de Viana do Castelo, que se assumiu como um dos eixos desse concurso», aponta este responsável, que tomou posse do seu cargo em Maio de 2005.

«Independentemente das expectativas de algumas empresas, temos ainda seis anos e meio pela frente» para cumprir o contrato de contrapartidas« com a HDW, refere Rui Neves, adiantando, no entanto, que alguns dos projectos constantes neste programa de contrapartidas »terão de ser redefinidos«.

De acordo com a explicação do presidente da CPC, alguns destes projectos de contrapartidas - e que poderão ser reajustados - começaram a ser definidos em 1997, »e em sete anos, até 2004, houve muita coisa que mudou«.

Interrogado sobre a possibilidade de os futuros submarinos da Marinha portuguesa ficarem dependentes de uma empresa grega ao nível da manutenção das baterias - uma queixa do presidente da Autosil, Pedro Sena da Silva -, o presidente da CPC desvaloriza este ponto.

»Defendo que deve haver indústrias nacionais viáveis ligadas à Defesa, o que significa têm de trabalhar para o mercado internacional.

Da mesma forma, tenho de aceitar também que Portugal envie alguns dos seus equipamentos para manutenção no exterior«, sustenta.

Rui Neves diz mesmo que »Portugal não se pode dar ao luxo de ter uma falsa independência nacional em torno de manutenção de equipamentos«.

»Não presumo que as guerras do futuro sejam com a Grécia ou com qualquer outro país« aliado de Portugal na NATO, acrescentou o presidente da CPC.

Já em relação à aquisição de helicópteros EH 101 ao consórcio ítalo-britânico Agusta/Westland, o presidente da CPC reconhece que »é um contrato que tem corrido mal«, tendo um grau de cumprimento de cinco por cento num prazo de quatro anos e meio.

»Finalmente, estão a ser criadas as condições para renegociar este contrato, em circunstâncias que defendam o Estado Português, disse Rui Neves. Embora sem especificar em que moldes irá ocorrer a renegociação do contrato.

Sobre os processos de contrapartidas, o anterior presidente da CPC, o ex-dirigente do CDS-PP Pedro Brandão Rodrigues (nomeado para o cargo pelo ex-ministro da Defesa Paulo Portas) recusou-se a prestar declarações à agência Lusa.

No entanto, um membro da sua anterior equipa responsabilizou o segundo Governo socialista de António Guterres (e o então ministro da Defesa Rui Pena) pelas dificuldades criadas na execução das contrapartidas com o consórcio Agusta/Westland.

«No tempo em que Rui Pena foi ministro da Defesa, em 2001, foi cometido um erro, porque se adjudicaram os helicópteros sem se garantirem as contrapartidas, contrato este que apenas fechámos em 2005 e com grande dificuldade», refere um elemento da anterior CPC.

Este ex-responsável da CPC considera «naturais» as queixas de algumas empresas em relação à equipa de Pedro Brandão Rodrigues, «porque há sempre quem pretenda beneficiar de contrapartidas sem ter condições para isso».

«Todos os contratos de contrapartidas negociados pela equipa a que pertenci [entre 2002 e 2005] foram negociados com garantias de 25 por cento do valor total desses mesmos contratos. Só o contrato dos submarinos, por atingir um valor de 1,2 mil milhões de euros, tem uma garantia de 10 por cento», sustenta este responsável da CPC dos tempos dos executivos PSD/CDS-PP.

«No momento em que deixei a CPC não havia nenhuma queixa em relação ao contrato dos submarinos e em todos os contratos o Estado Português ficou bem defendido», advogou ainda.

Diário Digital / Lusa

30-06-2006 6:00:00


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=234286

Realmente o caso dos EH101 está uma nódoa relativamente às contrapartidas..
 

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Marauder

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« Responder #1 em: Junho 30, 2006, 09:05:59 am »
Mais umas histórias...

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Defesa: Empresário suspeita de interesses partidários
O ex-dirigente socialista e empresário Henrique Neto suspeita que «interesses partidários» estejam a interferir nos negócios de milhões de euros das contrapartidas para empresas portuguesas da compra de material militar por parte do Estado a consórcios estrangeiros.

Em declarações à Lusa, o antigo deputado do PS e presidente da empresa Iberomoldes (Marinha Grande) estranha o silêncio dos sucessivos governos nesta matéria, adiantando que entrou no processo das contrapartidas da compra de material militar, um negócio avaliado entre 2,6 a 3 mil milhões de euros, a convite da Escom, do Grupo Espírito Santo.

As contrapartidas decorrem dos contratos de compra de equipamento militar e prevêem que os consórcios vencedores se comprometam a arranjar negócios para empresas portuguesas.

Pelos contratos assinados pela Iberomoldes - e que foram mediados pela Escom -, os consórcios Agusta/Westland, fornecedores dos helicópteros EH 101 ao Estado português, e a HDW, vencedor do concurso dos submarinos, comprometeram-se a encontrar clientes para exportações da empresa da Marinha Grande.

Os produtos a exportar pela Iberomoldes - peças em fibra de carbono - seriam destinados aos sectores da aeronáutica e da indústria automóvel, em particular para as multinacionais da BMW, Jaguar e Mercedes.

Essas encomendas, afirmou, deveriam atingir um valor global de cerca de 50 milhões de euros, mas, até hoje, nenhum dos contratos de contrapartidas com a sua empresa foi cumprido, o que o leva a concluir estar perante «um escândalo».

«As empresas que venderam ao Estado português os submarinos e os helicópteros não fazem o mínimo esforço para cumprir o acordos de contrapartidas e podem estar em causa mais de mil milhões de euros em exportações de empresas privadas nacionais», salienta Henrique Neto, antes de considerar «extraordinário» o alegado silêncio dos sucessivos governos de Portugal em relação a esta matéria.

Henrique Neto interroga-se também sobre a razão que os executivos de Durão Barroso, Pedro Santana Lopes e de José Sócrates, «de diferentes cores políticas», nunca usaram o poder político para forçarem essas multinacionais na área da Defesa a cumprirem os acordos de contrapartidas.

«Se os governos anteriores (PSD/CDS-PP) negociaram mal os acordos de contrapartidas militares, é muito estranho que o actual executivo (do PS) não diga isso em público, até porque na política é sempre com rapidez que se passam culpas para o passado», aponta o empresário, que levanta a hipótese de existirem «negócios menos claros» neste processo.

«Pode haver negócios menos claros no processo das contrapartidas militares. Não devo evitar as palavras: existem suspeitas que há interesses partidários metidos nisto. Não é normal que dois partidos se sucedam no poder e tenham comportamentos exactamente iguais numa questão em que o interesse nacional está claramente expresso», afirma Henrique Neto.

O presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas (organismo dependente dos ministérios da Defesa e da Economia), Rui Neves, apenas reconhece «atrasos graves» na execução das contrapartidas pela adjudicação dos helicópteros EH 101 ao consórcio Agusta/Westland.

«De todos os contratos em vigor só podemos fazer balanços com os contratos relativos aos submarinos, no valor de 1,2 mil milhões de euros, e dos helicópteros, no valor de 400 milhões de euros, porque todos os outros estão em início de execução. No caso dos submarinos, estão neste momento cumpridos mais de 40 por cento [dos projectos de contrapartidas] e esses 40 por cento têm muito a ver com um conjunto de encomendas colocadas nos estaleiros de Viana do Castelo», refere o presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC).

Rui Neves explica a sua recusa em fazer críticas públicas ao seu antecessor na CPC, o ex-dirigente do CDS-PP Pedro Brandão Rodrigues, alegando que Portugal «é um país em que se passa a vida a tentar justificar aquilo que não se fez, em vez de se preocupar em fazer as coisas avançar».

Diferente perspectiva sobre o cumprimento do programa de contrapartidas com a aquisição dos submarinos, envolvendo o consórcio germânico HDW, tem o presidente da Autosil, Pedro Sena da Silva, também vice-presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).

Com a Autosil, empresa portuguesa que fabrica e monta baterias, a história das suas relações com o consórcio alemão é semelhante à que se passou com a Iberomoldes e com o consórcio ítalo- britânico Agusta/Westland.

Em 2003, na sequência de um convite da Escom, a Autosil foi uma das empresas integrada na lista de contrapartidas a prestar pelo consórcio alemão HDW pela venda de submarinos, entrando para um contrato no valor de 1,2 milhões de euros para a montagem de baterias dos submarinos (que seriam fabricadas pela empresa grega Sunlight) e para a exportação de baterias para os camiões MAN.

No entanto, após a adjudicação dos submarinos à HDW, no final de 2003, «houve um total silêncio» e um «notório abrandamento de solicitações por parte do consórcio alemão».

Pedro Sena da Silva referiu que, a muito custo, a sua empresa conseguiu convocar uma reunião para 27 Setembro de 2005, juntando a HDW, os gregos da Sunlight e a Marinha portuguesa - encontro cuja acta demonstra que foram reafirmados os princípios do compromisso assumido em 2003, apenas com uma nova calendarização das etapas a seguir.

Porém, segundo o empresário, poucos dias depois desta reunião de 27 de Setembro, no início de Outubro do ano passado os gregos da Sunlight comunicaram à Autosil, através de correio electrónico, que, «por decisão da Marinha portuguesa, as baterias não só seriam fabricas na Grécia, como também seriam montadas neste país, cabendo apenas à empresa portuguesa a activação das baterias».

Nessa mesma missiva, os gregos diziam que o contrato da Autosil reduzir-se-ia do valor inicial de 1,2 milhões de euros para pouco mais de 150 mil euros.

«Imediatamente, manifestamos a nossa surpresa à comissão de contrapartidas, que também manifestou a sua surpresa, embora, até hoje, nada tenha acontecido. Para mais, a Marinha Portuguesa nunca assumiu formalmente a sua preferência por ter baterias totalmente gregas», alega o empresário.

Já em relação à promessa da HDW de que a sua empresa também iria exportar baterias para os camiões da MAN, o vice-presidente da CIP diz que esse contrato teve um cumprimento igual a «zero».

Perante este caso envolvendo o consórcio germânico, uma empresa grega de baterias e o «silêncio» das entidades oficiais nacionais - caso que o empresário considera «suspeito» -, Sena da Silva lamenta que, «até agora, estranhamente, nunca tenha existido envolvimento dos sucessivos governos».

«É preciso lembrar que se optou pelos submarinos alemães [em vez de franceses] por causa das contrapartidas dadas às empresas nacionais e não deixa de ser curioso que o grande beneficiário da compra de submarinos aos alemães acabe agora por ser uma empresa grega», aponta.

Pedro Sena da Silva adianta que, «depois da adjudicação, quer com o anterior Governo, quer com o actual, sentimos que este assunto da maior importância não é tratado ao nível da responsabilidade que devia», considerando mesmo haver «uma total ausência de resposta [por parte das entidades oficiais], como se o assunto não fosse interessante».

Entre as empresas com queixas do processo de contrapartidas, está também uma das maiores firmes nacionais, a Efacec, que deveria receber encomendas «num montante avultado» por parte dos consórcios HDW e Agusta/Westland.

Fonte da empresa da Maia reconheceu à agência Lusa «dificuldades em fazer cumprir os acordos negociados» com estes consórcios, mas o mesmo responsável admitiu ainda ter «esperança» que alguns deles «conheçam uma nova calendarização ou sejam negociados em outros moldes».

Entre outras encomendas, no negócio das contrapartidas, terá sido prometido à Efacec o seu envolvimento na renovação do aeroporto do Cairo (Egipto), o que nunca se terá concretizado.

Diário Digital / Lusa

30-06-2006 6:00:00


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=234287

E que tal meterem nos contractos....por cada valor percentual de contrapartidas não efectuadas, o mesmo será descontado no preço final do contracto.......de certeza que a AgustaWestland pensaria 2 vezes em termos de ter o contracto apenas a 5%  :lol:  :lol:
 

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Luso

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« Responder #2 em: Junho 30, 2006, 10:12:08 am »
Alguém viu ontem a FABULOSA entrevista feita ao presidente da Ibermoldes que fo difundida na SIC Notícias?

Deveria ser repetida na SIC para todo o "Pobão" ver.
Pancadaria a torto e a direito no governo com factos que demonstram a indigência mental de quem o integra.

Quanto às contrapartidas...

"O Estado português nunca fez nada ao nível das contrapartidas. No caso dos submarinos, quem teve a iniciativa foi o Banco Espírito Santo que reuniu empresários para ver de que maneira estaria interessados nessas contrapartidas"...
Já não me surpreende.

Ontem também tive uma reunião com o gestor de um grande grupo de logística que confidenciou alguns factos (documentados) que mais uma vez demonstram a fraude (e traidor) que é Mário Lino.
Mas isso fica para o próximo programa.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Lancero

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« Responder #3 em: Junho 30, 2006, 10:53:28 am »
E mais...

Defesa/Contrapartidas: Governo só accionará garantias em última instância

Lisboa, 30 Jun (Lusa) - O presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) afirma que a execução de garantias aos consórcios vendedores de equipamento militar a Portugal, por incumprimento de contratos de contrapartidas com empresas portuguesas, só será accionada em última instância.

      As contrapartidas decorrem dos contratos de compra de equipamento militar e prevêem que os consórcios vencedores se comprometam a arranjar negócios para empresas portuguesas.

      Segundo Rui Neves, caso os consórcios que venderam equipamento militar a Portugal não cumpram os seus contratos de contrapartidas, "serão executadas as garantias" após a conclusão dos prazos para o cumprimento desses contratos, que é de cerca de quatro anos no caso dos helicópteros EH 101 e de seis anos e meio no caso dos submarinos.

      No entanto, o presidente da CPC entende que a execução das garantias deve apenas constituir a solução de último recurso por parte do Estado Português.

      "Não sei se o país ganha com a execução das garantias [dos contratos], que apenas deve existir como solução de última instância. A execução das garantias é sempre mais pobre do que o cumprimento dos contratos [por parte dos consórcios vendedores], porque o maior interesse é que as empresas nacionais obtenham negócios, tecnologias e exportações", declarou este responsável, cujo cargo é tutelado pelos ministros da Defesa, Luís Amado, e da Economia, Manuel Pinho.

      Nas poucas declarações que fez sobre o processo das contrapartidas, o ministro da Defesa assumiu que os contratos de celebrados com empresas que venderam material militar ao Estado "têm estado a ser renegociados" e apontou como exemplos os casos relativos aos submarinos, aos helicópteros EH-101 e aviões C-295.

      No final da reunião do Conselho de Ministros de 01 de Junho, numa crítica implícita aos anteriores governos PSD/CDS-PP, Luís Amado disse que esses contratos "não identificavam claramente aquilo que era o interesse estratégico para a indústria portuguesa" nem potenciavam o "impacto que podiam ter em nichos específicos" da indústria nacional.

      Sobre as relações com as empresas, na mesma reunião do Conselho de Ministros, o titular da pasta da Defesa referiu-se à recente aprovação de dois diplomas relativos ao regime jurídico de contrapartidas e ao novo estatuto da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC), também aprovados nessa reunião do Governo.

      Trata-se, disse Luís Amado, de criar um "acompanhamento contínuo e profissionalizado" da execução do pacote de contrapartidas (negociadas com as empresas às quais são comprados os novos equipamentos militares) dos vários contratos, no valor de cerca de três mil milhões de euros.

      Em declarações à Lusa, e sem dar mais pormenores, o ministro da Economia,  Manuel Pinho, limitou-se a dizer: "Só há um contrato que vai ser renegociado. O resto está tudo bem".

      Sem se referir directamente ao passado, Rui Neves disse que o Governo vai passar agora a ter, "finalmente, uma estrutura profissionalizada na CPC", organismo que "terá uma equipa permanente (e não elementos emprestados por outras entidades) e também, pela primeira vez, um orçamento próprio".

      Rui Neves recusa que alguma vez tenha existido falta de disponibilidade da CPC para receber as queixas dos empresários no processo de contrapartidas, alegando que logo que tomou posse do cargo a primeira coisa que fez foi " receber os representantes das empresas beneficiárias de contrapartidas para identificar as dificuldades existentes".

      O presidente do CPC recusa igualmente que exista qualquer "secretismo" político, sustentando que tem estado presente "com regularidade nas comissões parlamentares de Economia e Finanças e de Defesa Nacional".

      Como explicação para alguns dos problemas existentes neste processo, Rui Neves referiu que as empresas públicas e privadas nacionais "têm dificuldades nos contratos de contrapartidas", porque estes contratos "implicam normalmente que pequenas e médias empresas [portuguesas] falem com empresas de grande dimensão".

      "Os objectivos comerciais das empresas nacionais têm de ser definidos de forma clara, mas esta dificuldade tem vindo a ser ultrapassada, através de encontros regulares entre a CPC e as empresas fornecedoras e beneficiárias de contrapartidas", disse.

       

      Com som e imagem em Lusa/Rádio e Lusa/TV, no "site" www.lusa.pt
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Lancero

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« Responder #4 em: Junho 30, 2006, 10:54:13 am »
Defesa/Contrapartidas: Júdice considerou "chocante" processo dos submarinos

Lisboa, 30 Jun (Lusa) - José Miguel Júdice, advogado do consórcio derrotado no processo de venda dos submarinos ao Estado Português, os franceses da DCN-I, considerou "chocante" a forma como em 2003 a adjudicação foi entregue aos concorrentes alemães da HDW.

      O Governo PSD/CDS-PP, liderado por Durão Barroso, adjudicou em 2003 o fornecimento de dois submarinos aos alemães da HDW por 845 milhões de euros e não considerou uma proposta dos franceses da DCN-I de 835 milhões de euros por ter sido entregue fora de prazo.

      Pelo contrato de adjudicação de dois submarinos, o consórcio germânico comprometeu-se a proporcionar contrapartidas a empresas nacionais num montante de 1,2 mil milhões de euros - ponto que terá sido determinante para a sua vitória no concurso com os franceses.

      Até hoje, segundo a versão do Governo, os alemães terão cumprido 40 por cento do contrato de contrapartidas, investimento que, na sua maioria, terá sido aplicado nos estaleiros de Viana do Castelo - perspectiva que suscita dúvidas a empresários contactados pela Lusa.

      " agência Lusa, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados recusou- se a prestar novas declarações sobre o processo de adjudicação dos submarinos aos alemães em 2003, remetendo a sua posição para os motivos que o levaram a apresentar um recurso da decisão do Governo, no Supremo Tribunal Administrativo, em Dezembro de 2003.

      Em Dezembro de 2003, em declarações ao jornal "Expresso", José Miguel Júdice classificou como "chocante" todo o processo, dizendo que o concurso dos novos submarinos para a Marinha se tratou de "um caso exemplar de como as coisas não devem ser feitas".

      Na opinião do advogado do consórcio francês, a decisão foi "viciada por violação da lei - não foram cumpridas as regras do concurso - e desvio de poder, não por desonestidade, mas pelo facto de os concorrentes [alemães] se terem apresentado com outro submarino, diferente do inicialmente proposto".

      "Há regras ou não?", perguntou então o ex-bastonário.

      O advogado reclamou ainda por não lhe ter sido permitido "o acesso a peças essenciais ao processo - nomeadamente, os pareceres jurídicos pedidos pelo ministro da Defesa [Paulo Portas] - com o fundamento de as mesmas estarem sujeitas a regras de confidencialidade, segredo de Estado e segurança nacional que não se justificam neste caso".

      Em declarações à agência Lusa, também o ex-dirigente socialista e empresário Henrique Neto se queixou de um alegado "secretismo" existente ao nível dos contratos celebrados entre o Estado Português e os consórcios a quem foram adjudicadas compras de material militar.

      "As empresas portuguesas que fizeram acordos por escrito com esses consórcios estrangeiros naturalmente que conhecem os seus acordos, mas desconhecem fez com essas entidades vendedoras dos equipamentos. Suspeito que esses acordos tenham sido mal feitos e mal negociados, mas essa é a explicação mais suave que podemos ter para o desinteresse dos sucessivos governos", acusa Henrique Neto.
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Lancero

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« Responder #5 em: Junho 30, 2006, 10:55:17 am »
Defesa/Contrapartidas: CIP diz que há "nevoeiro" no cumprimento dos contratos

   Lisboa, 30 Jun (Lusa) - O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) diz que as empresas nacionais estão sem receber encomendas prometidas, no valor de 3.000 milhões de euros, resultantes dos contratos de contrapartidas militares, estranhando que haja muito "nevoeiro" neste processo.

      "Parece que os contratos de contrapartidas, que poderiam envolver 3.000 milhões de euros para a indústria nacional, estão envolvidos em nevoeiro propositadamente", declarou Francisco Vanzeller à agência Lusa, lamentando depois que se trate de um problema que "vem já dos anteriores governos [PSD/CDS-PP]".

      As contrapartidas decorrem dos contratos de compra de equipamento militar e prevêem que os consórcios vencedores se comprometam a arranjar negócios para empresas portuguesas.

      Segundo Francisco Vanzeller, em relação ao cumprimento dos contratos de contrapartidas, "pelo lado da indústria nacional, sabe-se que não há praticamente encomendas e que, pelo lado do Governo [actual], não há quase resposta".

      "Tive uma conversa com o primeiro-ministro, José Sócrates, que me deu informações sobre a forma como poderia obter respostas em relação aos contratos de contrapartidas, mas ele próprio não conhecia as respostas. Tive também uma conversa muito agradável com o ministro da Defesa, Luís Amado, que me vai mandar elementos do processo, mas que também me disse não saber muito", referiu.

      Francisco Vanzeller afirmou ainda ter enviado duas cartas "urgentes" sobre o assunto das contrapartidas militares ao Ministério da Economia e da Inovação, mas não recebeu qualquer resposta.

      "Não gosto de levantar suspeitas, mas, quando está em jogo tanto dinheiro, tanto disfarce e tanta confidencialidade, somos obrigados a desconfiar. Não acredito que se esteja a roubar dinheiro. Talvez seja antes um caso de falta de atenção, ou talvez se ache que as contrapartidas não eram para cumprir logo de entrada", admitiu o presidente da CIP.

      Nas queixas contra actuação das entidades oficiais portuguesas no processo de contrapartidas, o ex-dirigente socialista e presidente da Iberomoldes da Marinha Grande, Henrique Neto, foi mais longe do que o presidente da CIP nas suas declarações à agência Lusa e disse mesmo suspeitar de "interesses partidários".

      "Se os governos anteriores (PSD/CDS-PP) negociaram mal os acordos de contrapartidas militares, é muito estranho que o actual executivo (do PS) não diga isso em público, até porque na política é sempre com rapidez que se passam culpas para o passado", aponta o empresário, que levanta a hipótese de existirem "negócios menos claros" neste processo.

      "Pode haver negócios menos claros no processo das contrapartidas militares. Não devo evitar as palavras: existem suspeitas que há interesses partidários metidos nisto. Não é normal que dois partidos se sucedam no poder e tenham comportamentos exactamente iguais numa questão em que o interesse nacional está claramente expresso", afirma Henrique Neto.

      No entanto, O presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC), Rui Neves, afirma que o contrato das contrapartidas pela aquisição dos submarinos (no valor de 1,2 mil milhões de euros) está cumprido a 40 por cento, mas considera "grave" que o dos helicópteros (que ronda os 403 milhões de euros) só tenha cinco por cento de cumprimento.

      "O nosso patamar mínimo para o cumprimento das contrapartidas é cem por cento. A lei é muito clara: se não houver cumprimento total num determinado projecto, pode haver compensação em outro projecto [em que se ultrapassem os objectivos], mas, no final, tem de se atingir cem por cento", declarou Rui Neves, que em Maio de 2005, sucedeu ao ex- dirigente do CDS-PP Pedro Brandão Rodrigues na presidência da CPC.

      Segundo Rui Neves, caso os consórcios que venderam equipamento militar a Portugal não cumpram os seus contratos de contrapartidas, "serão executadas as garantias", após a conclusão dos prazos para o cumprimento desses contratos, que é de cerca de quatro anos no caso dos helicópteros EH 101 e de seis anos e meio no caso dos submarinos.

      No entanto, o presidente da CPC entende que a execução das garantias deve apenas constituir a solução de último recurso por parte do Estado Português.

      "Não sei se o país ganha com a execução das garantias [dos contratos], que apenas deve existir como solução de última instância. A execução das garantias é sempre mais pobre do que o cumprimento dos contratos [por parte dos consórcios vendedores], porque o maior interesse é que as empresas nacionais obtenham negócios, tecnologias e exportações", declarou este responsável, cujo cargo é tutelado pelos ministros da Defesa, Luís Amado, e da Economia, Manuel Pinho.

      Rui Neves apontou ainda como dificuldade no cumprimento dos contrapartidas o facto de colocarem em negociação pequenas e médias empresas nacionais com grandes consórcios internacionais.

      Mas Francisco Vanzeller recusa este argumento de que os contratos de contrapartidas não são cumpridos por alegada fraqueza da indústria nacional perante grandes multinacionais estrangeiras fornecedoras de equipamento militar.

      "Isso são desculpas, porque a Efacec tem problemas e não é uma pequena empresa nacional. A Autosil não é também uma pequena empresa, mas as encomendas prometidas [baterias] foram parar a uma pequena firma da Grécia", reage o presidente da CIP.

       

      Com som e imagem em Lusa/Rádio e Lusa/TV, no "site" www.lusa.pt
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Marauder

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« Responder #6 em: Julho 19, 2006, 12:11:34 pm »
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Compras militares podem gerar cluster aeronáutico
Os cerca de 1.000 milhões de euros que o Estado irá gastar nos contratos de renovação de equipamento da Força Aérea «são uma oportunidade para criar um cluster aeronáutico em Portugal, adianta o Diário Económico referindo-se ao volume de contrapartidas previstas para a indústria de defesa.

A hipótese de germinação de um cluster na aeronáutica coincide com uma conclusão da actual Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC), a qual está em remodelação, mas que também é subscrita pelo Governo, nota o jornal.

É que, a nova política de gestão das contrapartidas resultantes da compra de meios militares vai privilegiar sectores/empresas na área «aeronáutica, construção naval e tecnologias de informação».

A definição destes três sectores prioritários, explica o artigo, «é uma das novidades introduzidas pelo Governo, que respondendo às críticas (como as do empresário Henrique Neto), quer aumentar a eficácia deste mecanismo de incentivo à economia».

As novas orientações, «que aguardam apenas o aval de Belém, entrarão em velocidade cruzeiro na próxima Lei de Programação Militar», a aprovar pelo Parlamento na quinta-feira.

Segundo antecipa o jornal, o ex-titular da Defesa, Luís Amado, deixou nas mãos do seu sucessor (Severiano Teixeira) algumas decisões importantes para o sector. Uma delas, nota o DE, é o modelo que a nova Lei de Programação Militar irá definir – para o presente e futuros governos - na negociação de contrapartidas a obter de grandes investimentos em equipamento militar.

A nova Lei de Programação, cujo período de aplicação decorre de 2006 a 2023, tem um montante de investimentos previstos (para os três ramos das FA) no valor de 5,45 mil milhões de euros, pelo menos até 2018.

Os contratos de contrapartidas somam cerca de 2,72 mil milhões de euros, embora estes valores incluem contratos da anterior LPM, como é o caso das contrapartidas dos submarinos.

19-07-2006 9:29:05


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=236739

Vamos a ver..
 

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antoninho

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« Responder #7 em: Julho 19, 2006, 05:48:05 pm »
Contrapartidas da Indústria de Defesa 06:30
Decisões na Defesa aguardam Severiano
Lei de programação militar será aprovada amanhã na AR. Mas Luís Amado deixou outras decisões para o seu sucessor.

David Dinis

Luís Amado, agora ministro dos Negócios Estrangeiros, deixou nas mãos do seu sucessor na pasta da Defesa Nacional as decisões mais importantes do sector.
A primeira é a Lei de Programação Militar, que servirá de base a todos os contratos de contrapartidas que o Estado vier a negociar nos próximos anos. O diploma já tinha sido enviado para o Parlamento com as novas orientações, aguardando-se a sua aprovação final amanhã - tanto quanto se sabe, sem alterações, nem reservas do novo ministro
Mas outra das decisões que se “cozinhavam” no Restelo (sede do Ministério) era a alteração do modelo de negociação de contrapartidas aos grandes investimentos em aquisições militares.
Em entrevista ao DE, aquando da aprovação da LPM, Luís Amado deixava a opção que aguarda decisão de Belém: “Uma clara reorientação do que deve ser a execução da lei e das contrapartidas para a indústria portuguesa, que não devem confinar-se apenas às da Defesa como se verificou, no passado. Ou seja, há um conjunto de indústrias que podem ser arrastadas - através das contrapartidas - para o sector da Defesa.”
Nessa entrevista, Amado deixava outra pista: “Custa-nos aceitar que seja o Ministério da Defesa que tenha a tutela de sectores como a aeronáutica, a construção naval, as telecomunicações ou software”. Alterações que aguardam, agora, por Severiano Teixeira.
Quanto à LPM, a nova versão da lei mantém no longo prazo a tendência de avultados investimentos nos três ramos das Forças Armadas - mas consideravelmente menores até 2009, devido às restrições impostas pela situação orçamental portuguesa (e correcção imposta pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento). O que, naturalmente, reduzirá também os contratos de contrapartidas a negociar neste período.
Só a partir de 2010 está previsto o grosso do investimento público militar, que ascende a 5.450 milhões de euros até 2023. A próxima revisão da lei está prevista, no entanto, para 2010.

Contratos de Contrapartidas em carteira: ponto de situação

1 - 1.210 milhões nos submarinos
O contrato de contrapartidas associado à compra de dois submarinos para a Marinha entrou em vigor em Outubro de 2004 e é  válido por oito anos.  O valor global das contrapartidas ascende a 1.210 milhões de euros. A GSC, o consórcio alemão vencedor, afirma ter já concretizado 547 milhões de euros (45% do total), incluído contratos negociados ainda antes da adjudicação dos submarinos (pre-offsets).

2 - 401 milhões nos helicópteros
O contrato com a Agusta Westland International para aquisição dos helicópteros que subsitituem os Puma data de Dezembro de 2001. A taxa de execução das contrapartidas é de apenas 8%. O valor em causa ascende a 401 milhões de euros. O consórcio está a renegociar os contratos.

3 - 516 milhões nos Blindados
Os austríacos da Steyr-Daimler-Puch, forcedores dos blindadas, comprometeram-se com contrapartidas de 516 milhões de euros. O contrato é de Fevereiro de 2005 e na altura o objectivo era  alocar as contrapartidas à Bombardier, na Amadora. A intenção falhou e o contrato está a ser renegociado para enquadrar o projecto de ex-quadros da Bombardier de montar os blindados no Barreiro.

4 - 599 milhões nos C - 295 e  F 16
São os contratos mais recentes. Foram assinados no início deste ano e  os projectos de contrapartidas a integrar estão ainda em negociação. A norte-americana Lockheed Martin, vencedora do contrato de renovação dos F16, comprometeu-se com contrapartidas de 173,9 milhões de dólares (139 milhões de euros).  No caso dos aviões tácticos, os C- 295, contratados ao consórcio europeu EADS- CASA, as contrapartidas atingem os 460 milhões de euros.

Os principais beneficiários das contrapartidas

Estaleiros de Viana com maior fatia dos submarinos
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo foram os principais beneficiários das contrapartidas dos submarinos.  Entre os benefícios alocados destaca-se a entrega do equipamento de construção naval que estavam nos estaleiros alemães Flender.  Os fornecedores dos submarinos garantiram ainda um conjunto de trabalhos, alguns deles já executados. Os estaleiros vão continuar a beneficiar das aquisições futuras da Marinha, um contributo importante para a sua recuperação.

Submarinos financiam I&D no automóvel
Dos 600 milhões de euros negociados pelos fabricantes de componentes destaca-se o desenvolvimento de um assento para automóveis, um produto inovador no mercado mundial, segundo a ACECIA, o agrupamento que reúne a Simoldes Plásticos, a Amorim Industrial Solutions, a Comportest, a Inapal, a Ipetex, a Sunviauto.  Além de encomendas na sua área de negócios tradicional, os fornecedores automóveis estão interessados nas oportunidades na aeronáutica.

Ogma como âncora  da aeronáutica
A Ogma recebeu mais  275 milhões de euros de encomendas, na sequência da compra dos 12 aviões C-295, assinada em Fevereiro.  Na mesma altura, o gigante aeronáutico europeu EADS reforçou de 1% para 30% a posição no capital da empresa controlada pelos brasileiros da Embraer, assegurando a ligação a dois ‘players’ da aeronáutica mundial.  A  empresa reúne assim as condições para alavancar a entrada de PME nacionais na sua rede de fornecedores.  

EID, Edisoft ou Skysoft   representam TIC
O envolvimento das empresas de tecnologias de informação nas contrapartidas é uma prioridade do Governo, por ser um sector estratégico e transversal a toda a economia, apesar dos valores envolvidos serem reduzidos. Nesta área, há já empresas com contratos, como a EID, do universo Empordef, ou a Skysoft. A Edisoft e a  Critical Software têm contratos ao abrigo da compra dos blindados. A Efacec é outro dos beneficiários de referência nesta área.
 

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Marauder

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« Responder #8 em: Agosto 02, 2006, 12:53:03 pm »
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Estado revê contratos de equipamento para a Defesa
A Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) vai rever o contrato associado à aquisição dos helicópteros EH-101, e realizar ajustamentos ao contrato dos submarinos, analisando ainda o contrato de aquisição dos veículos blindados de rodas (VBR).

Segundo apurou a edição desta quarta-feira do jornal Correio da Manhã junto de Rui Neves, presidente da CPC, o caso mais grave parece ser o dos helicópteros EH-101, cuja execução das contrapartidas oferecidas pelo fornecedor a empresas portuguesas (no total somam 394 milhões de euros), que deveria atingir os 98 milhões de euros até ao final deste mês, está, neste momento, apenas nos 42 milhões.

«Foi um mau contrato, mal preparado desde o início», afirmou, em declarações ao CM, Rui Neves, que atribui o incumprimento ao fornecedor Augusta Westland Internacional.

Em relação aos submarinos, são necessários alguns «ajustamentos», nomeadamente, em relação ao valor atribuído pelo fornecedor à transferência de tecnologia a realizar para empresas nacionais.

Quanto ao contrato referente aos VBR, que entrou em vigor no início deste ano, , a CPC está a apreciar a decisão da Steyer Puch de reformular o programa de montagem das viaturas em Portugal, alterado unilateralmente pelo fornecedor.

02-08-2006 10:18:15


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=238277

Ai granda Severiano..não os deixes escapar!!
 

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Lancero

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« Responder #9 em: Agosto 02, 2006, 06:54:04 pm »
Defesa: Comissão Contrapartidas ultima Agusta Westland a rever... (ACTUALIZADA)

Lisboa, 02 Ago (Lusa) - A Agusta Westland tem até final de Agosto para apresentar uma proposta de revisão das contrapartidas ao contrato de compra do helicóptero EH-101, insuficientemente executadas, disse hoje o presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC).

      Rui Neves, presidente da Comissão afirmou à agência Lusa que, dos diversos contratos de contrapartidas de aquisição de material militar assinados nos últimos anos, o dos EH-101 é o que apresenta mais baixa taxa de execução - cerca de metade dos 90 milhões de euros que deveriam estar cumpridos até agora.

      Por isso, adiantou, o consórcio italo-britânico foi avisado, na última reunião com a CPC (Maio), que "não escapariam a sanções", as penalizações previstas no contrato, caso "não cumprissem a meta de Agosto" para apresentação de uma proposta de revisão.

      A Comissão afirma-se "aberta a reformulações" e "aguarda propostas", escusando-se a adiantar quais as contrapartidas que quer ver revistas e em que sentido, evocando o bom curso das negociações.

      Na "mira" da CPC estão também os contratos relativos à aquisição das viaturas blindadas de rodas, com os austríacos da Steyr Daimler Puch, e dos novos submarinos da Armada, fornecidos pelo consórcio HDW/Ferrostaal.

      Contactados pela agência Lusa, os representantes da Agusta Westland e da Steyr Daimler Puch afirmaram não estar autorizados a fazer comentários, remetendo quaisquer esclarecimentos para a administração das duas empresas.

      Fonte ligada ao processo adiantou à agência Lusa que a CPC quer também rever algumas das contrapartidas previstas no contrato de aquisição dos aviões de médio porte C-295, comprados ao consórcio EADS/CASA, para substituir os Aviocar.

      A Comissão pretende concretamente rever a valorização dada aos contratos de manutenção atribuídos pelo grupo EADS à OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal.

      A pretensão é justificada por esta empresa já não ter maioria de capital português (é agora controlada pelo consórcio Airholding, controlado pela Embraer e participado pela EADS) e, portanto, considera a CPC, a contrapartida perde valor enquanto estímulo à indústria portuguesa.

      Em relação aos C-295, a CPC pretende ainda que a contrapartida de fornecimento, pela EADS, de "software" de equipamentos de missão, passe da Skysoft, como o contrato prevê, para uma empresa de tecnologias de informação de capital público, que deverá ser a Edisoft, adiantou a mesma fonte.

      A Edisoft é também visada na revisão do contrato de aquisição dos submarinos, a concluir até final do ano.

      Neste, segundo explicou Rui Neves, a intenção é rever a "valorização excessiva" dada à contrapartida de participação da Edisoft no desenvolvimento do "software" dos novos submarinos, dado que a sua entrada no núcleo de empresas deu-se mais tarde do que o previsto.

      Também nos submarinos, a CPC quer realocar alguns dos contratos de fornecimento de componentes atribuídos à ACECIA - Componentes Integrados para a Indústria Automóvel, que considera "desactualizados".

      Em relação aos blindados, está em causa a alteração por parte da Steyr do contrato de contrapartidas, que previa a montagem dos veículos nas antigas instalações da Bombardier da Amadora, mas deverá afinal ser executada numa fábrica desactivada no Barreiro.

      "Vamos ter de olhar com atenção para a alteração desta contrapartida. Não sei se vale mais ou menos, não conheço a formulação exacta" da proposta do consórcio fabricante, afirmou à Lusa.

      A CPC aguarda uma proposta por parte da Steyr Daimler Puch durante o mês de Setembro, adiantou.

      Já em entrevista à Lusa em Fevereiro, Rui Neves manifestava-se preocupado com a execução dos 400 milhões de euros de contrapartidas do contrato de aquisição dos helicópteros EH-101 "Merlin" cumpridos quase quatro anos dos oito de duração do contrato.

      Cerca de um terço das contrapartidas previstas destinam-se à Efacec, através de contratos de exportação e transferência de tecnologia.

      Perto de um quarto é atribuído à OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, esta essencialmente pelo fabrico de um dos componentes da traseira dos novos aparelhos, que vieram substituir os Puma.

      No restante montante estão incluídos contratos de exportação para o sector automóvel, empresas de tecnologias de informação e produtos químicos.

      Cumpridos que estão quatro anos dos oito de duração do contrato, apenas 10 por cento das contrapartidas estão executadas, pelo que a Comissão tem vindo a exercer pressão sobre a Agusta Westland.

      No total, as contrapartidas contratadas nos últimos anos ao abrigo dos diversos programas de reequipamento das Forças Armadas ascendem a três mil milhões de euros, estando cumprido cerca de um terço, principalmente dos submarinos.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Luso

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« Responder #10 em: Agosto 02, 2006, 08:32:24 pm »
Era interessante fazerem-se as contas a essa política das contrapartidas.
Sem essas contrapartidas, em quanto ficariam o material comprado?

Qual é a vantagem das contrapartidas se elas económicamente e ao nível de gestão e eficácia não são eficientes?

Não era preferível investir em Pesquisa e desenvolviento aqui e dando competência e vantagem tecnológica atravás de incentivos à industria nacional?
Incentivos ou simples contratos pagos a tempo e horas.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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ricardonunes

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« Responder #11 em: Agosto 04, 2006, 11:36:50 am »
Estado vai cobrar comissões aos beneficiários das contrapartidas da Defesa
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O Presidente da República promulgou, nos últimos dias, os diplomas que revêem o regime das contrapartidas para as empresas portuguesas, devidas pelas grandes compras de equipamentos de defesa pelo Estado, e de funcionamento da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC), que passa a ter uma tutela reforçada do Ministério das Economia.

Uma das novidades do novo regime é a cobrança, pelo Estado, de comissões às empresas beneficiárias, que podem chegar aos cinco por cento do valor dos contratos.

Os dois diplomas foram aprovados em Conselho de Ministros em 1 de Junho passado, mas circularam ainda mais de um mês pelo Governo para acertos finais antes de seguirem para Belém. O Governo quer profissionalizar a actividade da CPC, que passa a ter competências e reponsabilidades alargadas, e dar maior transparência às regras de avaliação das contrapartidas a apresentar pelos fornecedores do material militar, sendo abrangidas por este regime compras superiores a 10 milhões de euros.

Ao fim de um ano de trabalho - a mudança legislativa é discutida desde Agosto de 2005 -, o assunto não deixa de ser controverso. As empresas portuguesas, em particular as que estão fora da indústria de defesa, acumularam nos últimos anos queixas que se concentram nos contratos assinados no tempo do ex-ministro da Defesa Paulo Portas, sendo também os últimos em vigor.

Num "modelo cheio de falhas", as críticas à falta de transparência dos processos de negociação das contrapartidas são frequentes. A actual gestão da CPC, presidida por Rui Neves desde Maio de 2005, defende ter procurado minimizar parte dos problemas, mas a falta de meios humanos e financeiros adequados, de que o próprio também se tem queixado, tem limitado o trabalho da entidade responsável pela gestão dos projectos associados às referidas aquisições. Este é um dos pontos a que a nova legislação agora procura responder.

CPC a tempo inteiro

Entre as soluções encontradas para melhorar o funcionamento de uma área da economia onde estão em curso contratos com empresas portuguesas, no valor estimado de três mil milhões de euros, a mais consensual é a que estabelece que a CPC passa a ter uma equipa técnica e que tanto esta como o seu presidente passarão a exercer funções a tempo inteiro e não parcial e com recursos financeiros definidos. Também consensual é a necessidade de reanimar o banco de créditos de contrapartidas que nunca funcionou na prática.

A partir daqui, tudo é menos pacífico. Várias empresas já manifestaram o seu desagrado por a nova legislação impor que as beneficiárias dos projectos de contrapartidas têm de passar a pagar comissões, de montante ainda não definido, à CPC, mesmo para os contratos já em curso. Alegam, por um lado, que os efeitos virtuosos que se publicitaram com as contrapartidas ainda não deram frutos sustentados e que esse pagamento deveria caber ao fornecedor do equipamento, como acontece em vários países que servem de modelo nesta área.

Segunda área de tensão tem a ver com a ausência da CIP no órgão consultivo da CPC ora criado. O presidente da confederação, Francisco Van Zeller, que se tem mostrado muito crítico nas últimas semanas em relação às contrapartidas, não tem assento nesta nova entidade. Têm, no entanto, lugar as duas associações empresariais (AIP e AEP), para além dos interesses das empresas de defesa e de instituições públicas "estreantes" como a Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A CIP já fez saber que "está apreensiva por não fazer parte deste órgão" e garante que está a discutir o assunto com o Ministério da Economia.


http://www.publico.clix.pt/shownews.asp ... idCanal=30
Potius mori quam foedari
 

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Marauder

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« Responder #12 em: Setembro 16, 2006, 12:44:58 pm »
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Tecnológicas candidatam-se a helicópteros britânicos
Empresas nacionais querem equipar os 70 aparelhos construídos pela Agusta Westland para o exército britânico.

Gilda Sousa

A Critical Software, a Innovagency, a Pararede e a Skysoft, reunidas no consórcio Acetecno, estão a tentar entrar na cadeia de fornecimento dos novos helicópteros do exército e marinha britânicos.
Em causa está uma oportunidade de desenvolvimento de ‘software’ para o sistema de combate electrónico que equipará os aparelhos e que pode gerar encomendas de um milhão de euros por ano, ao longo de uma década. Segundo Diamantino Costa, vice-presidente da Critical Software, o consórcio está já a fazer contactos,  mas o desfecho depende da vontade da AgustaWestland, o construtor dos helicópteros, que tem ainda contrapartidas por cumprir em Portugal na sequência do fornecimento dos 12 helicópteros EH-101 às Forças Armadas.
A Acetecno está entre as empresas com contrapartidas por cumprir. Dos 40 milhões de euros contratados em 2001 com a AWIL só está executado cerca de um milhão, segundo o gestor que espera aproveitar “esta porta de entrada” para “entrar em grandes projectos”.  
É o caso do programa britânico, cujo primeiro helicóptero deverá estar operacional em 2014, e de um outro projecto nos Estados Unidos em que a AWIL também está envolvida.  No primeiro,  a aproximação está ainda ao nível dos contactos técnicos, porque o processo de contratação de fornecedores ainda não começou. No segundo caso, o consórcio já apresentou uma proposta. “São projectos que estão na crista da onda em termos tecnológico e são esses que nos interessam porque nos permite trabalhar noutros contextos e para outros clientes”.  
Apesar do risco e do investimento necessário para a participação nestes programas de desenvolvimento, o gestor acredita que as empresas nacionais têm hipóteses. A união no consórcio garante a massa crítica necessária. “Temos capacidade técnica, com cerca de 800 engenheiros, na sua maioria de software”. Por outro lado, contam com a oportunidade criada pelos contratos de contrapartida. Mas” tudo depende da atitude do fornecedor”, neste caso, a AWIL, controlada pelos italianos da Finmeccanica.  O gestor diz que é visível a pressão da Comissão de Contrapartidas, embora também sublinhe que os fabricantes aeronáuticos se debatem com tendências contrárias: os responsáveis pelas compras querem reduzir o leque de fornecedores e os gestores dos pacotes de contrapartidas precisam de alargar o leque para satisfazer as exigências dos Estados a quem vendem equipamentos, todos interessados em garantir contrapartidas para as empresas nacionais.


Empresas

- A Critical Software foi criada em 1998. Facturou 6 milhões em 2005. Tem 150 trabalhadores. Exporta 60% do software para clientes como a Deutsche Telekom, ou a NASA.

- Pararede é a única cotada. Opera desde 1991, facturou 54 milhões de euros em 2005 e emprega 314 trabalhadores.

- Skysoft especializou-se no desenvolvimento de sistemas para a indústria aeronáutica e aeroespacial. Facturou 3,3 milhões em 2003 e tem 60 trabalhadores.

- Innovagency. Vende consultoria estratégica e tecnológica a clientes como o BES ou CP


de:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 87232.html

Acho que sim, há que cobrar as contrapartidas devidas!!
 

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Marauder

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« Responder #13 em: Setembro 16, 2006, 12:52:00 pm »
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AWIL tem mais tempo para cumprir 400 milhões de contrapartidas
Prazo terminava em Agosto. CPC exigiu garantia bancária.

Gilda Sousa

A AgustaWestland International (AWIL) tem mais quatro meses para  cumprir as contrapartidas a que se comprometeu quando ganhou o concurso para forncer os 12 helicópteros que substituiram os Puma da Força Aérea.  O último dos aparelhos foi entregue em Julho e os 401 milhões de contrapartidas em dívida estão quase que integralmente por cumprir.  
A Comissão de Contrapartidas (CPC) tinha ultimado a AWIL a renegociar o contrato até ao final de Agosto.
A AWIL propõe-se substituir os projectos não cumpridos com a instalação de  de capacidade de manutenção de helicópteros em Portugal. Um projecto que será trabalhado até ao final  do ano com a Inteli, entidade que tem vindo a estudar oportunidades para o desenvolvimento de um ‘cluster’ aeronáutico.
A cedência na extensão do prazo foi compensada com  a exigência à AWIL de uma garantia bancária de 12, 5 milhões de euros, disse ao Diário Económico, Rui Neves, o presidente da CPC.  Este mecanismo de salvaguarda não existia  no contrato de contrapartidas inicial, em vigor desde Fevereiro de 2002 e válido por oito anos.  
O contrato com a AWIL é a situação mais grave de incumprimento, mas a CPC  está também a renegociar  projectos de contrapartidas resultantes da compra dos submarinos.


DE:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 87230.html

Sim, agora que o prazo acabou é que eles vão mesmo dar as contrapartidas. O Zé tuga bem pode dizer adeus a esses 400milhões d euros em contrapartidas :evil:
 

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Jorge Pereira

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« Responder #14 em: Setembro 26, 2006, 11:34:00 am »
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Lockheed paga formação a farmacêuticas portuguesas

O contrato de Transferência de Tecnologia faz parte do pacote de contrapartidas associado à renovação dos caças F-16 da Força Aérea. Quem fica a ganhar são as farmacêuticas nacionais.

Gilda Sousa

O fabricante norte-americano de aeronáutica e equipamentos de defesa Lockheed Martin vai financiar um programa de formação a farmacêuticas nacionais. O projecto, formalizado amanhã, fecha o pacote de contrapartidas que o grupo se comprometeu a realizar em Portugal em troca do contrato de modernização dos caças F-16, ao serviço da Força Área.
O projecto abrange, pelo menos, oito farmacêuticas (ver lista). Vão receber formação em ‘Lean Manufacturing/Six Sigma, uma metodologia que elimina ineficiências no processo de fabrico, aumentando assim a produtividade e qualidade. As acções de formação vão decorrer até ao final de 2007, sendo coordenadas por consultores da Lockheed Martin, já que o grupo utiliza esta metodologia e já teve em tempos um projecto idêntico com a OGMA, adiantou ao DE, um responsável ligado à iniciativa.
Questionado sobre a opção pela indústria farmacêutica, o mesmo responsável explica que o sector exige cuidados muito semelhantes aos de indústrias muito exigentes, como a electrónica, a aeronáutica, a integração de sistemas, todas áreas de especialização da Lockheed. Por outro lado, diz, embora haja sectores na indústria nacional que maior défice de competitividade e mais necessitados destes instrumentos de gestão “os mais atrasados não têm as bases necessárias para importar este sistema”. Para as empresas envolvidas o único custo será o pagamento de uma comissão à CPC, podendo, no entanto, virem a ter de fazer investimentos para colmatar falhas detectadas.  
A renovação da segunda esquadrilha dos F-16 deu origem a um programa de contrapartidas no valor de 173,9 milhões de dólares (136,3 milhões de euros), assinado em Fevereiro último. Nessa altura, 79,5 milhões de dólares estavam já aprovados em projectos que beneficiaram o desenvolvimento de comercialização de serviços para o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) e resultaram em formação e manutenção para as OGMA.
Restavam 94,4 milhões por preencher. Segundo Rui Neves, presidente da Comissão de Contrapartidas (CPC), desde então foram já negociados os projectos para o montante em falta. Uma dessas contrapartidas é este programa de transferência de tecnologia para as farmacêuticas. Outro, é o financiamento de um programa de investigação em materiais compósitos, protagonizado pelo PIEP - Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho. Uma entidade que funciona como centro de inovação para a indústria transformadora de plásticos.  A Lockheed tem ainda em curso sete projectos de formação com a OGMA.

Indústria precisa de competitividade mundial
“A  indústria farmacêutica tem de ser competitiva mundialmente”, até porque o mercado português é pequeno, afirma Ana Maria Dias, administradora da Bial. Para esta empresa - uma das maiores empresas do sector que obtém 25% das vendas fora do país -  a metodologia ‘Six Sigma’ não é novidade. O que este programa traz de novo “é a possibilidade de trabalhar em equipa com pessoas com quem não se trabalha no dia a dia”, explica a responsável.  A “busca contínua da melhoria da produtividade” tem de ser “um estado de espírito” e o Six Sigma “ajuda a expandir essa abordagem, na produção, na logística, nos serviços administrativos”. Para a Bial esta é “mais uma oportunidade de desenvolver competências e sobretudo fazê-lo em equipa, porque quando se tem várias pessoas a pensar da mesma forma os resultados são superiores à soma das partes”.
Ao contrário da Bial, a Hovione, outra das referência do sector, ficou fora deste programa. Peter Villax, administrador, reconhece o mérito desta metodologia, que tem os japoneses “como grandes mestres”.  Entende que é importante, numa indústria de capital intensivo, a preocupação com a optimização dos recursos. Ainda assim, considera que o sector não compara mal com a concorrência. “Existe um grande número de laboratórios com boa produtividade e que dão lições pelo mundo fora”.

Empresas
-  Bial
-  Bluephama
-  Lusomedicamenta
-  Iberfar
-  Jaba
-  Atral Citran
-  Medifar
-  Grupo Azevedos

Fonte

Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos