A gralha
é do correspondente da Lusa em Cabo Verde.
Já agora, o vice-almirante (promoção recente?) Vargas de Matos julgo que ainda será o Comandante Naval. Entrou na Marinha em 1965 e era ainda tenente, à frente de um destacamento, quando no 25 Abril 1974, ocupou a sede da PIDE/DGS. É um oficial especializado em comunicações e fuzileiro especial. Comandou a 'Vasco da Gama' e a Esquadrilha de Escoltas Oceânicos da Nato. Adido naval nos EUA e Canadá e, depois, chefe da Divisão de Informações do Estado-Maior da Armada. Foi o primeiro almirante (então contra) a comandar o Corpo de Fuzileiros.
CABO-VERDE PORTUGAL ÁFRICA UE/Imigração: Marinha portuguesa preparada para continuar na missão "Hera 2"
Mindelo, Cabo Verde, 16 Set (Lusa) - O Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Vargas de Matos, disse hoje à Lusa que a Marinha de Guerra portuguesa está disponível para prolongar a sua presença na missão europeia de combate à imigração clandestina.
A Marinha portuguesa tem há cerca de um mês a corveta "Baptista de Andrade" a fiscalizar os mares de Cabo Verde, no âmbito da missão da Agência Europeia de Fronteiras (Frontex), "Hera 2", cujo objectivo é impedir a entrada de imigrantes clandestinos nas ilhas Canárias a partir da costa africana.
Este meio naval português termina a sua participação dentro de cerca de uma semana e, de acordo com o Chefe do Estado-Maior da Armada, a Marinha portuguesa tem preparado outro navio semelhante para avançar "se for essa a decisão política" do Governo português.
Quando falta cerca de uma semana para a corveta portuguesa dar por concluído o seu trabalho ao serviço do Frontex, o almirante Vargas de Matos, num balanço provisório, disse à Lusa que o factor dissuasão foi conseguido com a presença da corveta portuguesa em Cabo Verde.
"Embora não seja ainda possível fazer um balanço final, pode- se afirmar que o efeito dissuasor foi conseguido, tendo em conta que não houve ocorrências ilícitas durante o período e que o navio esteve, e está, a fiscalizar esta parte do Atlântico", disse à Lusa em Cabo Verde.
Para o Chefe do Estado-Maior da Armada, a presença da corveta em Cabo Verde e o tratado hoje assinado, que prevê a continuação de acções de fiscalização nos mares do arquipélago, "é o corolário de uma cooperação eficaz entre os dois países".
Ao longo das quase cinco semanas de fiscalização ao longo das costas de Cabo Verde, Senegal e Mauritânia, a corveta portuguesa não detectou quaisquer ilícitos ligados aos tráficos, droga ou imigração clandestina, tendo apenas detectado infracções na área das pescas.
No entanto, segundo fonte dos serviços de fronteiras, com a colocação no mar de todos os meios previstos na missão "Hera 2", e com a eficácia permitida pela cobertura de uma vasta área oceânica entre o Senegal e a Mauritânia, "é normal que as redes de tráfico de imigrantes clandestinos passem agora a actuar mais nos mares cabo- verdianos".
"É ainda previsível que estas redes de tráfico, que estão a obter lucros só comparáveis com o tráfico de droga e de armas, se apetrechem com embarcações mais eficazes que as rudimentares canoas que utilizam para fazerem viagens mais longas, passando pelos mares de Cabo Verde em direcção às Canárias", disse a mesma fonte.