Admito que haja posições antagónicas, mas quando vemos a predominância dos drones nesta guerra - e os drones vieram para ficar - temos que olhar com absoluta atenção para a dissimulação, a dimensão da peça e do equipamento associado.
Eu já vi um oficial do exército a afirmar (com propriedade e razão, devo dizer) que os morteiros pesados continuam a ser utilizados por uma guarnição completamente desprotegida.
Isto é verdade - evidentemente !
Mas eu acho que o oficial não estava ainda a ter em consideração que, para um drone, uma peça de artilharia autopropulsada, é uma gigantesca e apetecivel barraca de circo,
Os ucranianos têm utilizado a artilharia autopropulsada com sucesso, porque têm a vantagem tática do alcance da peça.
Os russos não têm essa vantagem e estão a utilizar muito maior numero de peças de artilharia rebocada, que são mais fáceis de esconder, e de proteger do fogo de contra-bateria dos ucranianos.
A ideia do "shoot and scoot" ou "dispara e foge", que caracteriza a artilharia autopropulsada tem que ser revista, porque os drones, se detetam o fogo, podem ser utilizados para perseguir as peças de artilharia à distância. E é muito mais complicado esconder ou dissimular um M109 que uma peça de artilharia rebocada por um jipe.