Instituto de Defesa Nacional - valor real?

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Luso

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Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« em: Fevereiro 06, 2020, 05:59:18 pm »
Considerando a contínua e progressiva decadência das Forças Armadas Portuguesas, devido à alegada incompetência dos tutelares da respectiva pasta ministerial, pergunto a esta assembleia: - Para que é que serve realmente esta coisa, este "Instituto de Defesa Nacional"?
https://www.idn.gov.pt/
A pergunta surge num momento em que já não é mais possível disfarçar a má gestão que é feita desse fundamental pilar da soberania.

Uma preciosidade:

Quem dirige actualmente:

Professora Doutora Maria Helena Chaves Carreiras


Citar
Helena Carreiras licenciou-se em Sociologia no ISCTE em 1987, tendo aí obtido o grau de mestre em 1994. Em 2004 doutorou-se em Ciências Sociais e Políticas no Instituto Universitário Europeu em Florença com uma tese sobre políticas de integração de género nas Forças Armadas dos países da OTAN.

É professora associada no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) nas áreas da Sociologia, Políticas Públicas, Segurança e Defesa e Metodologia da Pesquisa Social, e investigadora do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL). Foi investigadora visitante no departamento de Estudos sobre as Mulheres na Universidade da Califórnia em Berkeley (1999), Professora Visitante no departamento de Governo da Universidade de Georgetown em Washington DC (2013-2014) e conferencista convidada de diversas instituições de ensino e investigação em Portugal e no estrangeiro. Dirigiu o programa de doutoramento em Políticas Públicas do ISCTE-IUL e criou diversas unidades curriculares e programas de ensino relacionados com temas de segurança e defesa, nomeadamente as Pós-graduações em «Comunicação e Gestão de Crises» (ISCTE-IUL) e «Políticas Públicas de Segurança e Defesa» (ISCTE-IUL/IDN).

Ao longo da sua carreira desempenhou frequentemente cargos de coordenação e direção. Entre 2010 e 2012 foi subdiretora do Instituto da Defesa Nacional e entre 2016 e 2019 dirigiu a Escola de Sociologia e Políticas Públicas do ISCTE-IUL. Foi ainda subdiretora do CIES-IUL (2015) e do IPPS - Instituto para as Políticas Públicas e Sociais (2018-2019).

Participa ativamente em associações científicas e profissionais, tendo desempenhado os cargos de vice-presidente da Associação Portuguesa de Sociologia (1994-1996) e do Research Committee Armed Forces and Conflict Resolution, da Associação Internacional de Sociologia (desde 2014), de membro da direção da Associação Europeia de Sociologia (2009-2013) e de presidente do ERGOMAS-European Research Group on Military and Society (2017-2019).

Foi membro do Conselho do Ensino Superior Militar (2011-2012) e do Conselho Geral do Instituto Universitário Militar (desde 2017).

As suas áreas de interesse e investigação centrais são Forças Armadas e Sociedade, Políticas Públicas de Segurança e Defesa, Sociologia do Género e Metodologia e Epistemologia das Ciências Sociais. Desenvolveu extensa pesquisa sobre o relacionamento entre Forças Armadas e sociedade, tendo-se debruçado, em particular, sobre o tema da integração feminina nas instituições militares.

Relatórios de Actividades

https://www.idn.gov.pt/index.php?mod=001&area=050
« Última modificação: Fevereiro 06, 2020, 05:59:44 pm por Luso »
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 
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MATRA

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Re: Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« Responder #1 em: Fevereiro 06, 2020, 06:29:33 pm »
Um alojamento de tachos portanto.
“Hard times create strong men. Strong men create good times. Good times create weak men. And, weak men create hard times.”
G. Michael Hopf, Those Who Remain
 

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perdadetempo

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Re: Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« Responder #2 em: Fevereiro 06, 2020, 09:05:40 pm »
Essencialmente serve para fazer cursos teóricos , daqueles que se chamam cursos de papel e lápis, principalmente virados para professores e individuos afins e que têm a vantagem para os formados de acrescentarem mais algumas tretas aos seus currículos e , bem justificado, baldarem-se ao seu local de trabalho habitual.

Esta foi a conclusão a que cheguei passando os olhos pela relatório de actividades de 2018 mas confesso que não aguentei mais de 10 minutos de leitura.

Também apoia a realização de trabalhos/estudos, mas se os textos tiverem a mesma cagança dos títulos  ou do teor do texto do relatório de actividades não se deve esperar o melhor. Está aqui o repositório com cerca de 1183 itens

https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/483

Por uma questão de masoquismo e porque sei muito pouco sobre Portugal e a 1º Guerra Mundial vou tentar ler este:

https://www.idn.gov.pt/publicacoes/nacaodefesa/textointegral/NeD145.pdf, como as expectativas são baixas talvez tenha uma boa surpresa.

Cumprimentos,

nota Modificação às 21.13- Pelo menos em relação ao quadro  permanente os tachos não são muitos. Só existem dois directores, 6 técnicos superiores, 11 oficiais e 13 sargentos num total de 52 funcionários. O orçamento do Instituto  também não passa dos 2.558.457,00 €.
« Última modificação: Fevereiro 06, 2020, 09:30:39 pm por perdadetempo »
 

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PereiraMarques

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Re: Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« Responder #3 em: Fevereiro 07, 2020, 01:14:57 am »
É daquelas coisas que fundido com o Instituto Universitário Militar ninguém dava pela diferença...
 
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dc

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Re: Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« Responder #4 em: Fevereiro 10, 2020, 05:30:51 pm »
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O orçamento do Instituto  também não passa dos 2.558.457,00 €.

Esses 2 milhões e meio, para quantas horas de voo de F-16 é que davam?  :P

E o problema não são "esses" 2 milhões e meio, mas sim as dezenas ou centenas de casos em que "pequenos" valores destes são gastos sem se saber porquê ou para quem, e com muitos poucos benefícios para as FA, economia ou sequer o povo português.

E que bom, mais oficiais de secretária a ganhar muito mais do que aqueles que dão a vida em missões nacionais e no estrangeiro.
 
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perdadetempo

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Re: Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« Responder #5 em: Fevereiro 16, 2020, 03:54:44 pm »
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O orçamento do Instituto  também não passa dos 2.558.457,00 €.

Esses 2 milhões e meio, para quantas horas de voo de F-16 é que davam?  :P

E o problema não são "esses" 2 milhões e meio, mas sim as dezenas ou centenas de casos em que "pequenos" valores destes são gastos sem se saber porquê ou para quem, e com muitos poucos benefícios para as FA, economia ou sequer o povo português.

E que bom, mais oficiais de secretária a ganhar muito mais do que aqueles que dão a vida em missões nacionais e no estrangeiro.

O que disse é verdade mas em qualquer burocracia que se preze ( e isto será verdade a um nivel mundial, não é exclusivo dos portugueses), iremos ter sempre multiplos casos do género, mesmo em organizações que supostamente passam por dificuldades financeiras.
Aposto que senão estivesse oculto pela lei do segredo militar também se conseguia encontrar no orçamento da FAP esees mesmos dois milhões de euros para treino, que provavelmente estarão a ser gastos noutros projectos mais queridos por quem controla a instituição.
A titulo de exemplo no exército também se consegue gastar um milhão de euros nas obras de uma messe, ou num refeitório. Esperemos que este valor se deva ao facto de estarem situados em monumentos nacionais.(*)

No caso deste Instituto pelo menos sempre fazem/publicam qualquer coisa, e o conjunto de artigos que vi era suficientemente informativo para não dar o tempo por perdido. Claro que provavelmente também é verdade que
Citar
É daquelas coisas que fundido com o Instituto Universitário Militar ninguém dava pela diferença...
, mas isso é assunto para quem conhece as casa.

Cumprimentos,



(*) Não é embirração com o exército, apenas se deve ao facto de na contratação publica , provavelmente serem mais transparentes a indicarem em que é que gastam o dinheiro em vez de se escudarem em "NÃO DIVULGAÇÃO DO CLAUSULADO CONTRATUAL, POR CONTER DADOS E REFERÊNCIAS TÉCNICAS RELATIVAS AOS SISTEMAS DE ARMAS DA FORÇA AÉREA QUE NÃO DEVEM TER DIVULGAÇÃO PÚBLICA"
A titulo  de exemplo esta frase aparece no contrato das pistolas H&K USP no valor de 202.602,00 € o que significa que tanto se podem ter comprado +300 pistolas para uso operacional ou, em alternativa duas dúzias de um modelo comemorativo niqueladas e gravadas destinadas a serem entregues durante a comemoração de alguma efeméride.
Embora se deva tratar do primeiro caso a verdade é que teóricamente o segundo caso também é possivel.


nota: Proposta para uma pequena correcção na lei do segredo militar. Os valores e as quantidades adquiridas e os contractos associados na sua componente financeira não são segredo militar .  Os manuais com as caracteristicas técnicas, instruções de manutenção, manuseamento, etc é que poderão ser segredo militar.

« Última modificação: Fevereiro 16, 2020, 04:00:03 pm por perdadetempo »
 

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Luso

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Re: Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« Responder #6 em: Março 18, 2020, 04:38:58 pm »
Mais umas achegas para se compreender algumas das razões pelas quais "isto" chegou onde chegou:


Vasco Pulido Valente e o plágio
https://luisalvesdefraga.blogs.sapo.pt/vasco-pulido-valente-e-o-plagio-208657
Luís Alves de Fraga
 

Citar
Morreu o historiador, o cronista e, quanto a mim, acima de tudo, o crítico político mais maldisposto de Portugal. Era uns meses mais novo do que eu.

Nunca conversei com ele, embora tenha estado muito perto, de modo a poder ouvi-lo em cavaqueira com outros. Não, não foi uma questão de coscuvilhice minha. Por duas ou três vezes cruzámo-nos no velho bar-restaurante da Biblioteca Nacional, nos idos anos de oitenta do século passado. Vasco Pulido Valente falava suficientemente alto de modo que era fácil escutar o que dizia.

Muitas vezes o vi na televisão e, muitas mais, li as acintosas crónicas sobre a governação e os governantes de Portugal.

Sempre o achei pedante, pretensioso, irreverente enquanto cidadão; enquanto historiador achei-lhe um pecado que considero grave: fazia afirmações fundamentais sem esteio documental ou bibliográfico. Ou seja, fazia História sem notas e somente com indicação da bibliografia o que, em boa verdade, não dá real consistência às afirmações, tornando-as em meras opiniões ou reflexões sobre a História. Era avesso a essa forma de validar as suas conclusões; tínhamos de acreditar no que dizia. Julgo, terá trazido esse hábito de Inglaterra, onde fez o doutoramento.

Foi como cronista que ele se cruzou mais directamente comigo. Vou contar.

 

Em 1990 entreguei, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, o original da minha tese de mestrado, cujo título é Portugal e a Primeira Grande Guerra. Os Objectivos Políticos e o Esboço da Estratégia Nacional. 1914 – 1916. Defendi-a em Janeiro de 1991.

Em Fevereiro de 1996, porque estava disposto a começar a dar forma à minha tese de doutoramento, convidei Nuno Severiano Teixeira ‒ tinha acabado de apresentar e defender uma tese de doutoramento, em Bolonha (1994), sobre a temática de Portugal e a Grande Guerra ‒ para ser meu orientador. Aceitou, impondo-me condições, que não regateei. Mas, no meio de tudo isto nunca me ofereceu um exemplar da sua tese. Desculpava-se que estava em francês, que não tinha mais originais, muito embora, no ano de 1993, eu o tenha presenteado, a seu pedido, com um exemplar da minha tese de mestrado, que, por essa altura, ainda não tinha entrado nos circuitos comerciais.

 

Em 1995, Nuno Severiano Teixeira publicou, em português, a sua tese de doutoramento. Não me convidou para o lançamento. Fiquei intrigado e fui logo comprar um exemplar para ler, até porque achei curioso o título ‒ O Poder e a Guerra 1914 - 1918 Objectivos Nacionais e Estratégias Políticas na Entrada de Portugal na Grande Guerra ‒, porque o cotejei com o da minha tese de mestrado e lhe achei semelhanças evidentes.

 

Mais evidentes se tornaram a semelhanças, quando comecei a ler o livro. O assunto era exactamente o mesmo da minha tese, a estrutura era muito idêntica, o objectivo era quase um decalque do meu e, para maior espanto, em várias partes, o texto andava, com alteração de palavras, muito colado ao meu.

Era, sem dúvida, um plágio! Um plágio do tema, da organização e de partes do texto. Um plágio, porque a única referência que é feita à minha tese está na bibliografia, citando-a, mas surripiando a indicação de se tratar de um trabalho académico e, ainda por cima, de uma dissertação de mestrado. Ficou evidente que houve a intenção de escamotear a presença da minha pessoa e do meu trabalho no texto de Nuno Severiano Teixeira. Não se trata de um acaso mas de uma atitude intencional.

Para demonstrar de forma simples a intencionalidade, na introdução, depois de identificar escassos, muito escassos, historiadores que tenham abordado o tema de Portugal e a Grande Guerra, afirma textualmente: «Para além destes, são poucos ou nenhuns, na historiografia portuguesa contemporânea, os estudos que se reportam directamente à questão política interna da guerra. Os que a abordam fazem-no a partir de um outro "enfoque" de análise, em que a guerra é, sempre, um objecto indirecto e lateral.» Nada mais falso!

 

De imediato tratei, junto das entidades académicas, de dar conta do ocorrido e de desistir da orientação de Nuno Severiano Teixeira, pois perdera por completo a confiança na sua idoneidade académica.

Quis denunciar o plágio, mas fui aconselhado a não o fazer, pois poderia a comunidade académica unir-se e nunca aceitar o meu doutoramento. Calei-me, mas calcule-se como fiquei.

 

No final do mês de Outubro de 2000, sendo ministro da Administração Interna Nuno Severiano Teixeira, Vasco Pulido Valente, na coluna que assinava no Diário de Notícias afirmou, com todas as letras, que o ministro o havia plagiado quando aquele escreveu a tese de doutoramento.

Foi quanto bastou para eu receber luz verde no sentido de, também fazer a minha denúncia. Alguém a fez por mim, ao semanário O Independente que, de imediato, me quis entrevistar. Na semana seguinte outra notícia de plágio praticado por ele saiu, no mesmo jornal, mas, desta vez, a vítima era o Prof. Doutor Oliveira Marques.

Severiano Teixeira defendeu-se mal e sem convicção.

 

Mas ele plagiou Vasco Pulido Valente?

A verdade é que, daquilo que este acusa Severiano Teixeira, também eu poderia acusar Vasco Pulido Valente: quem, pela primeira vez, explicou que as razões da entrada de Portugal na Grande Guerra foram de ordem interna e externa fui eu, em 1990!

Vasco Pulido Valente, no seu longo artigo de 1992 (Revoluções: A «República Velha» (ensaio de interpretação política)), publicado na Análise Social repetiu, sem prova exaustiva, aquilo que eu, em 1990, ad nauseam, havia já afirmado e que Nuno Severiano Teixeira, em 1994 copiou.

Quem plagiou quem? Esta pergunta deve ficar no ar. De qualquer modo, fiquei agradecido a Vasco Pulido Valente, pois, sem a coragem dele ‒ ele já era, há muitos anos, doutor em História ‒ eu jamais poderia ter tido oportunidade de gritar o que me ia na alma, ainda que, do ponto de vista legal, já nada ganhasse com isso.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nuno_Severiano_Teixeira


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asalves

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Re: Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« Responder #7 em: Março 20, 2020, 05:18:33 pm »
Valores:
Despesas com Pessoal: 1.953.265
Despesas de funcionamento: 647.273€
Despesas de Capital: 25.000€
Transferencias Correntes: 7.500€
Total Orçamento Estado?: 2.633.038€
Receita Propria: 90.000

Orçamento Total 2019:  2.723.038 €
 

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Luso

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Re: Instituto de Defesa Nacional - valor real?
« Responder #8 em: Agosto 19, 2020, 01:47:50 pm »
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