Brazil considera comprar 30 caças adicionais por $2 mil milhões, isso dá cerca de 60 milhões por caça, uma vez que já não são os primeiros JAS-39-E e beneficiam de economia de escala (o pacote original incluía transferência de tecnologia e infra estrutura para montar no Brazil). Se fossemos a reboque disto era o preço que pagávamos, provavelmente menos. As munições teriam de ser incluídas em cima mas essas até nos F-16 faltam de qualquer maneira...
Fonte: https://www.defensenews.com/air/2022/04/29/brazil-orders-more-gripen-jets-mulls-another-large-buy/
Ora, num artigo de 2022, com valores à base de pura especulação.
and a potential order for 30 more could cost between $1.8 billion and $2 billion.
Os mesmos especialistas provavelmente olham para o KC-390, e especulam que cada um custe 70 ou 80 milhões, já nós pagámos uns 110 milhões por cada um. O valor de 60 milhões por Gripen não é de todo fidedigno.
E achar que Gripens vendidos a Portugal custariam o mesmo que os Gripens comprados pela FAB, é ilusão. Basta ver que nós, pelos KC-390, pagámos mais a unidade, do que a FAB pagou pelos deles.
Não querendo alimentar isto muito
Quais contrapartidas?
São secretas, porque são só para alguns
Ou isso, ou não existem contrapartidas nenhumas. Mas há quem ache que os Gripens fabricados no Brasil, beneficiam a economia portuguesa de alguma forma. Os dois países falam a mesma língua, logo, ambos beneficiam, certo? Certo?
Na realidade:
-O Gripen deverá ser descontinuado em 15/20 anos
-O Gripen praticamente não vende, sendo que este avião compete a nível de preço com o F-35, e a nível caças baratos com modelos chineses, russos, indianos, caças em segunda-mão, e caças low cost/baseados em aeronaves de treino avançado, como o FA-50. No mercado dos caças de topo o Gripen não ganha, no mercado de caças baratos para países com orçamento o Gripen também não ganha (demasiado caro).
-Produzir parte do Gripen em Portugal, tornava o programa ainda mais caro, lento, e nada rentável, para produzir tão poucas unidades, de um caça que não vende
É bem mais rentável ter F-35 na FAP, ter a OGMA certificada para fazer a sua manutenção (de uma aeronave usada em grande número) e ter alguma capacidade de fabricar componentes (sobressalentes), e fazer parte da cadeia de abastecimento europeia.
-Portugal comprar ou não o Gripen, pouco afecta um futuro e hipotético caça da Saab, visto que esse tipo de projecto, obriga a investimento massivo dos participantes. A isto acresce que, a FAP ao adquirir um caça novo, seja ele qual for e em número suficiente para substituir todos os F-16, este novo avião, só seria substituído em meados de 2070, logo, o "novo caça da Saab" seria inconsequente para nós.