REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS

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FoxTroop

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2910 em: Fevereiro 17, 2024, 08:49:16 am »
Eu sou a favor de um serviço nacional obrigatório para ambos os sexos : forças armadas, proteção civil, bombeiros, policias ,  apoio social, etc ...Deveria haver um leque de opções que pudesse abranger todos e que todos, a um momento da sua vida, tomassem consciência que fazem parte de uma comunidade nacional.

O soldado do século XXI exige , para ser eficiente, uma formação de ponta e também muita pratica pois o "calo" só se ganha com os anos. Portanto, SMO sim, mas deve haver, paralelamente, unidades (regimentos) inteiramente profissionais.

Mas os primeiros a não querer isso, em Portugal, são justamente os militares os policias etc, etc. Imagina lá um influxo de malta e um sistema em que apenas os melhores são admitidos para um RC/QP e onde, se não atingirem determinado posto em certo tempo, baseado na performance técnica e física são dispensados do serviço? 

Olha lá os carreiristas, cujo conhecimento de arte militar é o caminho do coté para o bar e´vice versa, a fazer uma revolta em menos de nada. Obrigar um gajo a manter o corpo e a mente, ter de ir correr todos os dias e aprender o máximo que puder sobre aquilo que é a minha missão? Então onde é que eu agora vou ter tempo para ir fazer de segurança ali ao HK ou ir servir à mesa ali no meu café em part-time?
 
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2911 em: Fevereiro 17, 2024, 10:51:35 am »
"...se não atingirem determinado posto em certo tempo, baseado na performance técnica e física são dispensados do serviço? "

Assim é nalguns corpos militares, incluindo naquele onde eu servi mais anos : existe uma seleção natural onde os chefes são escolhidos e por sua vez, escolhem entre os melhores dos seus homens aquele que deve ser promovido. 

Em caso de mobilização cada um terá o seu papel a desempenhar, há tarefas de todos os niveis que têm que ser feitas. O problema reside no facto de a maioria dos europeus, sobretudo aqueles que vivem longe das guerras, não estarem preparados para uma imposição desta natureza. Nós fomos formatados desta maneira e agora para mudar ...?

Eu sou optimista e  acho que o instinto de sobrevivência, o unico instinto que ainda temos, prevalecerá quando , ou se, a situação o exigir.
« Última modificação: Fevereiro 17, 2024, 10:52:16 am por legionario »
 
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2912 em: Fevereiro 17, 2024, 11:21:37 am »
"...se não atingirem determinado posto em certo tempo, baseado na performance técnica e física são dispensados do serviço? "

Assim é nalguns corpos militares, incluindo naquele onde eu servi mais anos : existe uma seleção natural onde os chefes são escolhidos e por sua vez, escolhem entre os melhores dos seus homens aquele que deve ser promovido. 

Em caso de mobilização cada um terá o seu papel a desempenhar, há tarefas de todos os niveis que têm que ser feitas. O problema reside no facto de a maioria dos europeus, sobretudo aqueles que vivem longe das guerras, não estarem preparados para uma imposição desta natureza. Nós fomos formatados desta maneira e agora para mudar ...?

Eu sou optimista e  acho que o instinto de sobrevivência, o unico instinto que ainda temos, prevalecerá quando , ou se, a situação o exigir.

Segundo li na Legião os Oficiais são maioritariamente formados na Academia Militar. O sistema que o Fox está a falar é do Norte-Americano/Britânico e não do Francês.

O Paulinho das Feiras teve o queijo e a faca na mão e... fez caca da grossa. A "profissionalização" que ele fez foi de nome, já que o sistema é o pior das várias possibilidades. Só passado 20 anos é que começam a mexer-se para tentar recuperar algo, nomeadamente com uma carreira para Praças no Exército e FAP (pretendem ter 20% dos Praças do Exército e de 30% na Força Aérea no QP) e o RCE (o (duração mínima de 8 anos e máxima de 18 anos).
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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CruzSilva

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2913 em: Fevereiro 17, 2024, 02:08:27 pm »
Quem propõe o SMO, devia fazer contas a quanto isso custaria, e a forma como o custo com pessoal apenas, limitava ainda mais o investimento no equipamento, na qualidade dos quartéis/bases, etc. Fora toda a questão logística e prática, do fornecimento de equipamento individual...

Eu antes prefiro ter umas FA bem equipadas, do que umas FA cheias de carne para canhão e equipamento obsoleto. Os outros vão andar a combater com mísseis, drones, veículos, navios e aeronaves topo de gama, e nós atiramos números e números contra eles "à moda antiga". Mentalidades antiquadas é o que é.

Correm é o risco de "incentivar" ainda mais a imigração de jovens, que mesmo sem terem "utilidade" directa para a DN, fazem falta para que a economia do país... sei lá... exista!


Podem é investir, em paralelo com diversas medidas para aumentar a atractividade das FA, numa semi-militarização da GNR. Não digo algo ao nível da National Guard americana, mas no mínimo um treino militar básico, seja para responder a ameaças imediatas (como um grupo armado numa localidade qualquer), seja para responder a um conflito armado, servindo de unidade de apoio/complementar às FA. Por exemplo, o EP nunca terá efectivo suficiente para conseguir assegurar a protecção da maioria das localidades ou pontos estratégicos (unidades de energia, docas, etc).

Precisamos também de ter uma verdadeira força reservista. Eu antes prefiro que seja possível chamar ex-pilotos da FAP (que estejam no activo mas na aviação civil), pessoal este com um grau de formação muito mais avançado e valioso que um simples militar do SMO, para, em caso de conflito, reintegrar as FA, do que ter um SMO em que o pessoal recebe um treino abaixo do necessário e que portanto a utilidade é muitíssimo reduzida para lá de serem a tal "carne para canhão".
Era preciso também ter meios em reserva, mas isto são outros quinhentos.

O SMO que tinhamos não era caro, muito pelo contrário porque o pessoal "obrigado" recebia uma miséria mensalmente, os gastos com vencimentos sobretudo no EP e na MP eram muito mais baixos do que são agora apesar dos ramos serem muito maiores, com mais unidades, bases militares, etc. Uma pessoa que fica um determinado período a cumprir serviço militar sem assinar contrato não deve receber o mesmo daqueles que se voluntariaram e o fazem. Esta diferença era o que existia antes da profissionalização das FA e criação dos regimes de contrato.

Estranho que venhas com a conversa das mentalidades antiquadas - com certeza os nossos aliados que ainda têm serviço militar obrigratório ou que o reintroduziram são também antiquados. E já agora vai ver as paradas militares desses países e diz-me que só vês sucatada a passar.

Os nossos jovens migravam como assim? Para fugirem ao serviço é isso que queres dizer?
« Última modificação: Fevereiro 17, 2024, 02:09:12 pm por CruzSilva »
"Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos - homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes."
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2914 em: Fevereiro 17, 2024, 03:39:21 pm »
"...se não atingirem determinado posto em certo tempo, baseado na performance técnica e física são dispensados do serviço? "

Assim é nalguns corpos militares, incluindo naquele onde eu servi mais anos : existe uma seleção natural onde os chefes são escolhidos e por sua vez, escolhem entre os melhores dos seus homens aquele que deve ser promovido. 

Em caso de mobilização cada um terá o seu papel a desempenhar, há tarefas de todos os niveis que têm que ser feitas. O problema reside no facto de a maioria dos europeus, sobretudo aqueles que vivem longe das guerras, não estarem preparados para uma imposição desta natureza. Nós fomos formatados desta maneira e agora para mudar ...?

Eu sou optimista e  acho que o instinto de sobrevivência, o unico instinto que ainda temos, prevalecerá quando , ou se, a situação o exigir.

Segundo li na Legião os Oficiais são maioritariamente formados na Academia Militar. O sistema que o Fox está a falar é do Norte-Americano/Britânico e não do Francês.

O Paulinho das Feiras teve o queijo e a faca na mão e... fez caca da grossa. A "profissionalização" que ele fez foi de nome, já que o sistema é o pior das várias possibilidades. Só passado 20 anos é que começam a mexer-se para tentar recuperar algo, nomeadamente com uma carreira para Praças no Exército e FAP (pretendem ter 20% dos Praças do Exército e de 30% na Força Aérea no QP) e o RCE (o (duração mínima de 8 anos e máxima de 18 anos).

Por acaso estava mesmo a falar do exemplo da Legião. Inglês não sei o suficiente para falar dele. Do americano, também é por meritocracia.
Em Portugal vai ser gira tentar isso porque os carreiristas querem promoções automáticas da carreira e, basicamente, é como o sistema funciona cá. E isso mata à partida qualquer renovação e meritocracia.

Só um aparte. Das FA com quem tive o privilégio de trabalhar, os Franceses foram, sem duvida os mais competentes, seguidos dos Italianos. Americanos.... eh pah.....
 

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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2915 em: Fevereiro 17, 2024, 04:14:57 pm »
O SMO que tinhamos não era caro, muito pelo contrário porque o pessoal "obrigado" recebia uma miséria mensalmente, os gastos com vencimentos sobretudo no EP e na MP eram muito mais baixos do que são agora apesar dos ramos serem muito maiores, com mais unidades, bases militares, etc. Uma pessoa que fica um determinado período a cumprir serviço militar sem assinar contrato não deve receber o mesmo daqueles que se voluntariaram e o fazem. Esta diferença era o que existia antes da profissionalização das FA e criação dos regimes de contrato.

Estranho que venhas com a conversa das mentalidades antiquadas - com certeza os nossos aliados que ainda têm serviço militar obrigratório ou que o reintroduziram são também antiquados. E já agora vai ver as paradas militares desses países e diz-me que só vês sucatada a passar.

Os nossos jovens migravam como assim? Para fugirem ao serviço é isso que queres dizer?

E hoje em dia mesmo a receber uma miséria, a despesa seria consideravelmente maior, não só porque ganhavam mais, como a sustentação deste pessoal (tudo, desde comida e bebida, às munições) é muito mais cara. A isto acresce que o equipamento individual do soldado é também mais caro, os meios são também mais caros.

O que fazem noutros países, tem a ver com a sua realidade, cultura e orçamento disponível. Por cá, com umas FA pequenas, e onde se ganha pouco, a despesa com pessoal já é de 60% do total do orçamento, com SMO ficará ainda pior, até porque ninguém acredita que, activando o SMO, se vai milagrosamente começar a investir forte e feio também em equipamento e infraestruturas, ao ponto de igualar ou melhorar aquele rácio.

E sim, SMO vai ser mais outro incentivo à "fuga" de jovens do país.

Mas se querem convencer-se que SMO é a solução, e a retórica da carne para canhão é o futuro, tudo bem, nem me vou intrometer.

Depois apitem quando se depararem com a realidade de que esta quantidade estratosférica de pessoal tem que andar de G-3, M-113, sem colete, sem NVGs, porque não haverá dinheiro para sustentar tamanha força com equipamento moderno.
 

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Drecas

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2916 em: Fevereiro 17, 2024, 05:02:25 pm »
O equipamento individual não é caro se ele não existir  :mrgreen:
 
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2917 em: Fevereiro 17, 2024, 07:45:22 pm »
O SMO que tinhamos não era caro, muito pelo contrário porque o pessoal "obrigado" recebia uma miséria mensalmente, os gastos com vencimentos sobretudo no EP e na MP eram muito mais baixos do que são agora apesar dos ramos serem muito maiores, com mais unidades, bases militares, etc. Uma pessoa que fica um determinado período a cumprir serviço militar sem assinar contrato não deve receber o mesmo daqueles que se voluntariaram e o fazem. Esta diferença era o que existia antes da profissionalização das FA e criação dos regimes de contrato.

Estranho que venhas com a conversa das mentalidades antiquadas - com certeza os nossos aliados que ainda têm serviço militar obrigratório ou que o reintroduziram são também antiquados. E já agora vai ver as paradas militares desses países e diz-me que só vês sucatada a passar.

Os nossos jovens migravam como assim? Para fugirem ao serviço é isso que queres dizer?

E hoje em dia mesmo a receber uma miséria, a despesa seria consideravelmente maior, não só porque ganhavam mais, como a sustentação deste pessoal (tudo, desde comida e bebida, às munições) é muito mais cara. A isto acresce que o equipamento individual do soldado é também mais caro, os meios são também mais caros.

O que fazem noutros países, tem a ver com a sua realidade, cultura e orçamento disponível. Por cá, com umas FA pequenas, e onde se ganha pouco, a despesa com pessoal já é de 60% do total do orçamento, com SMO ficará ainda pior, até porque ninguém acredita que, activando o SMO, se vai milagrosamente começar a investir forte e feio também em equipamento e infraestruturas, ao ponto de igualar ou melhorar aquele rácio.

E sim, SMO vai ser mais outro incentivo à "fuga" de jovens do país.

Mas se querem convencer-se que SMO é a solução, e a retórica da carne para canhão é o futuro, tudo bem, nem me vou intrometer.

Depois apitem quando se depararem com a realidade de que esta quantidade estratosférica de pessoal tem que andar de G-3, M-113, sem colete, sem NVGs, porque não haverá dinheiro para sustentar tamanha força com equipamento moderno.

  • O pessoal obrigado recebia muito pouco mensalmente, eu tenho ideia que fazendo a conversão para valores actuais, um miliciano recebia uns 25 euros por mês (soldado/segundo-grumete). Basta ver o valor do ordenado da patente mais baixa de cada ramo para vermos hoje que um militar contratado recebe muito mais que um miliciano obrigado dos tempos do SMO. Quanto a sustentação não percebo bem essa lógica: a qualidade da comida e da bebida pouco mudou nas FA desde há 30 anos para cá do que tenho visto, variando a qualidade de ramo para ramo e de unidade para unidade. Também se mantém a tradição de regra geral os oficiais terem acesso a melhor alimentação, seguidos dos sargentos, ficando as praças com acesso à pior confeção. Das tuas propostas que tenho visto por aqui, a despesa militar com vencimentos se resultasse iria disparar: os ordenados aumentavam e se a sociedade respondesse de forma positiva i.e. começasse a ingressar nas FA e a suprir as vagas por preencher, estamos a falar num aumento da despesa só na questão dos vencimentos na ordem dos 20%-30%. Quanto ao equipamento individual ser mais caro, sim é verdade que os novos equipamentos são mais caros mas mesmo sem aumento com a despesa de pessoal, a grande parte das FA ainda não utiliza o equipamento mais recentemente adotado portanto não vejo a ligação entre a vertente recursos humanos e recursos materiais neste tema.
  • Onde é que a nossa realidade é assim tão diferente visto que os países a que me referi na mensagem original são nossos aliados? O adversário estratégico não é o mesmo? Culturalmente partilhamos a raiz europeia, não vejo assim tão grande diferença embora seja óbvio que ela existe. Novamente a questão da despesa com SMO - o objectivo seria sempre preencher as vagas que estão em falta atualmente não era aumentar o tamanho das FA. Visto que um miliciano obrigado iria receber bastante menos que um contratado atualmente, não vejo onde a despesa aumentava. A ideia que dás é que pensas que a proposta é aumentar o tamanho das FA através do SMO e não é isto que eu estou a propor. As intrastuturas e outros investimentos são outra vertente do que se está a discutir que é a questão dos recursos materiais.
  • Então o SMO vai incentivar à fuga porquê? Peço-te que elabores o que realmente queres dizer. O pessoal emigrava para não responder à convocatória para o serviço é isso? É que se é isso que me recorde da legislação estariam a cometer um crime.

Há outra questão que até aqui ninguém tem referido que é o impacto que o serviço militar tem a nível cívico. Embora muitos não mudem também há muita gente que se torna socialmente mais disciplinada e respeitadora, algo que hoje em dia estamos a precisar bastante.
« Última modificação: Fevereiro 18, 2024, 01:25:00 pm por CruzSilva »
"Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos - homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes."
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2918 em: Fevereiro 17, 2024, 11:21:00 pm »
"...se não atingirem determinado posto em certo tempo, baseado na performance técnica e física são dispensados do serviço? "

Assim é nalguns corpos militares, incluindo naquele onde eu servi mais anos : existe uma seleção natural onde os chefes são escolhidos e por sua vez, escolhem entre os melhores dos seus homens aquele que deve ser promovido. 

Em caso de mobilização cada um terá o seu papel a desempenhar, há tarefas de todos os niveis que têm que ser feitas. O problema reside no facto de a maioria dos europeus, sobretudo aqueles que vivem longe das guerras, não estarem preparados para uma imposição desta natureza. Nós fomos formatados desta maneira e agora para mudar ...?

Eu sou optimista e  acho que o instinto de sobrevivência, o unico instinto que ainda temos, prevalecerá quando , ou se, a situação o exigir.

Segundo li na Legião os Oficiais são maioritariamente formados na Academia Militar. O sistema que o Fox está a falar é do Norte-Americano/Britânico e não do Francês.

O Paulinho das Feiras teve o queijo e a faca na mão e... fez caca da grossa. A "profissionalização" que ele fez foi de nome, já que o sistema é o pior das várias possibilidades. Só passado 20 anos é que começam a mexer-se para tentar recuperar algo, nomeadamente com uma carreira para Praças no Exército e FAP (pretendem ter 20% dos Praças do Exército e de 30% na Força Aérea no QP) e o RCE (o (duração mínima de 8 anos e máxima de 18 anos).

Na Legião todos os oficiais são franceses, a maioria vêm como dizes, da Academia (os melhores cadetes podem escolher a Legião).
Os oficiais de origem estrangeira têm que se naturalizar franceses. Existem também oficiais de origem francesa que são oriundos da classe de sargentos.

As coisas são sempre muito complicadas em Portugal. A existência de um Q.P. praças é uma questão de bom senso que já deveria ter sido implementada na década de sessenta.
Mais vale tarde que nunca.
 
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2919 em: Fevereiro 18, 2024, 12:09:49 am »
"...se não atingirem determinado posto em certo tempo, baseado na performance técnica e física são dispensados do serviço? "

Assim é nalguns corpos militares, incluindo naquele onde eu servi mais anos : existe uma seleção natural onde os chefes são escolhidos e por sua vez, escolhem entre os melhores dos seus homens aquele que deve ser promovido. 

Em caso de mobilização cada um terá o seu papel a desempenhar, há tarefas de todos os niveis que têm que ser feitas. O problema reside no facto de a maioria dos europeus, sobretudo aqueles que vivem longe das guerras, não estarem preparados para uma imposição desta natureza. Nós fomos formatados desta maneira e agora para mudar ...?

Eu sou optimista e  acho que o instinto de sobrevivência, o unico instinto que ainda temos, prevalecerá quando , ou se, a situação o exigir.

Segundo li na Legião os Oficiais são maioritariamente formados na Academia Militar. O sistema que o Fox está a falar é do Norte-Americano/Britânico e não do Francês.

O Paulinho das Feiras teve o queijo e a faca na mão e... fez caca da grossa. A "profissionalização" que ele fez foi de nome, já que o sistema é o pior das várias possibilidades. Só passado 20 anos é que começam a mexer-se para tentar recuperar algo, nomeadamente com uma carreira para Praças no Exército e FAP (pretendem ter 20% dos Praças do Exército e de 30% na Força Aérea no QP) e o RCE (o (duração mínima de 8 anos e máxima de 18 anos).

Por acaso estava mesmo a falar do exemplo da Legião. Inglês não sei o suficiente para falar dele. Do americano, também é por meritocracia.
Em Portugal vai ser gira tentar isso porque os carreiristas querem promoções automáticas da carreira e, basicamente, é como o sistema funciona cá. E isso mata à partida qualquer renovação e meritocracia.

Só um aparte. Das FA com quem tive o privilégio de trabalhar, os Franceses foram, sem duvida os mais competentes, seguidos dos Italianos. Americanos.... eh pah.....
Em França, a Legião é uma exceção quando falamos de promoções, no resto das F.A. francesas é muito parecido com Portugal  :)

As promoções na Legião funcionam assim :
Duas vezes por ano chega à Companhia uma ordem para enviar 2 ou 3 legionários para fazerem o curso de cabos. O Capitão, em conversa com os chefes das diversas seções (pelotões) da Companhia, pede nomes. Da lista de nomes, escolhe os 2 ou 3 que vai enviar para o 4ºR.E. em Castelnaudary.
A mesma coisa quando se trata de enviar cabos (ou cabos-chefe) para o curso de sargentos. O Capitão escolhe o melhor dos seus cabos para enviar para o curso.
Há alguns detalhes neste processo de seleção, por exemplo :
o capitão, depois de escolher o seu homem, pergunta-lhe se ele é volontário para fazer o curso de cabos ou de sargentos. Se o homem não quizer, recusa, não vai e fica tudo bem, é o seu direito escrito no contrato. Eu conheço um só caso de um gajo que foi obrigado a ir ao curso de sargentos, deve ter sido a exceção que confirma a regra  :)

A alguns dos legionários que nunca foram selecionados em " primeira escolha " para fazer o pelotão de cabos, geralmente porque não reuniam as condições requeridas, é-lhes oferecida a possibilidade de fazerem um mini-pelotão de cabos, dura (ou durava) 1 mês. Esta via de acesso ao posto de cabo (chamada Fillière 2), não dá acesso ao curso de sargentos (salvo raras exceções).
Só cabos formados em "Fillière 1"   é que, em principio, podem pretender à carreira de sous-officiers (sargentos).

O posto de cabo-chefe na Legião é dado aos cabos mais antigos e competentes, habitualmente ao fim de 3 ou 4 anos no posto de cabo e mais de 5 anso de serviço. Trata-se de cabos sem perspectivas de fazer um dia o curso de sargentos ... ou porque não querem ou porque não podem.


 

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Lightning

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2920 em: Fevereiro 18, 2024, 12:35:37 am »
Eu também acho que agora aparecerem 50 ou 60.000 jovens por ano nos quartéis para fazer a recruta é algo que não devemos ter capacidade de gerir, nem queremos um exército de 80 ou 100 mil.

Se calhar bastava uns 10 ou 20 mil por ano que escolhessem o serviço militar (supondo o tal serviço cívico obrigatório), depois podiam continuar voluntário/contratado, como existe.

Para os outros podiamos era implementar um conceito que já existe nos paises anglo-saxónicos e que até se chegou a falar brevemente por cá, criar uma força territorial.
Por exemplo as pessoas que fizessem a recruta mas não quisessem cumprir um contracto de x anos, então teriam de ficar x anos na reserva territorial, esta força teria treinos e exercícios regulares, aquilo que os americanos chamam de "soldados de fim de semana", talvez um bocado à semelhança dos nossos Bombeiros voluntários que vão fora das horas do trabalho normal ao quartel de bombeiros, neste caso seriam soldados.

A nível de arma individual, para não andar agora a gastar um dinheirão em SCARs para esta gente toda, bastava modernizar as G-3 para o padrão dos Fuzileiros, já ficava uma arma aceitável para uma força de reservistas século XXI, penso eu.



A Suécia usa G-3 nas suas forças territoriais, a Home Guard.

« Última modificação: Fevereiro 18, 2024, 12:50:03 am por Lightning »
 

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PereiraMarques

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2921 em: Fevereiro 18, 2024, 11:49:44 am »
Tenho ideia de que alguns países pagam o ordenado mínimo ao pessoal do SMO. Infelizmente só encontrei fontes para o caso grego. Se alguém tiver mais informação...
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2922 em: Fevereiro 18, 2024, 12:51:35 pm »
Tenho ideia de que alguns países pagam o ordenado mínimo ao pessoal do SMO. Infelizmente só encontrei fontes para o caso grego. Se alguém tiver mais informação...
De certeza? Indicaram-me esta fonte.
Citar
Conscripts are unsalaried, but nominal financial aid is provided, ranging from approximately 9 euro per month (for the vast majority of conscripts, who are soldiers) to 600 euro (for designate officers), depending on the conscripts' rank and family status. This aid is not technically considered a salary: it is intended to help draftees with various unforeseen expenses, which are not normally covered by the military (i.e. expenses other than food, accommodation, clothing, and transport fees).
"Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos - homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes."
 
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2923 em: Fevereiro 18, 2024, 02:25:30 pm »
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2924 em: Fevereiro 18, 2024, 03:39:56 pm »
Tenho ideia de que alguns países pagam o ordenado mínimo ao pessoal do SMO. Infelizmente só encontrei fontes para o caso grego. Se alguém tiver mais informação...

Mas não era assim que funcionava em Portugal?

As unidades recebiam o ordenado mínimo por cabeça, dai descontavam as despesas de alimentação e alojamento ate chegar ao pré, que penso que estava definido por decreto de lei.

Como sei e digo este disparate, porque vi a ser o decimo terceiro mês a ser pago ao ultimo  SMO que prestou serviço no GALE, quando questionei, nunca tive medo de questionar ninguém, o Mor explicou me  como funcionava, no que toca ao 13 isso era politicada da unidade, umas entregavam outras não.

 
Potius mori quam foedari