REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS

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Clausewitz

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2700 em: Outubro 30, 2023, 09:26:28 pm »
Não vou entrar na discussão sobre se o regimento A deve ser transferido para a base aérea B ou se deve ir para o quartel C. Mas confesso que esta polémica sobre não se poderem concentrar unidades de diferentes ramos em instalações comuns ou com serviços partilhados é divinal.
Isto é tugalhice vintage em todo o seu esplendor, com os melhores ingredientes do paroquialismo, das quintas, dos pequenos poderes e dos dogmas. Sobretudo no estado em que se encontram as Forças Armadas isto torna-se ainda mais trágico-cómico. Não me refiro aos membros que escreveram esses argumentos, eu sei bem que isso traduz uma realidade e mentalidade que existe.

Em muitos casos não fará sentido essa transferência por não haver condições ou por isso implicar investimentos de adaptação que não compensam face a outras alternativas. Agora, serem ramos diferentes não é nem não pode ser, em si mesmo, um argumento, como é óbvio (acho eu) e se não é tem de passar rapidamente a ser óbvio. Aliás existe um exemplo concreto disso, muito especifico, que é a esquadrilha de helicópteros da Marinha.

Para referência e para não ir a exemplos mais pequenos, a maior potência militar do mundo, que tem orçamentos de outra galáxia face aos nossos, que tem um território quase cem vezes maior, em que uma única divisão tem mais efectivos do que o nosso exército inteiro, tem há décadas bases militares conjuntas, com serviços partilhados e utilizados pelas diversas unidades aquarteladas de diferentes ramos. E atenção que estamos a falar de bases com milhares de efectivos, com áreas imensas, com autênticas cidades próprias onde vivem as famílias dos militares, não são os nossos regimentos às moscas. Lá sentiram necessidade de ter esse ganho de eficiência e poupança e conseguiram sem que tivesse caído um bracinho a ninguém, qual é que é mesmo a nossa desculpa?
 
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Lightning

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2701 em: Outubro 30, 2023, 10:20:22 pm »
O pessoai pode ter a opinião que serem ramos diferentes é um não-argumento, é uma opinião, mas para mim a justificação que a função de ambos é defesa é que é um não-argumento, não estamos a falar de combate mas de uma existência em tempo de paz entre entidades com chefias próprias, orçamentos próprios, e que muitas vezes as rotinas diárias pouco tem em comum.

Não estou contra, pois como muito bem disseram, temos o exemplo da esquadrilha de helicópteros da Marinha dentro da BA6, mas esta unidade da Marinha não é subordinada à base aérea como as Esquadras da FAP, existe é uma coordenação entre ambas, tem lógica eles estarem dentro de uma base aérea, pois são uma unidade de aviação que aproveita o aeródromo militar e os seus serviços de torre de controle e bombeiros e alguns outros serviços da base como o refeitório (em que a Marinha deve pagar à FAP as refeições), a segurança, o ginásio, (penso que existia uma revista da Marinha com esses pormenores), etc, mas de resto são muito autónomos, quase de certeza que por exemplo a parte de gestão administrativa dos militares, a gestão de viaturas, não existe junção, porque esses recursos são dos ramos e tem custos que o ramo que usa é que tem obrigação de suportar, não é o outro.

Por essa lógica também podiam juntar os 20 comandos distritais/regionais da PSP e os 20 da GNR, o trabalho até é o mesmo, comandar as esquadras/postos que existem nesse distrito ou região autónoma, é tudo segurança pública, mas não é assim tão fácil pelas mesmas razões de serem entidades autónomas, também existe PJ em todos os distritos, mas estes ainda tem outra particularidade, pertencem a outro ministério.

Noutros exemplos
A GNR também tem os seus cadetes a terem formação na Academia Militar e os seus operacionais OE a terem parte da formação no CTOE em Lamego.

Por isso tudo é possível, desde que as entidades se entendam, mas por norma se uma quer usar algo da outra, então tem de suportar os custos que possam existir.

Tudo pode ter uma razão, ou não, a AAA numa base aérea, a engenharia, mas aqui por exemplo, se uma base aérea for atacada é a engenharia que repara a pista, certo, mas se a engenharia estiver dentro da base no momento do ataque também pode sofrer com o ataque...

Outra maneira, mais radical, e menos conservadora, seria simplesmente juntar os ramos militares numa única entidade, com um único orçamento, gestão, e cadeia de comando.

O mais parecido que conheço é Hospital das Forças Armadas que é uma entidade extra ramos, que depende do EMGFA, com pessoal dos 3 ramos militares.

O exempo americano é bom mas tem uma particularidade, é que tem tanta gente, base aérea, brigadas ou Divisões do exército, etc, que de certeza não comem 10 mil pessoas todos juntas, nem é um unico gabinete administrativo que gere toda a gente, será um bocado como Santa Margarida ou Tancos, com vários "quartéis" só que todos colados uns aos outros.
« Última modificação: Outubro 30, 2023, 10:50:00 pm por Lightning »
 
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Clausewitz

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2702 em: Outubro 31, 2023, 01:30:12 am »
Não estou contra, pois como muito bem disseram, temos o exemplo da esquadrilha de helicópteros da Marinha dentro da BA6, mas esta unidade da Marinha não é subordinada à base aérea como as Esquadras da FAP, existe é uma coordenação entre ambas

Exactamente o mesmo que se referiu nos exemplos, apenas a partilha de espaços e serviços comuns, ninguém falou em subordinação hierárquica a outro ramo.

Por essa lógica também podiam juntar os 20 comandos distritais/regionais da PSP e os 20 da GNR, o trabalho até é o mesmo, comandar as esquadras/postos que existem nesse distrito ou região autónoma, é tudo segurança pública, mas não é assim tão fácil pelas mesmas razões de serem entidades autónomas, também existe PJ em todos os distritos, mas estes ainda tem outra particularidade, pertencem a outro ministério.

Não, não é a mesma coisa. Isso seria fundir comandos, é bastante diferente (por acaso a organização das forças de segurança também seria um bom tema, mas isso são outros quinhentos). Estamos a falar de concentração física, não de fusão.

Por isso tudo é possível, desde que as entidades se entendam, mas por norma se uma quer usar algo da outra, então tem de suportar os custos que possam existir.

Claro, mas qual é o problema disso? Qualquer coisa deste tipo é feita com um acordo de serviços e os respectivos métodos de custeio, é uma coisa banal e em uso em toda a parte.

Outra maneira, mais radical, e menos conservadora, seria simplesmente juntar os ramos militares numa única entidade, com um único orçamento, gestão, e cadeia de comando.

Portanto ter duas unidades de ramos diferentes no mesmo espaço é um quebra-cabeças com a complexidade de um NPO mas daí já damos o salto para a fusão completa de ramos? Se dar um passinho é o cabo dos trabalhos já queremos entrar na maratona? Eu não sou favorável à fusão dos ramos, por exemplo, algumas soluções conjuntas não têm nem devem implicar o fim dos ramos, que levantaria outros problemas.

O exempo americano é bom mas tem uma particularidade, é que tem tanta gente, base aérea, brigadas ou Divisões do exército, etc, que de certeza não comem 10 mil pessoas todos juntas, nem é um unico gabinete administrativo que gere toda a gente, será um bocado como Santa Margarida ou Tancos, com vários "quartéis" só que todos colados uns aos outros.
Não comem 10 mil pessoas todas juntas, nem percebo porque isso seria relevante. Sim, são vários "quarteis" colados uns aos outros, mas que usam serviços comuns, é esse o ponto. Existem acordos de serviços que definem isso, bem como o respectivo custeio, o ramo que é "senhorio" nesses casos é responsável por garanti-los. Coisas como segurança das instalações, gestão e manutenção de alojamentos ou refeitórios por exemplo. Os 10 mil não comem todos juntos como é evidente, existem diversos refeitórios, a questão é que existem refeitórios aos quais os militares dos diferentes ramos têm acesso. Francamente é extraordinário que isto seja algo de complexo, isto é do mais corriqueiro que existe.

A titulo de curiosidade, fica uma lista dos serviços de apoio comuns que estão oficialmente definidos como podendo ser partilhados inter-ramos no seio de bases militares conjuntas nos EUA. Ler com cuidado para que o conteúdo disruptivo não provoque um aneurisma:

E6.1.4.1. Administrative Services. Includes records management, personnel
locator, document control and handling, forms and publications, and maintenance of
official publications reference libraries. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.2. Audio and Visual Information Services. Includes still
photography, graphics, micrographics, and presentation services. Also, includes film,
video and audio media services. (customarily reimbursable)
E6.1.4.3. Automated Data Processing and Automation Services. Includes
data processing services and systems analysis. Also, includes design, development,
execution, and life cycle maintenance of data processing systems. (Customarily
reimbursable)
E6.1.4.4. Chapel and Chaplain Services. Includes pastoral ministries,
worship services, religious rites, pastoral visits, spiritual counseling, and religious
education. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.5. Civilian Personnel Services. Includes recruitment, classification,
staffing, pay administration, personnel management, employee relations, awards, equal
opportunity programs, and career development. (customarily reimbursable)
E6.1.4.6. Clubs. Includes officer, non-commissioned officer, enlisted, all
hands, aero, community and other recreational clubs. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.7. Command Support. Includes oversight and management provided
by the installation commander and the command element office staff.
(non-reimbursable)
E6.1.4.8. Common Use Facility Construction, Operations, Maintenance, and
Repair. Includes construction, alteration, operation, maintenance, and repair of
common use infrastructure (e.g., roads, grounds, surfaced areas, structures, real
property and installed equipment). Also includes common benefit signs, energy
consumption, snow removal, street cleaning, and installation beautification projects.
(customarily non-reimbursable)
E6.1.4.9. Communication Services. Includes dedicated communications
services and telephone equipment. May also include leasing of communication
equipment, lines, and special communications-electronics equipment services.
(Customarily reimbursable)
E6.1.4.10. Community Relations. Includes public relations activities,
charity fund raising events, and installation open house programs. (Customarily
non-reimbursable)
E6.1.4.11. Community Services. Includes family support center activities,
child development services, dependent youth activities, theaters, and thrift shops.
(customarily non-reimbursable)
E6.1.4.12. Custodial Services. Includes janitorial and cleaning services for
customer-occupied and customer-used facilities and areas. (Customarily reimbursable)
E6.1.4.13. Disaster Preparedness. Includes operation of disaster
preparedness programs and related services, equipment, and facility support for
emergencies and wartime operations. (non-reimbursable)
E6.1.4.14. Duplication Services. Includes the operation of centralized
copying equipment and related services. (customarily reimbursable)
E6.1.4.15. Education Services. Includes instruction, counseling, and testing.
(customarily reimbursable)
E6.1.4.16. Entomology Services. Includes abatement and control measures
directed against insects, rodents, weeds, fungi, and other animals or plants that are
determined to be undesirable in buildings, equipment, supplies, and on grounds.
(customarily reimbursable)
E6.1.4.17. Environmental Cleanup. Includes collection, clean-up,
transportation, and disposal of hazardous material. (customarily reimbursable)
E6.1.4.18. Environmental Compliance. Includes recycling and resource
recovery programs, pollution prevention, environmental compliance, and programs
aimed at management and control of hazardous materials -- does not include clean-up
and disposal of hazardous materials. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.19. Equipment Maintenance, Repair, and Calibration. Includes
maintenance, repair, and calibration of industrial equipment, construction equipment,
laboratory equipment, office equipment, and other non-tactical equipment -- does not
include vehicles. (customarily reimbursable)
E6.1.4.20. Explosive Ordnance Support. Includes services and facilities for
explosive ordnance storage, disposal and training. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.21. Facility Construction and Major Repair. Includes minor
construction, alterations, additions, and major repairs required to modernize, replace,
expand or restore real property. Also, includes related planning and design.
(customarily reimbursable)
E6.1.4.22. Facility Maintenance and Minor Repair. Includes routine and
cyclical preventive maintenance and minor repairs required to preserve or restore real
property so it may be used for its designated purpose. (Customarily reimbursable)
E6.1.4.23. Finance and Accounting (provided by Defense Finance &
Accounting Service). Includes expense, reimbursement, working fund, payroll and
leave accounting provided by Defense Finance & Accounting Service. Also includes
disbursing, voucher and invoice examination, financial reporting, and the development
of accounting systems. (customarily reimbursable)
E6.1.4.24. Fire Protection. Includes all normal services related to fire
protection and fighting operations, alert service, and rescue operations. Also, includes
inspections for fire hazards, servicing of portable extinguishers, and related training
programs. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.25. Food Service. Includes preparation and service of food to
authorized personnel, and related dining facilities operations. (customarily
non-reimbursable)
E6.1.4.26. Health Services. Includes administration of healthcare programs,
inpatient and outpatient medical and dental treatment, and other related medical
support and professional services. Also, includes veterinary support. (Customarily
non-reimbursable)
E6.1.4.27. Housing and Lodging Services. Includes family, unmarried, and
unaccompanied housing referral services. Also, includes operation of family housing,
bachelor officer quarters, bachelor enlisted quarters, and transient accommodations.
(customarily non-reimbursable)
E6.1.4.28. Laundry and Dry Cleaning. Includes cleaning and storage of
clothing and other items made of cloth. (customarily reimbursable)
E6.1.4.29. Legal Services. Includes the provision of advice and services on
all legal matters pertaining to legal assistance, military justice, initial claims
processing, property utilization, award and execution of procurement contracts, and
personnel matters such as conflicts of interest, standards of conduct, and grievance
hearings and reviews. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.30. Mail Service. Includes collecting, accepting, sorting, routing,
and delivery of official and personal mail on DoD installations and in DoD-owned or
DoD-leased facilities. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.31. Mail Postage Service. Includes postage and fees for official mail
and application thereof. (customarily reimbursable)
E6.1.4.32. Mail Transportation Overseas. Includes the transportation of
official, contract related, and personal mail, by the Military Postal Service, to and from
Military Post Offices overseas. Also includes additional direct postal workload
required at military postal activities overseas. (customarily reimbursable)
E6.1.4.33. Military Personnel Support. Includes passport, forces stamp,
social security, and other personal affairs services for military personnel. Also
includes processing of identification cards, security clearances, testing of individuals,
line-of-duty investigation reports, casualty assistance reporting, noncombatant
evacuation operations, relocation assistance, and transition assistance. (customarily
reimbursable)
E6.1.4.34. Mobilization Support. Includes planning, provisioning, and
support for mobilization of Active, Reserve, and Guard forces. (Customarily
non-reimbursable)
E6.1.4.35. Morale, Welfare, and Recreation (MWR) Activities. Includes
operation of recreational centers, gyms, fitness centers, parks, athletic fields,
recreational and general reference libraries, hobby shops, craft centers, and related
services. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.36. Mortuary Services. Includes all logistical functions related to the
recovery, identification, care, and disposition of deceased personnel. Includes
continental United States port, and overseas mortuary services. (Customarily
non-reimbursable)
E6.1.4.37. Museums. Includes operation of facilities and services that
display objects of historical military value and significance. (non-reimbursable)
E6.1.4.38. Occupational and Industrial Health Services. Includes worker
and work place health screening programs, and industrial hygiene surveillance of the
occupational environment. Also, includes physical examinations and worker
compensation evaluations. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.39. Police Services. Includes maintaining law and order (e.g.,
enforcement of traffic laws, accident investigation, and criminal investigations), traffic
management, vehicle decals, and parking pass services. Also, includes operation of
confinement and detention facilities, and related services. (customarily
non-reimbursable)
E6.1.4.40. Printing Services. Includes the operation of centralized printing,
collating, binding, and mass mail addressing services. (customarily reimbursable)
E6.1.4.41. Public Affairs. Includes activities aimed toward responding
directly or through news media to the general public's right and need to know how
DoD activities accomplish assigned tasks and missions. Also includes distribution of
public and community relations information. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.42. Purchasing and Contracting Services. Includes acquisition and
contract administration services for procurement of property, equipment, services,
construction, and supplies. Also includes services for renting and leasing.
(customarily reimbursable)
E6.1.4.43. Refuse Collection and Disposal. Includes collection and disposal
of trash and waste materials. (customarily reimbursable)
E6.1.4.44. Resource Management. Includes funds management, cost
analysis services, and budget formulation, reporting, and execution. Also includes
financial liability investigation of property losses. (customarily reimbursable)
E6.1.4.45. Retired Affairs. Includes operation of retired affairs support
offices and provision of special services, activities, and programs provided primarily
for retired personnel. (non-reimbursable)
E6.1.4.46. Safety. Includes operation of safety programs, educational
support, and promotional efforts. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.47. Security Services. Includes security inspections, controlling
entry and egress, and protecting official and personal resources at DoD-owned or
DoD-operated facilities. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.48. Shuttle Services. Includes scheduled operation of local taxis,
vans, and bus transportation services -- does not include chartered transportation
services. (customarily non-reimbursable)
E6.1.4.49. Social Actions. Includes civilian and military personnel
assistance and training pertaining to substance abuse and human relations.
(Customarily non-reimbursable)
E6.1.4.50. Storage and Warehousing. Includes provision of space and
services related to the management of commodities, material, and equipment; includes
receipt, storage, issue, and shipment of items from storage. (customarily reimbursable)
E6.1.4.51. Supply Services. Includes the provision of any common,
generally expendable, non-technical commodity, material, or equipment (e.g.,
administrative office and housekeeping supplies, duplicating paper, common hardware,
plumbing and electrical supplies, building materials, paint, and tools). (Customarily
reimbursable)
E6.1.4.52. Technical and Legal Libraries. Includes technical and legal
libraries, and services that provide limited reference information for official purposes.
(customarily non-reimbursable)
E6.1.4.53. Training Service. Includes instruction and use of target ranges,
simulators, and other training facilities. (customarily reimbursable)
E6.1.4.54. Transportation Services. Includes transportation services related
to both commercial and Government-owned transportation of personnel, personal
property, and material. Also includes shipment planning, packing and crating, port
clearance, scheduling, processing of transportation documents, and related
transportation services. (customarily reimbursable)
E6.1.4.55. Utilities. Includes water, sewage, electricity, natural gas, and
fuel oil services. Also, includes central generation and distribution of steam, chilled
water, and compressed air. (customarily reimbursable)
E6.1.4.56. Vehicle Support. Includes maintenance and repair of customer
vehicles, and supply, maintenance and repair of vehicles provided for a customer's
use. Also, includes chartered transportation services. (customarily reimbursable)
E6.1.4.57. Weather Services. Includes advising and providing timely
notification of weather conditions that would affect planned activities. (Customarily
non-reimbursable)

Enfim, eu nem iria tão longe, isto para nós teria a complexidade de um porta-aviões nuclear.
Soluções assim existem fora dos EUA também, eu referi os EUA para notar que até a maior e mais rica potência militar do mundo identificou aqui um potencial de racionalização de recursos e não teve problema nenhum em agilizar as coisas, apesar da sua escala gigantesca, que faz com que a compartimentação fosse perfeitamente possível e viável. Mas enfim, para nós qualquer mudança é complicadíssima, normalmente só acontece por intervenção externa e quando estamos por um fio, por alguma razão definhamos a olhos vistos.
 
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Lightning

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2703 em: Outubro 31, 2023, 06:36:37 am »
Clausewitz concordo.  :G-beer2:
Está bem explicado.
 
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LM

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2704 em: Outubro 31, 2023, 07:58:05 am »
No entanto por cá a prioridade é (re)criar a unidade de helicópteros no Exército... assim todos os ramos têm uma.  ::)
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nelson38899

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2705 em: Outubro 31, 2023, 09:04:06 am »
No entanto por cá a prioridade é (re)criar a unidade de helicópteros no Exército... assim todos os ramos têm uma.  ::)

Nesta fase do campeonato, o exército deveria ter sistemas anti-missil, anti drone e  artilharia e não helis que não vão servir para nada
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Cabeça de Martelo

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2706 em: Outubro 31, 2023, 10:39:43 am »
Citar
O general, que discursava em Viana do Castelo durante a cerimónia militar do Dia do Exército, admitiu que o Exército está a passar "um momento crítico" e que apesar de, no último ano, terem ingressado neste ramo das Forças Armadas 1.587 militares, aquele número é "insuficiente, considerando a erosão de efetivos".

Ou seja, no meu ano a BAI teve mais voluntários que todo o Exército em 2023?! Ok, a maior parte não chegou ao fim (ao contrário do Exército em 2023), mas isso dá para ver as diferenças nas Forças Armadas em apenas uma décadas de diferença.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2707 em: Outubro 31, 2023, 11:13:18 am »
Não vou entrar na discussão sobre se o regimento A deve ser transferido para a base aérea B ou se deve ir para o quartel C. Mas confesso que esta polémica sobre não se poderem concentrar unidades de diferentes ramos em instalações comuns ou com serviços partilhados é divinal.
Isto é tugalhice vintage em todo o seu esplendor, com os melhores ingredientes do paroquialismo, das quintas, dos pequenos poderes e dos dogmas. Sobretudo no estado em que se encontram as Forças Armadas isto torna-se ainda mais trágico-cómico. Não me refiro aos membros que escreveram esses argumentos, eu sei bem que isso traduz uma realidade e mentalidade que existe.

Em muitos casos não fará sentido essa transferência por não haver condições ou por isso implicar investimentos de adaptação que não compensam face a outras alternativas. Agora, serem ramos diferentes não é nem não pode ser, em si mesmo, um argumento, como é óbvio (acho eu) e se não é tem de passar rapidamente a ser óbvio. Aliás existe um exemplo concreto disso, muito especifico, que é a esquadrilha de helicópteros da Marinha.

Para referência e para não ir a exemplos mais pequenos, a maior potência militar do mundo, que tem orçamentos de outra galáxia face aos nossos, que tem um território quase cem vezes maior, em que uma única divisão tem mais efectivos do que o nosso exército inteiro, tem há décadas bases militares conjuntas, com serviços partilhados e utilizados pelas diversas unidades aquarteladas de diferentes ramos. E atenção que estamos a falar de bases com milhares de efectivos, com áreas imensas, com autênticas cidades próprias onde vivem as famílias dos militares, não são os nossos regimentos às moscas. Lá sentiram necessidade de ter esse ganho de eficiência e poupança e conseguiram sem que tivesse caído um bracinho a ninguém, qual é que é mesmo a nossa desculpa?

É possível dar alguns exemplos práticos dessas unidades conjuntas? Fiquei curioso.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2708 em: Outubro 31, 2023, 12:00:58 pm »
Isso significa que certas regiões as opções são bastante diminutas e a tropa continua a ser uma das poucas saídas possíveis que não envolvam vacas, turismo de verão ou pesca.

Beja não tem qualquer unidade operacional por lá porque das 3 Brigadas nenhuma tinha um Batalhão para lá colocar. Se fechasses o Regimento em Beja e abrisses outro no Algerve continuavas sem uma unidade operacional para colocar lá. A última vez que Beja teve algo, foi o 3º BIParas, unidade que foi levantada, fez uma missão e depois fecharam o "estaminé".

Isso significa que existem regiões com maior potencial, e que são subaproveitadas. Muitas vezes porque se quer tudo concentrado nas grandes cidades, e porque as FA se devem achar a última bolacha do pacote, e que quem pensa em ingressar, tem que ir até ela. Isso resultava no SMO, porque era obrigatório, não sendo obrigatório, não vai haver tanta gente disponível para sair da sua terra para ir para a tropa. É preciso uma organização mais inteligente.

Fecharam o estaminé do 3º BIParas? Porque será? Será porque foi colocado num distrito com baixíssima densidade populacional (e a piorar), uma unidade de escalão batalhão que requer um número relativamente elevado de militares, ainda por cima de uma unidade de elite? Não estamos a falar de uma especialidade de acesso mais fácil, com várias especialidades que possam ser atractivas para vários tipos de cidadão. Então se há dificuldade em encher as unidades existentes em Beja, que são na sua maioria forças "regulares", iam conseguir centenas de Paraquedistas?  ???

Já uma unidade em Faro, permite-te duas coisas: afastamento da BA11, portanto menos competitividade a nível de candidatos, e tira partido de um distrito com muito maior densidade populacional que Beja. Com isto, não é preciso que haja uma unidade operacional de alguma das brigadas para "lá colocar", cria-se uma. E em vez de fazer um regimento monomissão/monobatalhão, cria-se uma unidade similar aos Regimentos de Guarnição, como parte da BRR, em Faro. Assim em vez de teres uma só especialidade na região, tens uma unidade multi-domínio.

Os Paraquedistas sempre tiveram pessoal do norte ao sul do país, passando pelas ilhas, isso é uma não questão. O 3º BIParas foi fechado porque entretanto levantou-se o Batalhão de Comandos e o Exército não tinha como justificar tanto Batalhão nem tinha orçamento para tanta Tropa Especial. As Tropas Especiais são boas, mas pagam-se! Pagas os salários, pagas a formação mais longa e pagas o atrito muito maior nas Tropas Especiais (entre eliminados e desistentes). A rapaziada que foi reabrir o Batalhão em Beja, veio muito dele de outras unidades Paraquedistas e em nada teve a haver se havia voluntários alentejanos ou não.

Tu achas que quem está no Regimento de Paraquedistas é tudo pessoal daquela região? Ou em Tomar? Ou em São Jacinto?

Citar
Continuo sem perceber essa tua fantasia de unir Regimentos com BA. São Ramos diferentes, nenhum dos dois queria tal solução.

Chama-se aproveitar a infraestrutura existente, subaproveitada e com espaço. O facto de serem ramos diferentes não me diz nada. Supostamente têm um objectivo comum, que é a defesa do país. Portanto é um não-argumento.[/quote]

Quando falas em juntares unidades da FAP com outras do Exército tens que ter noção de que as bases aéreas não têm as infraestruturas para terem unidades do Exército com viaturas, armamento e pessoal.

Onde é que ias instalar uma unidade operacional do Exército aqui?



Para dar Recrutas se calhar até dava, não sei se a dita BA tem carreira de tiro ou instalações vagas.

Citar
Ok, presumo que querias fechar o RI15 para o colocares no RPara ou na BrigRR.

Sim.

Citar
Por mim...
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Salvo erro o RAME tem uma das suas Companhias no RE1 em Tancos.

O que torna ainda mais absurdo ter as suas unidades separadas em dois locais distintos. Ou metem tudo em Tancos, ou tudo em Santa Margarida.[/quote]

Não faço a menor ideia de como está dividido o RAME, mas presumo que essa divisão seja para aproveitar o fato da RE1 ter o material e o pessoal necessário, sem ter que se adquiri novo material. Também pode ser para estar distibuido pelo território nacional de forma a chegar aos fogos/desastres. Eu sei tanto quanto tu, só estou a supor algo.

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Mais uma vez, Ramos diferentes.

Continua a ser um não-argumento. Em guerra vão ter que operar em conjunto ou de forma complementar.

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A questão é saber que unidade tem mais capacidade de absorver a outra.

É como tudo na vida. Ao não fazer nada e deixar tudo como está, mantendo o status quo, é que não se vai saber.[/quote]

Neste caso não é apenas o "status quo" e é aí que não estou a conseguir fazer-me explicar, é uma questão de serem instituições diferentes. Se defendes uma maior concentração do Exército em menos unidades, isso é possível, misturar Bases Aéreas com Regimentos do Exército, penso que seria para lá de bizarro.

Tu podes ter as três Brigadas do Exército mais concentradas em cada uma em 2/3 Regimentos (a Brigada Mecanizada já está praticamente toda concentrada em Santa Margarida), da mesma forma que tu tens a FAP concentrada por Bases Aéreas em que cada uma tem um tipo diferente de meio (Caças em Monte Real, a de transporte estava todo concentrada no Montijo mas agora vamos ver uma remodelação total em que Beja vai ter um papel muito mais ativo), etc.

7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Anthropos

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2709 em: Outubro 31, 2023, 08:05:44 pm »
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O general, que discursava em Viana do Castelo durante a cerimónia militar do Dia do Exército, admitiu que o Exército está a passar "um momento crítico" e que apesar de, no último ano, terem ingressado neste ramo das Forças Armadas 1.587 militares, aquele número é "insuficiente, considerando a erosão de efetivos".

Ou seja, no meu ano a BAI teve mais voluntários que todo o Exército em 2023?! Ok, a maior parte não chegou ao fim (ao contrário do Exército em 2023), mas isso dá para ver as diferenças nas Forças Armadas em apenas uma décadas de diferença.

Caríssimo, há batalhões a 50 praças, neste momento.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Cabeça de Martelo

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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2710 em: Novembro 01, 2023, 12:21:05 am »
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O pessoai pode ter a opinião que serem ramos diferentes é um não-argumento, é uma opinião, mas para mim a justificação que a função de ambos é defesa é que é um não-argumento, não estamos a falar de combate mas de uma existência em tempo de paz entre entidades com chefias próprias, orçamentos próprios, e que muitas vezes as rotinas diárias pouco tem em comum.

É em tempo de paz que se cria sinergias entre os ramos. Não é esperar por um conflito para começar a improvisar. Numa base comum, seja ela qual for e que unidades tenha, vai sempre haver um comandante da base, e depois abaixo comandantes das unidades específicas que fazem parte dela. Tudo isto, estará sempre sob a alçada do EMGFA. A alocação dos orçamentos, até fica simplificada, pois o orçamento para a infraestrutura (regimento, base aérea, etc) e serviços torna-se comum, em vez de teres, por exemplo, um orçamento para alimentação do pessoal na BA11, e outro orçamento para o RI1.

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Não estou contra, pois como muito bem disseram, temos o exemplo da esquadrilha de helicópteros da Marinha dentro da BA6, mas esta unidade da Marinha não é subordinada à base aérea como as Esquadras da FAP, existe é uma coordenação entre ambas, tem lógica eles estarem dentro de uma base aérea, pois são uma unidade de aviação que aproveita o aeródromo militar e os seus serviços de torre de controle e bombeiros e alguns outros serviços da base como o refeitório (em que a Marinha deve pagar à FAP as refeições), a segurança, o ginásio, (penso que existia uma revista da Marinha com esses pormenores), etc, mas de resto são muito autónomos, quase de certeza que por exemplo a parte de gestão administrativa dos militares, a gestão de viaturas, não existe junção, porque esses recursos são dos ramos e tem custos que o ramo que usa é que tem obrigação de suportar, não é o outro.

Aplica o exemplo da EHM, a outras possibilidades aqui faladas, e de repente tudo começa a fazer sentido.

Nada impediria de haver uma certa autonomia para unidades diferentes que partilhem um "quartel", havendo outras coisas (nomeadamente serviços) em comum.
Isso da Marinha ter que pagar à FAP para o pessoal da EHM comer no refeitório, é estúpido. O dinheiro vem todo do Estado, logo tem é que haver dinheiro para a unidade (BA6 nesse caso) ter capacidade de "alimentar" o pessoal de ambas as unidades. Facilitava logo a "logística" em torno dos orçamentos. Era aplicar um raciocínio simples, em que unidades com X militares, recebem orçamento X para alimentação, enquanto unidades com efectivo Y, recebem Y euros, e por aí em diante. Se calhar até permitia evitar aqueles casos de desvio de dinheiro para a compra de bacalhau "topo de gama" para jantaradas privadas.

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Por isso tudo é possível, desde que as entidades se entendam, mas por norma se uma quer usar algo da outra, então tem de suportar os custos que possam existir.

Ou então, fazer evoluir isto de tal forma, que os orçamentos para as unidades (no caso das FA) passam a contar com outras unidades/especialidades que nelas operem.

Isto levanta-me uma curiosidade: quando existe intercâmbio de militares estrangeiros (por exemplo dos PALOP) nas forças armadas, são eles que pagam a despesa com a alimentação destes militares, ou já vem do orçamento do EP?

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Tudo pode ter uma razão, ou não, a AAA numa base aérea, a engenharia, mas aqui por exemplo, se uma base aérea for atacada é a engenharia que repara a pista, certo, mas se a engenharia estiver dentro da base no momento do ataque também pode sofrer com o ataque...

Claro que sim, é sempre um risco "calculado". Pondo-te no lugar do inimigo, vais a atacar uma BA, como Ovar por exemplo. Vais atacar a pista, as placas com aeronaves, os hangares, depósitos de combustível e paióis, ou vais atacar o parque de viaturas de engenharia ali num cantinho da base? E no fim de contas, estamos só a falar de exemplos.

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Outra maneira, mais radical, e menos conservadora, seria simplesmente juntar os ramos militares numa única entidade, com um único orçamento, gestão, e cadeia de comando.

Lá está, passamos do 8 ao 80. Existem funções nos ramos que podiam e deviam ser partilhadas, outras nem por isso. Um comando conjunto de helicópteros fazia sentido, principalmente se permitisse diminuir a variedade de modelos em uso, em vez de cada ramo ter o seu brinquedo preferido.
O comando vai estar sempre concentrado no CEMGFA, e a ideia é ter sempre as coisas de forma a que seja possível empregar os meios necessários, de acordo com o TO.

O que não faz sentido para mim, é o EP querer o seu próprio helicóptero e tudo o que isso acarreta, e depois se algum deles for abatido em missão, e for necessário empenhar meios CSAR, lá terá que ser a FAP a safar. Tanta independência, para depois ser isto. Portanto, para mim, faz muito mais sentido ter um comando conjunto, em que todos os pilotos são formados no mesmo local, usando os mesmos meios (Koala), e depois são atribuídos ao meio (Merlin, UH-60, etc) onde são necessários.

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O mais parecido que conheço é Hospital das Forças Armadas que é uma entidade extra ramos, que depende do EMGFA, com pessoal dos 3 ramos militares.

Pena ser exemplo único ou praticamente único.

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O exempo americano é bom mas tem uma particularidade, é que tem tanta gente, base aérea, brigadas ou Divisões do exército, etc, que de certeza não comem 10 mil pessoas todos juntas, nem é um unico gabinete administrativo que gere toda a gente, será um bocado como Santa Margarida ou Tancos, com vários "quartéis" só que todos colados uns aos outros.

A diferença está aí, nos números. Uma unidade com 10 mil militares, terá necessidades diferentes das de um Regimento português que, mesmo considerando uma possível fusão entre algumas especialidades, em muitos casos teria dificuldade a ultrapassar os 500 elementos, com sorte 1000. No caso português, era perfeitamente possível ter um refeitório comum por exemplo.

Os Paraquedistas sempre tiveram pessoal do norte ao sul do país, passando pelas ilhas, isso é uma não questão. O 3º BIParas foi fechado porque entretanto levantou-se o Batalhão de Comandos e o Exército não tinha como justificar tanto Batalhão nem tinha orçamento para tanta Tropa Especial. As Tropas Especiais são boas, mas pagam-se! Pagas os salários, pagas a formação mais longa e pagas o atrito muito maior nas Tropas Especiais (entre eliminados e desistentes). A rapaziada que foi reabrir o Batalhão em Beja, veio muito dele de outras unidades Paraquedistas e em nada teve a haver se havia voluntários alentejanos ou não.

Tu achas que quem está no Regimento de Paraquedistas é tudo pessoal daquela região? Ou em Tomar? Ou em São Jacinto?

A questão é que te estás a focar no que temos hoje, que é muito pouco, e achas que isso é a generalização de como o povo pensa. Sabe-se que o factor casa é de extrema importância para quem pensa ingressar. Vai sempre haver casos em que o pessoal faz um esforço e sai da sua região, para ingressar. Vais ter depois tantos ou mais casos que não o fazem, precisamente pela distância a casa. A questão que devias fazer era qual a percentagem de pessoas que possam estar interessadas, que não vêm, e não olhar para casos específicos do Manuel que era dos Açores. Ou aumentam os salários, o suficiente para ser rentável para o pessoal se mudar, ou têm que arranjar opções alternativas (e eventualmente complementares).

Mais uma vez, no que se refere ao 3º BIParas, repara que tiveram de meter em Beja pessoal de outras zonas, algo que certamente não terá sido muito bem aceite.
Entretanto outro problema, é esta ideia de "outro Batalhão". Infelizmente em Portugal as coisas funcionam em torno da criação de regimentos, que por alguma razão têm que ser monomissão. É claro que isto complica-te e muito as coisas, porque dificilmente arranjas pessoal para encher um regimento de uma só especialidade.

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Quando falas em juntares unidades da FAP com outras do Exército tens que ter noção de que as bases aéreas não têm as infraestruturas para terem unidades do Exército com viaturas, armamento e pessoal.

Onde é que ias instalar uma unidade operacional do Exército aqui?

Para dar Recrutas se calhar até dava, não sei se a dita BA tem carreira de tiro ou instalações vagas.

Bom, uma das questões críticas para a criação de infraestruturas, para poder criar ou expandir regimentos, é a aquisição de terrenos. Numa base aérea como Beja, tal nem seria necessário, pois espaço não falta. Com esse problema fora do caminho, se for necessário construir alguns edifícios para receber uma unidade do Exército, que fosse, já que a venda do actual RI1 e a redução de despesa a médio/longo prazo (ao eliminar o dito Regimento) mais que compensam estas obras. Se não tiver campo de tiro, faz-se, não falta espaço e é relativamente barato.

Entretanto, e como acho absurdo ter numa zona com tão baixa densidade populacional, um regimento de infantaria (que é o tipo de unidade que de mais gente precisa), em vez de transferir o RI para a BA11, alterava também a sua missão, passando a existir ali sim um RAAA ou uma unidade logística (neste caso tirando partido das principais aeronaves logísticas da FAP estarem lá).
Ora unidades destas, requerem muito menos pessoal que uma unidade de infantaria, e meios específicos que nunca serão em grande número, ocupando menos espaço e exigindo menos infraestrutura. Hipoteticamente falando, se tivéssemos unidades AA equipadas com NASAMS ou algo similar, ter uma Bateria em Beja (e outra em Monte Real), seria mais que suficiente para justificar uma unidade AA (substituindo o RAAA1 de Queluz) nas respectivas bases, sem haver necessidade de criar um regimento de propósito.

As funções do RI1, passariam a ser cumpridas por um único RI ou RG em Faro, que absorvia também as funções de todas as unidades do Exército daquele distrito.
 

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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2711 em: Novembro 01, 2023, 12:36:48 am »
Neste caso não é apenas o "status quo" e é aí que não estou a conseguir fazer-me explicar, é uma questão de serem instituições diferentes. Se defendes uma maior concentração do Exército em menos unidades, isso é possível, misturar Bases Aéreas com Regimentos do Exército, penso que seria para lá de bizarro.

Tu podes ter as três Brigadas do Exército mais concentradas em cada uma em 2/3 Regimentos (a Brigada Mecanizada já está praticamente toda concentrada em Santa Margarida), da mesma forma que tu tens a FAP concentrada por Bases Aéreas em que cada uma tem um tipo diferente de meio (Caças em Monte Real, a de transporte estava todo concentrada no Montijo mas agora vamos ver uma remodelação total em que Beja vai ter um papel muito mais ativo), etc.

Só é bizarro em Portugal. Utilizar o espaço existente, para o ocupar com unidades das FA, para melhor rentabilizar a infraestrutura afecta às FA, é bastante mais fácil do que parece. Falta é vontade. Outros países até usam bases aeronavais, algo que por cá seria impensável.

De notar que aqui não se está a falar em espetar a BrigMec numa Base Aérea, mas sim unidades de apoio (logística, engenharia, AA, etc), que tipicamente são de reduzida dimensão, requerem pouco pessoal e não justificam o seu próprio regimento de 10 a 20 hectares.
 

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"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Ataru

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2713 em: Novembro 02, 2023, 08:29:09 pm »
Amanhã é a audição no Parlamento sobre o Orçamento de Estado 2024 com a Ministra da Defesa.
Se pudessem estar presentes e fazer perguntas à Ministra, o que lhe perguntavam?
Greater Portugal = Portugal + Olivença + Galiza and the Eonavian Region + border villages that speak galaico-portuguese dialects + Cape Verde + St. Tomé and Principe + Cabinda + Timor
 

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nelson38899

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2714 em: Novembro 02, 2023, 10:03:38 pm »
Amanhã é a audição no Parlamento sobre o Orçamento de Estado 2024 com a Ministra da Defesa.
Se pudessem estar presentes e fazer perguntas à Ministra, o que lhe perguntavam?

Eu dizia-lhe a ela o mesmo que disse ao ministro do ensino superior e da cultura. Demita-se!

Temos uma LPM desfasada da realidade, o mundo mudou e a tropa tuga continua com os mesmos programas de 1990.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva