Portugueses na "Division Azul"?

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JACARÉ

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Portugueses na "Division Azul"?
« em: Novembro 04, 2006, 08:36:07 am »
Alguém sabe se houve voluntários portugueses a combater na Divisião Azul? Vi uma lista de oficiais e sargentos e alguns tinham um nome bastante português. Mas tb poderiam ser galegos...
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #1 em: Novembro 04, 2006, 10:10:56 am »
Caro Jacaré, eis uma boa pergunta! Já tentei saber se isso aconteceu ou não, através de um conhecido meu que é Espanhol, mas até hoje não obtive qualquer resposta.  :(
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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JACARÉ

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« Responder #2 em: Novembro 04, 2006, 11:56:41 am »
 

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papatango

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« Responder #3 em: Novembro 04, 2006, 12:14:58 pm »
Há alguma confusão com essa questão, porque parece que houve oficiais portugueses que visitaram os campos de batalha na frente leste como observadores. Entre estes (estou a falar de memória) estava um oficial de nome António de Spínola.

As referências a portugueses nessa unidade da falange espanhola, foi utilizada pela imprensa da Alamanha Nazista em Portugal. Havia várias publicações claramente influenciadas e financiadas pela Alemanha, como havia publicações claramente influênciadas pelos ingleses.

Uma das criações da guerra de propaganda em Portugal, é o personagem da Banda-Desenhada «Major Alvega».

Qualquer dos lados, pretendia dar uma imagem dos combatentes portugueses ligada a si.

Os alemães utilizaram a eventual presença de alguns desgarrados numa unidade espanhola como forma de fazer propaganda.
De qualquer forma, qualquer presença de pessoas nascidas em Portugal é irrelevante quer do ponto de vista militar quer do ponto de vista político.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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JACARÉ

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« Responder #4 em: Novembro 06, 2006, 09:49:41 pm »
Independentemente dos revisionismos da esquerda e da direita seria interessante saber quantos portugueses combateram na Divisão Azul. Muitos dos Viriatos q combateram na Guerra Civil e serviram nas Banderas da Legião devem ter acabado por servir na Russia.
 

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garrulo

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« Responder #5 em: Novembro 06, 2006, 10:25:12 pm »
Sin duda alguna Jacaré, pero la existencia de Viriatos y legionarios portugueses , es algo que a algunos les molesta.
España tiene el 107% de la renta de la UE, Portugal el 75%, entramos al mismo tiempo. No seremos tan tontos.
 

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Jose M.

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« Responder #6 em: Novembro 07, 2006, 06:21:17 am »
Caro Yacaré:

   Ha muito pouca informaçao ao respecto, mas encontrei esta citaçao:

Citar
Terminada a Guerra Civil, marcada pela extrema violência de ambos os lados em conflito, Franco começou a lenta reestruturação do país. Logo começou a 2ª Guerra Mundial, e lhe foi cobrada uma posição no conflito. O encontro com Hitler foi em 13 de Novembro de 1940, em Hendaye, na França. O encontro com Mussolini foi em 7 de Março de 1941, em Bordighera, na Itália. Franco optou pela neutralidade enviando para a Alemanha apenas uma divisão de infantaria, conhecida como “Divisão Azul”, a de número 250 da Wehrmacht, comandada pelo Generalmajor Muñoz Grandes. Esta divisão era composta por voluntários espanhóis, na maior parte falangistas, e por cerca de 15 portugueses, ex-membros da Legião Viriato. Engajou-se na luta no setor de Leningrado, na Rússia, até ser retirada de combate, com cerca de seis mil baixas.

Dos portugueses desta divisão, somente um retornou vivo. A maior parte morreu no frio de 35º abaixo de zero das estepes russas. Chamava-se João Rodrigues Júnior. Este, em 1936, depois de ter cumprido o serviço militar, partiu para Espanha, onde havia começado a guerra Civil, e se alistara na Legião Estrangeira Espanhola. Em 1941, terminaria seu contrato de cinco anos com a Legião, mas decidiu por renová-lo para lutar contra o comunismo. Em 1942, aos 26 anos, retornou para sua casa, ainda um idealista.

Fontes:

Revista A Esfera. Portugal, 1942.
Jornal A Offensiva. Rio de Janeiro, 1936-1938.
Carap, Julia. Delírios e destinos. Niterói, RJ: Muiraquitã. 1997.
Legiunea In Imagini. Madrid: Editura Miscárii Legionari, 1977.
Trindade, Hélgio. Integralismo: o fascismo brasileiro. São Paulo: DIFEL/URGS, 1977.


http://pt.altermedia.info/geral/os-integralistas-na-guerra-civil-espanhola_371.htmlprint/

 Cumprimentos
 

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mcalberto

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« Responder #7 em: Novembro 07, 2006, 10:53:02 pm »
Boa Noite

Caro Papatango,

Porque o rigor é fundamental, até na banda desenhada, deixe-me dizer-lhe que o "Major Alvega" foi uma criação/recomendação da censura existente em Portugal antes do 25 de Abril.  nomeadamente na década de 60, tentando assim criar heróis nacionais de que o regime bem precisado estava no auge da guerra colonial.

Isso aconteceu com o Major Alvega, com uma outra personagem chamada João Tempestade e muitas outras.

O Major Alvega, que na origem inglesa se chamava Battler Briton, nasceu em 1956, criado por Mike Butterworth e Geoff Campion.

Cumprimentos
 

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papatango

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« Responder #8 em: Novembro 08, 2006, 10:13:18 pm »
I stand corrected.
A ideia que tenho (tinha) é de que o personagem  Major Alvega é uma das criações (muitas) propagandísticas dos aliados durante a guerra.

Curiosamente creio ter lido isso algures, mas confesso que não tenho a certeza e posso ter interpretado mal.

Mas nunca é tarde para aprender.
E para alguma coisa servem os fórums.
Obrigado pela correcção.


= = = = =

De qualquer forma, quanto à participação de portugueses, com os voluntários falangistas, o numero a ter existido terá sido mínimo.

só conheço, como disse anteriormente os relatos sobre a organização alemã e a enorme capacidade logistica alemã demonstrada na guerra a leste contra os russos.

Já agora:

Alguém conhece o clausulado do "Pacto Peninsular" assinado em 1939 entre Salazar e Franco?

Estou a recolher dados sobre a operação Felix e sobre as movimentações sobre Portugal, no caso de os alemães terem decidido avançar, e o tal "pacto" é interessante como documento adicional de apoio.


Cumprimentos
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Yosy

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« Responder #9 em: Novembro 09, 2006, 08:37:04 pm »
Um homem da PIDE, envolvido na morte de Eduardo Mondlane e na investigação do Caso Angoche - Casimiro Monteiro, esteve na Divisão Azul e combateu na Rússia. Em 1943 foi detido pelos ingleses, que depois de o interrogarem, o mandam para os comandos. Integrado no 8º Exército de Montgomery, participa na invasão da Itália, onde é gravemente ferido.

Uma das poucas pessoas que combateu pelos 2 lados na 2ª Guerra Mundial.
 

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Jose M.

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« Responder #10 em: Novembro 10, 2006, 06:21:59 am »
Papatango, aquí tiene un estudio sobre ese pacto

http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-198.htm
 

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Sniper

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Um português na 8ª Cruzada...
« Responder #11 em: Novembro 20, 2006, 10:24:06 pm »
Nos anos 80 vivia na Parede, mais exactamente numa tenda de campismo instalada no pinhal do Junqueiro, um velhote que tinha combatido na Legião Azul. O senhor vivia com um filho adolescente que tinha trazido de uma aventura em África e ambos viviam com uma pensão de subsistência do ex-combatente. Ele tinha várias condecorações, entre as quais uma Cruz de Guerra alemã. Chegou a ser entrevistado pelo Correio da Manhã e pouco tempo depois desapareceu do local. Não imagino para onde terá ido nem qual seria o seu nome.