Missão militar portuguesa na RCA

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1155 em: Julho 28, 2023, 05:17:23 pm »
Clima tenso e com tendência a piorar.

E a justificar planos de evacuação, digo eu.... em caso de conflito aberto o contingente português seria rapidamente dominado. A UN que se cuide....

É só mandar a frota de kápacê

Oh wait
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1156 em: Julho 28, 2023, 05:19:37 pm »


E seria mais um teatro onde precisaríamos de estar melhor equipados


E qual é o teatro onde estamos onde essa frase não é aplicável??
[/quote]

Amadora?
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HSMW

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« Última modificação: Julho 28, 2023, 07:47:34 pm por HSMW »
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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CruzSilva

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"Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos - homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes."
 

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Lightning

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ricardonunes

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1160 em: Setembro 04, 2023, 09:48:54 am »
https://observador.pt/especiais/a-discreta-reuniao-em-lisboa-em-que-os-eua-pediram-a-portugal-para-nao-sair-da-republica-centro-africana-para-combater-grupo-wagner/

Não consigo ler o artigo completo, é para assinantes, mas deixo aqui os objetivos da contribuição da missão Portuguesa na RCA...

Citar
A Colaboração Portuguesa na República Centro-Africana

Focando-se este artigo na situação da República Centro-Africana e a intervenção portuguesa no país, é importante expor em que se materializa. Primeiramente, olhando para a Diretiva de Orientação Política para o Planeamento das FDN para 2021, podemos identificar dois objetivos em que se baseia esta participação, nomeadamente o de privilegiar missões que contribuam para a estabilidade da vizinhança e o de participar em atividades de capacitação no domínio de defesa, concretamente na África Subsariana.

Portugal participa na EUTM RCA, por extenso European Union Training Mission na República Centro Africana. Depois de ter sido criada, em 2014, uma Task Force (EUFOR-RCA) que auxiliasse nos esforços internacionais de proteção de civis e ajuda humanitária e de, em 2015, ter sido requisitado pelo líder transitório na República Centro-Africana que a UE destacasse uma missão militar de consultoria (EUMAM), com o propósito de auxiliar a reforma do setor de defesa surge, em 2016, a EUTM-RCA, que estendeu o seu mandato atual até 2022. A participação portuguesa tem o propósito de, no âmbito da missão, “apoiar as autoridades centro-africanas na preparação e implementação da reforma do sector da defesa e segurança, ajudando à modernização das suas Forças Armadas e assegurando o seu equilíbrio étnico e responsabilidade democrática” (2). O comandante da Força da Missão da UE é o português Brigadeiro-General Paulo Neves de Abreu, desde setembro de 2020.

Portugal participa também na UN MINUSCA, por extenso, United Nations Multidimensional Integrated Stabilization Mission In The Central African Republic. Esta missão substitui a MISCA (Missão Internacional de Apoio à República Centro-Africana) em 2014. Tem como principal objetivo proteger os civis. Neste sentido, prestar assistência humanitária, proteger os direitos humanos, implementar um sistema de Justiça e desmobilizar os diferentes grupos armados são algumas das tarefas desempenhadas, bem como facilitar os processos de transição. A participação portuguesa na MINUSCA materializa-se no “apoio à comunidade internacional na reforma do setor de segurança do Estado, contribuindo para a segurança e estabilização do país” (2). O atual 2º Comandante da Força Militar da missão da ONU é o Sr. Major-General Paulo Maia Pereira, a quem a EuroDefense-Jovem endereçou o convite para a participação numa das suas Tertúlias, que foi desde logo aceite.

Os militares portugueses têm desempenhado um papel exímio e fundamental, contribuindo para assegurar a paz e estabilidade na RCA, dignificando as Forças Armadas Portuguesas. Atualmente, Portugal tem 243 militares na República Centro-Africana, dos quais 188 integram a MINUSCA e 55 participam na missão de treino da EUTM RCA. Portugal destaca ainda um Grupo de Apoio Nacional de 5 militares, cujo propósito é apoiar o contingente nacional em operações na República Centro Africana. 

Se a manutenção do contingente Português é para combater  O Grupo Wagner, que opera sobre a coordenação do legitimo governo da RCA, então algo de errado se está a passar e alguém está  a usurpar competências...

 
Potius mori quam foedari
 

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ricardonunes

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1161 em: Setembro 04, 2023, 10:00:49 am »
Antes que me chamem de maluco...  :mrgreen:

Citar
Em relação à crescente participação da Rússia no conflito: como é que a MINUSCA está a lidar com esta realidade e como é que isto pode interferir com a ação da missão?

A Rússia tem militares na MINUSCA, tem também oficiais que num acordo bilateral formam as FACA, em paralelo e em coordenação com a EUTM. Depois, o governo fez um acordo com 2 países para criar umas FACA, uma força trilateral com o Ruanda, a Rússia e as FACA, que tem estado a atuar em dissintonia com as regras de empenhamento da MINUSCA. Existiu o início de um fórum de cooperação entre esta força trilateral e a MINUSCA, cujo funcionamento está a ser bastante melhorado. No entanto, não pode ser esquecido que a MINUSCA opera num Estado soberano, que tem o direito a celebrar acordos com qualquer entidade (como celebrou com Portugal, por exemplo) e, por isso, a ONU não pode impor que qualquer acordo seja quebrado.


Podem ler mais aqui “As Forças Armadas Portuguesas na República Centro-Africana”

Potius mori quam foedari
 

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Pescador

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1162 em: Setembro 04, 2023, 11:00:45 am »
Quando tiverem assinado a compra dos tucanitos e sairmos da RCA, ficam estes de serviço na Madeira a combater avionetes de tráfico  ;D ;D. Enquanto fica por resolver os MLU de F16 e a bem dizer de toda a frota de meios aéreos. E ainda a falta de frota de helicópteros médios que tanto eram importantes lá, como cá ou em qualquer teatro. Ou seja mais urgentes e pertinentes.
Importante são as negociatas e contentar parceiros da corrupção e da patetice politica com os Bric amigos de russos e chineses.
Além da ambiguidade da Turquia, Portugal é o parceiro mais inútil e patético da Nato. Só serve para ter uns carolas Adidos a ganhar dinheiro nas missões ou comodoros passearem em navios a sério dizendo ser colaboração bilateral.
Parabéns pançudos pimpolhos. É assim que aprecem nas fotos de figuras de terceiro mundo
 

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dc

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1163 em: Setembro 04, 2023, 12:27:32 pm »
Se a manutenção do contingente Português é para combater  O Grupo Wagner, que opera sobre a coordenação do legitimo governo da RCA, então algo de errado se está a passar e alguém está  a usurpar competências...

Pode ser simplesmente "combater" a influência do grupo Wagner. Saindo de lá a MINUSCA, a RCA ficaria completamente à mercê do dito grupo, que passaria a fazer o que queria.
 
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1164 em: Setembro 04, 2023, 01:09:22 pm »
Pois, acho que é um bocado no sentido de não sairmos por nossa vontade, se a RCA nos mandar sair que remédio, mas se ainda nos quiser lá, é sinal que a presença de Portugal lá é aceite pelo governo, e pelo que se via em videos, era bem-vinda pela população.

Mas claramente estamos a passar de uma situação em que os pontos fortes eram, apoiar a França na guerra contra o terrorismo em África, apoiar o governo da RCA a ter controlo territorial do país contra grupos armados fora do controlo do governo, etc, para uma espécie de frente secundária da grande competição Ocidente vs Leste, EUA vs Rússia, competição por ter favorecimento destes paises africanos.

Mas do ponto de vista dos governos dos paises africanos, eles por norma não fecham a porta a negócios com ninguém, dizem que sim a todos os que lhes podem fazer algo que lhes interessa, por isso eles não devem expulsar ninguém, exepto os franceses que com o historial de terem sido potência colonial agora parece estarem a ser corridos de lá. Mas já no tempo das independências os paises africanos andaram todos a receber ajuda da URSS, mas depois de serem independentes não tiveram problema nenhum em fazer negócios com os EUA, muitos só eram comunistas no nome, eles querem é as coisas e se para isso tem de dizer que são de um certo clube  eles dizem, mas rapidamente também são de outro clube, ou na verdade, não são de nenhum.

Do ponto de vista de Portugal, (podemos é não concordar), tem andado muito virado para África, e vamos tirando os nossos favores aos países que são grandes potenciais com isso, se antes foi dar a mão à França, agora parece ser os EUA, e estas coisas depois são favores que se ficam a dever.

Também pode ser bom para as empresas portuguesas, como a GALP que anda no golfo da Guiné, talvez em Moçambique, conseguirem ter novos "mercados", nunca mais me esqueci desta história.

Ainda no tempo da Bósnia, numa reunião entre as chefias militares portugueses e algum Presidente de Câmara da zona, ele diz aos portugueses, "preciso de alguém que venha aqui reconstruir pontes, escolas, estradas, etc, tudo o que foi destruído, temos dinheiro (talvez da ONU?), mas não resta nenhuma empresa de construção civil aqui com capacidade", os portugueses não estavam habituados a este tipo de pedidos, nem temos olho para o negócio como os países mais a norte, por isso a resposta portuguesa era "Nós só estamos cá para tratar da segurança, isso de construção não tem nada a ver connosco", ou mesmo que algum oficial que conseguisse ver o potencial daquilo e enviasse a informação para Lisboa era o EMGFA ou MDN a cortar as pernas aquilo pois o trabalho deles era segurança, depois lá acabaram por aparecer empresas alemãs, holandesas, etc, que reconstruiram aquilo tudo. Perdemos um mercado onde tínhamos acesso privilegiado, mas como não resolvemos o problema lá do Presidente da Câmara, ele foi bater à porta a outro lado que lhe resolvesse a situação.

Mas bem se viu a diferença quando o Costa foi à Ucrânia, disse logo que Portugal estava disponível para ajudar na reconstrução do país.

E em África pode ser por ai, temos muita empresa de construção em África, e outras empresas, e a RCA pode ser um país com potencial, até a saida da França pode abrir espaço para Portugal se meter.
« Última modificação: Setembro 04, 2023, 01:13:53 pm por Lightning »
 

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Red Baron

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1165 em: Setembro 04, 2023, 01:52:19 pm »
Quando tiverem assinado a compra dos tucanitos e sairmos da RCA, ficam estes de serviço na Madeira a combater avionetes de tráfico  ;D ;D. Enquanto fica por resolver os MLU de F16 e a bem dizer de toda a frota de meios aéreos. E ainda a falta de frota de helicópteros médios que tanto eram importantes lá, como cá ou em qualquer teatro. Ou seja mais urgentes e pertinentes.
Importante são as negociatas e contentar parceiros da corrupção e da patetice politica com os Bric amigos de russos e chineses.
Além da ambiguidade da Turquia, Portugal é o parceiro mais inútil e patético da Nato. Só serve para ter uns carolas Adidos a ganhar dinheiro nas missões ou comodoros passearem em navios a sério dizendo ser colaboração bilateral.
Parabéns pançudos pimpolhos. É assim que aprecem nas fotos de figuras de terceiro mundo

Olhe que não.

Quanto a manutenção da presença na RCA, depende sempre da ONU. Visto que são eles a pagar a conta.
 

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Drecas

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1166 em: Setembro 04, 2023, 02:55:52 pm »
https://12ft.io/proxy?q=https%3A%2F%2Fobservador.pt%2Fespeciais%2Fa-discreta-reuniao-em-lisboa-em-que-os-eua-pediram-a-portugal-para-nao-sair-da-republica-centro-africana-para-combater-grupo-wagner%2Famp%2F
A noticia completa é bem longo, deixo o mais importante

A discreta reunião em Lisboa em que os EUA pediram a Portugal para não sair da República Centro-Africana para combater grupo Wagner

Para combater a Wagner em África, EUA tiveram reunião secreta em Lisboa para debater o tema com dirigentes portugueses. Após morte de Prigozhin, Washington quer continuar a contar com apoio português.

Corria o mês de janeiro quando Lisboa recebeu oficiais norte-americanos para uma reunião discreta com dirigentes e autoridades nacionais — o tema seria a manutenção das tropas portuguesas na República Centro-Africana. Nessa altura, ainda não se previa uma rebelião do grupo Wagner na Rússia, muito menos a morte do seu líder, mas a atividade da milícia paramilitar em África — onde angaria múltiplos negócios e desenvolve atividades militares — esteve em cima da mesa. Para os EUA era fundamental poder continuar a contar com os portugueses, que estariam menos entusiasmados com ideia de prosseguir com a mesma força naquele cenário. Era um encontro em que estava muito em jogo.

Ainda que sem comentar a reunião de Lisboa, cuja existência o Observador confirmou, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, o correspondente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em Portugal, garantiu esta semana, em resposta escrita, que os Estados Unidos “continuam a trabalhar com os parceiros portugueses, europeus e africanos para promover a estabilidade na República Centro-Africana [RCA]”.

De acordo com o que conseguiu apurar o jornal norte-americano Politico, que noticiou em primeira mão a existência desse encontro em Lisboa em janeiro de 2023, os dirigentes portugueses estariam a reconsiderar deixar, em abril, a missão de treino da União Europeia na República Centro-Africana, uma das três missões que Portugal integra, além da MINUSCA (da Organização das Nações Unidas) e da missão civil de aconselhamento e monitorização da União Europeia.

Além disso, segundo conta aquele jornal norte-americano, os dirigentes portugueses presentes na reunião manifestaram alguma apreensão com o facto de as tropas francesas terem saído no final de dezembro de 2022 da República Centro-Africana, deixando os militares portugueses numa posição mais vulnerável.

E se em janeiro a Wagner era já uma grande preocupação, os últimos acontecimentos — que culminaram com a morte do chef de Vladimir Putin — vieram adensar ainda mais os receios.

Contactado nos últimos dias pelo Observador, o Ministério dos Negócios Estrangeiros realçou que a “presença de contingentes militares portugueses é um sinal inequívoco da prioridade atribuída por Portugal para com a paz, segurança e estabilidade em África”, mas não deu qualquer resposta concreta sobre a reunião. Nem o Estado-Maior-General das Forças Armadas, que indicou, em resposta escrita ao Observador, o seguinte: “Tendo em consideração o atual empenhamento de militares portugueses no Teatro de Operações da República Centro-Africana, bem como sobretudo o âmbito classificado destas matérias de natureza operacional, não será possível realizar qualquer comentário”. O Observador questionou igualmente o Departamento de Estado norte-americano sobre a existência desta reunião. E o órgão liderado pelo secretário de Estado Antony Blinken esclarece que não “comenta discussões diplomáticas”, ainda que tenha ressalvado de forma subliminar que a “embaixada dos Estados Unidos em Lisboa mantém contactos estreitos com dirigentes portugueses em vários assuntos de importância”.

Certo é que, depois desta reunião, já no início de fevereiro de 2023, o primeiro-ministro, António Costa — juntamente com a ministra da Defesa Helena Carreiras —, deslocaram-se à República Centro-Africana. Em declarações à agência Lusa desde a capital do país africano Bangui, o chefe do executivo confirmou que a visita serviu para “avaliar as condições políticas para a manutenção” da operação da MINUSCA e destacou que, nos contactos que teve “oportunidade de manter” com o Presidente da RCA, Faustin-Archange Touadéra, evidenciou uma “grande vontade da República Centro-Africana em que Portugal [continuasse] a participar” nas missões.

“A pior coisa que podíamos fazer seria retirar do terreno as forças que existem e que deixariam exposta a República Centro-Africana”, prosseguiu o primeiro-ministro, que salientou o facto de os Estados Unidos terem apresentado “um projeto no sentido de reforçar o apoio à República Centro-Africana, de forma a não correr riscos de não ficar sob influências” externas. As “influências” a que António Costa se referia eram precisamente as da milícia paramilitar Wagner. “O esforço que está a ser feito é tornar desnecessária a presença da Wagner na República Centro-Africana”, diz logo a seguir.

Nas mesmas declarações à Lusa, António Costa revelava que a presença na missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana se prolongaria por mais um ano, algo que ficou confirmado pela portaria 102/2023, assinada a 17 de fevereiro de 2023 por Helena Carreiras. O primeiro-ministro sinalizava também se tinha reunido com a alta representante do Secretário-Geral das Nações Unidas na República Centro-Africana, Valentine Sendanyoye Rugwabiza, que, de acordo com o chefe do executivo, “foi muito enfática sobre a necessidade de não só Portugal se manter, como reforçar a sua presença” no país africano.

A guerra na Ucrânia e o esforço dos Estados Unidos para sancionar o grupo Wagner
Em pleno inverno de 2023, altura em que ocorreu a reunião e em que António Costa foi à República Centro-Africana, a guerra na Ucrânia estava focada apenas num ponto: Bakhmut. Após conquistarem Soledar, os mercenários do grupo paramilitar Wagner tentavam controlar aquela localidade. Com atividades espalhadas por todo o globo, nomeadamente em África, a milícia começou mais do que nunca a atrair atenções. Tanto assim foi que os Estados Unidos classificaram-na como organização criminosa transnacional em janeiro — e estavam preocupados com a presença do grupo Wagner na República Centro-Africana.

Numa autêntica maratona diplomática, segundo o Politico, os dirigentes norte-americanos estiveram em Portugal, no Ruanda, na Bélgica, na Ucrânia e no Reino Unido para tentarem reduzir a influência do grupo Wagner na República Centro-Africana, ao mesmo tempo que aplicaram sanções aos principais cabecilhas da milícia. O motivo? De acordo com declarações do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken no final de janeiro, estas decisões impediriam “o Kremlin de armar a sua máquina de guerra que está envolvida numa guerra de agressão contra a Ucrânia que causou mortes e destruição”.

Os EUA tentavam, por isso, enfraquecer o grupo Wagner e colocar “pressão” na indústria da Defesa de Moscovo, numa altura em que os esforços de guerra russos na Ucrânia eram encabeçados pela milícia. Assim, Washington considerava, em janeiro de 2023, que tinha de agir junto às formas de financiamento do grupo de mercenários. Na República Centro-Africana, os Wagner geriam, pelo menos desde 2020, a principal mina de ouro Ndassima (e única industrializada no país africano) na região de Bambari. E não é só ouro. Uma investigação elaborada recentemente denunciava o saque de diamantes pelos soldados do grupo Wagner naquele país africano.

Como explica o Politico, os Estados Unidos conseguiram apurar que, desde meados de 2022, a área da produção da mina se expandiu consideravelmente, o que poderia ainda aumentar a produção de ouro na região e enriquecer ainda mais o grupo paramilitar; na versão mais otimista, os lucros poderiam chegar a mil milhões de dólares (cerca de 922.400.000 mil euros). Para mais, o governo da República Centro-Africana parecia colaborar e apoiar a exploração da mina por parte da milícia Wagner, obstaculizando inclusive o trabalho das Nações Unidas.

Havia outra preocupação expressa por um dirigente norte-americano ao Politico: “A Wagner é um cancro. Não se fica apenas num país. É algo que se espalha a países adjacentes e do nada tem-se um problema maior”. Por isso, era necessário agir e perceber até que ponto as atividades da milícia paramilitar poderiam ser travadas em África. Mas havia algo que inquietava, na altura, os Estados Unidos: a saída das tropas francesas da República Centro-Africana no final de 2022.

Deste modo, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, dirigentes dos Estados Unidos estiveram reunidos com representantes da MINUSCA, que sublinharam que a saída tropas francesas complicou a vida dos capacetes azuis e que a missão não poderia assegurar aquilo que o grupo Wagner estava a conseguir alcançar naquele momento: proteger as elites políticas da República Centro-Africana de ataques de forças extremistas ou de um possível golpe de Estado. Para tentar diminuir a influência da milícia no país africano, Washington multiplicou-se em esforços para tentar garantir a segurança do Presidente do país africano.

Dando igualmente grande ênfase ao Ruanda, os Estados Unidos olhavam para Portugal como um maior aliado na República Centro-Africana, no momento em que as tropas francesas saíram. Eram o país europeu com o maior contingente da MINUSCA — e sobretudo tinham uma força de reação rápida que, integrada na missão das Nações Unidas, podiam fazer a diferença e competir com as capacidades do grupo Wagner, segundo o Politico.


Ainda continua mas parece-me esta a parte mais relevante para nós
 
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1167 em: Setembro 04, 2023, 03:06:22 pm »
https://www.facebook.com/reel/675683734005247?sfnsn=mo

E coisinhas destas encontradas com alguma regularidade a derrubar tucanitos?


Querem Portugal lá, Mas Porta Morteiros e Pandur com RWS está escasso. Como escasso está a compra de helicópteros médios, que dessem apoia armado, transporte táctico ou resgate de feridos.
Tuguisses
« Última modificação: Setembro 04, 2023, 03:07:20 pm por Pescador »
 

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1168 em: Setembro 04, 2023, 04:47:50 pm »
https://www.facebook.com/reel/675683734005247?sfnsn=mo

E coisinhas destas encontradas com alguma regularidade a derrubar tucanitos?


Querem Portugal lá, Mas Porta Morteiros e Pandur com RWS está escasso. Como escasso está a compra de helicópteros médios, que dessem apoia armado, transporte táctico ou resgate de feridos.
Tuguisses

Não deve ser muito diferente a abater helicópteros... digo eu...
 
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dc

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #1169 em: Setembro 04, 2023, 05:28:48 pm »
Do ponto de vista de Portugal, (podemos é não concordar), tem andado muito virado para África, e vamos tirando os nossos favores aos países que são grandes potenciais com isso, se antes foi dar a mão à França, agora parece ser os EUA, e estas coisas depois são favores que se ficam a dever.

Portugal estar virado para África não é mau. O que é mau é o tipo de meios que se compram para estas missões, e que não se compram para os restantes TOs, actuais ou futuros. Também é mau o facto de não estarmos preparados para o caso de haver uma escalada. Para quem nos governa, deve ser necessário termos militares nacionais a ser atacados com drones, para se ter alguma capacidade de resposta a esta ameaça.
Depois ainda vão gastar 200 milhões em avionetas, sabendo que facilmente ocorre uma escalada no nível da ameaça, bastando o inimigo ganhar acesso a MANPADS para nos estragar a festa. Enquanto isto, nas outras "frentes" onde temos de lidar, o investimento é quase nulo.

Isto de querer participar em missões de paz, contraterrorismo e de apoio à soberania em África é muito nobre, mas não pode ser feito com FA low cost, mal equipadas e com números insuficientes (de pessoal e meios), muito menos quando o TO africano é bem mais amplo, e vai desde Cabo Verde, passa pelo Golfo da Guiné (incluindo STP), passa pela RCA e Mali, e pode ir até Moçambique.

A partir do momento em que a nossa estratégia de defesa nacional engloba um TO externo como o africano como uma das prioridades, além do Atlântico e palco europeu, é preciso ter FA condizentes, já não dá para brincar aos "mínimos".

E havendo um pedido explícito dos EUA para continuarmos lá, se calhar era de aproveitar e negociar contrapartidas, sabendo que não temos meios para tudo. Se calhar até dava para obter desconto em determinadas compras, como uns M-SHORAD e/ou outros sistema anti-drone, UH-60 + Hellfire, quiçá até para uns MQ-9, Apache ou o que fosse, usando como argumento que queremos garantir o máximo de segurança para os nossos militares no terreno.
Mas não, em vez de negociar boas contrapartidas com quem nos pediu para continuar a missão, vamos esbanjar dinheiro noutro tipo de meios menos úteis e sem "desconto".

Entretanto, deixo a questão: e se, com as tensões no Pacífico, nos for pedido que, dadas as ligações histórica com Timor Leste, tenhamos um papel mais activo em negar o expansionismo chinês até àquele país? Como fazemos sem ter meios para isso?
 
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