Curioso que também andava a pensar nisso, mas não cheguei a expor aqui no Forum, à um tempo conheci uns sargentos do exército que tinham sido fuzileiros RC, mas por causa de serem do norte preferiram concorrer à ESE do que serem Fuzileiros QP, é claro que não dá para ter companhias de fuzileiros em todos os quarteis do exército, mas se desse para ter uma no norte, o RI10 parece realmente um bom local (exercicios cruzados com os Paras, exercicios com meios aéreos, exercicios em ambiente aquatico), além desta, talvez Algarve (a zona de Faro tem muitas ilhas...), talvez Açores (muitas ilhas), talvez Madeira (ilhas Selvagens?) mas sempre dependendo de conseguir recursos humanos significativos para criar lá uma unidade permanente.
E especificamente ao DAE, que tal ter uma equipa deles em Lamego? E o CTOE ter uma equipa junto do DAE?
A ideia é mesmo usar o factor casa, a favor das forças armadas. Vai sempre haver casos como os desses Sargentos, e casos em que as pessoas pura e simplesmente não ingressam porque não compensa. Não vejo razão para um jovem largar o Algarve, para ir para as FA noutra zona do país menos "atrativa". Preferem ficar no McDonalds ou num supermercado e ter acesso à praia o ano todo (isto para não falar do factor casa/família/relações, que afectará gente em todo o país). Criando subunidades de determinadas especialidades dentro de quartéis existentes, pode ser uma solução para a falta de pessoal nessas especialidades.
São Jacinto é óbvio. Se nunca vamos encher aquilo de Paraquedistas, então que se reforce com um pelotão ou companhia de Fuzileiros provenientes da região Norte.
Faro também me parece fazer sentido, por ser um distrito com mais de 400 mil habitantes. Para isso era preciso criar um Regimento do zero, vendendo-se as messes e o quartel da Atalaia, e concentrando tudo numa única base, maior, capaz de albergar não só os tais Fuzileiros, como absorvendo as funções do RI1*.
*O RI1 actual, seria absorvido (o seu pessoal) pela BA11, e podia ser convertido em Regimento de Transportes, ou de Engenharia, ou RAAA (especialidades que requerem menos pessoal que um RI, o que faz sentido numa região onde o pessoal é bastante escasso). Fazendo muito mais sentido ter um RI no distrito de Faro, por haver mais probabilidade de cativar pessoal.
Este hipotético RI de Faro, teria o dito pelotão/companhia de Fuzileiros, equipado com lanchas tipo CB-90 ou similar (com duplo-uso como lancha de fiscalização rápida contra o narcotráfico e imigração ilegal), uma unidade (batalhão?) de infantaria, que depois teria também alguma capacidade AA com Stinger e/ou um SHORAD em veículo 4x4, viaturas tácticas não blindadas e blindadas (ST5 novos ou parte/totalidade da frota de Panhard VBL, quiçá modernizados) e capacidade de defesa costeira com uma bateria de mísseis. Isto é mais um RG do que um RI, mas pronto, era mais ou menos assim que fazia.
Nos Açores, faz todo o sentido avaliar a quão exequível seria criar uma subunidade operacional de Fuzileiros na região, dado aquilo ser um grande aglomerado de ilhas, e onde a mobilidade entre ilhas e a capacidade de as defender é importante. Desde que haja pessoal local suficiente interessado e apto a ser Fuzileiro, para se criar um Pelotão, era avançar com a ideia.
O mesmo na Madeira.
Ter subunidades deste tipo de forças de elite, em ambientes bastante diferentes entre si, pode ser uma grande vantagem. Permite uma especialização que não se consegue ao ter a força concentrada num só sítio. Combater em ambiente oceânico e a ter que saltar entre ilhas, será forçosamente diferente de fazer desembarques anfíbios com Zebros na península de Setúbal.
Porto Santo então, é extremamente variado, para uma área tão pequena, indo das praias de areia à costa rochosa, de zonas de planície a zonas montanhosas, passando por urbanização e terminando num verdadeiro deserto lá no meio, para não falar dos ilhéus. Isto tudo, com um aeroporto/base aérea. Só falta mesmo neve e floresta densa.
Aqui inicialmente pensei igual, mas depois mudei um bocado pois estamos a falar de tudo dentro do exército, os graduados (sargentos e oficiais) já podem ir para outras unidades que não sejam a sua de formação, acho que qualquer OE, Comando ou PQ pode ir para qualquer RI ou RG comandar uma companhia, Pelotão, secção, (tivemos a notícia recentemente de um sargento dos Precs que foi transferido para o Hospital das Forças Armadas, só como exemplo).
Para a especialidade Comando, sempre achei interessante o conceito americano da Ranger School, isto é, além do militares do Regimento Ranger que são uma unidade operacional, também treinam pessoal que depois regressa as unidades de origem para liderar os soldados "normais", então seria normal ter uma secção de infantaria num qualquer RI ou RG com um cabo/sargento com o curso Comando, não seria necessário que todos dessa secção fossem Comandos, isto até já pode acontecer actualmente com os RC de tropas especiais, desconheço a realidade mas se não for possível, devia ser pelo menos ao fim de um certo tempo na unidade de formação.
Para Comandos e Paraquedistas acabo por aplicar o mesmo raciocínio. Têm falta de pessoal por poucos terem interesse em se juntar a estas forças tão longe de casa (não que seja o único factor, mas é um factor). E é preciso é ter mais capacidade operacional destas forças, algo que só se consegue com um reforço do pessoal. Parte da solução passaria por incluir a especialidade noutras regiões, e não apenas em Lisboa. Malta do interior Norte do país, tem mais probabilidade de se juntar aos Comandos, se houver relativamente perto uma unidade destas, inseridas no RI mais próximo. Não se faz em todos RIs do país, mas um a Norte já era um começo.
Agora fiquei a leste...
O que queremos? Concentrar! Concentrar! Concentrar!
O que fazemos? Dispersar! Dispersar! Dispersar!
Isso não faz sentido, ou querem uma coisa ou a outra. Relembro que o CTP estava em 93 estava concentrado em Tancos e São Jacinto...toda a brigada.
Agora a BrigRR está distribuída por todo o país e tu queres distribuir ainda mais?!
Existe uma diferença entre dispersar, colocando cada subunidade, regimento ou o que seja, na sua própria quinta (como acontece hoje), e dispersar especialidades, inserindo-as dentro de unidades maiores já existentes, e eliminando ao máximo os quartéis supérfluos (como o RI1 de Beja, entre outros).
Claro que podes concentrar tudo num número mínimo de unidades. Mas quando faltar ainda mais pessoal, por se ter ignorado o factor da proximidade a casa, depois não se queixem.
Agora imagina ser possível cortar com o excesso de quartéis e consequente despesa e duplicação de serviços, e ao mesmo tempo reduzir parcialmente a carência de efectivos nas FA para determinadas especialidades. Agora imagina se esta solução, ainda permitisse criar mais sinergia entre diferentes especialidades do Exército, e até entre ramos das FA.
Mas não, deve ser melhor ter regimentos mono-missão.
Em relação a juntar fisicamente no mesmo local unidades de ramos militares diferentes não tenho como discordar, os EUA que tem FAs a sério, possuem Joint Bases, mas não me parece que estejam fisicamente todos misturados, as bases americanas são é gigantes com espaço para tudo, tipo Santa Margarida ou maior, eles podem ter uma base aerea aqui, e brigadas ou Regimentos mesmo ao lado, imaginem Tancos com Aerodromo de Tancos, RParas, RE1 ser uma Joint Base...
Mas se conseguissemos funcionar com a logística e parte administrativa comum, manutenção de viaturas, cozinha, etc, já se ganhava pessoal.
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Joint_base
Ia precisamente referir isto. E estamos a falar de umas FFAA com cinco ramos. Mais, a EHM funciona há quase 30 anos na BA6 e, que se saiba, não existem problemas.
E dentro das bases, é possível dividir o pessoal de diferentes especialidades/ramos. Depois tem-se é serviços comuns a todas as unidades dessa base, como refeitório, ginásio, etc. Não estamos a falar em espetar num quartel do tamanho do RI1, toda a BrigMec e BrigInt, mas sim unidades que por si costumam ser relativamente pequenas, dentro de unidades maiores com espaço que não é usado.
Se nos EUA conseguem fazer isso, com unidades bem maiores e com muito mais gente que as nossas (unidades esses que mais facilmente justificavam uma base própria devido à sua dimensão, do que os nossos micro-regimentos), porque é que nós não?