Escreveste os teus pontos e vista muito bem mas, então a FAP não tem dinheiro para comprar uns quatro A400 e tem dinheiro para comprar os cinco 390, e com pagamento upfront ??
A FAP compra os 390 mesmo antes destes terem sido devidamente testados e certificados ??
O valor de compra de cinco aeronaves + simulador + sustentação técnica, gostava de saber o que na realidade inclui, durante dez anos de 827 milhões seria assim tão superior aos custos de compra e sustentação de uma frota de quatro A400 ??
A escolha deste modelo C390 será assim tão acertado quando os nossos camaradas da NATO todos usam ou os J's ou os A400/C17 ??
Não teria sido muito mais acertado, mesmo que a compra se revelasse mais dispendiosa, ter optado por uma aeronave com capacidade de carga muito superior e que fosse plurireactor/motor, uma vez que temos N portugueses a viver em variadíssimos locais bem afastados da " Metropole " e possuímos dois arquipélagos um deles a quase a 1400 kms do continente ?
Quanto aos helis que a FAP comprou ultimamente até me abstenho de comentar tais são as qualidades técnicas dos helis que foram adquiridos, apenas revelam que as altas chefias da FAP não defendem os interesses dessa Instituição e apenas querem é manter os lugares nada mais !!
Abraços
Caro tenente, devo realçar que a minha opinião é a de um simples curioso nestes assuntos, e que por sinal até já aprendeu muito aqui neste forum com participações como as suas, pelo que, evidentemente aceito e respeito a sua opinião, que em muitos pontos até se cruza com a minha, mas vamos lá:
Se a FAP optasse por (4) A400M em vez de (5) KC-390 talvez os custos fossem de facto mais semelhantes, apesar de me parecer que mesmo assim poderia ser ligeiramente mais caro. A não ser que se abdicasse do simulador e se chegasse a um acordo com um dos países que já o possuem, o que levaria a uma redução de custos. Ainda assim coloca-se a questão da disponibilidade das aeronaves, pois uma frota menor terá, em princípio, menos aeronaves operacionais. Mas disto o tenente sabe muito mais do que eu.
Ainda assim coloca-se sempre a questão do custo de manutenção e sustentação da frota ao longo da sua vida útil. Se os valores que o Luxemburgo espera gastar ao longo de 35 anos se verificarem estamos a falar de um custo muito elevado. Mas também é justo afirmar que não sabemos o que está incluído nos tais 420 milhões.
Relativamente aos receios com a falta de testes, de certificação e até de maturidade do projeto, devo dizer que partilho também de todos eles. Será sem dúvida um risco, que espero ter sido calculado pelos técnicos da FAP que acompanharam o desenvolvimento do projeto. Só posso esperar isto, apesar de tantas vezes as nossas chefias militares nos darem motivos para não acreditar nas suas decisões.
Também diga-se de passagem que felizmente (ainda) não temos motivos para acreditar que a aeronave não vai cumprir de forma digna as missões para que foi projetada.
O facto dos nossos parceiros utilizarem C-130J ou A400M não me parece motivo para rejeitar à partida o KC-390. Ambas são excelentes aeronaves e com provas dadas, isso é inquestionável, mas não significa que o KC-390 também não possa vir a ser.
Se esta opção irá trazer dificuldades difíceis de ultrapassar em operações conjuntas com os nossos parceiros, confesso que não sei.
Mas existem alguns pontos a favor que para mim são muito importantes. A participação portuguesa no projeto do KC-390 desde muito cedo e todos os benefícios que daí surgiram, é para mim um ponto importantíssimo. Depois disto, se Portugal optasse por outra aeronave, seria muito mau sinal.
Há ainda um ponto importante em tudo isto que é a aquisição da Embraer pela Boeing e a parceria criada de modo a potenciar a venda do KC. Esta decisão poderia ter vantagens ou desvantagens para Portugal, dependeria da Boeing. Mas como este processo está parado, só nos resta esperar para ver o que sai dali.
Mas tal como já referi anteriormente, eu adoraria que a FAP pudesse operar o A400M, pois tem uma capacidade de carga e alcance invejável, simplesmente tenho dúvidas quanto ao custo dessa opção, pois como sabemos o dinheiro não abunda por estes lados, e compreendo a opção de se ter optado por um projeto do qual Portugal e a indústria portuguesa fazem parte desde muito cedo.
Por fim, parece-me que
se o KC cumprir com o que promete, tem tudo para ser uma boa opção, naturalmente com vantagens e desvantagens relativamente às demais. Agora, com o contrato assinado, só posso esperar e torcer para que assim seja.
Já agora, a título de curiosidade deixo aqui o link de um artigo da Forbes sobre a evolução da industria aeronáutica em Portugal nos últimos anos e que aborda naturalmente a participação portuguesa no KC-390:
https://d6caff7c-b61a-41ad-9549-fa7aff5c759a.filesusr.com/ugd/e565ce_ad1fe11304424d9e986625071ad36327.pdfAbraço!