P_Shadow:
As afirmações e obseravaçõpes do Papatango e as suas são extremamente pertinentes.
Claro que antes de haver reequipamento e pensar num dispositivo, há que definir o Conceito Estratégico, o Conceito Militar, definir ameaças e depois, tentar configurar a organização e os dispositivios militares de acordo om o que se pensa serem essas ameaças.
Aí entramos a 2 níveis:
1 - As ameaças directas e a necessidade específica do Estado português, e em que medida as FA's podem intervir.
Neste campo, é claro que na ausência de ameaças directas e visíveis no horizonte, o que teremos chega e talvez até sobre.
Na verdade e na ausência de ameaças, e em última análise, nem precisariamos de ter FA's.
Mas depois há o segundo plano.
2 - A participação de Portugal na NATO, e em missões internacionais, e ainda ao nível de cooperação com países amigos (por exemplo, os PALOP).
Aí, se Portugal quer ter relevâcia internacional, nomeadamente no quadro de uma futura força de intervenção rápida europeia, reforçar, com meios e dar o seu contributo para o reforço do pilar europeu da Aliança, ou ainda ter um papel relevante na NATO que corresponde às responsabilidades que deveria assumir, dada a sua situação geográfica, Portugal deveria ter capacidade para se dotar dos meios para ser um país que fosse um parceiro credivel no quadro das nações e das alianças em que se insere, e não ser um membro de mão estendida.
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E aí penso que se é verdade que provavelmente nem a 3ª esquadra de F-16 que eu preconizaria chegavam, para fazer frente a uma "invasão espanhola" já acho que essa força poderia dar maior cobertura no sentido de uma superioridade e eventual supremacia que permitisse a actuação de uma esquadra de aviões de ataque, e do GALE.
E dar cobertura a uma verdadeira formação de blindados modernos, não só para defender a integridade territorial (será que Espanha ao estar envolvida nesta corrida armamentista a que estamos a assistir, teme relamente a invasão de Marrocos, ou um ataque francês?) mas termos capacidade relevante para participar em missões de paz, imposição ou manutenção, desde que devidamente enquadradas pelo Direito Internacional.
Ou seja:
O futuro das FA's passa pela mobilidade, pela participação da defesa dos interesses dos estados, por vezes a milhares de km's da nossa fronteira terrestre ou marítima.
Claro que para isso, os meios de projecção são necessários.
Não será com um único LPD previsto para não antes de 2014 e 6 C-130H que faremos a festa.
O que se passa em Timor actualmente é um exemplo da nossa impotência ao nível operacional e politico.
Operacional porque não temos os meios para nos deslocarmos para lá rapidamente e em tempo útil, caso a situação desbambe para um caos generalizado que coloque em risco os cidadãos nacionais que lá estão.
Poderiamos, mais uma vez, e de mão estendida solicitar apoio à Austrália e aos EUA.
Mas se politicamente tivessemos visão, já a estas hora teria zarpado de Lisboa pelo menos uma fragata a caminho de Timor, sabendo-se que esta leva cerca de um mês a chegar lá.
Se depois não fosse necessária, tanto melhor.
Mas se a coisa descambasse, em vez de assistirmos ao triste espectáculo de ver o nosso PM a pedir ajuda aos outros, Portugal, mesmo que em conjunto com outros, participaria activamente.
Por isso já tenho escrito muito acerca da necessidade de pelo menos mais 2 C-130H, lamentar a não compra dos 2 C-17 que nos foram propostos em 2003, e ver o atraso pungente no que se refere ao LPD, à substituição o AOR para a Armada e a indefinição quanto ao futuro da Armada oceânica de superfície, nomeadamente no que respeita a fragatas.
Por isso considero que um aumento do dispositivo, acompanhado pela necessária modernização é fundamental para que Portugal não perca ainda mais a pouca relevância que já tem no seio das alianças e parcerias em que está envolvido.