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Meus senhores, o "Orgulho Hispano" não se casa bem com análises técnicas ou de estratégia comercial.
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O C-235/295 foi feito/pensado numa altura em que aviões como o ATR-42 estavam a ter sucesso comercial. O objectivo era entrar no lucrativo mercado das aeronaves de passageiros que operavam nas rotas europeias e americanas e ao mesmo tempo, vender algumas aeronaves para países do terceiro mundo, onde não havia estruturas de apoio aeroportuário, e por isso era necessária a porta traseira.
Na Indonésia, a porta traseira era necessária e era uma exigência absoluta dos indonésios, que têm milhares de ilhas onde a unica ligação aérea é efectuada e garantida pelas forças armadas.
Em grande medida, a Indonesia tem um problema tão grande quanto o Brasil tem na Amazónia, e por isso necessita um avião capaz de operar sem apoios terrestres, onde nem sempre estão disponiveis escadas para os passageiros.
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Ocorre que, no inicio dos anos 90, ocmeça a desenhar-se uma nova "moda" que é a dos jactos comerciais regionais "Regional Jets".
O mercado europeu e americano de jatos regionais é enorme (como se confirma pelas vendas da EMBRAER e da BOMBARDIER) e quando a família do C-295 foi pensada, não se considerou a possibilidade de os jactos regionais, se transformarem numa moda.
Mas a moda dos jactos regionais pegou, especialmente porque os passageiros se achavam mais seguros num avião a jacto, e com essa moda, o C-295 transformou-se num fracasso, bem assim como o ATR-42/72, que têm vendas residuais.
As vendas na Europa, na América e no mundo em geral, da BOMBARDIER e da EMBRAER atingem milhares de unidades de jactos regionais, e os jactos regionais de 35, 40 e 50 lugares substituiram os turboprops.
Há várias revistas onde este tema é referido desde a "AvionRevue" (que até é espanhola), à "AirlinerWorld", "Flight International" ou a "Flying", americana
ISTO É UM FACTO.
A menção ao fracasso do C-295 como aeronave comercial é constante.
Já é um facto, que é um sucesso como aeronave militar.
Mas o seu sucesso como aeronave militar, não altera em absolutamente nada o facto de ser pensado como avião com características civis, preparado para uma cabine confortável, onde se podem "encafuar" tantos passageiros quanto possível.
É por isso que os numeros do C-295 no que respeita a transporte de pessoal são tão bons.
O C-295 é um fracasso, porque foi um avião pensado para contestar o ATR-42/72 como principal avião regional europeu, e ficou remetido a gheto da aviação militar de transporte.
Se o volume de vendas do C-235/295 tivesse sido o esperado a CASA estaria hoje no mercado mundial, como está a EMBRAER. Mas foi um fracasso, e a CASA acabou absorvida pela EADS.
Se as coisas tivessem corrido como esperado, as vendas do C-235/295 teriam atingido o patamar das 1000 unidades, e teriam transformado a CASA na segunda ou terceira maior empresa aeronautica europeia.
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Outra coisa muito diferente, é o sucesso do C-295, perante os seus concorrentes turboprop para utilização militar, onde o seu sucesso é inegável, porque é mais leve (tinha que ser, para concorrer com o ATR-42) e menos gastador.
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Dinivan e Sierra002
Em vez de transformar cada discussão num acto de defesa "del Honor Hispano", deviam sair do cavalo e deixar de lutar contra moinhos de vento.
Eu nunca falei da CASA no seu conjunto, (e muito menos no C-212 AVIOCAR) mas unica e exclusivamente na familia 235/295.
A verdade é que o fracasso, quase acabou com a CASA.
Salvou-se (via EADS) porque o avião enquadrava-se dentro da estratégia da EADS e convinha salvar a CASA por necessidades relacionadas com a Airbus.
PT, confesso que fiquei algo confuso ao ler esta sua mensagem. Não terá a sua subjectividade sido sobreposta à objectividade?
Onde é que a minha análise não é objectiva?
Não são as qualidades da familia 235/295 que estão em causa face ao C-27J, mas sim o facto de o avião não ter vendido para o mercado que realmente ía dar dinheiro (o civil).
Ninguém construiría nos anos 90 uma aeronave como o 235/295 apenas para vender poucas centenas de unidades. Era fracasso certo.
Um projecto exclusivamente militar é sempre dificil ou mesmo impossível de rentabilizar, e os espanhóis podem ser muita coisa mas não são estúpidos e fizeram contas.
Mas que o avião foi um flop foi!
Que a CASA enfrentou dificuldades por isso enfrentou!
Que a EMBRAER e a BOMBARDIER mandam cno mercado dos regionais, é também um facto!
Onde é que faltou objectividade :roll: porque as ultimas alterações estão a dar demasiados problemas
Cumprimentos
PS:
Se há coisa de que me prezo, é de separar as minhas opiniões decorrentes de análises politicas ou históricas, das análises técnicas.
Não costumo afirmar coisas apenas por afirmar.