"Temos de parar e reagrupar": críticas internas na Rússia aumentam de tom
A Rússia está a sucumbir aos avanços ucranianos, e isso nota-se na televisão estatal: “Temos de reestruturar tudo, incluindo a nossa indústria, para sermos autossuficientes (…) O exército [russo] não devia estar a ter falta de munições, mísseis e morteiros”, apontou na noite passada Dmitry Sablin, vice-presidente do comité de Defesa na Duma, lembrando o forte apoio que a Ucrânia tem recebido do Ocidente ao nível de armamento.
Sablin pediu ainda uma “reestruturação” no comando militar russo, garantindo que nesta fase o melhor é “parar e reagrupar”. “Devemos falar abertamente sobre o que está a acontecer para conquistar a vitória”, sublinhou ainda, contradizendo a estratégia de comunicação que o Kremlin adotou no início da guerra.
Estas críticas juntam-se a outras feitas durante os últimos dias por cidadãos russos a favor da invasão, sobretudo em canais da rede social Telegram. “Sim, 70% do nosso exército russo são idiotas completos e sem treino. Sim, o nosso exército vive há décadas numa profunda mentira”, lê-se numa publicação do último sábado. O processo de mobilização também está a ser fortemente criticado, sobretudo devido à sua lentidão burocrática.
Para o ISW, a contestação está a “minar” os esforços de Putin para desvalorizar a guerra na Ucrânia.
in expresso