Invasão de Goa, Damão e Diu - A guerra esquecida?

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Ataru

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« Responder #45 em: Dezembro 16, 2008, 01:26:45 pm »
Os pequenos territórios como São Baptista de Ajudá, Macau, Goa, Damão e Diu, deviam ter sido devolvidos como Macau foi, ou seja, um acordo com o pais em questão (Benim, China e Indía) e num prazo determinado, seria então devolvido o território com estatuto especial, onde a lingua e os valores portugueses fossem valorizados.
Greater Portugal = Portugal + Olivença + Galiza and the Eonavian Region + border villages that speak galaico-portuguese dialects + Cape Verde + St. Tomé and Principe + Cabinda + Timor
 

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TOMSK

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« Responder #46 em: Dezembro 16, 2008, 07:44:01 pm »
Para quem desconhece, deixo aqui o conteúdo dos telegramas enviados pelo Presidente do Conselho ao Governador da Índia:


14 Dez 1961

TRANSMITE-SE SEGUINTE TELEGRAMA SEXA PRESIDENTE PARA
GOVERNADOR-GERAL GOA:


Vexa compreenderá amargura com que dedico esta mensagem. É-nos impossível
prever se União Indiana atacará ou não dentro de pouco tempo os territórios desse
Estado; ameaças aliás muitas vezes repetidas não tem ser tomadas à letra mas
desta vez governo indiano foi tão longe seus preparativos bélicos que não sabemos
como possa desviá-los sem efectuar ataque. Porventura tentará por meio de
agentes subversivos alterações poder e vida esse Estado para dispersar e anular
valor nossas forças defesa território e evitar conquista que internacionalmente
receia. Por isso é de aconselhar máxima paciência ante provocações. Tem-se
desenvolvido intensa acção diplomática, com fim mobilizar todas amizades
internacionais e influenciar numerosos Estados sentido dissuadir União Indiana
que o ataque se projectasse. Estamos seguros grandes potências como EUA,
Inglaterra e os Estados amigos como Brasil e outros sul-americanos, e com assíduo
auxílio Espanha, fizeram sentir junto do governo de Nova Delhi, ou representantes
naqueles países, sua reprovação por um ataque militar ao território português.
Posição tomada espontaneamente por categorizada imprensa mundial e
geralmente afecta à União Indiana mostra como agressão a Goa repugna a
consciência das nações e é interpretada como desmentido da política pacifista do
Primeiro-ministro que a isso é muito sensível. Sejam quais forem os resultados
destas acções combinadas há que esperar o pior; todos nós temos consciência da
modéstia nossas forças mas podendo o Estado vizinho multiplicar por factor
arbitrário forças ataque revelar-se-ia sempre no final grande desproporção.
A Política do governo foi sempre, na impossibilidade assegurar defesa plenamente
eficaz, de manter em Goa forças que obrigassem União a manter dispositivo, como
caso agora, a operação militar em força, com escândalo mundial que dissuadisse a
não projectar simples operações policiais.
Isto significa que a primeira missão das nossas forças foi cumprida; a segunda
consiste em não se dispersar contra os agentes terroristas supostos libertadores
mas organizar a defesa pela forma a mantermos à altura das nossas tradições e
prestarmos o maior serviço ao futuro da Nação. Não prevejo possibilidades de
tréguas nem prisioneiros, como não haverá navios rendidos, pois sinto que apenas
pode haver soldados ou marinheiros vitoriosos ou mortos.
O ataque que está a ser desferido contra Goa deve pretender pela sua extrema
violência reduzir ao mínimo a duração da luta. Convém politicamente que esta se
mantenha ao menos oito dias, período necessário para Governo mobilizar em
último recurso as instâncias internacionais.
Estas palavras não podiam pela sua gravidade ser dirigidas senão a um militar
cônscio dos mais altos deveres inteiramente disposto cumpri-los. Deus não há-de
permitir que este militar seja o último governador do Estado da Índia.


Presidente do Conselho

14 DEZ 61

Transmite-se seguinte rádio Sexa Presidente do Conselho
Governador Geral de Goa:


Acabo de receber por intermédio do nosso ministro dos Negócios Estrangeiros
Paris neste momento informação dos seus colegas ingleses e americanos que U. I.
desencadeará amanhã ataque territórios portugueses.
Foram inúteis diligências respectivos Governos junto nosso e mesmo diligência
Presidente Kennedy.
Não restará agora mais que honrar a missão confiada às tropas sob comando Vexa.


Presidente do Conselho
 

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nelson38899

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« Responder #47 em: Dezembro 17, 2008, 09:32:51 am »
Quem escreveu essa mensagem não devia ter janelas da sua casa ou do seu gabinete pois a desproporção de meios era tão grande que não havia possibilidade de defesa, tendo em conta os poucos meios que as forças armadas tinham, nem as batatas ajudaram  :evil:. Desviando um pouco do tópico eu num percebi o que vai na cabeça dos políticos Portugueses tendo em conta a politica de defesa, pois quando tínhamos império as nossas forças eram muito insuficientes para proteger o nosso império e mesmo assim eles nada fizeram para melhorar a situação, agora continuamos na mesma uma ZEE enorme e valiosa sem protecção as ilhas e as costas de Portugal continental também sem protecção. Mais uma vez a história se repete
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Heraklion

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« Responder #48 em: Janeiro 26, 2009, 11:02:02 pm »
Honra aos bravos que morreram a defender o Império.
 :Soldado2:  :Soldado2:  :Soldado2:
Nos liberi sumus;
Rex noster liber est;
Manus nostrae nos liberverunt
 

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TOMSK

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« Responder #49 em: Janeiro 27, 2009, 12:14:25 am »
Uma cápsula de cianeto para Vassalo e Silva


 Regresso à Índia, em Junho de 1980. O general Vassalo e Silva junto à estátua de Camões, que ainda estava em Velha Goa
 
Campo de prisioneiros de Pondá, 7 de Maio de 1962.
Numa das casas da Companhia das Águas, que lhe serve de cela, o ex-governador do Estado Português da Índia recebe a visita do engenheiro Jorge Jardim. Este especialíssimo agente, perito em missões impossíveis, chegara à União Indiana em Fevereiro, com carta branca do ministro do Ultramar, Adriano Moreira, e do próprio Salazar para resolver as questões relacionadas com a libertação dos presos.

Libertação que, afinal, se vinha arrastando por razões exclusivamente imputáveis a Lisboa, já que a única preocupação de Nova Deli era livrar-se daquele fardo o mais rapidamente possível.

A repatriação dos 3500 militares portugueses tinha finalmente começado na véspera, de manhã. Muito antes, haviam sido os civis, entre os quais Urbano Carrasco, do «Diário Popular» e uma equipa da RTP, alguns dos numerosos jornalistas que cobriram a invasão de Goa (como o fotógrafo H. Van Kan, que publicou o seu trabalho no «Paris Match»).

Não é difícil imaginar o assunto da conversa de Jorge Jardim com Vassalo e Silva: o desfecho da guerra, a rendição incondicional ao fim de 36 horas de uma débil resistência, as razões que levaram o governador a não aceitar o «sacrifício total» reclamado por Salazar. A reunião prolonga-se por mais de uma hora. Jardim rejeita os argumentos do general e condena vivamente a sua atitude. Segundo um relato oral feito pelo engenheiro ao ministro Adriano Moreira, a reunião termina com Jardim a recriminar Vassalo: «Para bem do país, o senhor general devia ter morrido em combate. Aconselho-lhe uma maneira de não regressar vivo a Portugal.» Dito isto, levanta-se e deixa sobre a mesa um pequeno frasco com veneno. O episódio é confirmado por Jaime Nogueira Pinto (em «Portugal, os Anos do Fim»), com a diferença de um pormenor: em vez de um frasco, seria «uma cápsula de veneno de acção rápida e mortal». José Freire Antunes, por sua vez (em «Jorge Jardim Agente Secreto»), admite que este «teria aconselhado Vassalo e Silva a suicidar-se com cianeto na funesta hora da partida».

O general não seguiu a sugestão-apelo. Tal como prometera, e apesar da precária saúde, foi o último a ser repatriado. À chegada a Lisboa, não tinha nenhuma autoridade a recebê-lo - nem civil, nem militar. Salazar jamais lhe perdoou a traição. «Se as nossas tropas tivessem resistido oito ou dez dias, ainda hoje tínhamos Goa», tal era a convicção do ditador, numa confidência feita em 1968 ao ministro dos Estrangeiros, Franco Nogueira (em «Um Político Confessa-se»); «assim foi uma desgraça e o Vassalo e Silva cometeu um crime histórico».

Sem conseguir ser recebido por Salazar, o ex-governador pediu um encontro com o ministro. «Apareceu-me com um calhamaço enorme na mão», conta Adriano Moreira. «Expliquei-lhe por que razão não fora ao aeroporto.»

É certo que fora esperar os governadores de Damão e Diu, mas não o de Goa. «É que, entretanto, tinha sido extinto o cargo de governador-geral da Índia, para não termos que negociar a libertação de um governador.» Em seu lugar, fora criada a figura de um alto-comissário. O ex-ministro garante, contudo, que «nunca - jamais! - fiz a menor crítica à sua decisão de se render. Tem que se perceber o papel em que ele se encontrava: a responsabilidade de decidir como é que acabava a História do país! E teve que decidir!» No final da audiência, deu-lhe «o tal livro: era o plano de recuperação da velha Goa, com a indicação de que era para ser executado. Era uma obsessão!»

Oriundo da arma de Engenharia, o general Manuel António Vassalo e Silva nunca estivera na Índia, onde chegou a 4 de Dezembro de 1958. Durante os três anos da sua gestão, Goa atingiu «o maior desenvolvimento de sempre» («Dicionário de História de Portugal»). O aumento da exportação de ferro permitiu superar o crónico deficit externo. Construiu o aeroporto internacional, a que deu o nome do antecessor - Benard Guedes. Uma pista em condições permitiu a criação dos Transportes Aéreos da Índia Portuguesa. Alguns trabalhos de recuperação do espectacular património de Velha Goa arrancaram no seu tempo. Projectada ficou uma ponte suspensa sobre o Mandovi, junto a Panjim, da autoria de Edgar Cardoso.

«Era um bom engenheiro e foi o responsável pelo forte desenvolvimento de Goa», concorda Adriano Moreira. «Foi um riquíssimo governador», opina Carlos Azeredo, «competente, sério e bom».

Significativamente, a imprensa goesa de expressão portuguesa, apesar da enorme cambalhota que deu, não parece ter beliscado o ex-governador. Mesmo os inimigos conservam boa impressão dele. «Era boa pessoa», diz simplesmente Ravindra Kelecar, um dos «Freedom Fighters» preso pela polícia portuguesa.

Em Junho de 1980, voltou a Goa, onde lhe foi dispensada uma amável recepção. A razão é muito simples: evitara um banho de sangue e a destruição de um valiosíssimo património histórico.

Expulso do Exército em 1963, por deliberação do governo de Salazar, reclamou um julgamento. A isso se opuseram os comandos militares, que insistiram na punição disciplinar. Viria a ser reintegrado depois do 25 de Abril. Morreu em Agosto de 1985, com 86 anos.

 
Expresso
 

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Heraklion

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« Responder #50 em: Janeiro 30, 2009, 11:03:00 pm »
Que ganharam os indianos de Goa com a transição de poder... :roll:
Viva Portugal!!
Viva o Império!!
Nos liberi sumus;
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Manus nostrae nos liberverunt
 

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dannymu

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« Responder #51 em: Fevereiro 26, 2009, 05:33:42 pm »
Citação de: "JoseMFernandes"
Um apontamento sobre uma das consequencias posteriores.O Governo portugues que obviamente nao reconheceu a legalidade da ocupaçao do Estado Portugues da India, nem a legitimidade da sua integraçao na Uniao Indiana, decretou o direito dos naturais desses territorios (nascidos até 1961) manterem a cidadania portuguesa, com os respectivos e entao relativamente escassos direitos internacionais.Curiosamente, esta lei,nao so nao foi revogada no 25Abril74 ( esta questao foi regulada com os acordos bi-laterais de independencia nas restantes ex-colonias), como  até hoje, penso,  nao se fez um largo e conclusivo  acordo com a India sobre a herança cultural e humana portuguesa, e  sem pretender que a culpa seja atribuivel exclusivamente a Portugal.Pelo contrario, esta dubia situaçao veio  a ser  aproveitada  e deturpada com os piores objectivos, apos a integraçao de Portugal na entao CEE em 1986, quando muitos hindus 'descobriram a saudade' de ser portugueses, por via do estado indiano de Goa. O trafico de passaportes e BI's portugueses verdadeiros(rarissimos com o decorrer dos anos) e os pretensos da esmagadora maioria nos registos oficiais (nomes,datas de nascimento, de naturalidade...), quando nao totalmente falsos, cresceu exponencialmente, na tentativa de obter um 'lugar ao sol' na Europa, muitos para Portugal, onde sao relativamente visiveis no comercio, mas cmuitos  deles com rumo posterior  para o Reino Unido, onde  se sentem mais ligados por motivos de casta, ambiente ou interesse economico, sendo que na sua  maioria pouco ou nada tinham a ver com o antigo Estado da India Portuguesa...Lembro-me de uma visita nos anos 90, bem documentada fotograficamente, efectuada pelo PM portugues a Goa, e onde ficaria  patente a surpresa, dele e seus  acompanhantes, com a livre  existencia de  enormes painéis publicitarios por todo o lado, até na estrada do aeroporto,  prometendo  'arranjar' passaportes portugueses com vista a deslocar-se ou emigrar para a  Europa.

Em Moçambique uma  parte significativa da razoavel comunidade indiana existente, que nao seria maioritariamente goesa, acabou apos varias e tristes peripécias(racismo?), por abandonar o novo pais, e redirigir-se para a Europa, igualmente  para, ou  através de Portugal...mas isso ja sera outra historia...

Os meus avos eram Goeses e já viviam em Moçambique desde o início dos anos 50. Depois nasceram os meus pais e após o 25 de Abril os meus avos regressaram a Goa enquanto os meus pais ficaram em Moçambique (como Portugueses) até que se fartaram de ser perseguidos pelos comunas por serem Cristãos Protestantes (no inicio da década de 80). Depois foram para Portugal e ainda permanecem em Portugal.

Mas os meus pais do pouco que já me contaram sobre como era viver em Moçambique, disseram que tinham sido vítimas de racismo em algumas ocasiões durante o tempo em que Moçambique pertencia a Portugal. Mesmo assim eles reconhecem que a independência estragou Moçambique por completo e que Portugal nunca deixaria Moçambique ficar tão pobre como agora está. Além disso no tempo do Salazar e Caetano os meus avos tinham comida na mesa.

Não sou um especialista em questões militares (embora esteja muitissimo interessado nessa matéria) mas a culpa de Goa ter caído tão facilmente nas mãos dos Indianos é sem dúvida da falta de planeamento por parte do Salazar. Ele insistia muito em manter Goa mas só falava. Ele devia ter enviado um número de navios da Marinha mais umas dezenas de milhares de soldados altamente treinados e aviões de guerra para defender Goa e outros territórios. E claro que devia ter enviado o armamento mais recente ºara substituir armamento do século anterior. Isso para dissuadir os Indianos de atacarem militarmente Goa, Diu e Damão....

Citar
Que ganharam os indianos de Goa com a transição de poder...
 :roll:

Nada de especial. Fui a Goa em 1998 (fiquei perto de Colvá e visitei Panjim) e embora ainda nem tinha 10 anos, eu vi muito bem que aquilo estava cheio de pobreza. As cidades eram sobrelotadas e sem condições nenhumas, os transportes públicos não prestavam para nada e a única coisa de jeito que havia eram as praias (pelo menos a de Colvá) mais os sumos bem geladinhos que bebia em tal praia!
 

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teXou

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« Responder #52 em: Fevereiro 26, 2009, 07:08:57 pm »
Citação de: "dannymu"
...

Ele insistia muito em manter Goa mas só falava. ...

Não só falava ... tambem pedia o sacrifício supremo dos poucos militares que là estavam.

O f**** d* p**** dizia: "... soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos ..."  :down:

Na RTP sobre Goa.
"Obviamente, demito-o".

H. Delgado 10/05/1958
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" Não Apaguem a Memória! "

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André

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« Responder #53 em: Fevereiro 26, 2009, 07:12:35 pm »
No caso de Goa em relação ao armamento obsoleto e falta de apoio da metrópele é caso para dizer sem Ovos não há Omoletes ...  :lol:  :lol:

 

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dannymu

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« Responder #54 em: Fevereiro 26, 2009, 07:31:10 pm »
Citação de: "teXou"
Citação de: "dannymu"
...

Ele insistia muito em manter Goa mas só falava. ...
Não só falava ... tambem pedia o sacrifício supremo dos poucos militares que là estavam.

O f**** d* p**** dizia: "... soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos ..."  :down:

Na RTP sobre Goa.

Mas "esqueceu-se" de dar aos poucos militares armamento moderno e de enviar reforços ANTES da invasão dos Indianos. Sem tais meios é normal que os poucos soldados em Goa, Diu e Damão não tivessem muita coragem para lutar até ao fim pois morreriam sem causar baixas nos Indianos.
 

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TOMSK

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« Responder #55 em: Fevereiro 26, 2009, 08:53:33 pm »
Citar
Não só falava ... tambem pedia o sacrifício supremo dos poucos militares que là estavam.

O f**** d* p**** dizia: "... soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos ..."


Durante o 1º Cerco de Diu, em 1538, o baluarte da Vila dos Rumes viu-se completamente cercado pelas forças turcas. Aguardando instruções, enviaram uma carta à fortaleza de Díu, ao Capitão António de Silveira. A resposta deste foi a seguinte "Que façam o que vos pareça melhor, porque não se pode mandar a ninguém morrer, estando os que o mandam em salvo"
Veja-se a diferença  entre esta missiva e a ordem de Salazar.

Foi no entanto este António da Silveira e mais uma centena de portugueses que resistiram formidavelmente ao ataque de cerca de 19.000 Turcos, obrigando o inimigo a abandonar o ataque, extasiados com tão assombrosa façanha realizado por tão poucos homens.

A Índia foi de facto um altar de feitos magníficos obrados por Portugueses. Só que nessa altura não havia um inimigo com caças-bombardeiros, nem com uma tremenda superioridade de material bélico como aquele que apareceu em 1961.

A situação política internacional desfavorável a Portugal, os problemas logísticos, e mais importante que tudo, a superioridade material e numérica indiana fizeram com que a defesa da Índia Portuguesa fosse impossível naquelas circunstâncias.

Muito diferente da situação na África Portuguesa.
 

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teXou

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« Responder #56 em: Fevereiro 26, 2009, 09:37:32 pm »
Citação de: "TOMSK"
...
Veja-se a diferença  entre esta missiva e a ordem de Salazar.
...

Não é preciso, você já a disse.  lo3x4
"Obviamente, demito-o".

H. Delgado 10/05/1958
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« Responder #57 em: Fevereiro 27, 2009, 09:54:31 am »
Citação de: "Heraklion"
Honra aos bravos que morreram a defender o Império.
 :Soldado2:  :Soldado2:  :Soldado2:


Honra mas é ao General Vassalo e Silva que teve a CORAGEM de não obedecer ás ordens de um caduco que apenas desejava a morte dos soldados portugueses.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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legionario

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« Responder #58 em: Fevereiro 27, 2009, 07:30:34 pm »
Citação de: "teXou"
Citação de: "dannymu"
...

Ele insistia muito em manter Goa mas só falava. ...
Não só falava ... tambem pedia o sacrifício supremo dos poucos militares que là estavam.

O f**** d* p**** dizia: "... soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos ..."  :down:

Na RTP sobre Goa.


e o senhor Doutor  ( aquele a que  vc chama f**d**p** ) disse muito bem ! os militares servem para defender a Patria e os seus interesses , nao deviam servir para fazer revoluçoes... como aquela (de Beja) que o seu idolo Humberto Delgado organizou e em que foi assassinado um Major de Leiria desarmado ! Porque nao guardaram a valentia para defender Goa ?
Nao foram sempre combates desiguais que opuseram os tugas aos adversarios ?
Eu penso que Goa devia ter regressado à Uniao Indiana mas da mesma formaz que o foi Macau e apos consulta dos Goeses e nao acho nada digno o comportamento de Vassalo da Silva. Foi mais um que seguiu a carreira militar so pelas mordomias e pelo status  . Felizmente que outros miltares ,como o oficial de Marinha Oliveira e Carmo entre outros, mostraram que se temos o pior (o Vassalo) tambem temos do melhor que ha.
Se o general Vassalo tivesse feito o que fez em paises como a França   passava em conselho de guerra e era fusilado . Nos EUA nao sei o que lhe fariam, mas nao era coisa boa tambem. Valeu-lhe termos o F***d***P***  (sic)   do Salazar a governar que se calhar nao era tao carrasco como dizem .
 

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TOMSK

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« Responder #59 em: Fevereiro 27, 2009, 07:52:03 pm »
Citação de: "legionario"
Eu penso que Goa devia ter regressado à Uniao Indiana mas da mesma formaz que o foi Macau e apos consulta dos Goeses...

Ela nunca poderia ter "regressado" à União Indiana, já que nunca fez parte dela, como aliás já eu e outros tivemos a oportunidade de explicar aqui. Esses territórios pertenciam aos Turcos Otomanos e a outros pequenos reinos, na maioria muçulmanos.
Assim Goa, Damão e Díu não pertenciam à União Indiana( criado séc. XX), mas sim ao Estado Português da Índia ( criado séc XV-XVI)
Que fique bem claro a ilegalidade e criminosa invasão de território português.

Citar
Felizmente que outros miltares ,como o oficial de Marinha Oliveira e Carmo entre outros, mostraram que se temos o pior (o Vassalo) tambem temos do melhor que ha.

E o Alferes Santiago de Carvalho, que resistiu em Damão 36 horas!

Citar
Se o general Vassalo tivesse feito o que fez em paises como a França   passava em conselho de guerra e era fusilado . Nos EUA nao sei o que lhe fariam, mas nao era coisa boa tambem. Valeu-lhe termos o F***d***P***  (sic)   do Salazar a governar que se calhar nao era tao carrasco como dizem .


Secalhar queriam que o homem fosse recebido com honras militares e comité de boas-vindas...
Bem visto. :G-Ok: