Substituição dos Alpha-jet

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luis simoes

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1560 em: Março 15, 2023, 08:00:37 pm »
Conclusao
Penso que para a FAP faz todo o sentido ter uma aeronave com estas caracteristicas,boas perfomances,bom desempenho,ao mais baixo custo/h.

Nao estou aqui a fazer comparacoes entre este e aquele aviao.

Fala se no Super Tucano e é neste que nos temos que debruçar,as mais valias,o que nos pode dar,o que pode trazer as nossas FA,custo benefício e historial este tem e muito em teatros reais....de guerra ou guerrilha....portanto se vier nao duvido que trará para a FAP uma mais valia...
Abriste os olhos,,,agradece a deus por isso.
 

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dc

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1561 em: Março 15, 2023, 09:03:25 pm »
Num contexto de aquisição de uma aeronave militar, tem de haver comparações com outras aeronaves.

Na questão de COIN, o ST é muito bom, mas é para quem tem dinheiro para andar a comprar aeronaves para cada nicho de missão, países que vivem a real ameaça de forças insurgentes, ou países que não têm capacidade de comprar caças a jacto, e o ST desenrasca. Portugal não é nenhum destes países.

Para nós, faz mais sentido ter helicópteros armados para a missão COIN, sendo estes muito mais versáteis dentro e fora do TO em questão.

Para treino, o PC-21 é superior nesta função, mais barato de adquirir novo, e permite uma uniformização/partilha de logística com aliados geograficamente próximos.

Não existe contexto nenhum em que o ST devesse ser a opção lógica, sem ser do ponto de vista político.
 
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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1562 em: Março 15, 2023, 10:14:04 pm »
La Fuerza Aérea Uruguaya analiza ofertas para la adquisición de aviones de combate
(14 de Março de 2023)
Citação de: Javier Bonilla / defensa
Con la Fuerza Aérea Uruguaya  carente de la más mínima posibilidad disuasoria y dado que en el próximo semestre se debería decidir qué y cómo invertir en materia de aviación de combate, debido a que en 2024, año electoral, no podrá hacerse, se están evaluando algunas de las últimas propuestas.

En estas últimas gestiones se ha llegado a considerar la hipótesis de resignarse a incorporar solamente 4 aeronaves, con la esperanza de ampliar la dotación a futuro, porque, al igual que el grave error cometido en el tema OPV, el ministro de Defensa, Javier García, prácticamente sugirió que el gobierno no destinaría mucho más de 100 millones de dólares, lo que alejaría por completo posibilidades barajadas anteriormente como el KAI FA 50 coreano, cuyo precio supera, con la aeronave configurada, ampliamente los 50 millones de dólares.

Así las cosas, respecto al absoluto preferido desde el punto de vista académico, el Leonardo M-346, trascendió que por 4 ejemplares la oferta italiana estaría entre 188 y 191 millones de dólares por el conjunto, incluyendo repuestos, manuales y entrenamiento, lo que llevaría un ofrecimiento por los seis ejemplares originales a unos 283 millones de dólares. En las mismas condiciones, seis ejemplares del checo L39NG -de mucho menor rendimiento, aunque promete mantenimiento barato- no llega a los 176 millones de dólares.

El también checo, modernizado del lote original de hace 20 años, L-159 T1 tendría un coste, por 6 unidades, de poco más de 141 millones de dólares, o sea, menos de 24 millones de dólares por unidad. A su vez, una oferta por 10 unidades Hawk-67 actualizados, más dos células para repuestos, estaría cotizada integralmente en 99 millones de dólares, con entrenamiento, radar AESA, repuestos, Centro de Mando y Control, Simulador, Data Link (que se aspira el oferente a disponerlo a amplio nivel nacional en toda la cadena de mando) y manuales.

En los próximos días, el ministro de Defensa, Javier García, viaja a Brasil, donde aparentemente negociaría con su par, José Mucio,  unidades usadas de Súper Tucano y Tucano (modelo del cual se habrían barajado extraoficialmente cotizaciones de usados no brasileños, exageradamente baratas), mencionándose posibilidades de obtener algún avión de transporte intermedio, tipo Brasilia o Bandeirante.

Luego viaja a Estados Unidos por los mismos motivos, aunque el gobierno estadounidense  es absolutamente reticente a asistir en materia de aviación de combate a países que hayan aprobado la Ley de Derribo, aunque esa postura podría relativizarse con aquellas naciones que compren material nuevo de esa procedencia,tipo Textron Wolverine o Súper Tucano Sierra Nevada.

[continua]
Fonte: https://www.defensa.com/uruguay/fuerza-aerea-uruguaya-analiza-ofertas-para-adquisicion-aviones

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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luis simoes

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1563 em: Março 15, 2023, 10:50:35 pm »
Acho que deveriamos nos focar  nas nossas FA's...um determinado pais tem suas questoes politicas,geograficas,tipologia de terreno,ameacas reais e ou potenciais,o que esse pais compra em nada se pode comparar com o nosso.

Nos temos nossas necessidades mediante o nosso quadro politico,e area a que pertencemos,vivemos em democracia,muitos pontos separam este ou aquele país,portanto sigimo nos a nós e so a nós enquanto pais independente e depois sim em que cotextos deve o pais optar por este ou aquele meio,etc....

Nos temos um orcamento de estado que engloba muitos servicos,saude,educacao,infraestruturas,transportes,tribunais,forcas Armadas,administracao interna,etc....portanto nunca nos podemos comparar com outros países....temos o que temos,podia se fazer mais,penso que sim,mas iriamos mexer em outros serviços essenciais ....

« Última modificação: Março 15, 2023, 10:51:53 pm por luis simoes »
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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1564 em: Março 15, 2023, 11:47:23 pm »
A compra dos Super Tucano potencialmente como aeronave de combate e não só de treino, já nos traz o risco de mexer com outros serviços essenciais, diga-se, F-16.

Segue um pouco a lógica de, ao armar excessivamente os NPOs, estes ainda substituíam as fragata - ao comprar ST como aeronave de combate, estes ainda substituem os F-16 (não a totalidade, mas muito provável que uma parte da frota).

Com este lixo de gente a governar, mais as sanguessugas que se colam a eles, os riscos não compensam a compra do ST. Não se esqueçam, se ao KC lhe chamam de cargueiro estratégico, se o NPO tem complexidade de fragata, facilmente consideram o ST de caça de última geração.
 

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wyldething

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1565 em: Março 16, 2023, 12:02:08 am »
Eu só não percebi ainda é em que é que o PC-21 é tão bom e o Super Tucano é tão mau

PC-21 é mais barato, mais rápido, mais ágil, melhor para treino e usado por diversos aliados (com óbvias vantagens logísticas e de interoperabilidade).
O que torna o ST mais caro que o PC-21 são os sistemas tácticos, porque a versão básica do ST fica dela por ela. De todo o modo, a virem usados a baixo preço como tem sido falado, esse argumento deixa de fazer sentido e ainda ficamos com uma aeronave táctica. A diferença de agilidade pouco interessa para as missões em questão. O PC-21 ser melhor para o treino que o ST é muito subjectiva.
Se houvesse poucos utilizadores do ST até concordava com a questão da logística, mas dado que está em uso em 17 ou 18 países, não me parece pertinente.

O ST ganha ao PC-21 na vertente de combate, algo que é (ou deveria ser) irrelevante para um país Europeu onde COIN não é nem sequer missão secundária, e cujo tipo de aeronave é virtualmente inútil num contexto de conflito a sério, sendo que helicópteros armados são os mais versáteis para dedicar à ocasional missão de COIN e n outras missões.
As missões no Sahel são uma prioridade da política externa portuguesa.

Se vários países da NATO operassem o Super Tucano, ainda vá, mas nem sequer é o caso. Essencialmente, não existe vantagem nenhuma em ter o ST em vez do PC-21, nenhuma mesmo. Existe sim o risco de para algum "génio" ainda virem a substituir parte da frota de F-16, ou do pouco dinheiro para munições dos F-16, ser cortado ainda mais para financiar armamento do ST.
A principal vantagem do ST é ficar com uma aeronave que pode fazer missões de treino e tácticas

Essa do treino de armas do ST para pilotos de F-16 sempre me fez confusão. O Pandur IFV 30mm não serve de treino para os Leopard. Porque raio é que um ST com duas .50, serve de treino para um caça a jacto com canhão gattling de 20mm? Vão largar bombas guiadas a laser dos ST, o que vai obrigar a adquirir targeting pods (quando nem sequer FLIR para helicópteros navais compram)?
O ST foi testado e aprovado por pilotos de F-16 portugueses para essas funções


 

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dc

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1566 em: Março 16, 2023, 12:53:59 am »
O que torna o ST mais caro que o PC-21 são os sistemas tácticos, porque a versão básica do ST fica dela por ela. De todo o modo, a virem usados a baixo preço como tem sido falado, esse argumento deixa de fazer sentido e ainda ficamos com uma aeronave táctica. A diferença de agilidade pouco interessa para as missões em questão. O PC-21 ser melhor para o treino que o ST é muito subjectiva.
Se houvesse poucos utilizadores do ST até concordava com a questão da logística, mas dado que está em uso em 17 ou 18 países, não me parece pertinente.

Pois, mas nós não vamos adquirir a versão básica. Adquirindo a versão básica, apenas para treino, que custe o mesmo que o PC-21, vamos estar a pagar o mesmo, por uma aeronave inferior para a função.
A performance da aeronave é um factor importante quando queres fazer treino avançado e conversão operacional para caças a jacto. Estamos a falar de uma aeronave que é claramente mais rápida que a outra, e com limites de g's mais próximos das de um caça.

Sim, à partida viriam em segunda-mão. Mas, se forem mesmo em segunda-mão, isto implica que terão de ser substituídos mais cedo do que se fossem novos, logo a questão do preço irá colocar-se mais tarde ou mais cedo. Existem no entanto muitas questões neste hipotético negócio. Com as aeronaves a serem assim tão baratuchas, praticamente como novas, oferecidas quase e meio mundo, e ninguém as quis.

Por outro lado, a compra do PC-21, se calhar até podia ser feita em conjunto com os vizinhos, tornando tudo mais barato pelo volume da compra. Mas para isto era preciso fechar os olhos às "oportunidades colaterais" que o negócio do ST poderá ter.

Quanto a ser melhor para treino, não, não é subjectivo. Se fosse, o ST ganhava muitos mais concursos como aeronave de treino. O concurso sueco, país este que jurou a pés juntos que comprava a aeronave da Embraer caso o Brasil optasse pelo Gripen, optou por uma solução completamente diferente. Porque será.

Quanto à logística, lá por que 17 ou 18 países usam a aeronave, não quer dizer que a logística seja facilitada. A logística facilitada vem dos nossos parceiros habituais usarem o mesmo (exemplo dos nossos F-16, usados em grande quantidade pela Europa), e ninguém na Europa usa o ST, logo é irrelevante se Angola e Nigéria e demais países da região, da América do Sul e do Médio Oriente usam, porque não vamos operar com eles de forma recorrente (já com os espanhóis, que usam o PC-21...).

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As missões no Sahel são uma prioridade da política externa portuguesa.

Não, são porque têm apoio externo, e é uma missão semi-pacífica. Caso as coisas apertem por lá, mandam para trás o pessoal todo e não voltam a lá meter os pés, porque aí já se veriam obrigados a ter umas FA a sério. Pena que em todas as outras missões tão ou mais importantes que essas, não se tem a vontade (súbita) de investir tanto em meios que as permitam executar tais missões (NPO desarmado a combater pirataria no Golfo da Guiné, Fuzileiros enviados para a Lituânia sem veículos minimamente blindados e com armamento velho, uma força da BrigInt enviada para a Roménia sem porta-morteiros nem SHORAD). É preciso continuar?

Coincidência que, nas missões que podem ser executadas por um meio mais versátil e útil naquele e tantos outros TOs (helicópteros), vamos adquirir um meio dedicado para uma função específica e que naquele TO não pode fazer mais nada (ST). Nas missões em que era essencial adquirir algo específico para algo tão simples como o cumprimento da missão em segurança (Marlin nos NPOs, SHORAD para apoiar as Pandur, etc), não se adquire nada, e a malta lá tem que se desenrascar/pedinchar a terceiros.

Irónico que, em África, há mais países ali ao lado que operam ST. Não podem ser eles a fazer COIN com estas aeronaves?  ::)

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A principal vantagem do ST é ficar com uma aeronave que pode fazer missões de treino e tácticas

Substitui "principal", por "a única". E como já foi dito, é preferível usar outros meios mais versáteis para as missões tácticas, em vez de uma aeronave que só pode ser utilizada em TOs de baixa intensidade, e onde haja infraestrutura (pelo menos uma pista de terra batida) que os permita usar. Qualquer "coisa táctica" contra uma ameaça mais séria, os ST ficam a apanhar banhos de sol em Beja, porque a sua utilidade será perto de nula por não terem a performance de uma aeronave a jacto, nem a facilidade de voo a baixa altitude/entre obstáculos de um helicóptero.

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O ST foi testado e aprovado por pilotos de F-16 portugueses para essas funções

Pessoal que está a ser pago pelo ramo. Como tal, e sabendo que há interesses envolvidos, não admira nada que dissessem que sim para não perder o emprego.

A realidade é esta, não é a mesma coisa disparar a partir de uma aeronave turboprop e de uma aeronave a jacto. Ainda por cima quando estamos a falar de canhões, em que a velocidade de aproximação ao alvo e ângulo de ataque podem ser bem diferentes. No máximo, os pilotos aprenderiam noções básicas nos ST, sendo que tinham que fazer as horas todas nos F-16, eliminando por completo o raciocínio que fica mais barato treinar o lançamento de armas nos ST, porque não são equiparáveis.

Vai lá à NATO dizer isso "não tenho experiência a disparar as armas dos F-16, mas tenho a lançar dos ST, que disseram-me que era igual" e ainda os vês a rirem-se disso.

Não esquecendo claro que, a partir do momento em que os ST são considerados aeronaves de combate, com pilotos próprios para estas funções, isto vai obrigar a que se arranja pessoal de propósito para esses fins. Das duas uma, ou formam mais pilotos (algo que até agora tem sido difícil de fazer, mas se calhar o milagreiro do ST ajuda), ou vai-se retirar das esquadras 201 e 301. Nem falo dos mecânicos, que de repente precisas de formar pessoal para manter as aeronaves cá dedicadas ao treino, e formar pessoal extra para realizar manutenção das aeronaves nas missões externas.
 

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Lightning

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1567 em: Março 16, 2023, 05:21:16 am »
Por outro lado, a compra do PC-21, se calhar até podia ser feita em conjunto com os vizinhos, tornando tudo mais barato pelo volume da compra.

Isso é uma grande suposição.
Está algum país para comprar PC-21 em breve?
Recebemos alguma proposta para fazer essa compra em conjunto?
Alguma vez Portugal comprou aeronaves em conjunto com outros países? Não.

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Quanto à logística, lá por que 17 ou 18 países usam a aeronave, não quer dizer que a logística seja facilitada. A logística facilitada vem dos nossos parceiros habituais usarem o mesmo (exemplo dos nossos F-16, usados em grande quantidade pela Europa), e ninguém na Europa usa o ST, logo é irrelevante se Angola e Nigéria e demais países da região, da América do Sul e do Médio Oriente usam, porque não vamos operar com eles de forma recorrente (já com os espanhóis, que usam o PC-21...).

Directamente para a logística não interessa que paises mais perto ou mais longe operem a mesma aeronave, especialmente de treino que nunca vão sair do país, não é a FA Espanhola ou Francesa que fornece a logística da FA portuguesa, são as empresas que produzem as peças que as fornecem. A França deixou de operar o helicóptero Alouette III muito mais cedo que nós, mas enquanto a fabrica forneceu peças não nos afectou, o que pode influenciar é, quantos mais utilizadores mais peças se produzem, e peças mais baratas, e quanto menos utilizadores, menos peças se produzem, e peças mais caras.

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As missões no Sahel são uma prioridade da política externa portuguesa.

Não, são porque têm apoio externo, e é uma missão semi-pacífica. Caso as coisas apertem por lá, mandam para trás o pessoal todo e não voltam a lá meter os pés, porque aí já se veriam obrigados a ter umas FA a sério. Pena que em todas as outras missões tão ou mais importantes que essas, não se tem a vontade (súbita) de investir tanto em meios que as permitam executar tais missões (NPO desarmado a combater pirataria no Golfo da Guiné, Fuzileiros enviados para a Lituânia sem veículos minimamente blindados e com armamento velho, uma força da BrigInt enviada para a Roménia sem porta-morteiros nem SHORAD). É preciso continuar?

O governo diz que é prioritário.
https://expresso.pt/internacional/2022-06-28-NATO-Espanha-e-Portugal-trabalham-para-que-flanco-Sul-seja-considerado-prioritario-2c86f9e1

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O ST foi testado e aprovado por pilotos de F-16 portugueses para essas funções

Pessoal que está a ser pago pelo ramo. Como tal, e sabendo que há interesses envolvidos, não admira nada que dissessem que sim para não perder o emprego.

A realidade é esta, não é a mesma coisa disparar a partir de uma aeronave turboprop e de uma aeronave a jacto. Ainda por cima quando estamos a falar de canhões, em que a velocidade de aproximação ao alvo e ângulo de ataque podem ser bem diferentes. No máximo, os pilotos aprenderiam noções básicas nos ST, sendo que tinham que fazer as horas todas nos F-16, eliminando por completo o raciocínio que fica mais barato treinar o lançamento de armas nos ST, porque não são equiparáveis.

Isso é uma suposição ou tem algum fundamento que suporte essa incompatibilidade?

Por exemplo, se o ST for capaz de operar bombas guiadas, pode servir para os pilotos treinarem procedimentos...

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Vai lá à NATO dizer isso "não tenho experiência a disparar as armas dos F-16, mas tenho a lançar dos ST, que disseram-me que era igual" e ainda os vês a rirem-se disso.

Esse piloto nunca diria algo assim, pois antes de lançar armas tem que saber voar com o avião. O que se está aqui a dizer é que podem fazer parte do treino de emprego de armas, tal como faziam nos Alfa Jet.

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Não esquecendo claro que, a partir do momento em que os ST são considerados aeronaves de combate, com pilotos próprios para estas funções, isto vai obrigar a que se arranja pessoal de propósito para esses fins. Das duas uma, ou formam mais pilotos (algo que até agora tem sido difícil de fazer, mas se calhar o milagreiro do ST ajuda), ou vai-se retirar das esquadras 201 e 301. Nem falo dos mecânicos, que de repente precisas de formar pessoal para manter as aeronaves cá dedicadas ao treino, e formar pessoal extra para realizar manutenção das aeronaves nas missões externas.

Então e se viessem os PC-21 e os helis armados também iam ter de arranjar pilotos e mecânicos para eles.

Eu já disse isto uma vez, mas posso me ter explicado mal. Se tivermos duas esquadras de voo, vai sempre absorver mais pessoal que apenas uma, mesmo que seja grande.

Vou tentar dar uns exemplos simples.

Com o ST podemos ter dois grupos de pilotos/mecânicos, os que estão em Portugal, onde se podem incluir pilotos instrutores, e o grupo que anda lá para África, onde alguns dos pilotos podem ser instrutores, mas neste caso a desempenhar funções operacionais, neste caso, todos os pilotos e mecânicos podem ser empenhados em missões operacionais.

Com a dupla PC-21 e heli armado temos que ter, pilotos e mecânicos de PC-21, e dois grupos de pilotos e mecânicos de helicóptero armado, não pode existir apenas um grupo permanente destacado, também tem que rodar, neste caso temos de ter um grupo a mais, o grupo de pilotos/mecânicos do PC-21 e nem tem utilidade operacional.
« Última modificação: Março 16, 2023, 05:24:45 am por Lightning »
 
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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1568 em: Março 16, 2023, 09:28:04 am »
Esteve no Brasil, o comandante da 991, onde o relatório apresentado é todo 500% a favor do ST...
Mas já se sabe o porquê...
Cps
 
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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1569 em: Março 16, 2023, 09:51:05 am »
O Lightning já respondeu a quase tudo, vou-me centrar apenas no que me parece que não ficou tão claro:

O que torna o ST mais caro que o PC-21 são os sistemas tácticos, porque a versão básica do ST fica dela por ela. De todo o modo, a virem usados a baixo preço como tem sido falado, esse argumento deixa de fazer sentido e ainda ficamos com uma aeronave táctica. A diferença de agilidade pouco interessa para as missões em questão. O PC-21 ser melhor para o treino que o ST é muito subjectiva.
Se houvesse poucos utilizadores do ST até concordava com a questão da logística, mas dado que está em uso em 17 ou 18 países, não me parece pertinente.

Pois, mas nós não vamos adquirir a versão básica. Adquirindo a versão básica, apenas para treino, que custe o mesmo que o PC-21, vamos estar a pagar o mesmo, por uma aeronave inferior para a função.
A performance da aeronave é um factor importante quando queres fazer treino avançado e conversão operacional para caças a jacto. Estamos a falar de uma aeronave que é claramente mais rápida que a outra, e com limites de g's mais próximos das de um caça.

Sim, à partida viriam em segunda-mão. Mas, se forem mesmo em segunda-mão, isto implica que terão de ser substituídos mais cedo do que se fossem novos, logo a questão do preço irá colocar-se mais tarde ou mais cedo. Existem no entanto muitas questões neste hipotético negócio. Com as aeronaves a serem assim tão baratuchas, praticamente como novas, oferecidas quase e meio mundo, e ninguém as quis.


Por outro lado, a compra do PC-21, se calhar até podia ser feita em conjunto com os vizinhos, tornando tudo mais barato pelo volume da compra. Mas para isto era preciso fechar os olhos às "oportunidades colaterais" que o negócio do ST poderá ter.

Quanto a ser melhor para treino, não, não é subjectivo. Se fosse, o ST ganhava muitos mais concursos como aeronave de treino. O concurso sueco, país este que jurou a pés juntos que comprava a aeronave da Embraer caso o Brasil optasse pelo Gripen, optou por uma solução completamente diferente. Porque será.

Quanto à logística, lá por que 17 ou 18 países usam a aeronave, não quer dizer que a logística seja facilitada. A logística facilitada vem dos nossos parceiros habituais usarem o mesmo (exemplo dos nossos F-16, usados em grande quantidade pela Europa), e ninguém na Europa usa o ST, logo é irrelevante se Angola e Nigéria e demais países da região, da América do Sul e do Médio Oriente usam, porque não vamos operar com eles de forma recorrente (já com os espanhóis, que usam o PC-21...).
A razão principal para a Suécia não comprar o ST é simples e fácil de perceber e chama-se T-7, que tem participação da Saab.
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As missões no Sahel são uma prioridade da política externa portuguesa.

Não, são porque têm apoio externo, e é uma missão semi-pacífica. Caso as coisas apertem por lá, mandam para trás o pessoal todo e não voltam a lá meter os pés, porque aí já se veriam obrigados a ter umas FA a sério. Pena que em todas as outras missões tão ou mais importantes que essas, não se tem a vontade (súbita) de investir tanto em meios que as permitam executar tais missões (NPO desarmado a combater pirataria no Golfo da Guiné, Fuzileiros enviados para a Lituânia sem veículos minimamente blindados e com armamento velho, uma força da BrigInt enviada para a Roménia sem porta-morteiros nem SHORAD). É preciso continuar?

Coincidência que, nas missões que podem ser executadas por um meio mais versátil e útil naquele e tantos outros TOs (helicópteros), vamos adquirir um meio dedicado para uma função específica e que naquele TO não pode fazer mais nada (ST). Nas missões em que era essencial adquirir algo específico para algo tão simples como o cumprimento da missão em segurança (Marlin nos NPOs, SHORAD para apoiar as Pandur, etc), não se adquire nada, e a malta lá tem que se desenrascar/pedinchar a terceiros.

Irónico que, em África, há mais países ali ao lado que operam ST. Não podem ser eles a fazer COIN com estas aeronaves?  ::)

O lightning já respondeu, mas volto a repetir, até porque a ministra da Defesa o repetiu na última Comissão de Defesa Nacional: a estabilização do Sahel é uma prioridade para Portugal e Portugal está em todas as missões da UE no Sahel
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A principal vantagem do ST é ficar com uma aeronave que pode fazer missões de treino e tácticas

Substitui "principal", por "a única". E como já foi dito, é preferível usar outros meios mais versáteis para as missões tácticas, em vez de uma aeronave que só pode ser utilizada em TOs de baixa intensidade, e onde haja infraestrutura (pelo menos uma pista de terra batida) que os permita usar. Qualquer "coisa táctica" contra uma ameaça mais séria, os ST ficam a apanhar banhos de sol em Beja, porque a sua utilidade será perto de nula por não terem a performance de uma aeronave a jacto, nem a facilidade de voo a baixa altitude/entre obstáculos de um helicóptero.
Não sou eu que o digo, mas pilotos com o curso Tactical/Weapons Instuctor, tanto de caças como de helicópteros: asa fixa a hélice é o meio mais adequado para COIN em cenários como o Sahel, devido a custo, endurance, velocidade e capacidade de armamento principalmente.
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O ST foi testado e aprovado por pilotos de F-16 portugueses para essas funções

Pessoal que está a ser pago pelo ramo. Como tal, e sabendo que há interesses envolvidos, não admira nada que dissessem que sim para não perder o emprego.

A realidade é esta, não é a mesma coisa disparar a partir de uma aeronave turboprop e de uma aeronave a jacto. Ainda por cima quando estamos a falar de canhões, em que a velocidade de aproximação ao alvo e ângulo de ataque podem ser bem diferentes. No máximo, os pilotos aprenderiam noções básicas nos ST, sendo que tinham que fazer as horas todas nos F-16, eliminando por completo o raciocínio que fica mais barato treinar o lançamento de armas nos ST, porque não são equiparáveis.

Vai lá à NATO dizer isso "não tenho experiência a disparar as armas dos F-16, mas tenho a lançar dos ST, que disseram-me que era igual" e ainda os vês a rirem-se disso.

Não esquecendo claro que, a partir do momento em que os ST são considerados aeronaves de combate, com pilotos próprios para estas funções, isto vai obrigar a que se arranja pessoal de propósito para esses fins. Das duas uma, ou formam mais pilotos (algo que até agora tem sido difícil de fazer, mas se calhar o milagreiro do ST ajuda), ou vai-se retirar das esquadras 201 e 301. Nem falo dos mecânicos, que de repente precisas de formar pessoal para manter as aeronaves cá dedicadas ao treino, e formar pessoal extra para realizar manutenção das aeronaves nas missões externas.
Não é assim que as coisas se passam. Se me disseres que as chefias ignoram relatórios realizados por quem avaliou, em favor das pressões políticas, até posso concordar. Mas no caso em questão as avaliações foram feitas por pilotos instrutores, alunos e pilotos operacionais. É duvidar da honestidade e competência de muita gente.

Relativamente à instrução em ST, o que é necessário é o aluno aprender os procedimentos, fica a sobrar apenas a conversão operacional e adaptação às diferenças de performance. O que já poupa muitas horas no curso B da aeronave operacional. E o ST faz isso melhor que o AJet. Dito por piloto instrutor de F-16, AJet e ST.
De qq modo, optando pelo PC-21 não ficarias melhor.

Relativamente a obrigar a ter mais meios humanos, o mesmo se passaria com helis de combate adicionais.

Em resumo, a embirrância com o ST em Portugal, parece-me somente isso mesmo, uma embirrância. Seja lá qual for o motivo para ela.
 
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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1570 em: Março 16, 2023, 09:52:19 am »
Esteve no Brasil, o comandante da 991, onde o relatório apresentado é todo 500% a favor do ST...
Mas já se sabe o porquê...
Cps

Qual é o porquê?
 

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Subsea7

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1571 em: Março 16, 2023, 10:03:15 am »
Esteve no Brasil, o comandante da 991, onde o relatório apresentado é todo 500% a favor do ST...
Mas já se sabe o porquê...
Cps

Qual é o porquê?

Acho que toda a gente já percebeu, ou não ?
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: NVF, Cabeça de Martelo

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wyldething

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1572 em: Março 16, 2023, 10:11:49 am »
Esteve no Brasil, o comandante da 991, onde o relatório apresentado é todo 500% a favor do ST...
Mas já se sabe o porquê...
Cps

Qual é o porquê?

Acho que toda a gente já percebeu, ou não ?

Não. E até conheço a pessoa em questão e a avaliação.
 

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Subsea7

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1573 em: Março 16, 2023, 10:19:47 am »
Esteve no Brasil, o comandante da 991, onde o relatório apresentado é todo 500% a favor do ST...
Mas já se sabe o porquê...
Cps

Qual é o porquê?

Acho que toda a gente já percebeu, ou não ?

Não. E até conheço a pessoa em questão e a avaliação.

Partilhe então conosco, o quanto bom é o ST.
Cps
 

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wyldething

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1574 em: Março 16, 2023, 11:19:06 am »
Esteve no Brasil, o comandante da 991, onde o relatório apresentado é todo 500% a favor do ST...
Mas já se sabe o porquê...
Cps

Qual é o porquê?

Acho que toda a gente já percebeu, ou não ?

Não. E até conheço a pessoa em questão e a avaliação.

Partilhe então conosco, o quanto bom é o ST.
Cps
Já o fiz nos posts anteriores.