GOE (Grupo de Operações Especiais)

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Tiger22

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GOE (Grupo de Operações Especiais)
« em: Fevereiro 28, 2004, 09:46:30 pm »
Vamos abrir aqui um debate sobre esta nossa força de elite da polícia de segurança pública (PSP).
Proponho que analisemos estrutura, missões, equipamento, etc.
Espero pelo vosso contributo.
Começo pela história.

  Em 1978 foi adquirida a Quinta das Águas Livres e começaram os trabalhos de construção das infra-estruturas necessárias para organizar as actividades de instrução e para alojar os distintos elementos que incluíram-se num futuro grupo especial.

        Paralelamente iniciaram-se os estudos sobre a criação do GOE e de acordo com o governo britânico, graças aos esforços do governo de Mota Pinto, que os elementos do 22º Regimento do special Air Service ( SAS ) deslocaram-se a Portugal para treinar e dar inicio à formação de um grupo de polícias para missões anti-terroristas.

        Em 29 de março de 1982 iniciou-se o primeiro COE ( curso de operações especiais ) que terminou em 18 de novembro desse mesmo ano, considerando-se a unidade totalmente operacional e com capacidade de intervenção desde os finais de 1982, apesar de formalmente havia sido criada em 1979 pelo Decreto Lei número 506 de data vinte e quatro de dezembro.

        Como consequência dessa aproximação com os britânicos do SAS e do GOE português, as imagens dos primeiros agentes que mantêm-se fazem com que seja difícil reconhecer se são portugueses ou britânicos porque seu uniforme, equipamento e armamento, era idêntico. seu treino inicial continuou enfocado nos enfrentamentos com situações de terrorismo típico, sendo verificada sua capacidade de actuação por ocasião de um incidente ocorrido em Lisboa em junho de 1983.

    Um comando arménio assaltou a residência do embaixador turco e matou um dos membros da PSP que formava parte da equipa de segurança da embaixada, detendo o resto das pessoas que ali se encontravam. decidiu-se assaltar o recinto numa operação que teve como saldo quatro terroristas mortos e com a esposa do embaixador que sofreu queimaduras de prognóstico muito grave, morrendo dias depois em um hospital.

        Desde aquele momento as missões designadas à Unidade foram diversificadas e adaptadas às mudanças no que se refere ao contexto da segurança evolucionando para fazer frente a requerimentos cada vez mais exigentes e heterogéneos. Depois de 1991 designaram-se os elementos operacionais do GOE, junto a alguns ex-operacionais que seguem pertencendo ao Grupo, a realização de missões de protecção de instalações e de representantes diplomáticos portugueses em países estrangeiros onde ocorrem situações de instabilidade ou produzem-se conflitos armados.

        O nível de efectivos destacados a estes pontos varia em função de cada momento e se é necessário proceder à evacuação de cidadãos portugueses dessas zonas, realizando-se intervenções em 1992 em Luanda ( Angola ), em 1991 e 1997 na actual República democrática do Congo ( ex-Zaire ) e em outros países como Guiné, África do Sul, Argélia, Macau ou na Bosnia.

        Nessa tarefa tiveram que fazer frente a tentativas de entrada forçada nas delegações diplomáticas por parte de militares armados, sendo mais significativa uma que aconteceu em 1997 no Zaire e outra em 1998 na Guiné; nesta última foi lançada uma granada no edifico da embaixada onde estava alojada a equipe de segurança.

        Também encomendam-lhes missões de protecção ou segurança pessoal de altas personalidades que viajam a Portugal, colaborando com outras unidades da PSP no estabelecimento dos cordões de segurança que protegem-lhes e em especial com atiradores selectos que situam-se em pontos dominantes nas missões de observação, detenção e busca de franco atiradores.

        Outra actividade para a qual são requisitados é para colaborar com as Brigadas Anti-Crime a que prestam apoio em áreas específicas como vigilância ou abertura de instalações fortificadas relacionadas com tráfico de drogas.
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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Tiger22

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GOE (Grupo de Operações Especias)
« Responder #1 em: Fevereiro 28, 2004, 10:03:23 pm »
Reportagem retirada do Correio da Manhã

Citar
Competição: Unidade Antiterrorista da PSP em destaque na Alemanha
 
GOE PASSA TESTE RIGOROSO  
As ordens são claras. Um grupo terrorista sequestra um diplomata estrangeiro e mantém-no refém nas instalações abandonadas de uma fábrica. Impõe-se a sua libertação, numa operação que envolve um conhecimento prévio do terreno.  

Os homens do GOE viram a sua operacionalidade testada
Com o armamento estritamente necessário ao desempenho da acção, os operacionais vão ultrapassando os obstáculos, até ao resgate final do refém.

À primeira vista pode parecer real, mas tudo não passou de mais uma prova inserida na nona edição do Combat Team Conference (CTC) 2003, uma espécie de Jogos Olímpicos das forças especiais de polícia, realizados recentemente na Alemanha, com balas reais e muitas explosões.

Competindo com membros de 41 equipas vindas de unidades anti-terroristas de polícia de 31 países do mundo, o Grupo de Operações Especiais (GOE) levou a Sant Agustin, perto de Bona, na Alemanha, oito homens dispostos a fazer boa figura. "A competição realizou-se pela primeira vez em 1983, acontecendo, desde 1995, de quatro em quatro anos", explicou ao CM o subintendente Magina da Silva, segundo comandante da unidade da PSP.

A GSG-9, antiga guarda fronteiriça alemã e actual unidade contra-terrorista daquele país, assumiu-se, desde a primeira edição, como a entidade organizadora da iniciativa, emprestando a sua base para criar um cenário no qual as diversas equipas movimentaram-se em cenários de contra- -terrorismo.

Depois de diversas participações em anteriores edições da competição, o GOE dedicou dois meses a preparar o CTC de 2003. Incentivando o voluntariado, o comando da unidade conseguiu 17 homens dispostos a "dar ao cabedal" em prol do Grupo de Operações Especiais e do País.

Após uma bateria de testes, em que os voluntários testaram não só o físico como também as suas capacidades de trabalho em equipa, foram seleccionados cinco executantes e um intérprete, que, no terreno, seriam chefiados por um oficial e pelo segundo comandante da unidade.

ÀS ESCURAS

A chegada à Alemanha deu-se no primeiro dia de Junho. E a constatação do "profissionalismo alemão" na realização de iniciativas como esta foi imediata. "Eles têm dinheiro para aplicar e isso reflecte-se na perfeição do cenário que encontrámos", referiu o segundo comandante do Grupo de Operações Especiais.

No entanto, apesar das boas condições encontradas, e do ambiente de competição saudável que envolveu todos os participantes, a organização fez questão de manter debaixo do maior secretismo o programa de todas as provas.

"Apenas poucos minutos antes das competições é que os participantes podiam ser instruídos sobre os pormenores de cada uma das dez competições, e depois tudo se resumia a trabalhar contra o relógio, em espaços completamente desconhecidos", garantiu o subintendente Magina da Silva.

E no terreno, apesar do espírito 'olímpico' que envolveu a competição, as prioridades de cada equipa estavam bem definidas. "A equipa da Guardia Civil espanhola foi a única com quem mantivemos alguma proximidade, por frequentemente participarmos em treinos e acções de formação em conjunto."

Usando diversos tipos de armas com cápsulas de tinta, mas também com munições reais, os homens do GOE testaram os conhecimentos. E, no final, o quinto lugar conseguido, atrás da Áustria, Itália, Irlanda e Suécia, valeu-lhes o sentimento de dever cumprido.

A MELHOR CLASSIFICAÇÃO

Apesar do quinto lugar alcançado pelos seus homens no Combat Team Conference - a melhor classificação de sempre -, o segundo comandante da Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP está consciente de que "tal facto não pode servir para tirar conclusões sobre a operacionalidade das equipas". De acordo com o subintendente Magina Silva, "é impossível comparar as unidades, em especial no que toca ao desempenho real e efectivo no terreno". Mas para uma coisa a competição serviu. "Os homens vieram de lá com o moral em cima, e isso reflecte-se nos treinos que temos de fazer diariamente", acrescentou o responsável por aquela unidade de elite da Polícia.

ASPECTOS DA PROVA

EFEITOS ESPECIAIS

A procura do realismo em cada uma das provas levou os organizadores do CTC a optar pela colocação de cenários dignos dos filmes de Hollywood. “Em muitos pontos do percurso, deparámos até com explosões”, referiu Magina da Silva.

PONTO FRACO

Ao longo dos quatro dias de competição, a equipa do GOE identificou o meio aquático como o seu ponto fraco. “Nas provas de natação, faltou a coordenação entre os nossos elementos”, explicou o segundo comandante do GOE.  
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-George W. Bush-
 

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Tiger22

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GOE (Grupo de Operações Especias)
« Responder #2 em: Fevereiro 28, 2004, 10:10:58 pm »
Um dos "brinquedos" do GOE

"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
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komet

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« Responder #3 em: Fevereiro 28, 2004, 10:46:00 pm »
Interessante, têm mais variedade do que eu pensava, qt mais uma P90 que usa uma munição não mt standard...
"History is always written by who wins the war..."
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #4 em: Março 03, 2004, 05:33:09 pm »
Encontrei algumas fotos dos "primeiros tempos" dos GOE.

Espero que vos interesse:







Ver em: http://www.expeditionexchange.com/action/indexmain.htm

PS
Ninguém tem imagens em boa resolução dos GOE actualmente?  :?:
Ricardo Nunes
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Poeler

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« Responder #5 em: Junho 23, 2004, 07:35:20 pm »
Boas pessoal, o meu 1º post...
Ficam mais algumas imagens que descobri:

http://geocities.com/goepagina

 :wink:
« Última modificação: Junho 23, 2004, 08:17:19 pm por Poeler »
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #6 em: Junho 23, 2004, 07:36:35 pm »
Poeler, seja muito bem vindo ao fórum defesa. :?
( Penso que o geocities não permite hotlink. Para os restantes membros: colem a morada das fotos no vosso IE )
Ricardo Nunes
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komet

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« Responder #7 em: Junho 23, 2004, 07:49:31 pm »
Hey Poeler ganda maluco []  :)
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Poeler

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« Responder #8 em: Junho 23, 2004, 08:20:51 pm »
Já está! :D
 

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dremanu

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« Responder #9 em: Junho 24, 2004, 03:32:51 pm »
Parabéns à policia por um trabalho bem feito.

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Jornal de notícias
Valdemar Pinheiro


Preso no Porto cabecilha de rede internacional
Cocaína Detenções feitas simultâneamente em Portugal e Espanha Droga era transportada em veleiros  jose antonio domingues
 
Portugal continua a ser uma plataforma giratória para as drogas

Uma das mais poderosas e sofisticadas redes de tráfico de cocaína, a operar na última década na Europa, acaba de ser desmantelada numa operação conjunta da Polícia Judiciária portuguesa e Judicial espanhola, naquela que é considerada pelas autoridades dos dois países como a "maior ofensiva do género contra o narcotráfico internacional".

Todos os pormenores relacionados com esta ofensiva são divulgados esta manhã, no porto militar de Ferrol, na Corunha, no decurso de uma conferência de Imprensa conjunta.

Ao todo, encontram-se detidos 12 alegados membros da rede, dois dos quais foram presos por inspectores da DCITE (Direcção Central de Investigação de Tráfico de Estupefacientes) da PJ num hotel do Porto. Tratam-se do argentino R.B.M., 44 anos, conhecido pela alcunha do "El Loco", dirigente máximo da organização e bem conhecido no mundo criminal, e F.P.M, cidadão uruguaio, especialista em telecomunicações.

Ambos controlavam e dirigiam, a partir do quarto do hotel portuense, as movimentações e o desembarque de 520 quilos de cocaína que, horas antes, em Ferrol, a Polícia Judicial espanhola, com o apoio da Marinha e do GEO ( Grupo Especial deOperações) confiscavam no veleiro de 9 metros "Revoleo", ao mesmo tempo que procediam à prisão dos dois tripulantes, J.S.P., francês e ARCB, uruguaio.

A operação aconteceu precisamente à mesma hora em que Portugal e Espanha lutavam pela chegada aos quartos-definal do Euro 2004, apurou o JN. Quando os inspectores da PJ irromperam no quarto do hotel portuense. O argentino ti-nha estado anteriormente hospedado num hotel de Setúbal.

Entretanto, em Espanha, depois da apreensão dos 520 quilos, bem como do veleiro Revoleo, a Polícia Judicial veio a prender,em Madrid e em Barcelona mais 7 pessoas suspeitas de ligação à organização criminosa. Trata-se de cidadãos de nacionalidades argentina, uruguaia, chilena e brasileira.

Esta rede que, a partir da América do Sul, utilizava veleiros de luxo como "correios" da cocaína, destinada a países europeus, dispunha, igualmente, de uma célula especializada na falsificação de documentos, de "grande qualidade".

A Polícia espanhola logrou, paralelamente, apreender vasta documentação falsa, entre a qual 95 passaportes , 24 cartas de condução da União Europeia, 28 cartões de identidade espanhóis e dezenas de bilhetes de identidade portugueses, belgas e argentinos.

Apreendidos 1632 quilos de droga

Nos últimos seis meses, a DCITE apreendeu a esta organização criminosa, em território nacional, 1.632 quilos de cocaína, em veleiros de luxo. A investigação começou em princípios de 2003. O primeiro êxito foi conseguido em finais de Dezembro daquele ano. O veleiro STEF era interceptado na Ilha das Flores, nos Açores, estavam 812 quilos de cocaína. Algumas semanas depois, em finais de Janeiro último, atracava na Marina de Cascais o veleiro ORENSANO. Transportava mais 820 quilos de coca. Nesta ofensiva, a PJ não efectuou qualquer detenção, mas, sabe-se, agora, os tripulantes foram presos em Espanha.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #10 em: Junho 24, 2004, 07:01:46 pm »
O GEO é o equivalente espanhol dos GOE.

Um bom trabalho policial.
Ricardo Nunes
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Poeler

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« Responder #11 em: Junho 28, 2004, 01:12:05 am »
Ora bem, desde já devo dizer que admiro muito os GOE pois moro ligeiramente perto da base de comando e treino deles, contando outra coisa. Sou um jovem de 17 anos, muito ligado a desportos de tiro e combate e tenciono seguir carreira militar, apenas tenho o 10º ano de escolaridade mas tenciono entrar para tropa o mais cedo possivel, com o objectivo de seguir uma força especial para me tentar um dia mais tarde inserir neste grupo (GOE). Ou seja, tenho interesse sobre o mundo militar mas acho-me pouco informado queria uma "ajudinha" de quem pudesse para me informar que tipo de tropa deveria seguir neste caso e se existe mais algum grupo português tipo os GOE. Obrigado  :wink:
 

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dremanu

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« Responder #12 em: Junho 30, 2004, 12:39:05 am »
Citação de: "Poeler"
Ora bem, desde já devo dizer que admiro muito os GOE pois moro ligeiramente perto da base de comando e treino deles, contando outra coisa. Sou um jovem de 17 anos, muito ligado a desportos de tiro e combate e tenciono seguir carreira militar, apenas tenho o 10º ano de escolaridade mas tenciono entrar para tropa o mais cedo possivel, com o objectivo de seguir uma força especial para me tentar um dia mais tarde inserir neste grupo (GOE). Ou seja, tenho interesse sobre o mundo militar mas acho-me pouco informado queria uma "ajudinha" de quem pudesse para me informar que tipo de tropa deveria seguir neste caso e se existe mais algum grupo português tipo os GOE. Obrigado  :D
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Trafaria

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« Responder #13 em: Outubro 24, 2004, 02:04:15 am »
Para entrar para o GOE é antes de mais necessário e indispensavel pertencer-se aos quadros da PSP.

Todos os membros da PSP podem concorrer às provas de admissão aos cursos do GOE os quais normalmente se realizam anualmente (ultimamente, talvez devido às contigencias orçamentais, tem sido ani sim ano não)

Quem terminar a escola de agentes com a nota de 20 (ou proxima) nas disciplinas de educação fisica e de tiro; for psiquicamente robusto, emocionalmente tipo cubo de gelo e um craque em testes psicotecnicos, tem grandes probabilidades de passar nas provas de admissão a esse curso. Se o acaba é outra estória...
::..Trafaria..::
 

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Mar Verde

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« Responder #14 em: Outubro 21, 2005, 04:57:31 pm »