Nao deixo de ter pena que Portugal esteja reduzido a um protectorado. Somos todos orgulhosos do nosso passado historico feito de iniciativas audazes, de coragem e de liderança no mundo, mas nos dias de hoje parece que nos contentamos na nossa pequenez fisica e de espirito. O nosso ego nacional satisfaz-se plenamente com a evocaçao das glorias passadas...continuemos assim, e continuaremos o ser dos paises mais insignificantes e mais pobres da europa. Mas prontos, os tugas continuam a ser uns gajos "porreiros pa", gostamos de beber uns copos e tal, e ta tudo bem
A afirmação é absolutamente descabelada e fora do contexto histórico.
O orgulho do nosso passado Histórico é razão de orgulho, mas não é razão para não entendermos como foi possivel.
O nosso passado Histórico não é o resultado de sermos uma nação de Super-homens, mas sim de termos sido os primeiros a iniciar um processo de expansão.
A pequenez do país sempre foi um problema, que chegou a levar os governantes a manter sob segredo todas as descobertas, na absoluta certeza de que quando os «outros» descobrissem o que nós sabíamos, não teriamos como evitar que tomassem aquilo que conseguimos para nós.
Nós não temos capacidade para controlar o Atlântico desde meados do século XVI. A nossa marinha está reduzida a três navios de guerra e o país não tem meios para ter muito mais que isso.
A nossa defesa desde há quatro séculos, depende do sistema de alianças europeu e euro-americano. Os Estados Unidos substituíram a Grã Bretanha nesse sistema de alianças em que Portugal sempre foi um país aliado à potência naval dominante.
Não adianta estar com afirmações nacionalistas patéticas. A nossa existência como Estado Independente, dependeu desde há quatro séculos da nossa ligação às antigas colónias e da protecção das vias marítimas dada pelo sistema de alianças a que Portugal se ligou.
É esse sistema de alianças, que leva por exemplo, a Coroa a transferir a capital para o Rio de Janeiro, porque para nós o Atlântico e a possibilidade de navegar sempre foi absolutamente importante para a nossa sobrevivência.
Essa relação com a potência naval dominante, continua hoje na relação com os Estados Unidos, e os Açores são o principal elo dessa relação.
Sem essa relação atlântica, não passamos de um apêndice completamente inutil na Europa continental. Como país puramente continental, não apresentamos para ninguém uma vantagem como aliados, porque não temos nada a oferecer que os espanhóis não tenham.
Churchill, por exemplo era um Hispanista. Considerava que a aliança com Portugal era uma coisa do passado e que era muito mais importante a relação da Grã Bretanha com a Espanha.
Portugal estava desarmado. Nem sequer conseguia ter capacidade para defender os Açores e isso jogou contra Salazar durante os anos críticos de 1939-1941.
Como país neutro, estávamos à mercê de quem quer que fosse.
Tanto poderiamos ser atacados pelos nazis espanhóis em 1939/40, como pelos alemães em 1940/1941, como pelos próprios ingleses que prepararam a tomada dos Açores em 1940 / 1941.
À Holanda, à Bélgica e ao Luxemburgo, não serviu de nada a neutralidade. Os países maiores passam por cima dos mais pequenos, se não houver consequências das suas acções.
É por isso que holandeses e belgas, mesmo não tendo fronteira com o Pacto de Varsóvia, integraram a NATO. Esses países sabiam que a neutralidade de nada serviria perante uma invasão comunista.
A neutralidade é uma espécie de «ganza» dos pessoal «cool», que prefere viver de ilusões e de sonhos. A neutralidade, é um Luxo que Portugal não tem dinheiro para comprar.
A nossa independência não está nem nunca esteve em causa por causa dos americanos.
Ela é posta muito mais em causa todos os dias em Portugal, na comunicação social e nos negócios com nebulosas organizações espanholas como o grupo PRISA e por gente como Pina Moura e outros vendidos, traidores, e autênticas ameaças à Segurança Nacional.
É essa gente que não gosta da existência de um vínculo atlântico, porque a própria Espanha pretende ser o único canal desse vínculo.
Bastaria perguntar ao antigo ministro espanhol José Piquet, dos franquistas do PP, qual a visão que ele tinha da relação entre a Espanha e os Estados Unidos.
Se somos cornudos e contentes, se calhar somos. Metemos o dinheiro em bancos espanhois, enchemos o dinheiro dos bolsos espanhóis e elogiamos o país que mais problemas nos cria na Europa.
De facto, seria melhor afirmar: «Cornudos y contentos porsupuesto !»