Os argentinos devem ter ficado intimidados com o primeiro ataque dos Sea Harrier a Port Stanley. É verdade que os Skyhawk ficavam mais perto de frota, mas também ficavam mais expostos a um ataque inglês.
É uma questão interessante, a de determinar o que passava pela cabeça dos comandos argentinos.
Tudo leva a crer que nunca pensaram na possibilidade de perder a guerra, pois estavam certos de que a Grã Bretanha não responderia.
Este foi o primeiro erro dos generais argentinos, no que foi uma curiosa repetição do inicio da II guerra mundial. Hitler também achava que eles não atacariam. Saddam Hussein, pensou o mesmo dos americanos.
Mas não deixa de ser curioso de analisar os acontecimentos, pois após a ocupação inicial das ilhas, os generais argentinos tinham perdido todo o espaço de manobra para promover uma eventual retirada.
Havia duas possibilidades de resposta britânica:
Na primeira hipótese, os ingleses esperariam para lançar uma operação na Primavera do hemisfério sul (ou seja, Outubro / Novembro de 1982) o que daria mais que tempo para reforçar as ilhas com meios mais eficazes.
Na segunda hipótese, os ingleses responderiam imediatamente, mas nesse caso seria impossível reunirem uma força suficientemente forte para expulsar os argentinos.
Os argentinos fizeram aparentemente uma análise completamente desastrada da realidade. Subestimaram os britânicos e sobrestimaram as suas capacidades.
É por isso possível, que o primeiro ataque britânico contra a capital das Malvinas fosse um primeiro alerta, mas creio que bastante tempo antes, os generais argentinos já sabiam que iam ter problemas pela frente.
A questão é saber se decidiram ir em frente por uma questão de orgulho pessoal, ou se o fizeram numa tentativa desesperada de salvar o regime...
O periodo decisivo decorre entre 12 de Abril (quando os britânicos declaram a zona de exclusão de 200 milhas) e 19 de Abril.
Creio que é em 19 de Abril que os generais argentinos percebem finalmente que vão entrar numa guerra contra a Grã Bretanha, porque é nesse dia que tentam accionar o tratado TIAR, o tratado de assistência inter-americana, que não pode no entanto ser accionado, porque é um tratado defensivo e quem iniciou o conflito foram os argentinos.