Portugal Confidencial - " A pista da energia" ...

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dremanu

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Portugal Confidencial - " A pista da energia" ...
« em: Abril 02, 2004, 11:27:25 pm »
O que fazer de uma estória como esta, públicada num blog dedicado a investigar o que se passa nos bastidores do governo Português.

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Portugal Confidencial - " A pista da energia" ...

Toda esta história têm início em Maio de 2000, com a celebração de um acordo parasocial entre o Governo do Engº Guterres e a ENI Spa, que estabelecia uma primeira fase de privatização da Galp Energia, até ao final do primeiro semestre de 2002. O acordo estabelecia ainda que caso a privatização não acontecesse a ENI Spa poderia exercer o direito de compra de mais 12 % ficando a Parpública obrigada a vender.

Assim, no quadro de accionistas da Galp Energia em 2000 tinhamos...

Estado Português – 34,8 %
ENI Spa – 33,4 %
EDP – 14,2 %
CGD – 13,5 %
Iberdrola – 4,00 %

Ou seja, o Engº Guterres, enquanto primeiro ministro, assinou um acordo que iria colocar a ENI Spa em caso de incumprimento por parte do Governo Português - e recordemos que uma IPO está sempre subjacente ao comportamento dos mercados de capitais, que em Maio de 2000 já estavam em fase descendente e de correcção, face à bolha especulativa que rebentou em Março de 2000, ou seja em Maio de 2000 já se sabia que uma IPO de um sector estratégico como a Galp Energia poderia ser arrematado em baixa e com consequente quebra na receita apurada - nas mãos de um estrangeiro accionista.

Mais grave, a não realização do IPO - que se veio a verificar – iria colocar a ENI Spa com 45,4 % como o maior accionista da Galp.

Bastaria somar a participação directa da Iberdrola na Galp, mais a participação indirecta que a Iberdrola detem via EDP na Galp, para percebermos que em caso de IPO, a GalpEnergia, a tal empresa estratégica passaria para maõs espanholas e italianas.

A ENI Spa nunca se opôs ao acordo parasocial, pois sabia de antemão que este lhe daria o controlo da empresa, ou via IPO – em bookbuiding – ou através da venda da ParPública pelo incumprimento do acordo.

Acontece que em Fevereiro de 2002, dois meses depois de se ter demitido e um mês antes do actual governo começar a exercer funções, o Engº Guterres, decidiu unilateralmente não realizar a IPO, sem que tenha obtido o acordo da Eni Spa para tal situação.

Que legitimidade teria para o fazer ?

O actual governo, conseguiu através de negociações e alegando as dificuldades no mercado de capitais, adiar o prazo para Dezembro de 2003, tendo conseguido o acordo da ENI Spa, para que esta não assumisse o controlo da empresa contra a vontade do Estado Português.

Onde está o Engº Guterres para explicar isto ?

Entretanto, a estrutura accionista da Galp Energia sofreu uma pequena alteração, estando assim delineada...

O Estado detém, actualmente, 29,25% da Galpenergia, a ENI 33,34%, a REN 18,03%, a EDP 14,27%, a Iberdrola 4,0%, a Parpública 0,75%, a Portgás 0,04% e a Setgás 0,04%.

Um despacho, de ontem, do ministério da Economia, dá conta das reestruturações verificadas no sector enérgetico português...

A GDP (sub-holding da Galp Energia para os negócios do gás) é adquirida, em partes iguais, pela EDP, REN e ENI.

A venda da participação que a ENI detém na GALP (33, 34%) à Parpública, que as adquire transitória e instrumentalmente para a identificação de um novo accionista de referência para a GALP. O processo de identificação do novo accionista já foi iniciado por concurso limitado.

A aquisição, pela GALP, da posição da Iberdrola (4%), através da compra de acções próprias, comprometendo-se o accionista Estado a votar favoravelmente uma proposta de aquisição das participações da GDP na Tagusgás e na Beiragás, pela Iberdrola.

Após a venda da GDP, e depois de aprovado o novo quadro regulatório das actividades gasistas, a rede de transporte de gás em alta pressão e outros activos regulados a identificar serão transferidos para a REN. Nessa altura a REN deixará de ser accionista da GDP, que será detida a 51% pela EDP e a 49% pela ENI.
Encontrado um novo accionista de referência da GALP, proceder-se-á à privatização da GALP, através da realização de um IPO, abrindo-se o capital ao público.

A GALP recentra a sua actividade no seu negócio tradicional, o petróleo, e com uma nova base accionista estável preparar-se-á para a privatização e abertura do capital ao público, até ao final do primeiro trimestre de 2005.

Até aqui, nada de escandaloso a não ser que desde o passado dia 09 de Fevereiro de 2004 que a Grande Loja sabe qual é nome de um dos potenciais – dado por fontes espanholas como o comprador – investidores com quem o Estado (já) se encontra a negociar.

Ao contrário do que o Ministério da Economia nos faz chegar aos ouvidos, foi a Iberdrola que pediu directamente para trocar os 4,00 % da Galp Energia por activos de gás ou electricidade, por forma a poder actuar num mercado perfeitamente regulado que não é o caso do petróleo.

A EDP que possui 40 % da Hidrocantabrico em Espanha – corrente da Iberdrola na electricidade – anunciou a sua intenção de seguir o mesmo caminho da Iberdrola – a EDP detem 3 % da Iberdrola e a Iberdrola 4 % da EDP - e fica com 51 % da futura EDP Gas.

A Iberdrola fica com 58,8 % da Beira Gas e 49,9 % da Tejo Gas, que cobrem 16 % da população portuguesa. A Iberdrola viu a sua participação na GALPEnergia valer 128 milhões de euros por força do valor de 3,2 mil milhões de Euros que vale o capital da Galp Energia.

Assim os restantes 49 % da EDP Gas vao directos para a ENI Spa...

Resumindo, a operação a ENI Spa encaixa com a operação 667 milhões de euros mais 49 % da participação da EDP Gás que valem cerca de 800 milhões de euros.

Se a sua participação na Galp Energia valia “apenas” 1,200 mil milhões de euros, então a ENI Spa recebe mais 250 milhões de euros neste negócio. Ou melhor neste grande negócio.

A primeira bomba é que já na Assembleia Geral da Galp Energia de 28 de Novembro, que a Iberdrola acabaria por impugnar, o assunto em cima da mesa tinha sido, a troca de activos. Ou seja antes de terminar o prazo negociado pelo Governo de Durão com a ENI – 31 de Dezembro 2003 – já ele trabalhava nesta solução. A Iberdrola irá receber o dinheiro em dois anos.

Bom, como já devem ter percebido falta aqui uma peça - quem compra a participação da ENI na GALP ? Sabendo-se que o Estado pagou 667 Milhões à ENI pela saída (650 milhões pelo valor mais 17 milhões de dividendos), quem será o tal investidor que vai por 650 milhões adquirir 33,34 % da GalpEnergia ?

A Grande Loja sabe que o vencedor anunciado se chama Carlyle Group.

A Grande Loja sabe que a operação encontra-se a ser montada pelo Banco Espirito Santo, o tal banco de onde António Mexia saiu para ir para a Galp Energia.

A Grande Loja sabe que Patrick Monteiro de Barros está também entre os interessados, via BES.

No dia 20 de Fevereiro de 2004  Carlos Tavares afirmou ao Independente ...

“Face ao crescente interesse na operação, preferimos que a venda da posição seja feita por concurso, escolhendo a melhor oferta para substituir os italianos. O que pode acontecer ainda neste semestre. O calendário da privatização da petrolífera deverá também ser antecipado para este ano.”

Pura Mentira.

A segunda bomba é  que todo o grupo Carlyle, para começar o representante do Carlyle Group encarregado de negociar com a ENI e Galp era, até 20 de Fevereiro de 2004, António Martins da Cruz... ex ministro dos negócios estrangeiros.

Bom, o Grupo Carlyle é comandado por ...

Jonh Major – Ex Primeiro Ministro de Inglaterra - Carlyle Europe Chairman

Fidel Ramos – Ex Presidente das Filipinas - Carlyle Asia Advisory Board

Darman - Conselheiro Orçamental das Adminsitrações Clinton e Bush

James Baker – Ex Secretario Estado do tesouro - Carlyle Senior Counselor

Franck Carlucci - Carlyle Chairman/CEO

George Bush - Ex Presidente dos Estados Unidos - Carlyle Senior Advisor
 
Para começar, este grupo que tem fortes ligações ao escândalo da ENRON e basta lembrar que a Nortel, uma das empresas implicadas no caso, tinha como administrador... Franck Carlucci.

Para percebermos as ligações suspeitas deste grupo basta lermos um pequeno trecho da insuspeita revista Fortune ...

“To understand more clearly the role being played by this superpower, it is first necessary to accept the fact that the US Administration is - and has been for decades - under the control of its capitalist corporations, a group wielding enormous power due to its vast industrial capacity and world-wide capital investments - to say nothing of its cabalistic, cohesive nature. To confirm this, one has only to scan the lists of the top individuals in both the US Administration and the corporate boards over the past few decades to see the close linkage between the two. As for the post of President: this is an executive post carrying such autocratic power that the Corporate Establishment ensures that ‘their man’ is elected. This election is, in effect, an auction, as exemplified by the fact that oil companies contributed $1.8 million towards George W. Bush’s campaign in the year 2000 - thirteen times as much as they gave his opponent! Again, the Electric utilities donated $447,000 to Bush, but only $65,000 to Al Gore, etc. And, inasmuch as the President-to-be appoints administrators who are, in effect, the policy-makers, the Corporate Establishment - as the highest bidder in the ‘auction’ - ensures that it is well-placed in the seat-of-power. Is this the form of democracy the Athenians had in mind!?”

A Grande Loja sabe que no passado dia 4 de Abril de 2003, o Grupo Carlyle esteve em Lisboa , onde o tema da reunião foi o fornecimento de armas as forças da coligação que estão no Iraque.

Se acham tudo isto terrível, informamos que os activos da SBC – Saudi Bin laden Corporation – são geridas pelo Carlyle Group, como contrapartida da vitória da família Bush nos concursos do petróleo no Bahrain atráves da companhia Harken Energy Corporation.

Depois da muito mal contada história da Asat Trust e à qual voltaremos em breve, que a Grande Loja aqui denunciou em primeira mão em Portugal, obrigando a GALP a desmentir-se publicamente, o que tem Carlos Tavares a dizer disto ?.

Nada certamente.

Deixará para Pedro Pires de Miranda ?
Ou será que Durão, regressado de Moçambique, terá reservada uma grande surpresa ?
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Luso

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« Responder #1 em: Abril 03, 2004, 07:22:23 pm »
Interessante...
Mantenha-nos informados, Dremanu.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #2 em: Abril 03, 2004, 10:38:30 pm »
Dremanu, descobri a página que consultou. Já faz parte dos meus "favoritos" (a página!). :mrgreen:

Obrigado
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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dremanu

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« Responder #3 em: Abril 04, 2004, 08:25:24 pm »
Citação de: "Luso"
Obrigado


De nada, foi um simples "copy & paste". :D

Realmente são notícias interessantes, e de uma certa forma preocupantes.

Ninguém sabe quem está por trás destas jogadas, e mais importante ainda, para onde vai o dinheiro que se obtém detas vendas. Onde é que esse dinheiro vai ser empregue. Educação, defesa, pagamento da dívida externa, onde?
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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dremanu

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« Responder #4 em: Abril 15, 2004, 09:37:42 pm »
Portugal Confidencial : A Pista da Energia Parte II

Há cerca de quinze dias publicamos na Grande Loja, aquilo que achávamos ser o princípio de uma pista sobre o Portugal profundo.

Como qualquer pista se devidamente explorada, ela abre-nos as portas para outras pistas que nos levam a outros caminhos. Há medida que a Grande Loja, foi investigando, o caminho tornou-se tortuoso e íngreme, capaz por si só de definir aquilo que melhor nos caracteriza, enquanto país, a nossa capacidade de nos enganarmos a nós próprios, enquanto julgamos que estamos a enganar.

Do primeiro post “Portugal Confidencial - A pista da Energia“ afirmamos convincentemente, que o grupo Carlyle iria ser o futuro dono da participação de 33,34% que o Estado está agora a alienar, desmontamos a operação financeira e mostramos o que ganhou a ENI, a Iberdrola e o que perdeu o Estado Português.

Confirmamos as ligações pouco democráticas do Carlyle Group à família Bush e desta à família Bin Laden.

No fundo mostramos como um acordo parasocial celebrado pelo Eng.º António Guterres e por ele rasgado já depois de se ter demitido, trouxe ao Estado Português uma verdadeira dor de cabeça e menos uns largos milhões de euros. Mas a pergunta que mais me assalta o cérebro é a razão da alienação de uma empresa estratégica.

Portugal Confidencial : A pista da Energia – Parte II, será assim, a continuação do explicação deste negócio e da falta de patriotismo de algumas personagens que nas televisões e em Assembleias Gerais da ONU sabem que Portugal se escreve com P, mas que à mesa das reuniões, pouco importa, este mesmo espírito.

Comecemos assim por um nome que será conhecido de muitos. A Petrocontrol, o primeiro accionista estratégico na Galp, que agora está interessado em adquirir os 33,34% que o Estado está a alienar. O primeiro parceiro, não, porque, o primeiro parceiro estratégico do Estado na Petrogal foi a francesa Total. Mas a convivência entre os dois accionistas foi problemática e, em 1992, a Petrocontrol tomou a parte dos franceses. A Petrocontrol era uma «holding» que reunia os interesses privados na Petrogal e dela eram accionistas, directa e indirectamente, o Grupo Espírito Santo, Patrick Monteiro de Barros, Banco Totta, Grupos Mello, Amorim e Parfil, a Fundação Oriente e o empresário Manuel Boullosa.

A Petrocontrol chegou uma posição de minoria de bloqueio na Galp, já «holding» de controlo da Petrogal e da Gás de Portugal/Transgás. Quando o Estado quis vender 15% do capital da Galp, os italianos da Eni mostraram interesse, mas numa participação superior. Os accionistas privados portugueses da Petrocontrol venderam a sua posição, com a aprovação do Estado, como era, aliás, obrigatório.

Assim a Petrocontrol vendeu os 33,34 % que detinha a ENI Portugal Investments SPA (22,34 %) e a EDP (11,00 %).

A primeira pergunta vai directa para o Executivo Guterres, porque razão os decretos lei DL 261-1/99 e DL 21/2000 estabelecem um máximo de participação de capital estrangeiro em empresas estatais a privatizar, sendo elas estratégicas. Paradoxal mas mais á frente verão que não.

A segunda pergunta vai para quem efectua a promulgação das leis, que pelos vistos assina de cruz, senão vejamos :

O decreto-lei 137-A/99 de 22 de Abril cria a sociedade Galp Energia, aprovando os estatutos e participação, mas não estabelece os limites de participação de empresas estrangeiras. No entanto a Galp Energia estabeleceu ela própria no momento da sua criação, apenas para a PETROGAL, um limite de participação estrangeira em 40% com base no DL 353/91 de 20 de Setembro, Decreto lei das privatizações, limite este que fica revogado expressamente no artigo 6 do Decreto Lei da Constituição da Galp Energia (DL 137-A/99 ), sem estabelecer um novo.

O verdadeiro problema, surgiu quando em 4 de Junho de 2002, a Comissão Europeia emitiu uma sentença contra Portugal (SSTJCE de 4 de Junho de 2002 – assunto C – 367 / 98) onde a limitação à participação estrangeira em empresas privatizar portuguesas viola o tratado de adesão de Portugal a CEE.  Como foi possível que TODOS os intervenientes aprovassem algo que violasse um tratado de adesão ?

Para adoçar a boca, e porque ainda vamos a meio, foi estabelecido o preço de 17,43 Euros por acção, atribuindo assim, em 1999, aquando da alienação acima explicada da Petrocontrol à ENI, um valor à Galp de 2 891 Milhões de Euros.  Este preço foi pago pela ENI e pela Iberdrola pelas acções do Estado e pela ENI e pela EDP pelas da Petrocontrol.

Ora a Petrocontrol se detinha 33,34% recebeu pela venda 963.859.400 euros. Nada Mau.

Mas para quem pagou 438.859.400 euros pela aquisição (valor pago pela Petrocontrol) e efectuou uma mais valia de 525 Milhões de Euros. Nada mau mesmo.

Bom, centremo-nos agora naquele pequeno valor de 525 Milhões de Euros. Ora, se bem me lembro, uma mais valia tem que ser tributável.

O Eng.º Guterres isentou esta mais-valia abdicando de 165 milhões de euros.

A isenção terá sido concedida na condição de os ganhos serem reinvestidos. E terá sido com o encaixe em vista que os primeiros privados da Galp venderam. Uma possibilidade criada pela orientação estratégica definida pelo Executivo socialista e que privilegiava a entrada de um parceiro internacional para a Galp, em detrimento da manutenção de um núcleo duro de accionistas nacionais.

A forte valorização da posição da Petrocontrol na Galp resultou, em grande parte, da integração do negócio do gás neste universo. Um modelo desenhado em 1998 pelo então ministro da Economia, Joaquim Pina Moura, e que na altura motivou divergências de opinião entre os accionistas privados da petrolífera. Tudo porque a Petrocontrol, que detinha 45% da Petrogal, viu a sua participação na ‘holding’ petro-gasista diminuir para 33,34%. Os privados entraram na Petrogal em 1992 e logo detectaram um buraco superior a 50 milhões de euros nas suas contas. Em 1994, um outro buraco de 100 milhões permitiu à Petrocontrol renegociar as condições da segunda fase de privatização.

Explicada assim o porquê da isenção...

Mas pior é o tal espírito de portugalidade tão defendido por algumas personagens da nossa praça, atiram em tudo o que ataca Portugal, mas quando estão sentados a secretária fazem o mesmo. Então não é que o presidente da Petrocontrol se chamava Diogo Freitas do Amaral. Sintomático, revelando um espiríto de defesa nacional na televisão e em público e actuando de outra forma quando estão em causa outros interesses.

Mas, a história não se fica por aqui e,  Joaquim Pina Moura que arranjou o parceiro para a Galp, chamado ENI, teve direito a comissão parlamentar e nunca ninguém percebeu muito bem o negócio, mas a verdade é que a Grande Loja, sabe que um então cunhado do Eng.º António Guterres esteve metido no negócio ENI-GALP.

A origem deste tremendo imbróglio é quase inacreditável. O poder negocial e litigante que a Eni teve só existiu porque um Governo se comprometeu contratualmente a fazer uma Oferta Pública Inicial de acções cuja realização está dependente de factores que ninguém controla: os mercados internacionais. Como a sorte não quis nada connosco, ainda a tinta do acordo com a Eni estava fresca e já as bolsas caíam sustentadamente, rebentada a bolha das dotcom.

Bom então está na hora de revelar os accionistas da Petrocontrol


Finpetro: 98,8%
Família Boullosa: 1,2%
Quanto aos accionistas da Finpetro ...


Grupo Champalimaud: 24,84%
Grupo Espírito Santo: 16,43%
Petroholding (antigo grupo Banco Mello): 12,42%
Grupo Amorim: 12,42%
Parfil: 12,42%
Fundação Oriente: 11,89%
Patrick Monteiro de Barros: 9,58%
De todas aquelaa, a que não é conhecida do grande pública é a PARFIL. A Grande Loja não gosta de decepcionar ninguém, e assim informa que 51% da Centralcer – uma das piores privatizações que o Estado português efectuou - pertencem à VTR, SGPS,S.A., holding que representa os interesses do Banco Espírito Santo, Parfil, SGPS,S.A., Fundação Bissaia Barreto, Olinveste e Sociedade Transnacional de Desenvolvimento de Participações Sociais, SGPS,S.A.

Bom então temos que ao Grupo Carlyle se junta o Fomentinvest, no tal consórcio que irá ganhar o negócio.

Ora se o Carlyle Group já esta desde o "Portugal Confidencial : A pista da Energia", bem delineado, avançamos para o Fomentinvest que têm como accionistas...

Grupo Espírito Santo – Como confirmamos está envolvido no negócio desde a primeira hora.
Ilídio Pinho – Fundação iÍidio Pinho
Fundação Horácio Roque – Horácio Roque Presidente do Banif
Fundação Oriente – Carlos Monjardino e Stanley Ho
Patrick Monteiro de Barros – Acertamos novamente em cheio
Bom as ligações, estranhas, não se ficam por aqui. Mas acrescentamos mais uma. A mulher de Horácio Roque, de nome Fátima Roque, era ministra das finanças da UNITA. E assim suavemente entramos em Angola, quem sabe iremos terminar no bloco 9 ou no bloco 14 ou ainda em Cabinda Trust.

Uma coisa já todos percebemos - o porquê do congelamento do preço dos combustíveis ao público na época de Joaquim Pina Moura ou melhor na época da ENI.

Uma outra questão para a qual não encontramos resposta foi porque razão pagou o Fundo de Regularização da Dívida Pública cerca de 18,2 Milhões de Contos – são mesmos contos – em 1998 com o pretexto de se tratar do pagamento por parte da Parque Expo de uma dívida à sua participada Petrogal, pagamento este efectuado à Petrocontrol.

Afinal e porque um convite de casamento explica muita coisa....

... definitivamente, está marcado, desde já, um próximo "Portugal Confidencial – A pista da Energia – Parte III", muito em breve.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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ferrol

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O punto de vista español.
« Responder #5 em: Abril 27, 2004, 11:28:13 am »
Saúdos, xa que estamos cos copy&paste, alá vai outro:


http://elmundodinero.elmundo.es/mundodi ... 12116.html

06/02/2004:   
Los rumores se confirman e Iberdrola se sale con la suya. La eléctrica presidida por Ínigo de Oriol y el Gobierno portugués firmarán de forma "inminente" un acuerdo por el que la eléctrica canjeará su 4% en la petrolera Galp por una participación relevante en dos distribuidoras lusas de gas.

Además recibirá una cantidad económica no precisada, al ser aún objeto de negociación.

El Ejecutivo luso responde así a la solicitud que la española le lanzó en el mes de septiembre del año pasado.

La eléctrica que preside Iñigo de Oriol podrá estar presente en el mercado portugués de cara a la puesta en marcha a partir del próximo mes de abril del Mercado Ibérico de la Electricidad.

En concreto, Iberdrola se hará con el 58,8% de Beira Gas y el 49,9% de Tagus Gas, situadas en un área que cubre el 16% de la población portuguesa y adyacente a los mercados de la compañía en Castilla y León y Extremadura. La primera cuenta con más de 10.000 clientes, mientras que el número de clientes de Tagus Gas supera ampliamente los 5.600.

Ambas partes han cifrado el valor de Galp en 3.200 millones de euros, de los que 128 millones corresponderían a Iberdrola,

Por otra parte, la italiana ENI percibirá 650 millones de euros por salir de Galp, de la que posee actualmente un 33,34%, y pasará a controlar el 49% de la futura EdP gas por el resto de su participación en la petrolera.

El pacto permitirá a EDP y ENI ser "los únicos accionistas" de Gas de Portugal (GDP), pasando a controlar respectivamente el 51% y el 49% de su capital tras la transferencia de los activos del gas de Galpenergia a EDP.

En cuanto al destino del paquete del que se desprenderá, la prensa publicaba que lo comprará un consorcio liderado por el grupo estadounidense Carlyle.

La información señalaba que la entrada de Carlyle en Galp Energía sería con carácter temporal y con el compromiso de vender en una futura privatización o asociación estratégica.
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Gustaríame salientar que, de novo, as mensaxes catastrofistas de dremanu de cara ó "perigo español" quedan de novo desmentidas ó comprobar que Iberdrola controlará unhas pequenas empresas que dan servicio a 15.600 clientes e que ENI (italiana) ten o 49% de GalpEnergia.

Este perigo non español ven de ser de novo desmentido polo interese de Fortis (belga-holandés) na merca de Millenium BCP, á que accederían os seus accionistas.

http://elmundodinero.elmundo.es/mundodi ... 13718.html

20/04/2004
"El grupo financiero belga-holandés Fortis estudia la compra del luso Millenium BCP, el primer banco privado de Portugal.
La intención de Fortis podría contar con el apoyo de algunos accionistas del Millenium BCP que estarían dispuestos a vender sus participaciones"

Ademáis Iberdrola está para quedarse, e Carlyle só para especular cos beneficios dunha posible privatización.


Por certo, que hai que se ir preparando para o MIBEL (Mercado Ibérico da Electricidade):
http://elmundodinero.elmundo.es/mundodi ... 95746.html

20/01/2004
¿Qué es el Mibel?

El Mercado Ibérico de la Electricidad (Mibel) supone la creación de un mercado energético común, resultado de la suma del español y el portugués, lo que representa un paso más en la integración económica de ambos países, en un sector caracterizado por las barreras tanto económicas como políticas.

Los gobiernos español y portugués creen firmemente que el mercado único abaratará los recibos de los consumidores y al mismo tiempo redundará en la mejora del servicio.

...harán falta unos dos años antes de que el Mibel funcione a pleno rendimiento.

Actualmente, otro de los escollos para la creación del Mibel, según denuncian las eléctricas españolas, es la falta de apertura del mercado eléctrico portugués, donde Electricidade de Portugal (EDP) -controlada por el Estado luso- prácticamente monopoliza la distribución y comercialización de energía.

Las empresas españolas que pretenden acceder al mercado luso en igualdad de condiciones con sus competidoras portuguesas ya han mostrado su preocupación, al señalar que es necesario que desaparezcan esos contratos para que puedan acceder al mercado vecino compitiendo libremente con EDP.

Otra de las asignaturas pendientes es que las empresas españolas disfruten de igualdad de condiciones con las portuguesas para acceder a activos de sociedades energéticas lusas, situación cuyo incumplimiento han denunciado compañías como Iberdrola.

Para eliminar este desequilibrio, Lisboa se comprometió a imitar a España en su completa liberalización del mercado eléctrico, permitiendo a las pequeñas y medianas empresas elegir libremente a su suministrador de energía desde el 1 de enero de 2004 y a los pequeños consumidores residenciales desde el 1 de julio.

Otro de los compromisos de Lisboa es reducir la presencia del Estado en EDP en una fecha aún no difundida (todavía posee el 31% de la compañía), así como a privatizar en 2004 a REN, la compañía que administra el tendido de alta tensión y que próximamente también controlará los gasoductos.

El futuro Mibel precisa de la creación de dos operadores. Por un lado, un Operador del Mercado Ibérico de España (Omie), que se encargará de las operaciones diarias, mientras que un Operador del Mercado Ibérico de Portugal (Omip) centralizará las compras de energía a más largo plazo.

España ya cuenta con una bolsa de electricidad, administrada por el Operador del Mercado Eléctrico (Omel), que entre enero y septiembre de 2003 acumuló un volumen negociado de 4.945 millones de euros.

En el plazo de un año desde el inicio del funcionamiento del Mibel, las sociedades gestoras de los mercados deberán acomodar su accionariado de modo que ninguna eléctrica posea más del 5% del capital de ninguno de los operadores del mercado, y los sujetos del sector eléctrico en su conjunto no acumulen más del 40%.

Dos años después de la entrada en funcionamiento de estos órganos, el Omel y el Omip se fusionarán en el Operador de Mercado Ibérico Único (Omi).

Los planes de futuro para el mercado energético podrían ensancharse siguiendo el ejemplo de la electricidad, hacia otras materias primas como el gas, según reconocieron ambas partes.

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É dicir:
1º.- Dentro de pouco tempo teremos unha electricidade máis barata gracias ó MIBEL.
2º.- Os 2 países van integra-las súas redes electricas antes do 2.006.
3º.- Portugal non fixo as súas tarefas ó respecto, privatizando as empresas do sector.

Saúdos, interesante tema este da electricidade.
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
"Acuérdate España que tú registe el Imperio de los mares”