Somália: Fundamentalistas islâmicos anunciam tomar MogadiscioOs fundamentalistas islâmicos da Somália anunciaram esta segunda-feira ter tomado a capital do país, Mogadíscio, após cerca de quatro meses de intensos combates contra uma milícia de chefes de guerra, indicou a estação britânica BBC online.Citando estações de rádios captadas a partir de Mogadíscio, a BBC online informa que a União dos Tribunais Islâmicos (UIC, na sigla inglesa) anunciou ter tomado, domingo a noite, o controlo da capital da Somália das mãos dos «senhores da guerra», convidando os residentes a aceitarem a nova liderança do país.O líder da UTI seria Sheikh Sharif Sheikh Ahmed, que afirmou estar disposto a implementar a paz e a segurança na Somália, antes de consolidar qualquer mudança que - sublinhou - «será a vitoria do povo com o apoio de Alá».«Esta é a nova era para Mogadíscio. Estamos prontos para o diálogo», disse Sheikh Ahmed.A Somália vive uma situação de guerra civil há mais de 15 anos com combates persistentes que opõem uma milícia islâmica e grupos armados controlados por senhores de guerra.Desde então, o país vive sem um Governo efectivo, sendo dirigido por um executivo provisório que funciona na cidade de Baidoa, 245 quilómetros a noroeste de Mogadíscio.Devido aos combates, a capital somali foi dividida em pequenos feudos controlados pelos senhores de guerra que se dizem à volta de uma Aliança Antiterrorista para travar as acções do UTI, alegadamente financiada pela rede terrorista Al Qaeda.Diário Digital / Lusa05-06-2006 17:09:00
A etíopia anida opera caças russos pilotados por pilotos da Ucrânia?
Provavelmente.. Contra isso os Somalis não podem fazer muito.. desta vez não vão lá com RPGs como fizeram em 1993..
Peças AAA/SAM?
Etiópia bombardeia a SomáliaA Etiópia acaba de confirmar o bombardeio da Somália, justificando a medida como defesa contra a acção das milícias islâmicas. A Somália vive em anarquia desde a queda do regime do ditador Siad Barre, em 1991, com constantes lutas entre os senhores da guerra pelo controlo do território. O governo de transição funcionou a partir do vizinho Quénia e está há quase um ano instalado em Baidoa, que era até agora considerada uma região mais segura. 24-12-2006 11:00:26
A Etiópia, que apoia as forças do Governo de transição somali, bombardeou hoje o aeroporto internacional de Mogadíscio, capital da Somália controlada pelas milícias islâmicas, anunciaram as autoridades a eroportuárias. "A Etiópia bombardeou o aeroporto hoje. Morreu uma pessoa e outra ficou ferida", afirmou Abdurahim Adan Weheliye, director-geral do aeroporto de Mogadí scio, citado pela agência de notícias francesa AFP.Segundo a mesma fonte, o ataque provocou danos na pista de aterragem e na zona de estacionamento das aeronaves, que foi encerrado.O aeroporto de Mogadíscio, que estava sem operar há vários anos, foi re abilitado pouco depois das milícias das cortes islâmicas assumirem o controlo da cidade, no início de Junho.De acordo com a agência espanhola EFE, que cita testemunhas locais, par ticiparam no bombardeamento dois aviões, um proveniente do norte de Mogadíscio, situada junto ao Oceano Indico, e outro desde o mar.A AFP indica apenas a existência de um avião.No domingo, o Governo da Etiópia confirmou, pela primeira vez, que os s eus efectivos estavam a combater em quatro pontos diferentes na Somália."As nossas Forças de Defesa viram-se obrigadas a entrar em guerra para nos defendermos dos ataques das forças extremistas e anti-etíopes e proteger a n ossa soberania", afirmou o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi.Especialistas locais calculam que a Etiópia tenha mais de 10.000 soldad os dentro da Somália, apoiando o Governo de transição somali.As cortes islâmicas, por seu lado, receberam armamento da Eritreia, que também terá enviado cerca de dois mil homens.Os milicianos islâmicos da Somália ocuparam em Junho passado Mogadíscio e começaram a estender-se para o centro e sul do país, que vive sem uma autorid ade central desde que em 1991 foi derrotado o ditador Mohamed Siad Barré.A Etiópia teme que o conflito somali atravesse as suas fronteiras e con tamine zonas do leste do país, de maioria muçulmana e onde existem sentimentos s eparatistas.Nos combates de domingo, tanto nos bombardeamentos aéreos como noutras operações, morreram cerca de 80 pessoas, segundo fontes islâmicas, e outras 300 ficaram feridas.Entretanto, o governo da Somália anunciou o encerramento das fronteiras depois do ataque da Etiópia.Agência LUSA2006-12-25 09:05:08
Uma nova guerra em ÁfricaAmílcar CorreiaO tabuleiro geoestratégico africano, de importância reduzida no pós-guerra fria, ganha novas proporções com a abertura de uma terceira frente jihadista na SomáliaHá uma nova guerra em curso em África. A Etiópia confirmou o que há muito já se suspeitava: a sua colaboração com o Governo da Somália no combate que este trava contra a União dos Tribunais Islâmicos, cujas ramificações com o terrorismo da Al-Qaeda são motivo de forte preocupação regional. A Somália, em permanente tensão desde a derrocada da ditadura de Siad Barre, que foi um títere do Kremlin de então, é um país retalhado entre vários senhores da guerra, um Governo sem autoridade e uma guerrilha terrorista em ascensão.Em Junho passado, o Governo internacionalmente reconhecido foi desalojado de Mogadíscio pelos rebeldes e encontra-se cercado em Baidoa, impotente para exercer qualquer controlo sobre o resto do território somali. Aparentemente, a intervenção etíope na Somália estancou o avanço islamista em direcção a Baidoa, o que significaria a estocada final do seu poder legítimo, e a consequente instauração da Sharia. A intervenção da Etiópia, que bombardeou os aeroportos da capital conquistada pelos fundamentalistas, justifica-se pela ameaça que poderá constituir para a sua segurança a formação de um Governo inspirado e orientado pelos radicais que se aninham segundo o credo de Osama bin Laden, que têm contado com a ajuda da população deste país muçulmano, mas que podem arrastar a região para um conflito mais vasto, caso a Eritreia decida intervir. Uma interpretação secundada por Washington, que é já o principal aliado de Addis-Abeba no intempestivo corno de África. Mas este novo conflito regional tem inevitáveis implicações religiosas que lhe dão contornos mais globais. O xeque Aweys, líder do Conselho Supremo Islâmico da Somália, tem multiplicado os seus apelos à guerra santa contra os cristãos da Etiópia e à união dos somalis espalhados pelo Djibouti, Quénia e Etiópia, na região de Ogaden, palco de um conflito entre os dois países vizinhos. A guerra de Ogaden, entre 1977 e 1978, deveu-se a isso mesmo: ao sonho da Grande Somália e à sede de conquista daquela região do Leste da Etiópia, mas que custou a Siad Barre a queda e o exílio. E à Somália uma sucessão imparável de catástrofes, conflitos civis e golpes de Estado. Hoje, a história repete-se, mas o invasor é agora o cristão etíope. O tabuleiro geoestratégico africano, de importância reduzida no pós-guerra fria, ganha novas outras proporções com a abertura de uma terceira frente jihadista, tal com Bin Laden previra, depois da "guerra santa" no Afeganistão e no Iraque. Mas a Somália é para os Estados Unidos um local de más recordações, cuja invasão em 1993 deixou traumas que os norte-americanos não esqueceram. Mesmo assim, Washington tem apoiado alguns dos chamados senhores da guerra nesta luta contra os radicais islamistas, mas em vão. Os EUA têm, igualmente, defendido o envio de capacetes azuis para aquela região do continente africano, contra a vontade da União Europeia, mas a verdade é que o Conselho de Segurança das Nações Unidas nunca deu um passo em frente nesse sentido. Uma guerra em África é sempre uma guerra perigosa e longínqua.