Esse debate, Luso, daria um tópico inteiro porque há muito mais para contar do que apenas um "copy-paste" de uma carta escrita por esse inveterado caçador de tesouros idoso e desacreditado em todo o mundo civilizado. Leia-se, Robert Marx. O mesmo tipo que afirmou a pés juntos ter descoberto ânforas romanas na Baía da Guanabara em prospecções mais do que duvidosas na década de 1980.... e cujo advogado que defendeu com unhas e dentes a concessão arbitrária de licenças de prospecção e escavação em 1993, na época da legislação prematura e desavisada de Santana Lopes, era simultaneamente deputado do PSD...
Tenha em atenção que foi pescar um mail, entre centenas do género, que dizem respeito a uma guerra de egos e projectos que dura há vários anos, por diversas razões. Essa guerra não interessa a ninguém e interessa a todos os envolvidos...
Quanto aos nomes referidos no mesmo "copy-paste" de um forum de caçadores de tesouros:
- as argoladas de Francisco Alves são conhecidas por todos os que o conhecem, mas continua a ser o pioneiro na matéria em Portugal. Está obviamente ultrapassado pelos acontecimentos de total desgoverno do Ministério da Cultura e por algumas decisões muito discutíveis da sua própria responsabilidade.
- o Filipe Castro foi muitas vezes apontado como sucessor, seu "delfim", enfim... Quando se apercebeu das limitações e contradições que existiam no seio do CNANS, fez as malas e foi doutorar-se nos Estados Unidos, onde é actualmente Professor na Universidade do Texas A&M. É um indivíduo brilhante, mas ninguém é perfeito, também tem o seu feitio...
- Existiram situações de claros abusos, por parte de outros personagens nada recomendáveis no seio do CNANS, na atribuição de licenças de trabalho a empresas particulares (numa das quais também colaborei), isso é sabido. O CNANS tentou manter um monopólio intolerável em todas as intervenções de arqueologia no país, nunca dando espaço a operações privadas.
Tudo isto daria muito mais para contar, acredite. Mas este não é o local indicado.
- Defeitos, tal como os chapéus, há muitos. Mas a verdade é que só neste país de governantes medíocres se passa de uma situação de vanguarda à escala europeia no domínio da Arqueologia Naval e Subaquática entre o final da década de 1990 e início do séc. XXI para a situação dos últimos anos, de pobreza total no orçamento da Cultura, trabalhadores sem contrato, deslocalizações impensáveis de toneladas de artefactos. Os últimos anos resumiram, pelo que sei, o núcleo de pessoal ao serviço da Arqueologia Subaquática à condição de "bombeiros", limitados a acorrer aos numerosos achados que iam sendo feitos na fachada marítima. Acumulando materiais de conservação muito dispendiosa e adiando sucessivamente os necessários estudos dos mesmos.
- O tema das parcerias público-privadas (agora tão em moda) no domínio da Arqueologia Subaquática é um tema que permanece mal debatido, ainda eivado de preconceitos. Concordo, no geral, com o seu ponto de vista. E há exemplos que comprovam a viabilidade desse modelo. Também se pode, e deve, adicionar o tema do mecenato (quase totalmente ausente em Portugal). O que falta é mais divulgação e mais acção, mais pragmatismo. Neste preciso momento, prosseguem diversas operações de vulto nesse âmbito, do Mediterrâneo ao Pacifico.
Agora, se me pede para acreditar no Robert Marx...é claro que não. Ninguém acredita no ex-
marine que afirma saber localizar coisas onde não estão.
E qual é o tema do tópico mesmo?