Infelizmente, e peço desculpa pelo meu pessimiso neste caso, não vejo nada de especial nesta ideia.
Quando alguém escreve coisas como
Estamos a construir um sistema operativo que possuirá propulsão sólida e que determinará o comportamento do engenho em quaisquer circunstâncias
eu normalmente fico de pé atrás.
É evidente, que o mais provável é que seja gralha do jornalista, e isso é evidentemente o pão nosso de cada dia, no entanto, mesmo que seja, noto que o tal míssil, que é um míssil terra-terra é construido por "amantes" da aéronautica
O peso do míssil, será segundo os entrevistados de 30Kg e terá uma ogiva com 2Kg de TNT.
Sinceramente, não entendo o que é que se pretende com um missil, que tem utilização apenas contra veículos não blindados e pessoas, ou então contra edificios não blindados ou protegidos.
O míssil anti-tanque de ogiva dupla TOW-2, por exemplo, tem cerca de 18 a 21.5Kg e duas ogivas.
Portanto:
É provavelmente uma iniciativa muito interessante, mas não é nenhum nascimento de uma industria, à volta de um conceito revolucionário que permitirá a Portugal dar cartas em alguma coisa.
Toda a questão está mal explicada e seria necessário que explicassem que diacho de sistema de navegação "especial de corrida" é que inventaram
Poderiam pelo menos dar alguma indicação genérica sobre o assunto, em vez de dizer que "o segredo é a alma do negócio".
Demasiado segredo, às vezes serve apenas para ocultar que não há na realidade grande coisa.
Isto faz-me lembrar o estardalhaço do POSAT-1, que era quase um satélite comprado num catálogo de compras por correspondência, e enviado a uma empresa especializada para o lançamento.
No entanto, o desenvolvimento deste tipo de sistemas é importante, não por causa do dito "míssil" que provavelmente nunca passará de um projecto, mas por causa de formar pessoas e de lhes dar know-how que pode ser utilizado noutros campos.
Qualquer aluno de uma Universidade/Instituto Superior, que tenha colaborado no desenvolvimento de um míssil com potênciais aplicações militares, estará muito melhor preparado que outros que não o tenham feito e aí a Escola de Tecnología da Guarda está a dar uns sopapos na cara dos seus congeneres das regiões de Lisboa e do Porto.
Só por isso vale a pena e é de realçar o esforço.
Cumprimentos