Exercício Orion 08

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Lightning

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« Responder #30 em: Outubro 23, 2008, 11:24:20 pm »
Citação de: "raphael"
Na FAP existe o chamado Kit de Mobilidade do F-16 que é movimentável para toda a FAP em caso de necessidade e inclui todas essas "mordomias" básicas, desde os burros de mato, às esteiras, todo o equip individual, duches de campanha, messes de campanha e claro tendas climatizadas


Acho que o mais correcto é chamar kitt de mobilidade da Força Aérea :lol: , a minha questão é a seguinte:
Como é que o Exército funciona em situações semelhantes? Cada regimento tem os meios para apoiar as suas próprias forças operacionais fora do quartel ou é um conjunto comum para todo o Exército como faz a Força Aérea? Nas missões de manutenção de paz que duram vários anos (Kosovo, Bosnia, Timor, Afeganistão) em que locais é que as nossas forças ficam alojadas? Quarteis construidos de raiz de proposito? São contruções da NATO ou são Portuguesas? São construções resistentes de tijolo e cimento ou são estilo o kitt IKEA da Força Aérea :lol: ?
 

Apoio modular
« Responder #31 em: Outubro 24, 2008, 12:16:25 am »
O conceito de apoio logístico do Exército tem, à semelhança dos nossos pares da NATO, evoluído para um conceito modular. De uma forma simples pode dizer-se o seguinte:

- No conceito actual, o Exército Português tem capacidade de projectar em simultâneo até 3 batalhões ou uma Brigada. Tanto os batalhões como as brigadas (BrigMec, BrigInt e BRR) possuem apoios de serviços próprios, vocacionados para a actividade operacional. Os batalhões possuem CCS (Companhia de Comando e Serviços) e as Brigadas um Batalhão de Apoio de Serviços (BApSvc) - à excepção da BRR, que está desenhada para ser projectada por batalhões e nunca na totalidade.

- As unidades de Apoio de Serviços (CCS e BApSvc) estão desenhadas para prestar apoio orgânico em reabastecimentos, transportes, apoio sanitário, alguns serviços de campanha limitados e manutenção. No entanto não estão preparados nem foram desenhados para prestar esse apoio em toda a sua linha (se assim fosse seriam mega-estruturas). A manutenção de Apoio Geral e de Depósito, por exemplo, que requer pessoal e equipamento altamente especializado, não está presente nos BApSvc porque seria um desperdício de recursos. Estes recursos mais especializados encontram-se mais recuados, onde possam servir mais unidades (podem nem sequer ser projectados). Há ainda -e esta é a parte mais importante - muitas valências que pura e simplesmente não existem nas CCS ou nos BApSvc porque, pura e simplesmente, não são necessárias numa actividade operacional normal. No entanto, as especificidades de uma Operação ou de um Teatro em particular, podem exigir a presença de forças especializadas em áreas "menos comuns". A organização modular entra aqui. Penduradas nas forças de "Apoio Geral" encontram-se unidades como a Companhia de Guerra Electrónica ou a Companhia Geral CIMIC, Companhias de Administração, destacamentos de Informações, etc.. Físicamente encontram-se sediados em unidades diferentes do país (a companhia de GE encontra-se na EPT- Porto). Em caso de necessidade, estas forças de apoio geral fornecem os módulos necesários para complementar as Unidades de Escalão Brigada, Batalhão ou Companhia projectadas.

- A título de exemplo: um Batalhão projectado para a Bósnia em 2003 contava com duas companhias de atiradores e uma CCS orgânicas. Mas, para fazer face a apoios específicos do Teatro que nem sempre seriam necessários, o Batalhão era acrescentado de, um Módulo de Manutenção mais robusto (na CCS), um Módulo de Transmissões com equipamentos e equipas multi-especializadas, uma Secção de Terminal, um Módulo de Engenharia, etc..

- Quanto a instalações nos Teatros, varia muito. É igualmente um problema logístico, mas não está directamente relacionado com os módulos. Numa projecção para o exterior, uma força portuguesa encontra-se enquadrada numa força maior - a aliada, normalmente da NATO (mas em Timor era das NU). Os detalhes acerca dos apoios (há nações especializadas em determinados tipos de apoio, como por exemplo, hospitais de campanha) e alojamento são coordenados ao abrigo de regulamentação NATO (normalmente os STANAG). Podem também ser feitos acertos directos entre duas nações (uma fornecer reabastecimento de alimentação, por exemplo). Por princípio, uma força projectada para um Teatro, tem, por si só, capacidade de se instalar em tendas próprias. Na realidade, uma base ou aquartelamento em instalações mais sólidas é mais conveniente por diversas razões. Estas instalações podem ser negociadas com a nação hospedeira (como era o caso de Visoko, na Bósnia), ou podemos ficar instalados em campos de outras nações. Também podemos construir o nosso próprio campo, à base de contentores, como a companhia de Engenharia da UNIFIL - Líbano. Neste caso só precisamos de alugar o terreno.

Espero  ter sido útil.

Saudações

JSL
 

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Lightning

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Re: Apoio modular
« Responder #32 em: Outubro 24, 2008, 12:25:57 am »
Citação de: "joaosilvadelemos"
Espero  ter sido útil.

Saudações

JSL


Sim, muito obrigado  :D .
 

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LM

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Re: Apoio modular
« Responder #33 em: Outubro 24, 2008, 10:32:07 am »
Citação de: "Lightning"
Citação de: "joaosilvadelemos"
Espero  ter sido útil.

Saudações

JSL

Sim, muito obrigado  :G-Ok:
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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Ranger Rebelde

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« Responder #34 em: Outubro 24, 2008, 12:40:24 pm »
Citação de: "SpecOps"
Falcão, o exercicio em causa, pelo menos a vertente em que eu participei, era a simular uma missão de apoio à paz. Não pedia para ficar no Hilton, mas uns burros do mato, que o batalhão tem em deposito aos pontapés, mais latrinas e chuveiros de campanha, acho que não era pedir demais.

Uma coisa é estar/simular um conflito, outra é uma missão de apoio à paz
Citação de: "raphael"
Talvez neste exercicio com tão grande número de militares envolvidos não houvesse burros de mato para todos, mas mesmo assim, não se justifica as condições em que estavam os escalões mais baixos da hierarquia, pelo que aqui já li.
Na FAP existe o chamado Kit de Mobilidade do F-16 que é movimentável para toda a FAP em caso de necessidade e inclui todas essas "mordomias" básicas, desde os burros de mato, às esteiras, todo o equip individual, duches de campanha, messes de campanha e claro tendas climatizadas (mais a componente de viaturas) porque se queremos que os homens se empenhem ao máximo temos de lhes dar condições. Nos locais onde pernoitaram, se o COFT planeou tudo deviam ter previsto no mínimo a desinfestação e limpeza dos locais de pernoita... o pessoal no Afeganistão tem tudo isso e mais uns mimos...

 :?:
 

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Lightning

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« Responder #35 em: Outubro 24, 2008, 12:45:27 pm »
Citação de: "Ranger Rebelde"
Citação de: "SpecOps"
Falcão, o exercicio em causa, pelo menos a vertente em que eu participei, era a simular uma missão de apoio à paz. Não pedia para ficar no Hilton, mas uns burros do mato, que o batalhão tem em deposito aos pontapés, mais latrinas e chuveiros de campanha, acho que não era pedir demais.


Essa parte fez-me lembrar uma situação que aconteceu em Timor  :lol: .
 

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Akh608

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« Responder #36 em: Novembro 05, 2008, 03:27:06 pm »
Citação de: "Ranger Rebelde"
O Exército é mesmo o parente pobre das Forças Armadas e o menos capaz em se organizar... Esta é que é a tão proclamada "profissionalização/soldado profissional, junta-te a nós" :?:


Essa do "menos capaz em se organizar" custa-me, porque com o que temos, até nos vamos organizando.
O problema é que de facto não temos mesmo com que nor organizar... quando faltam os meios, o resto parece que vai tudo atrás..
 

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santos25

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« Responder #37 em: Novembro 09, 2008, 09:51:52 am »
Sou totalmente de acordo com os meios que temos ao dispor ate têm nos organizado muito bem.
Agora quanto ao exercício em si, foi de nível nacional pois todas as unidades do exercito passaram de alfa para delta, a brigue esteve destacada com os seus batalhões na zona do Souto na Guarda, o material utilizado foi a pandur e a chaimite mas só para o transporte de pessoal e para a foto, pois os patrulhamentos tiveram de ser feitos a pé quando segundo se comentava devido a falta de combustível, outra coisa que acho que correu mal foi incidirem o exercício no fim-de-semana, em que avia provas para a GNR.
O exercício foi orientado para operações de apoio a paz, e consistiu em fazer patrulhamentos na zona do Souto, segurança ao comando a uma frente de trabalho e a um hospital de campanha do INEM…
JSantos
 

(sem assunto)
« Responder #38 em: Novembro 18, 2008, 10:34:59 pm »
Boa noite a todos quantos se encontram neste momento no fórum.
Deambulando por estas paragens, vim cair neste espaço de diálogo que me deixa com alguma nostalgia.
Fiz parte dos 1.ºs 16 militares que formaram o BImec. Eram 16 condutores e iniciámos a formação da C.C.S., só mais tarde foi formada a 1.ª Comp.ª de Atiradores. O quartel era pegado ao de Cavalaria.
Fui condutor de viaturas M113 A1 e a matrícula era MX-67-62, não sei se ainda existe. Tenho muito boas recordações. Gostava de ter retorno destas notícias.
Cumprimentos   :D
 

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Primy

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« Responder #39 em: Novembro 19, 2008, 08:16:19 pm »
Citação de: "PedrosAlmeida"
Boa noite a todos quantos se encontram neste momento no fórum.
Deambulando por estas paragens, vim cair neste espaço de diálogo que me deixa com alguma nostalgia.
Fiz parte dos 1.ºs 16 militares que formaram o BImec. Eram 16 condutores e iniciámos a formação da C.C.S., só mais tarde foi formada a 1.ª Comp.ª de Atiradores. O quartel era pegado ao de Cavalaria.
Fui condutor de viaturas M113 A1 e a matrícula era MX-67-62, não sei se ainda existe. Tenho muito boas recordações. Gostava de ter retorno destas notícias.
Cumprimentos   :wink:
 

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« Responder #40 em: Novembro 19, 2008, 11:44:51 pm »
Gostaria de contactar militares do 2.º turno/76 e 1.º de 77 que estiveram no Bimec. Perdi o rasto de todos e gostaria de fazer parte de um encontro e rever esses ex-camaradas.