Eu penso que parte-se do princípio que Portugal já comprou 5.
Os técnicos do FD fariam melhor se nos dissesem a nós não-técnicos a melhor forma de aproveitar os aparelhos e os negócios que a sua compra poderá potenciar.
Em vez de virem com fantasias sobre C-17s.
Que eu saiba a notícia é sobre a USAF e não sobre a FAP. Portugal não tem voto na matéria, quanto muito poderá no futuro optar pela solução apresentada, mas somente se for algo possível de instalar mais tarde sem grandes alterações à aeronave original.
Para já, não passa de um desenho no papel, ou neste caso no computador, como há muitos outros, e de ser construído um protótipo a entrar em produção (altura em que aí sim poderíamos olhar para isto como uma opção) ainda há muitas condicionantes à mistura, inclusive a ideia ficar-se apenas por um protótipo e nada mais, por simplesmente não ganhar o concurso da USAF.
Força depauperada e com problemas infinitos com o novo Boeing KC-46.
E não esquecer que a Boeing esteve recentemente para comprar a divisão de defesa da Embraer. Alguma coisa tinha em vista.
O negócio com a L3 deve ter em vista reabastecimentos "especiais" que um C-130 não consegue fazer. Caso contrário, já estava a fazer.
Não tem nada a ver com o KC-46.
A Boeing passaria a ter controlo de um concorrente no sector, e ainda lucrar com isso. Por arrasto o KC poderia fazer parte da lista de produtos da Boeing, para um eventual concurso para substituir os C-130. Entretanto o negócio foi por água abaixo.
Reabastecimentos especiais?
Não, a ideia passa essencialmente por ter uma aeronave táctica que use Flying Boom, ao contrário das actuais aeronaves que estão limitadas a Probe & Drogue, e que portanto não podiam reabastecer a quase totalidade das aeronaves de combate da USAF. E entre arranjar uma solução para ter milhares de aeronaves preparadas para P&D, a solução mais lógica é usar umas dezenas ou centenas de aeronaves de transporte táctico com o Boom. Custo-benefício.
Vocês estão a preocupar-se com coisas que não interessam. O que interessa é que vai ser possível reabastecer com boom o que é fantástico para Portugal e as comunicações vão ser "beefed up" para encriptações e operações em domínios EW impossiveis para agora.
Calma. O "vai ser possível", também pode ser dito da capacidade dos nossos F-16 largarem bombas nucleares. Lá porque têm essa capacidade lá fora, não quer dizer que os nossos venham a ter a mesma "sorte".
A realidade, no que diz respeito ao Boom, é que sim, tem potencial, se for algo que pode ser facilmente instalado em qualquer KC-390, mas se não for o caso, de pouco nos vale, já que obriga ou a uma intervenção profunda nos KC, ou a aquisição de aeronaves extra, o que a 110+ milhões cada uma, é uma machadada no orçamento.
https://www.defesaaereanaval.com.br/aviacao/embraer-e-l3harris-vao-desenvolver-o-flying-boom-para-o-kc-390-atender-requisitos-da-usaf
A ideia é aproveitar o já desenvolvido KC390 para oferecer um "pacote" mais económico e com uma disponibilidade mais imediata do que estar a desenvolver outros projetos de raiz que provavelmente também irão aparecer.
Tudo vem do conceito (Agile combat) que precisa de uma implementação do conceito Agility Boom.
https://warontherocks.com/2020/09/agility-boom-fueling-innovation-and-the-air-forces-blunt-layer/
Por outras palavras querem usar algo da categoria do C-130 para servir de tanker, isto para permitir estruturas de reabastecimento mais ágeis e resilientes. Há já a ideia de usar o C-130 para isto, contudo é necessário também desenvolver o Boom e adaptar o mesmo.
Conforme as alterações necessárias, pode ser vantajoso usar parte da larga frota de C-130 ou adquirir novos aviões por um preço semelhante. E acho que é aqui que a Embraer e L3Harris estão a apostar, principalmente a velocidade do KC-390 em relação ao C-130 que pode ser uma boa vantagem (depende dos requisitos do ainda não aberto concurso)
Eu duvido que adquirir KCs novos fique a um preço equivalente a modificar C-130 existentes. São mais de 100 milhões por aeronave, e isto numa versão básica, sem o equipamento de auto-defesa nem os pods de abastecimento, imagino como seria uma versão totalmente equipada para a USAF, que incluísse o Boom. É brinquedo para custar uns 150 milhões, ou mais!
Do que entendi, suponho que a ideia seja ter aeronaves de reabastecimento que possam operar de "qualquer lado". E a capacidade de operar em pistas curtas ou semi-preparadas deve ser a principal razão desse conceito, já que os actuais KCs da USAF não conseguem fazer isso (KC-10, KC-135, KC-46) à excepção do KC-130, mas que não tem o Flying Boom.
O cenário em mente deve ser o Pacífico, onde devem sentir que fará falta aeronaves para AAR mais perto da linha da frente, e aí ter dispersos KC-tácticos em locais com poucas infraestruturas (como pequenos aeródromos), deve ser chave.