O Publico Descobre-Portugal sem meios para proteger tropas

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antoninho

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O Publico Descobre-Portugal sem meios para proteger tropas
« em: Julho 29, 2006, 03:38:20 pm »
Depois de termos aqui por diversas vezes discutido o assunto, vem o
jornal O Publico descobrir aquilo que à muito sabiamos, mas os politicos e muitos "entendidos" querem ignorar, as forças armadas precisam urgentemente de meios de "protecção".....




Portugal sem meios para proteger tropas no Líbano



Manuel Carlos Freire    
 
O "grau de protecção" das tropas constitui o elemento crítico na preparação de uma força militar de interposição para o Líbano, disseram ontem especialistas militares ao DN.

"Mais importante do que [saber quais] as forças é o tipo de equipamento" blindado que há para proteger os soldados, num conflito com a intensidade do que está a opor Israel e o Hezbollah desde o passado dia 12 deste mês, enfatizou uma das fontes, enquanto outra observou estar-se perante "um dos cenários mais complicados" para actuar porque "o barril de pólvora pode alastrar" ao Irão.

No caso português, em que o Governo admite participar numa força da UE para intervir no Líbano, um porta-voz do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) disse ao DN que "nada está a ser equacionado a nível militar" para aquele teatro de operações, dada a indefinição que ainda há no plano político.

Contudo, é possível tirar algumas ilações sobre o que é que Portugal - querendo assumir-se como um "produtor de segurança e estabilidade" na cena internacional - pode ou não empenhar (meios e pessoal) numa missão destas. No plano dos equipamentos, frisaram as fontes ouvidas sob anonimato, seria necessária uma lei de reequipamento militar específica - para equipar carros de combate da Brigada Mecanizada de Santa Margarida ou para adquirir Humvees blindados, como os que estão a ser usados no Afeganistão.

Uma opção dessas (assumida quando se enviaram tropas para a Bósnia ou Timor) exige verbas significativas, o que equivaleria a mais um investimento extraordinário e não contabilizado no Orçamento do Estado para este ano - como não o foram os custos de enviar tropas para a República Democrática do Congo ou de prolongar a estada da força militar estacionada no Afeganistão, cujos montantes continuam no segredo dos deuses. Por isso, e porque o Executivo mantém o compromisso de reduzir para 4,6% o défice público, as implicações financeiras têm forçosamente de ser tidas em conta.

Lembre-se que Portugal, alegando razões financeiras, decidiu retirar as suas forças militares do Kosovo (2000) num momento em que a situação se agravava - e a NATO pedia maiores contribuições dos países membros. E que, pouco depois e pelas mesmas razões, o então comandante operacional das Forças Armadas, general Alvarenga Sousa Santos, cancelou as cerimónias do Dia das Forças Armadas - uma cerimónia semelhante, embora significativamente mais pequena, à do desfile de tropas e exibição de meios que se realizou no passado dia 10 de Junho (com custos também não contabilizados nos orçamentos militares).

Botas no terreno

No plano das forças terrestres passíveis de ser enviadas para o Líbano, e em função do tipo de forças que têm estado empenhadas no estrangeiro (ver infografia), está praticamente fora de questão destacar qualquer unidade dos Pára-quedistas - uma componente da Brigada de Reacção Rápida (BRR) do Exército que está neste momento em trânsito para missões no Afeganistão e no Kosovo.

Em relação aos Comandos, que também pertencem à BRR, a situação é quase inversa: uma das duas companhias regressa nas próximas semanas do Afeganistão, donde a primeira saiu em Fevereiro passado. Como uma unidade dificilmente descansa apenas quatro meses entre duas missões no estrangeiro, é praticamente inviável usar aquela tropa no Líbano, admitiram algumas das fontes. Mas pode acontecer, perante "situações inopinadas" como a da constituição de uma força da UE para o chamado "País dos Cedros", assinalou um oficial superior com experiência de operações no exterior.

Entre as forças especiais, restam os Fuzileiros - mas sem viaturas blindadas de protecção, cuja utilização iria encarecer bastante a participação portuguesa (dadas as exigências logísticas e de manutenção). Sobram, em princípio, aviões (um C-130?) ou alguns controladores, já que meios navais para servirem como força de bloqueio parecem fora de questão.
 

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typhonman

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« Responder #1 em: Julho 29, 2006, 04:10:16 pm »
Isso vem de encontro ao que eu disse num tópico a uns dias atrás.

Tropas para o Líbano NÃO devido a falta de protecção e blindagem das nossas forças.

Faltam Leopard2A6, Dingo, Coletes a prova de bala, equipamentos individuais um veículo de transporte de tropas fortemente blindado, meios de comunicação de excelente qualidade, oculos de visão nocturna, misseis anti-carro(que seriam utilizados na sua maioria para atacar alvos de oportunidade).
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #2 em: Julho 29, 2006, 04:11:11 pm »
Eles descobriram uma cena que eu nunca tinha pensado!  :oops:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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pedro

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« Responder #3 em: Julho 29, 2006, 05:18:54 pm »
Que grande novidade, nos estamos avancados no tempo.
Cumprimentos :lol:
 

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Rui Elias

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« Responder #4 em: Julho 31, 2006, 02:39:19 pm »
Para mim, o problema radica mais no esforço que um país pequeno e com parcos meios financeiros e materiais está a fazer ao desmultiplicar os seus teatros de intervenção, nem sempre em regiões a quem nos liguem laços históricos, linguísticos e/ou culturais que tornem a nossa presença mais relevante, e mesmo mais compreensível pelos portugueses.

Kosovo, Bósnia e Afeganistão (para além da efémera e incompreesível presença da GNR em Nassíria, no Iraque), apesar de serem intervenções NATO, poderiam dispensar a nossa precária a fraca presença, e mesmo no Afeganistão estamos a fazer menos que pouco com apenas uma Companhia de Comandos a serem brevemente rendidos por uma outra de Paraquedistas.

Mais um grupo dos DAE dos Fuzileiros numa missão de 4 meses estacionada no Gabão por causa das eleições na Rep. Dem. do Congo e finalmente um companhia da GNR em Timor, que agora será reforçada com mais elementos, para além de mais um grupo da PSP com vista a formação do que resta das forças militares e policais naquele país.

Ou seja:

Num país prqueno, sem meios militares nem equipamento, com pouca capacidade de projecção de força e de poder e com uma forças armadas curtas e número, e sem meios financeiros, há que fazer escolhas.

Por mim, acho que Poprtugal deveria priorizar as suas intervenções em teatros a que estamos ligados historicamente, a profundar a vertente militar da CPLP e continuar a participar nas missõees NATO, mas num patamar mínimo.

Portugal teria mais a fazer em Timor actualmente, do que no Afeganistão, por exemplo.