25 de Novembro 1975

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Luso

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« Responder #15 em: Abril 04, 2009, 09:57:04 pm »
"falta de bom senso e de decoro"
 :mrgreen:

Patético.
Mas vindo de quem vem...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Duarte

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« Responder #16 em: Abril 05, 2009, 03:32:56 am »
Ainda é vivo este marmelo?

 :twisted:
слава Україна!

“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"

The Only Good Fascist Is a Dead Fascist
 

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Lancero

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« Responder #17 em: Abril 08, 2009, 02:16:19 pm »
Tanto ódio  c34x

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Defesa: PCP insurge-se contra promoção de Jaime Neves a general

Lisboa, 08 Abr (Lusa) - O PCP condenou hoje a promoção a major-general do coronel Jaime Neves, uma das figuras mais proeminentes no contra-golpe militar que, em Novembro de 1975, neutralizou a deriva de esquerda radical que se seguiu ao 25 de Abril.  

 

       "O PCP considera a eventual promoção do Coronel Jaime Neves (...) uma medida imprevidente e injustificada. Esta promoção com carácter excepcional (...) abre um precedente face a outros oficiais superiores com uma folha de serviço semelhante e coloca sérias interrogações sobre as motivações adiantadas", pode ler-se em comunicado hoje divulgado pelo partido.  

 

       Para os comunistas, a promoção do operacional do 25 de Novembro de 1975, "com a cobertura política do PS e do Governo", premeia "alguém que não teve particular desempenho" na revolução de 25 de Abril de 1974 e no Movimento das Forças Armadas (MFA) e que, sustentam, "é um símbolo de concepções e práticas profundamente retrógradas e anti-democráticas".  

 

       "Tal distinção não pode deixar de ser considerada uma afronta ao projecto libertador de Abril e aos que para ele deram uma contribuição convicta, audaz e empenhada. O PCP adoptará as medidas necessárias junto do Ministro da Defesa Nacional e do Governo, exigindo todos os esclarecimentos sobre esta situação", concluem.        

 

    A promoção de Jaime Neves, proposta ao governo pelas chefias militares, tinha já sido criticada pelo presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, para quem a medida "vai contra todas as regras" e revela por parte dos responsáveis políticos e militares "falta de bom senso e de decoro".

 

    A proposta aguarda promulgação pelo Presidente da República.  

 

    Jaime Alberto Gonçalves das Neves nasceu na freguesia de São Dinis, no concelho de Vila Real, em 1936, tendo entrado na Escola do Exército em 1953 e feito cinco missões de serviço em África e na Índia.  

 

    Durante o 25 de Novembro de 1975 Jaime Neves estava nos Comandos da Amadora, uma das unidades militares que pôs fim à influência da esquerda militar radical e conduziu ao fim do PREC (Processo Revolucionário Em Curso).

 

    Em 1995, foi condecorado pelo então Presidente da República, Mário Soares, com a medalha de grande-oficial com Palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do valor, Lealdade e Mérito.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Cabeça de Martelo

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« Responder #18 em: Abril 08, 2009, 02:20:29 pm »
Um grande militar, um grande senhor e um grande Português!

PCP...o que se espera? :twisted:  :lol:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Duarte

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« Responder #19 em: Abril 08, 2009, 09:44:30 pm »
Deveria ser promovido a Marechal, merece-o mais do que alguns que receberam este posto.

PCP?   :Esmagar:  :Ups:
слава Україна!

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Lancero

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« Responder #20 em: Abril 10, 2009, 03:17:23 pm »
Ainda ontem o meu pai me confidenciava. Falta alguém que vá a S. Bento gritar: "Vem aí o Jaime Neves!!"






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Defesa: "Abandono de África" é o pior legado da revolução de Abril - Jaime Neves
 

    Lisboa, 10 Abr (Lusa) - O súbito "abandono" de África foi um dos piores legados do 25 de Abril, considerou o coronel Jaime Neves, operacional da contra-revolução que em Novembro de 1975 neutralizou uma tentativa de assalto ao poder da extrema-esquerda em Portugal.  

 

    "Na altura não me apercebi bem do que era abandonar África, não dei o devido relevo. Se eu me tivesse apercebido que íamos abandonar África com certeza que não sei se entraria [na revolução de Abril]. Pelo menos não tomava parte activa", disse o coronel na reserva, em declarações à agência Lusa.  

 

    Para Jaime Neves, o "problema de África tinha que ser resolvido", mas os responsáveis políticos do pós-25 de Abril em Portugal demitiram-se de "controlar a independência".  

 

    "A independência devia ter sido controlada por nós. Angola e Moçambique tinha muitos brancos já nascidos lá. Lembro-me em Moçambique de haver a quinta e sexta geração. Como é, foram ignorados? Tinham que ter uma palavra a dizer", referiu.  

 

    E acrescentou: "Havia muitas maneiras de ficarmos em África. Não sou um defensor do Portugal inalienável e indivisível. Se a Guiné não aguentava, tenho muita pena, largávamos a Guiné. Mas isso não nos obrigava a largar Angola e Moçambique. Em Angola, quando se deu o 25 de Abril, não havia um tiro há seis meses".  

 

    O coronel, que se notabilizou na unidade de Comandos em África e na Índia, frisou que participou na revolução de Abril "com convicção", após uma conversa que teve, já em Lisboa (onde chegou em Dezembro de 1973, após uma prolongada comissão em Moçambique), com Otelo Saraiva de Carvalho.  

 

    No entanto, tudo começou a mudar uma vez deposto o Estado Novo.  

 

    "A seguir ao 25 de Abril eu fiquei em Lisboa com 500 homens. Éramos uma espécie de bombeiros voluntários do país. Fui para o Limoeiro quando os presos se revoltaram e pegaram fogo àquilo tudo, fui para a TAP para ver se metia os gajos a trabalhar, fui para imensas esquadras onde a população fechava os polícias, chamava-lhes nomes não havia autoridade neste país. Não foi para isso que fiz o 25 de Abril. Então eu fiz o 25 de Abril para instaurar no nosso país a indisciplina e a falta de respeito? Isso não", disse.  

 

       À "indisciplina e anarquia" Jaime Neves acrescenta outra razão: "Eu não fiz o 25 de Abril para ver o PCP e forças de extrema-esquerda a assenhorarem-se deste país e a mandarem em tudo, passarmos de um extremo para o outro".

 

       Hoje com 73 anos, o antigo operacional dos Comandos admitiu ter sido "o homem certo, no local certo e na hora exacta", desvalorizou a notoriedade alcançada em 1975 e disse que "não mudou nada" na sua vida depois de ter protagonizado acontecimentos marcantes da História recente de Portugal.

 

       "Estive sempre a comandar o regimento de comandos e saí em 1981. Depois fui trabalhar 12 anos com o meu amigo e empresário Jorge de Brito e, ao fim desse tempo, uns companheiros meus dos comandos convidaram-me e fundámos uma empresa de segurança", relatou.  

 

       Há cerca de um ano, Jaime Neves sofreu um acidente de automóvel e, ainda em convalescença, sofre um acidente vascular cerebral e foi submetido a uma intervenção cirúrgica ao coração.  

 

       Olhando para trás, o "histórico" do 25 de Novembro arrepende-se de "poucas coisas" e admite que "as circunstâncias obrigam por vezes as pessoas a tomar determinadas atitudes".  

 

       Mas observa: "não posso estar satisfeito com a situação actual do nosso país se olho à minha volta e vejo tudo descontente. Chego eu próprio a pôr em dúvida se valeu a pena. Honestamente".  
 


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Defesa: Jaime Neves desvaloriza críticas do PCP e diz que "os cães ladram, a caravana passa"


    Lisboa, 10 Abr (Lusa) - O coronel Jaime Neves, figura preponderante dos operacionais do golpe militar de 25 de Novembro de 1975, desvalorizou as críticas do PCP à sua anunciada promoção a general, comentando: "os cães ladram, a caravana passa".  

 

    "Quem é que em 1975 pôs o PCP na ordem ? Quem é que travou o PCP ? Quem é que os obrigou a encolherem-se ? É natural que eles não gostem de mim, eu também não tenho simpatia por eles. No entanto respeito-os. É natural que sempre que possam mandem uns pontas-de-lança mandar umas bocas ou façam uns comunicados. Mas eu tenho uma coisa a dizer: os cães ladram, a caravana passa", disse o "histórico" do 25 de Novembro.  

 

    Na quarta-feira, em comunicado, os comunistas insurgiram-se contra a promoção a major-general do coronel Jaime Neves, uma das figuras mais proeminentes no contra-golpe militar que, em Novembro de 1975, neutralizou a deriva de esquerda radical que se seguiu ao 25 de Abril.  

 

    "O PCP considera a eventual promoção do Coronel Jaime Neves (...) uma medida imprevidente e injustificada. Esta promoção com carácter excepcional (...) abre um precedente face a outros oficiais superiores com uma folha de serviço semelhante e coloca sérias interrogações sobre as motivações adiantadas", pode ler-se em comunicado hoje divulgado pelo partido.  

 

    Para os comunistas, a promoção do operacional do 25 de Novembro de 1975, "com a cobertura política do PS e do Governo", premeia "alguém que não teve particular desempenho" na revolução de 25 de Abril de 1974 e no Movimento das Forças Armadas (MFA) e que, sustentam, "é um símbolo de concepções e práticas profundamente retrógradas e anti-democráticas".  

 

    "Tal distinção não pode deixar de ser considerada uma afronta ao projecto libertador de Abril e aos que para ele deram uma contribuição convicta, audaz e empenhada. O PCP adoptará as medidas necessárias junto do Ministro da Defesa Nacional e do Governo, exigindo todos os esclarecimentos sobre esta situação", concluem.  

 

    A proposta das chefias militares aguarda promulgação pelo Presidente da República.  

 

    "Desde que digam verdades tudo bem, mentiras e falsidades é que não", frisou o coronel na reserva.  

 

    Para Jaime Neves, a promoção traduz um "reconhecimento tardio" da sua acção como chefe militar.  

 

    "Foi a frase que o senhor Chefe de Estado-Maior do Exército usou, ´reconhecimento tardio´. E tive que dizer que sim. E obrigado e fico à espera. Disse-me que o diploma tinha sido enviado para o senhor Presidente da República e que quando viesse falaria comigo. Estou à espera", relatou.  

 

       Jaime Alberto Gonçalves das Neves nasceu na freguesia de São Dinis, no concelho de Vila Real, em 1936, tendo entrado na Escola do Exército em 1953 e feito cinco missões de serviço em África e na Índia.  

 

    Durante o 25 de Novembro de 1975 Jaime Neves estava nos Comandos da Amadora, uma das unidades militares que pôs fim à influência da esquerda militar radical e conduziu ao fim do PREC (Processo Revolucionário Em Curso).

 

    Em 1995, foi condecorado pelo então Presidente da República, Mário Soares, com a medalha de grande-oficial com Palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do valor, Lealdade e Mérito.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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PereiraMarques

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« Responder #21 em: Abril 17, 2009, 09:14:48 am »
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Decreto do Presidente da República n.º 38/2009. D.R. n.º 75, Série I de 2009-04-17

Presidência da República

Confirma a promoção ao posto de Major-General do Coronel de Infantaria Comando Reformado Jaime Alberto Gonçalves das Neves

Decreto do Presidente da República n.º 38/2009 de 17 de Abril

O Presidente da República decreta, nos termos do n.º 3
do artigo 28.º da Lei n.º 29/82, de 11 de Dezembro, na
redacção que lhe foi dada pela Lei Orgânica n.º 2/2007,
de 16 de Abril, o seguinte:

É confirmada a promoção ao posto de Major -General do
Coronel de Infantaria Comando Reformado Jaime Alberto
Gonçalves das Neves, efectuada por deliberação de 23 de
Março de 2009 do Conselho de Chefes de Estado -Maior
e aprovada por despacho do Ministro da Defesa Nacional
de 3 de Abril seguinte.

Assinado em 14 de Abril de 2009.

Publique -se.

O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.


 :arrow: http://dre.pt/pdf1sdip/2009/04/07500/0228102281.pdf
 

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P44

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« Responder #22 em: Abril 17, 2009, 10:43:05 am »
é coerente que este regime promova o jaime neves, afinal os parasitas têm que agradecer a ele os tachos que actualmente possuem...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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oultimoespiao

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« Responder #23 em: Abril 19, 2009, 06:59:22 am »
Citação de: "P44"
é coerente que este regime promova o jaime neves, afinal os parasitas têm que agradecer a ele os tachos que actualmente possuem...


e a alternativa seria???
 

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Lancero

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« Responder #24 em: Abril 20, 2009, 05:25:33 pm »
Citação de: "P44"
é coerente que este regime promova o jaime neves, afinal os parasitas têm que agradecer a ele os tachos que actualmente possuem...


Descansa que já não falta muito para o camarada Otelo ser promovido a coronel.
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TOMSK

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« Responder #25 em: Abril 21, 2009, 10:47:06 am »
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O “PREC” NÃO ACABA...

João J. Brandão Ferreira

A recente proposta – ainda envolta em certo mistério – de promoção do Cor. Jaime Neves a Maj.Gen. tem gerado alguma controvérsia pública. Correndo o risco de ferir diversas consciências, não quero eximir-me a dar o meu testemunho sobre a questão por a julgar de importância.

Sou dos que penso não ter a proposta fundamento nem curialidade suficiente que a justifique. Com o devido respeito, acho-a até pouco sensata. Todavia, as razões que sustentam a minha posição não são aquelas que tenho visto expostas. Quero começar por dizer que a figura e o valor do cor. Jaime Neves não está em causa e estranho, outrossim, que a proposta de promoção esteja envolta em certo secretismo que nada parece justificar.

Estas coisas só ganham em ter transparência, até para não serem confundidas com “segundas intenções”. Mas vamos lá ao cerne do problema. O pecado original que dá origem, 35 anos depois, a esta polémica escusada, ocorreu no dia 25 de Abril de 1974, dia que marca uma tentativa de golpe de estado malogrado. Nesse dia deu-se, no âmbito da Instituição Militar (IM), inicio a um processo de saneamentos e prisões fora das regras da Justiça e da Disciplina Militares, que quase destruiu as Forças Armadas, e comprometeu o futuro da Nação.

O período de desregramento catastrófico, politico, social e moral, que se seguiu e que só foi travado – embora não completamente – em 25 de Novembro de 1975, viu um pouco de tudo. Após esta data, aproveitou-se a embalagem e lá se fizeram mais umas quantas prisões e saneamentos. Sossegados os ânimos e tendo sido criadas, lentamente, condições para que o país pudesse passar a viver e a trabalhar, não direi “habitualmente”,mas com alguma serenidade podia-se ter criado as condições para sarar feridas e administrar justiça.

Fazer isto no âmbito militar exigiria que se levantassem processos a todos sobre que recaíssem suspeitas de acções iníquas, ou a pedido daqueles que se sentissem injustiçados. A nível institucional era fundamental separar o trigo do joio. E separar o trigo do joio não era julgar cada um segundo as suas opções politicas, mas sim averiguar quem se tinha comportado segundo “os ditames da virtude e da honra”e quem se tinha desviado deles. Não era de somenos intentar isto – apesar de não ser fácil – pois só semelhante procedimento pertencia ao Direito e à Justiça e só ele permitia salvaguardar a IM no futuro – não é por acaso que as FAs não saem da menoridade confrangedora em que se encontram!

Como nada disto foi feito gerou-se uma atmosfera de desconfiança colectiva e um ambiente de todos contra todos, que a usura do tempo e o curso implacável da natureza não têm conseguido eliminar. Ora não se tendo tomado as medidas correctas – e aqui a responsabilidade já não é só dos responsáveis militares mas alarga-se às forças politicas e aos órgãos do estado – ainda se foi piorar as coisas reintegrando os saneados ou afastados na sequencia dos vários eventos ocorridos.
Isto é, meteu-se tudo no mesmo saco, numa tentativa de branqueamento da História que não deixa de ser equiparável ao apagamento da célebre foto de Trotsky!

A seguir foi-se promovendo todo o bicho careta a coronel e, não contentes com isto – enquanto houve dinheiro na tesouraria - foi-se inventando subsídios como óbolos: aos ex-combatentes, aos prisioneiros de guerra, aos deficientes, etc. Até o ex-capitão Valentim Loureiro, que nunca teve nada a ver com os dois “25” e tinha sido expulso do Exército por indecente e má figura, foi reintegrado e promovido a major! Ou seja o caminho que, conscientemente, se intentou seguir, deu origem a um cortejo de injustiças, vigarices, oportunismos e outro adjectivos que antigamente se ensinavam na escola e na família, como tendo má cotação social. E foi assim que de erro em asneira e de asneira em erro, se chegou à proposta de promoção de Jaime Neves a oficial general.

Pois se já se integrou (e louvou), desertores, não se há-de promover o Jaime, que não as cortava, perguntarão alguns? A questão em si é uma falácia – sem fim – até porque está colocada ao contrário, embora não deixe de parecer pertinente. O cor. Jaime Neves não será santificado como Nuno Álvares, pois não é nenhum santo e toda a gente sabe isso, mas tem nome feito e ganhou jus a um lugar na história militar e político-militar de Portugal. O seu valor militar já foi reconhecido na sua promoção a coronel, na atribuição da Torre e Espada – a mais alta condecoração nacional – e na nomeação para o curso superior de comando e direcção – que dá acesso a oficial general – o que ele, na altura, declinou. A promoção a oficial general – porque não a três estrelas? – posto que até agora tinha sido preservado de excrescências revolucionárias, não lhe vai acrescentar nada e é algo ridículo depois de um longo período na reforma em que nada de significativo se passou.

É um presente envenenado e abre uma caixa de Pandora! Noutro âmbito parece pouco curial haver quem queira propor honras ou promoções quando as recusa para si. A não ser que esteja à espera também de uma recusa. Mas, nesse caso, é a própria proposta que não faz sentido. Uma última consideração é mister fazer.
As grandes instituições nacionais, onde se incluem as FAs, não podem ter um comportamento idêntico ao dos actuais partidos políticos. Têm que ter (e têm) Princípios, Doutrina, Ética. Possuem um conjunto de valores que são o seu esteio e lhe balizam a existência. E têm que os praticar e não apenas enunciar. Os chefes militares não devem contradizer-se em público, prometer e não cumprir, dizer hoje uma coisa e amanhã outra, querer algo e o seu contrário, etc.

Isto para dizer que o Exército, a Força Aérea e a Marinha, também têm que ter “verdades”oficiais e têm que as assumir.
Por exemplo, o que se passou em Timor em 1975 ?
Qual foi o desempenho das forças militares aquando da invasão do Estado Português da Índia, pela União Indiana?
O que se passou, de facto, em Wiriamu?
A guerra contra subversiva que o país levou a cabo em África, entre 1961 e 1974, foi justa ou injusta?
Etc....

Ora, ir promover o Cor.Jaime Neves é continuar o relativismo moral que tem sido apanágio do passado recente e continuar a resolver os erros de ontem com novos erros, que fatalmente irão gerar outros. Afinal o maldito do PREC nunca mais acaba.
 

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Lancero

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« Responder #26 em: Abril 23, 2009, 03:24:02 pm »
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25 de Abril: "Descoordenação" e "recuo" do PCP impediram golpe de Novembro de 1975 - Vasco Lourenço  



    Lisboa, 23 Abr (Lusa) - A forma "descoordenada" como foi lançada a acção e o "recuo" do PCP face às dificuldades de "fazer o pronunciamento" foram factores determinantes para travar a tentativa de assalto ao poder pela extrema-esquerda a 25 de Novembro de 1975.  

 

    A opinião é expressa por Vasco Lourenço, uma das figuras mais destacadas do 25 de Abril de 1974 e do período subsequente, no livro "Do interior da revolução" - uma entrevista de quase 600 páginas à investigadora Maria Manuela Cruzeiro.  

 

    Num livro em que lança farpas aos que se "passeiem nas diversas ´passerelles´" à sua custa, o nome do ex-Chefe de Estado (1976-1986) Ramalho Eanes é um dos que mais surge.  

 

    "Há uma coisa que eu não compreendo: como pode o Ramalho Eanes falar do 25 de Novembro, da sua importante e decisiva acção, dizendo sempre que não actuou sozinho, indicando vários nomes e nunca pronunciando o nome de Vasco Lourenço ?", questiona.  

 

    "O Eanes respondia perante mim (...) após a sua indigitação para Chefe de Estado-Maior do Exército, autonomiza-se em relação a mim e começa a ter iniciativas fora da cadeia de comando (...) por isso me considero, então, enganado por ele. Ainda que só mais tarde me aperceba do que efectivamente se passou", refere.  

 

    Sobre o falhanço da tentativa de contra-golpe à Revolução de Abril, Vasco Lourenço avança a sua explicação.  

 

    "O 25 de Novembro não é um golpe planeado e executado de forma bem pensada, mas sim acções dispersas desencadeadas, por um lado, por forças políticas que pretendem alterar a correlação de forças dentro do poder e, por outro, pela extrema-esquerda que tenta aproveitar para fazer efectivamente o golpe. Como é tudo descoordenado e nós (...) actuámos de forma organizada e disciplinada, conseguimos rentabilizar as poucas forças que tínhamos", descreveu Vasco Lourenço.  

 

    Para o militar, as movimentações militares de 25 de Novembro de 1975 tiveram por objectivo "uma tentativa de ocupar o poder".  

 

    "E nisso, estou plenamente convencido que o PCP esteve envolvido, directa e indirectamente", assegura.  

 

    E prossegue: "com toda a sua capacidade e competência, os dirigentes do PCP rápido se aperceberam de que não era fácil fazer o pronunciamento. E o golpe, ainda mais complicado e custoso seria. Por isso recuam. Procurando perder o menos possível, e apagando de seguida os vestígios da sua intervenção (...) se quisessem fazer um golpe, tê-lo-iam planeado cuidadosamente e teriam garantido a intervenção das diversas forças que, à partida eram vistas como suas apoiantes. E, se o conseguissem, na zona de Lisboa estavam em maioria, tinham mais força que nós. E, talvez tivessem mesmo criado a ´Comuna de Lisboa´".  

 

    "Tenhamos presente o envolvimento do SDCI (Serviço de Detecção e Controle de Informação) onde os gonçalvistas recusaram a entrada, nesse dia 25, a militares que aí prestaram serviço, apenas porque eram dos Nove. Recordo, nomeadamente, o Luís Arruda, militar de Abril com importante acção no 25 de Abril; recordo a acção da Intersindical na Amadora, com tentativa de bloquear as saídas dos Comandos; recordo a acção de vários gonçalvistas, nomeadamente o Dinis de Almeida, que envolveu o RALIS na tentativa de golpe", elencou.  

 

       Na longa entrevista, em que reconstitui ao pormenor a sucessão de episódios em que participou antes e depois da revolução de Abril, Vasco Lourenço considera mesmo que, "se tivesse havido coordenação e determinação" por parte dos insurrectos, a unidade de Comandos chefiados por Jaime Neves - que acabaram por impedir o assalto ao poder pela extrema-esquerda - "acabariam vencidos".

 

       "A nossa táctica passava por tentar convencer os comandantes das unidades ´do outro lado´ a renderem-se. O que não era fácil dado o clima de anarquia que se instalara nas unidades mais revolucionárias", lembra.  

 

       Pela longa entrevista passam ainda alguns dos nomes mais marcantes da História recente do país: Salgueiro Maia, a quem o ex-Presidente da República Ramalho Eanes "nunca perdoou" a circunstância de ter "protelado ao máximo" o uso da força no 25 de Novembro, Jaime Neves que "queria mais sangue" e com o qual diz ter tido que ser "bem duro", o próprio Eanes, com quem em algumas ocasiões esgotou o seu "repetório de palavrões".  

 

    "As nossas relações que começaram com amizade (...) foram-se gradualmente esfriando e os nossos dois percursos foram-se afastando e nunca mais se reencontraram", confidencia o militar de Abril.  

 

    Passando em revista o seu percurso militar, nomeadamente na guerra colonial e em particular na Guiné, onde começa a questionar "a razão de ser de a guerra continuar", Vasco Lourenço defende a "autonomia e independência partidária" dos protagonistas da revolução de Abril.  

 

       "Eu também penso que fomos radicalmente autónomos e independentes. Em relação a todos, sejam forças políticas internas, sejam serviços de informação estrangeiros. Por muito que doa a muita gente", defende.  

 

       Na longa entrevista, Vasco Lourenço insurge-se ainda com as comparações o 25 de Novembro e a revolução de 1974.  

 

       "Que se diga que o 25 de Novembro repôs o 25 de Abril nos seus verdadeiros objectivos, concordo. Agora, equiparar os dois !?", exclama.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Vicente de Lisboa

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« Responder #27 em: Abril 23, 2009, 04:35:34 pm »
Já que este se está a tornar o Tópico "promoções do PREC"

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Otelo Saraiva de Carvalho promovido a coronel

23.04.2009 - 10h51 Lusa

O Governo aprovou a promoção do tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho a coronel ao abrigo da lei que estipula a reconstituição de carreiras, disse hoje à Lusa fonte do Ministério da Defesa.

"O Governo aprovou a promoção de Otelo Saraiva Carvalho ao abrigo da lei 43/99, que estipula a reconstituição de carreiras cuja progressão foi prejudicada pelo 25 de Abril", referiu a fonte.

O processo da promoção foi "aprovado esta semana, pelos ministérios da Defesa e Finanças", adiantou.

Face a esta promoção, Otelo Saraiva de Carvalho vai receber uma indemnização de cerca de 49.800 euros, em "conformidade com o artigo 4 do Decreto-Lei 197/2000".

A mesma fonte acrescentou que a promoção foi analisada por uma comissão de avaliação constituída para o efeito, que analisou oito casos.

A promoção, avançada hoje pelo "Correio da Manhã", terá de ser publicada em Diário da República.

Otelo Saraiva de Carvalho, 72 anos, foi capitão em Angola entre 1961 a 1963 e na Guiné entre 1970 e 1973.

Foi o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA (Movimento das Forças Armadas) tendo dirigido as operações do 25 de Abril a partir do posto de comando instalado no Quartel da Pontinha.

Chegou a comandante da COPCON (Comando Operacional do Continente) a 23 de Junho de 1975, tendo sido afastado do cargo após o 25 de Novembro de 1975.

Otelo Saraiva de Carvalho foi preso na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro e solto três meses mais tarde, tendo sido candidato às eleições presidenciais de 1976 e às de 1980.

Em 1985, foi preso pelo seu papel na liderança das FP-25 de Abril, e alvo de indulto em 1996, pela Assembleia da República, que amnistiou os presos do caso FP-25, relacionado com terrorismo.

Além de Otelo Saraiva de Carvalho, foram promovidos a coronel os militares Vítor Afonso, César Neto Portugal, José Borges da Costa, Antero Ribeiro da Silva, Ângelo Sousa e Aniceto Afonso, e ainda António Vicente, a sargento-mor. A Comissão de Apreciação do Direito à Reconstituição de Carreira analisou vários casos, mas apenas aprovou a promoção de oito militares, adiantou a fonte.


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Lancero

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« Responder #28 em: Abril 23, 2009, 05:27:36 pm »
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Defesa: Otelo Saraiva de Carvalho admite recusar distinção e pôr Estado em tribunal



       Coimbra, 23 Abr (Lusa) - O capitão de Abril Otelo Saraiva de Carvalho afirmou hoje sentir-se injustiçado com a promoção a coronel ao abrigo da reconstituição das carreiras e admitiu recusar o distinção e pôr o Estado em tribunal.  

 

       "Para já, estou a pensar seriamente em recusar esta promoção e os 48 mil euros. Recuso, assim não, não quero", declarou Otelo à Agência Lusa, em Almalaguês, Coimbra, onde participou num debate com alunos do ensino secundário sobre os 35 anos do 25 de Abril.  

 

       Otelo Saraiva de Carvalho recusa o que classifica de "aparente benesse política" e frisa que o seu caso "não se aplica à reconstituição de carreiras".

 

       "O que eu quero é que a minha instituição, com uma portaria assinada pelos ministros da Defesa e das Finanças, reponha a verdade perante os factos, não há aqui benesse nenhuma por parte do Estado, é um direito que me assiste e reclamo", frisou.  

 

       O capitão de Abril afirma que "não se sente, de facto, recompensado por esta aparente abébia que dada pelo Governo" e fala numa "injustiça muito grande" para com ele.  

 

       "Esta aparente benesse que me é dada pelo Governo é completamente falseada, aceito isto muito mal, não concordo com isto. Há aqui uma injustiça muito grande em relação a mim", disse.  

 

       Otelo Saraiva de Carvalho disse que está a pensar "arranjar um advogado que resolva lutar" com ele pelos seus direitos.  

 

    "O Provedor de Justiça, que está em banho-maria, à espera de ser rendido, já pensei ir ao Provedor de Justiça, ao Tribunal Europeu", acrescentou.

 

       Otelo Saraiva de Carvalho entende que o seu caso "não tem nada a ver com a reconstituição de carreiras" e frisa que, a partir do momento em que foi ilibado do processo das FP-25 deixou de estar na situação de "demorado" e, como tal, deveria ter sido logo promovido pela antiguidade.  

 

       "Vou ver se ponho, com um advogado, uma acção contra o Estado, o que não queria, nunca mexi em nada que pudesse prejudicar o prestígio da minha instituição, do Exército, mas tenho de reagir de alguma forma", afirmou.

 

       Otelo reclama a promoção de tenente-coronel a coronel por antiguidade, com efeitos a 1985, altura em que os oficiais do seu curso terão sido promovidos àquele posto.  

 

       "No final de Setembro de 2003 fiquei completamente ilibado de quaisquer acusações referentes ao processo das FP-25. A partir daí, legalmente, pelo Estatuto das Forças Armadas, devia ter sido promovido a coronel no dia seguinte, reportando a minha antiguidade e com efeitos retroactivos, em termos de vencimentos, a 1985", declarou.  

 

       O líder operacional do 25 de Abril sublinha que chegou a enviar um requerimento ao Chefe de Estado Maior do Exército de então, 20 meses após ter sido ilibado no processo das FP-25, a questionar a razão da sua não promoção.  

 

       "Fiz um requerimento ao Chefe de Estado-Maior do Exército a dizer: 'Eh pá, esqueceram-se de mim? Agora surge-me, de repente, inopinadamente, de surpresa esta promoção", declarou.  

 

    A Comissão de Reconstituição de Carreiras que propôs esta semana a promoção de Otelo Saraiva de Carvalho a coronel sugeriu mais algumas dezenas de nomes, contudo o Ministério da Defesa Nacional aprovou apenas mais sete militares.

 

    Além de Otelo Saraiva de Carvalho, foram promovidos a coronel, pelo Ministério da Defesa Nacional, os militares Vítor Afonso, César Neto Portugal, José Borges da Costa, Antero Ribeiro da Silva, Ângelo Sousa e Aniceto Afonso, e ainda António Vicente, a sargento-mor.  

 
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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oultimoespiao

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« Responder #29 em: Abril 24, 2009, 04:39:49 am »
Um bom exemplo de como o crime compensa!