A necessidade do corte de efectivos é uma evidência.
Lembremo-nos sempre de que para ter um militar numa situação operacional de combate, são necessários de dois a três outros militares em operações de apoio.
Muita gente não tem noção da complexidade logistica que implica ter mesmo uma pequena força num lugar qualquer. Os americanos no Iraque, segundo um recente livro, são na realidade muito mais que o que se diz, porque só se contam os militares, quando o governo americano privatizou grande parte dos serviços que podem ser efectuados por empresas privadas.
Aqui há uns tempos, eu disse neste fórum que não acho aceitável que os quarteis das Forças Armadas tenham soldados a fazer guardas, porque ficava mais barato ter Securitas a guardar o quartel.
Isto pode parecer um exagero, mas no Iraque já está a acontecer, e aquilo é uma zona de guerra.
Este pedido de redução é tão óbvio, que só não se entende porque é que não veio mais cedo.
Muitos dos generais estão absolutamente cientes e conscientes de que também há demasiada gente na estrutura que está a mais.
Infelizmente a actual situação não é boa nem propícia a qualquer modernização com pés e cabeça das forças armadas. O principal problema é que com este governo corremos o risco de acontecer o que já aconteceu noutras vezes:
Os militares reduzem efectivos, apertam o cinto, poupam dinheiro, e depois a poupança vai para outro lado qualquer.
Essa é uma das razões que leva muitos sectores da administração pública a não fazer reduções de efectivos e modificaões internas, porque muito barulho dá direito a análise mais aturada da situação e normalmente a racionalização (AKA redução) de verbas.
Mas uma coisa é certa. As coisas não estão bem, e eu sou favorável a que mudem. Mesmo que mudem para pior devem mudar. Só assim entendemos os problemas e só assim eles podem vir a ser resolvidos.
Não fazer isso é viver numa eterna Paz podre.