Sudão - Darfur

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« Responder #30 em: Setembro 25, 2007, 05:51:42 pm »
Conselho de Segurança autoriza envio de força da UE e ONU

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O Conselho de Segurança da ONU autorizou hoje o envio de uma força da União Europeia e da ONU para o Chade e República Centro-Africana para proteger os civis afectados pelo conflito no Darfur.
A resolução autoriza o envio de uma força conjunta UE-ONU para o terreno por um ano, para ajudar a melhorar a situação de segurança e a distribuição de ajuda humanitária e «contribuir para proteger civis em perigo, particularmente refugiados e pessoas deslocadas».

Trata-se de uma missão de polícia da ONU apoiada militarmente pela União Europeia.

Proposta pela França, a resolução foi aprovada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho de Segurança, ao abrigo do capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que autoriza a utilização de força militar.

A força conjunta UE-ONU terá como objectivo ajudar as populações das regiões limítrofes da província sudanesa do Darfur e «ajudar a criar condições favoráveis a um regresso voluntário» dos refugiados e pessoas deslocadas.

A missão da ONU vai seleccionar e treinar uma nova unidade das forças policiais do Chade para manter a lei e a ordem nos campos de refugiados, em cidades relevantes e em áreas do Leste do país onde se encontra um grande número de civis deslocados.

A ideia é que a ONU envie 300 polícias para formarem cerca de 850 polícias do Chade, que garantirão a segurança nos campos.

A protecção das zonas circundantes aos campos de refugiados será assegurada pela força da UE, que terá um máximo de 4.000 militares.

A missão da ONU incluirá polícia internacional, militares de ligação e peritos em direitos humanos, em assuntos civis e em assuntos legais.

Segundo a ONU, só no Chade existem 236 mil refugiados do Darfur e 173 mil deslocados chadianos.

A República Centro-Africana conta com 10 mil refugiados e mais de 200 mil deslocados no Norte e Nordeste.

A França já mantém uma força militar na região e a Suécia, Espanha, Polónia e Bélgica poderão participar na nova missão.

O objectivo é também apoiar os 26 mil homens da força mista ONU-União Africana, que deverão ser enviados progressivamente para a região do Darfur até meados de 2008.

«Esta força tem um vocação humanitária mas deve também permitir levar a estabilidade ao conjunto da região», explicou uma fonte ligada ao processo citada pela AFP.

«A ideia é iniciar o seu envio para o Darfur a partir de Outubro-Novembro, de forma concomitante com a força híbrida ONU-UA», acrescentou a mesma fonte.

Iniciado em 2003, o conflito na região do Darfur já provocou mais de 200.000 mortos e pelo menos 2,4 milhões de deslocados, segundo números da ONU.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #31 em: Setembro 30, 2007, 05:37:49 pm »
Ataque a militares da União Africana faz 10 mortos

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Pelo menos 10 militares morreram e sete ficaram feridos num ataque a uma base da União Africana (UA) em Haskanita, na região sudanesa do Darfur, avançam fontes da missão de manutenção da paz. No entanto, o número de vítimas ainda é incerto.

Trata-se da acção mais mortífera contra as forças da UA, que integram cerca de sete mil militares de 26 países, desde que foram enviadas para a região em 2004.

«É o número de vítimas mais numeroso desde que começámos esta missão, estamos emocionados», afirmou o porta-voz da UA, Nuredin Mezni.

Um porta-voz do exercito atribuiu o ataque aos rebeldes, mas o Movimento de Justiça e Igualdade (MJI) assegurou que os seus homens saíram de Haskanita há quatro dias e responsabilizou as forças do Governo pelo ataque.

Diário Digital

 

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« Responder #32 em: Outubro 01, 2007, 07:40:46 pm »
EUA reclamam destacamento rápido da força da ONU

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A Casa Branca apelou hoje para o destacamento «o mais rapidamente possível» de uma força de paz da ONU para o Darfur (oeste do Sudão), após o ataque de sábado contra a missão da União Africana (UA).

«O que o presidente quer é que a força de manutenção da paz da ONU chegue o mais rapidamente possível porque estamos determinados a manter o nosso compromisso de pôr fim à violência e de dar assistência aos que sofrem», disse Dana Perino, porta-voz da Casa Branca.

«O desastre humanitário a que assistimos naquela zona é muito preocupante» e a comunidade internacional deve pôr-lhe fim, disse ainda.

De acordo com o último balanço, 12 homens morreram, oito ficaram feridos e 40 estão dados como desaparecidos após o ataque de sábado, o pior sofrido pela missão da UA no Darfur (Amis na sigla em inglês) desde que chegou à região no Verão de 2004.

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Javier Solana, e a Comissão Europeia condenaram hoje »firmemente« o ataque.

«Condeno firmemente o ataque contra as forças de manutenção da paz da Amis» no Darfur, que é «injustificável e constitui uma grave violação do acordo de cessar-fogo», declarou Solana num comunicado.

Recordando que o ataque ocorreu «num momento particularmente sensível, pouco antes do início de novas discussões de paz», Solana apelou a «todas as partes a agir de forma responsável, a renunciar à violência, a respeitar o cessar-fogo e a concentrar-se nas futuras negociações de paz».

Negociações de paz entre o governo e os grupos rebeldes que não aceitaram o cessar-fogo estão previstas para 27 de Outubro, na Líbia.

O comissário europeu para o Desenvolvimento, Louis Michel, exprimiu, por seu turno, os seus «pêsames às famílias e aos colegas dos soldados mortos durante aquele ataque escandaloso».

Segundo o porta-voz da missão da UA no Sudão, Nuredin al Mazni, o ataque foi perpetrado por um grupo armado desconhecido, que assaltou a base militar de Has Kanita, em Darfur.

Um porta-voz das forças armadas da Nigéria, Solomon Giwa Amu, disse que o mortífero ataque pode levar o seu país a reconsiderar o seu compromisso em relação à missão.

Segundo o porta-voz, dos 12 mortos, nove são nigerianos, um senegalês, um do Mali e outro do Botswana.

O presidente do Senegal também renovou ameaças de abandonar a força da UA no Sudão. O Senegal tinha advertido que poderia retirar tropas quando cinco dos seus soldados foram mortos no Darfur em Abril.

No entanto, nenhum dos dois países tomou medidas imediatas para retirar tropas da conturbada região.

Desde que chegou ao Darfur, a força de paz da União Africana já foi alvo de vários ataques, incluindo o de sábado, que provocaram 28 mortos e 28 feridos.

Um oficial da força de manutenção de paz está sequestrado desde Dezembro de 2006.

A União Africana dispõe cerca de 7.000 soldados em Darfur, que aguardam, para os próximos meses, o envio de uma força mista de 26.000 efectivos das Nações Unidas e da própria UA.

A crise no Darfur, que já provocou mais de 200.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, remonta a Janeiro de 2003, quando dois grupos rebeldes, o Movimento de Libertação do Sudão e a Organização para a Igualdade e Justiça, se levantaram contra as milícias árabes Yanyauid, apoiadas pelo governo de Cartum.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #33 em: Outubro 07, 2007, 04:05:49 pm »
Cidade controlada por tropas sudanesas foi arrasada

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Uma cidade do Darfur (oeste do Sudão) sob controlo de tropas sudanesas foi arrasada numa aparente retaliação por um presumível ataque de rebeldes a uma base próxima das forças de paz da União Africana, informou hoje a ONU.

A cidade de Haskanita, «que actualmente está sob controlo do governo, foi completamente queimada, exceptuando uns poucos edifícios», disse a missão das Nações Unidas no Sudão num comunicado.

A ONU não indicou quem deitou fogo à cidade, mas disse que forças do governo sudanês tomaram o controlo da área na semana passada, após presumíveis rebeldes do Darfur terem atacado a base próxima da União Africana, matando dez soldados.

Responsáveis da ONU referiram que o fogo começou quarta-feira, mas os observadores só hoje conseguiram obter confirmação.

«A área do mercado foi saqueada», refere o comunicado da ONU. Adianta que a maioria dos civis tinha fugido após o ataque de 29 de Setembro, mas que alguns regressaram para procurar comida e água.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #34 em: Outubro 09, 2007, 05:06:11 pm »
Ofensiva do exército sudanês deixa 40 mortos, diz grupo rebelde

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Pelo menos 40 pessoas morreram na cidade sudanesa de Muhajiria, oeste de Darfur, depois de tropas do exército lançarem uma ofensiva aérea e terrestre contra aquela zona sob controlo rebelde, denunciou hoje o Exército de Libertação do Sudão (ELS).
Saifeldin Saleh, porta-voz deste grupo rebelde, acusou as tropas sudanesas e as milícias janjaweed, leais ao Governo de Cartum, de cometer «um massacre na cidade, onde os cadáveres estão espalhados pelas ruas».

O porta-voz apelou às Nações Unidas e à União Africana (UA) que intervenham imediatamente para conter «as práticas brutais do exército sudanês, apoiado pela milícia anjaweed».

«O ELS apela a comunidade internacional, especialmente a ONU e a UA, a intervir imediatamente e a assumir a sua responsabilidade com a paz na região, que está em grave perigo», disse Saleh.

O ELS é um dos dois principais grupos rebeldes que assinaram o acordo de paz no ano passado com o Governo central para pôr fim à violência em Darfur, onde mais de 200.000 pessoas morreram e mais de dois milhões tiveram que deixar as suas casas.

Saleh disse que o ataque teve a participação de um grande número de soldados, apoiados pelos milicianos janjaweed, mas não especificou quando ocorreu.

A ofensiva ocorre cerca de três semanas antes da realização de uma conferência na Líbia, considerada crucial entre os grupos rebeldes de Darfur e o Governo de Cartum.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #35 em: Outubro 09, 2007, 05:54:42 pm »
Exército sudanês nega massacre em aldeia de Darfur

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O exército sudanês qualificou hoje como «falsas» acusações de um grupo rebelde, segundo o qual as tropas do Sudão perpetraram uma massacre numa aldeia da região ocidental de Darfur.

«O que realmente aconteceu nessa área foi um confronto entre tribos rivais, pelo que as nossas tropas não intervieram no combate», sublinhou Khaled Said, porta-voz do exército, numa conferência de imprensa em Cartum.

O desmentido das Forças Armadas sudanesas surge pouco depois de uma das duas facções do Movimento de Libertação do Sudão (MLS) ter denunciado que pelo menos 40 pessoas morreram na localidade de Muhayiria, no oeste de Darfur, numa ofensiva aérea e terrestre do exército contra a zona, sob controlo rebelde.

A acusação foi feita por Seifeldin Saleh, porta-voz do grupo armado, que adiantou que o ataque governamental contou com o apoio das milícias árabes yanyauid.

O responsável rebelde pediu às Nações Unidas e à União Africana (UA) que intervenham de imediato para conter «as práticas brutais do exército sudanês apoiado pelas milícias yanyauid».

Por seu turno, o número dois da facção rebelde, Said al Reeh Mahmud, afirmou em Cartum que oito dos seus combatentes sepultaram hoje os cadáveres de 48 civis, mortos na ofensiva contra Muhayiria.

Mahmud adiantou que o conselho revolucionário do MLS vai realizar uma reunião de urgência para «decidir o próximo passo na resposta à agressão».

O porta-voz advertiu que «o incidente terá repercussões» nas negociações de paz que o governo sudanês e os grupos insurrectos de Darfur realizarão a 27 de Outubro próximo no porto líbio de Sirte.

A outra facção do MLS, dirigida por Arco Mina Minawi, é a única organização rebelde que subscreveu o acordo de paz para o Darfur, em Maio de 2006, na cidade de Abuja, Nigéria.

O conflito de Darfur iniciou-se em 2003 e provocou já cerca de 200.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #36 em: Outubro 27, 2007, 08:01:21 pm »
Governo decreta cessar-fogo unilateral em Darfur

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O governo do Sudão decretou hoje um cessar-fogo unilateral em Darfur, disse em Syrte, na Líbia, Nafie Alie Nafie, adjunto do presidente sudanês.

"Comprometemo-nos a respeitar este cessar-fogo unilateral", adiantou Nafie na abertura das conversações de paz que estão a decorrer em Syrte.

O adjunto do presidente sudanês, que lidera uma delegação do governo do seu país na reunião, apelou ainda à comunidade internacional para que aplique sanções aos que não respeitem o cessar-fogo e aos que não apoiem os esforços de paz em Darfur.

Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU pediu um cessar-fogo a todas as partes em conflito no Darfur e apelou à participação nas conversações de paz, a decorrer em Syrte, ameaçando com sanções.

Este apelo foi lançado numa declaração não vinculativa, aprovada por unanimidade pelos 15 membros do conselho.

Em quatro anos de guerra civil, a violência na região de Darfur provocou mais de 200 mil mortos e 2,4 milhões de deslocados e refugiados.

Lusa

 

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« Responder #37 em: Outubro 30, 2007, 06:59:11 pm »
Bush pressiona ONU a enviar força de paz para o Darfur

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O presidente norte-americano, George W. Bush, exortou hoje a ONU a enviar a força de paz prevista para o Darfur e sublinhou a necessidade de manter pressão sobre todas as partes envolvidas na guerra civil.

No final de um encontro com o seu homólogo do Uganda, Yoweri Museveni na Casa Branca, Bush disse que falou com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e pediu-lhe com insistência para «agir e enviar os soldados para a região do Darfur o mais rápido possível».

Bush disse ser «importante continuar a pressionar as diferentes partes para que elas cheguem a um acordo que ajude a pôr fim ao genocídio».

Em quatro anos de guerra civil, a violência na região de Darfur (Sudão) provocou mais de 200 mil mortos e 2,4 milhões de deslocados e refugiados, segundo estimativas.

No entanto, o governo de Cartum contesta estes números e fala em apenas nove mil mortos.

Uma força de manutenção de paz da União Africana (UA) encontra-se na região desde 2004, mas tem enfrentado problemas como a falta de efectivos, de equipamento e de dinheiro.

Essa força internacional deveria já ter sido substituída por uma força conjunta ONU/UA, de 26 mil homens, mas o envio da missão enfrenta a resistência do governo sudanês.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #38 em: Novembro 20, 2007, 07:08:42 pm »
Irlanda aprova envio de tropas para campos de refugiados de Darfur

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O governo irlandês concordou hoje em enviar 400 tropas para uma força da União Europeia, que guardará os campos de refugiados de Darfur ao longo das fronteiras sudanesas, e criticou a Alemanha e Itália por não contribuírem para a missão.

O ministro da Defesa, Willie O'Dea, disse que o gabinete aprovou o envolvimento da Irlanda na planeada força, de 4.300 membros, para os habitantes de Darfur e de outras áreas da África Central deslocados pela violência.

Contudo, notou que a força não poderia arrancar enquanto outros países não contribuíssem com poderio aéreo.

A UE espera começar a estacionar 3.700 soldados no próximo mês nas regiões fronteiriças do Chade e da República Centro-Africana, ficando uma reserva de 600 membros estacionada na Europa.

A França garantirá cerca de metade das tropas.

Uma planeada força da Nações Unidas e União Africana, de 26.000 membros, deverá entretanto assumir o controlo do Darfur até ao final do corrente ano.

Contudo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirma que a missão está a ser prejudicada, quer pela recusa do Sudão de admitir soldados não africanos, quer pela recusa dos países em contribuírem com helicópteros e outro equipamento crítico.

O'Dea disse que a missão da UE necessitava de, aproximadamente, 15 helicópteros de transporte de tropas e seis aviões, declarando-se esperançoso em que outras nações da União se comprometam a garantir estes recursos numa reunião, quarta-feira, em Bruxelas.

Lusa

 

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« Responder #39 em: Novembro 26, 2007, 09:29:49 am »
Situação no Darfur deteriorou-se em 2007

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A situação no Darfur deteriorou-se em 2007, segundo um relatório divulgado hoje por um grupo de estudos internacional, que apela à ONU e à União Africana a mudarem de estratégia para alcançarem a paz naquela região do Sudão.
«A violência aumentou, o acesso das organizações humanitárias diminuiu, a missão internacional de manutenção de paz não é ainda efectiva e uma solução política está longe de ser alcançada», resume o International Crisis Group, sedeado em Bruxelas.

Apesar de se terem registado menos mortos em 2007, os confrontos multiplicaram-se entre as partes implicadas no conflito que dura há mais de quatro anos.

Segundo o relatório, a força híbrida da ONU e da União Africana (UA), Unamid, com 26.000 homens, não foi capaz de estabelecer a paz no Darfur devido à falta de meios, e só estará completamente operacional dentro de vários meses.

O documento sublinha que a Unamid «deve tirar lições» de experiências anteriores.

«O seu comando deve participar activamente nas conferências de paz« e a comunidade internacional deverá prestar-lhe »mais apoio do que tem vindo a fazer«, recomenda o relatório.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #40 em: Dezembro 04, 2007, 07:07:48 pm »
Bispo de Cartum quer o Darfur na agenda da cimeira da UE com África

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Darfur deve integrar a agenda da cimeira UE-África, a realizar este fim-de-semana em Lisboa, e os 27 devem questionar o governo sudanês sobre a situação na província, defendeu hoje o bispo auxiliar de Cartum, de visita a Portugal.

«Certamente, como não poderia estar? Eu ficaria surpreendido se não estivesse», afirmou D. Daniel Adwok em declarações à Agência Lusa a propósito da inclusão daquele tema na agenda da cimeira entre os líderes da União Europeia e africanos.

O bispo auxiliar de Cartum defendeu que «a UE devia perguntar ao governo do Sudão o que se está a passar, qual é o problema».

O conflito na região do Darfur (oeste do Sudão) provocou mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de refugiados desde que em 2003 rebeldes da maioria étnica africana pegaram em armas contra o governo, acusado de armar milícias árabes locais, conhecidas por «janjawid», que aterrorizam a população africana.

Para D. Daniel Adwok, será «doloroso» para o povo do Darfur ver que nada é mencionado sobre a sua situação na cimeira porque o governo de Sudão fala de «soberania».

«O Sudão tem falhado o respeito da sua soberania sobre o seu povo», sustentou, considerando que «soberania não é ditadura, é a capacidade de governar com o respeito pela dignidade humana e os direitos das pessoas e se há conflito no Sudão é porque a dignidade e os direitos das pessoas estão a ser maltratados».

Mesmo admitindo que «o encontro entre os líderes africanos e os líderes da UE é sobretudo sobre o desenvolvimento económico», D. Daniel Adwok questionou: «podemos desenvolver realmente um país sem o seu povo?».

Nesse sentido, defendeu que o desenvolvimento proposto ao Sudão seja «um desenvolvimento com uma face humana».

«Primeiro, paz e segurança devem ser garantidas, também para o sul agora que o acordo de paz enfrenta dificuldades de aplicação», afirmou.

Segundo o bispo auxiliar de Cartum, «o governo do Sudão é traiçoeiro e joga com os interesses económicos dos países, mas o que está em jogo é a dignidade humana e os direitos humanos».

«Acredito que seja difícil lidar com países que têm interesses económicos ou outros», mas «o desenvolvimento tem de ser para o bem do homem e não para o manipular», defendeu D. Daniel Adwok.

Ordenado bispo auxiliar de Cartum em Fevereiro de 1993, D. Daniel Adwok iniciou sexta-feira uma visita de 10 dias a Portugal a convite da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, instituição dependente do Vaticano e que integra a plataforma portuguesa por Darfur.

A visita do bispo auxiliar foi programada para coincidir com a II Cimeira UE-África e D. Daniel Adwok estará presente em algumas iniciativas da Plataforma para lembrar o drama de Darfur na semana que antecede o encontro.

Quarta-feira, participa numa conferência juntamente com o advogado sudanês Salih Osman, agraciado com o Prémio Sakharov 2007 do Parlamento Europeu pelo trabalho a favor das vítimas da guerra civil na região de Darfur.

A Plataforma tem previsto para o mesmo dia o lançamento da colectânea Artistas Portugueses por Darfur, um CD com 29 temas, quatro inéditos, cujas receitas se destinam a projectos no Sudão.

Entre os projectos que beneficiarão das vendas do CD está o de uma escola em Nyala (Darfur) a cargo de um missionário português e o da arquidiocese de Cartum «Manter as escolas abertas», que garante a mais de 33.000 crianças sudanesas, «a maioria refugiada», assistência escolar e alimentar, segundo Filipe Pedrosa, secretário da Plataforma e colaborador dos Missionários Combonianos.

Na quarta-feira, será ainda inaugurada a exposição itinerante Darfur/Darfur, que até dia 10 ficará instalada no exterior da Gare do Oriente, perto do Pavilhão Atlântico, onde sábado e domingo se reunirão os participantes da cimeira UE-África.

A exposição consiste em 150 fotografias que retratam o dia-a-dia do Darfur, que são projectadas num triângulo gigante ao som de música de inspiração sudanesa.

Antes da cimeira União Europeia-África, a Plataforma por Darfur pretende ainda entregar ao presidente em exercício do Conselho Europeu e primeiro-ministro português, José Sócrates, a Petição de Urgência pelo Darfur, que conta até ao momento com «cerca de 16 mil assinaturas», disse à Lusa Filipe Pedrosa.

Os signatários pedem que «o drama humanitário no Darfur seja assumido como prioridade na agenda da Cimeira Europa-África» e que a União Europeia assuma como prioridades «conseguir um acordo global para a paz no Sudão» e «o fim da impunidade dos responsáveis pelos crimes de guerra e pelos crimes contra a humanidade no Darfur».

Além de lembrar as vítimas do conflito, a petição assinala que «muitos refugiados, sendo mais de um milhão crianças, não têm acesso à ajuda internacional e estão expostos à morte por má nutrição e doenças» e que «a acção das organizações humanitárias, que no terreno prestam ajuda de emergência, tem sido intencionalmente dificultada ou mesmo impedida».

Salienta ainda que «o Tribunal Penal Internacional qualificou as acções cometidas contra as populações do Darfur como crimes de guerra e crimes contra a humanidade».

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« Responder #41 em: Dezembro 05, 2007, 05:57:42 pm »
Só força controlada pela ONU pode garantir segurança

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A segurança é a prioridade «número um» em Darfur e só uma força de paz controlada pela ONU a pode garantir, defendeu o bispo auxiliar de Cartum, D. Daniel Adwok, de visita a Portugal.
«A segurança das pessoas é a prioridade número um e a número dois é chegar a um acordo de paz», declarou à agência Lusa D. Daniel Adwok, que esteve o ano passado na província sudanesa (oeste) onde o conflito já causou mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de refugiados desde que começou em 2003.

Segundo o bispo auxiliar de Cartum, em Darfur «fora dos campos (de refugiados) não há segurança para ninguém» e mesmo a segurança dos campos é quebrada pelas «diferentes milícias, especialmente as famosas milícias janjawid».

O governo do Sudão contra quem os rebeldes da maioria étnica africana do Darfur, queixando-se de discriminação, se revoltaram em 2003 é acusado de em resposta armar as janjawid, milícias árabes locais que aterrorizam a população africana.

«A questão em Darfur é da terra das tribos africanas, que são muçulmanas mas africanas, é uma guerra para controlar a terra, a riqueza da terra», referiu D. Daniel Adwok, adiantando que foi quando o governo quis que «as tribos árabes do deserto» se instalassem em Darfur e as pessoas protestaram que a guerra civil começou.

O bispo defende que «o governo devia envolver-se construtivamente em negociações com todas as facções», mas alerta: «Não se pode negociar com os políticos aqui enquanto os militares estão activos no terreno».

«Isto devia ser parado e é por isso que ONU devia garantir a segurança de Darfur e assegurar-se de que é ela que controla, depois disso podem-se realizar as conversações de paz», afirmou.

O governo sudanês aceitou este ano que fosse destacada para Darfur uma força de paz conjunta da ONU e da União Africana, com cerca de 20.000 militares e 6.000 polícias, que deve iniciar a missão em Janeiro.

Mas o comandante da força, general Martin Agwai, alertou sábado que menos de metade das tropas prometidas estarão no terreno no início de 2008 e sem transportes e material essencial.

Segundo Agwai, apenas 6.500 soldados integrarão a nova missão, conhecida por UNAMID, em Janeiro. Os militares da União Africana que já estão na província (até agora eram os únicos permitidos pelo governo) constituirão a sua maioria.

«É preciso que seja mesmo da ONU, com controlo e financiamento da ONU, com equipamento da ONU», defende o bispo auxiliar de Cartum.

«Ouvi dizer que as tropas africanas que lá estão (em Darfur) recebem às vezes assistência do governo sudanês, por exemplo combustível, porque não têm. Podem receber apoio logístico do governo e uma hora depois combater o governo? Não pode ser».

Para o bispo auxiliar de Cartum, «a ONU deve ter a vontade política para agir no Darfur».

«Gostava que os media internacionais que tanto trabalharam no assunto de Dafur nos últimos três anos pudessem pressionar as Nações Unidas e os diferentes governos para que qualquer programa a ser aplicado no Darfur tenha controlo da ONU e que ele não dependa do governo do Sudão, porque senão será manipulado», disse ainda.

Em relação às negociações de paz, D. Daniel Adwok defende que «qualquer acordo deve envolver todas as partes interessadas», pelo que «os janjawid têm que fazer parte do acordo e não podem ser deixados de fora, os janjawid têm de ser controlados».

«O governo deve negociar de boa-fé com o povo do Darfur ouvir as suas aspirações e preocupações, se eles pedirem autodeterminação deve ser concedida», afirmou o bispo auxiliar de Cartum.

O governo sudanês assinou um acordo com um grupo rebelde em Maio de 2006, mas outros grupos recusaram e muitos fragmentaram-se desde então o que complica o processo.

As negociações iniciadas em Outubro, na Líbia, foram adiadas para este mês porque alguns chefes rebeldes não compareceram, mas ainda não está marcado nenhum outro encontro.

«O governo chega (às negociações), mas deixa os janjawid no terreno, fazendo o que lhes apetece, indo às aldeias e perseguindo as pessoas>, assinala D. Daniel Adwok.

Considera ainda que o facto de praticamente não ter sido aplicado o acordo conseguido no sul do país há três anos também preocupa a população do Darfur.

«Este é também o receio das pessoas de Darfur, pensam que este governo não é sincero. Se fizermos um acordo com ele como é? Porque no sul até agora praticamente nada foi implementado», disse.

O bispo auxiliar de Cartum iniciou sexta-feira uma visita de 10 dias a Portugal promovida pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, instituição dependente do Vaticano e que integra a Plataforma portuguesa por Darfur.

A visita de D. Daniel Adwok foi programada para coincidir com a realização da cimeira União Europeia-África, no fim-de-semana em Lisboa, e o bispo auxiliar de Cartum participa em algumas iniciativas da Plataforma para lembrar Darfur na semana que antecede o encontro de líderes europeus e africanos.

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« Responder #42 em: Dezembro 06, 2007, 10:38:13 pm »
Ban Ki-moon exorta Estados-membros a fornecerem helicópteros para a força da ONU-UA

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secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou hoje os Estados membros a fornecerem 24 helicópteros indispensáveis para o sucesso da futura força conjunta das Nações Unidas e da União Africana (UA) no Darfur.

"Temos de ter uma força robusta, eficaz. Sem ela, não poderá haver segurança" no Darfur, disse Ban aos jornalistas em Nova Iorque.

"Mas para isso precisamos de certas capacidades no terreno, nomeadamente de helicópteros. Não os temos. Por causa disso, toda a missão está em perigo", alertou.

A força "híbrida" ONU-UA (MINUAD) deve contar com 26.000 efectivos e o seu destacamento está previsto para o início de 2008.

A ONU anunciou que o tema será discutido durante a cimeira UE-África que decorre este fim-de-semana em Lisboa.

Marie Okabe, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, disse aos jornalistas em Nova Iorque que Ban Ki-moon pediu a dois colaboradores para se deslocarem a Lisboa para exortar o presidente sudanês, Omar el-Béchir, a aceitar a composição da futura força ONU-UA no Darfur.

Segundo a porta-voz, os enviados são o adjunto do secretário-geral para as operações de manutenção de paz, Edmond Mulet, e o chefe de gabinete adjunto de Ban, Kim Won-soo.

Mulet e Kim vão tentar convencer Béchir a levantar as suas objecções aos planos da ONU, que prevêem a afectação de unidades especializadas do Nepal, Tailândia e países nórdicos à força "híbrida" ONU-UA para o Darfur.

Esta força deve ser maioritariamente africana, segundo um acordo assinado com o governo sudanês.

Segundo a ONU, os contingentes não africanos em questão são indispensáveis para a eficácia operacional da força.

Os preparativos para o destacamento desta força estão a enfrentar numerosos problemas logísticos, nomeadamente a impossibilidade de obter da parte dos Estados membros 24 helicópteros necessários para a mobilidade e para a capacidade de reacção da futura força.

Edmond Mulet e Kim Won-soo integram a delegação da ONU enviada a Lisboa, que será liderada pelo subsecretário-geral Asha-Rose Migiro.

Província ocidental do Sudão, o Darfur é palco, desde Fevereiro de 2003, de uma guerra civil que fez cerca de 200.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados, segundo as organizações internacionais.

Cartum contesta este balanço e identifica apenas 9.000 mortos.

Lusa

 

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« Responder #43 em: Dezembro 11, 2007, 03:35:34 pm »
Muammar Kadhafi critica "internacionalização" do conflito

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O líder da Líbia, Muammar Kadhafi, criticou hoje em Paris a "internacionalização do conflito do Darfur", considerando que esta "crise terminará por si" se a comunidade internacional deixar os locais "desembaraçarem-se sozinhos".

"Este interesse que o mundo dá ao Darfur partiu de boas intenções mas é contrário ao que queria à partida", declarou o dirigente líbio durante uma recepção na Assembleia Nacional francesa.

"Se deixarmos os habitantes do Darfur desembaraçarem-se sozinhos, a crise do Darfur terminará por si", afirmou ainda perante cerca de trinta deputados franceses.

Uma força mista da ONU e da União Africana de 26 mil homens deverá substituir no início de Janeiro a força africana de sete mil elementos actualmente destacada no Darfur, mas o Sudão é acusado pelas Nações Unidas de dificultar o destacamento.

O conflito do Darfur e as consequências associadas provocaram em quase cinco anos cerca de 200 mil mortos e 2,2 milhões de deslocados, segundo organizações internacionais, mas Cartum afirma que o número de vítimas mortais não deverá ultrapassar os 9000.

Lusa

 

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« Responder #44 em: Dezembro 31, 2007, 07:52:20 pm »
Força conjunta da ONU e UA assume hoje controlo

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A força conjunta das Nações Unidas (ONU) e da União Africana para o Darfur (UNAMID) assume hoje o controlo das operações no oeste do Sudão, quase cinco anos após o início do conflito.
Numa cerimónia em Ai-Facher, capital do Darfur, a força mista da ONU e da União Africana, composta por 26.000 soldados, vai substituir os 7.000 militares da missão africana no Sudão (AMIS), destacada até agora no território.

As tropas africanas que desenvolviam as operações até agora foram incapazes de acabar com os confrontos e massacres que levaram à morte de dezenas de milhares de pessoas.

Apesar de a força conjunta assumir hoje o controlo oficialmente, mais de 9.000 soldados da UNAMID, entre os quais polícias e soldados, iniciaram já as suas operações no terreno.

No país estão presentes actualmente dez batalhões procedentes do Ruanda, África do Sul, Nigéria e Senegal, juntamente com outras forças policiais e com outras funções de mais de 25 países.

Outros efectivos procedentes do Egipto, Paquistão e do Nepal serão destacados nos próximos dois meses para a zona, segundo fontes da ONU.

A missão da UNAMID foi autorizada em 31 de Julho pelo Conselho de Segurança da ONU para proteger a população civil, fornecer ajuda humanitária e estabelecer um clima de segurança que favoreça a Paz no oeste do Sudão.

Darfur, uma região do tamanho da França, vive um cenário de conflito armado desde o início de 2003, quando rebeldes se revoltaram contra o Governo de Cartum, numa disputa de recursos naturais.

Estima-se que o conflito já tenha causado mais de 200 mil mortos, cerca de 200 mil refugiados e 2,5 milhões de deslocados internos.

A situação no Darfur foi considerada pela ONU como sendo a crise humanitária mais grave de toda a história da humanidade.

Diário Digital / Lusa