LFC Lancha Fiscalização Costeira

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LM

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« Responder #30 em: Novembro 23, 2007, 03:30:21 pm »
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Não sei qual a relevância da distância da costa. Hoje há GPS e inúmeros meios de orientação. Será que o amigo LM parou no tempo das caravelas??


Não, simplesmente julgava (errado, pelos vistos) que perto da costa o mar é mais calmo... a duvida nada tinha a ver com orientação.

Mas a segunda parte da sua resposta já me retirou as dúvidas, obrigado  :wink:
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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luis filipe silva

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« Responder #31 em: Novembro 23, 2007, 03:45:08 pm »
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Não, simplesmente julgava (errado, pelos vistos) que perto da costa o mar é mais calmo... a duvida nada tinha a ver com orientação.

Não, não está errado. É de facto mais calmo, mas temos que respeitar o mar territorial dos países por onde se navega que é de doze milhas.
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Luis Filipe Silva
 

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LM

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« Responder #32 em: Setembro 30, 2008, 11:33:47 pm »
Tendo em conta o NPO até tenho medo de perguntar... mas qual a situação das LFC...? Já há datas, contracto, verba...?
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JQT

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« Responder #33 em: Setembro 30, 2008, 11:45:53 pm »
Caro LM: Non, rien de rien...

Está tudo encalhado com os NPO, incluindo o Navpol. O investimento anunciado na recuperação da capacidade de construção do Arsenal do Alfeite aponta para uma eventual mudança de estaleiro construtor, já que a Marinha não se entende com os ENVC.

O que está visto é que o actual governo não está motivado para resolver este assunto. Provavelmente vai sobrar para o próximo.

JQT
 

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LM

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« Responder #34 em: Outubro 02, 2008, 11:13:39 am »
Citação de: "JQT"
Caro LM: Non, rien de rien...

Está tudo encalhado com os NPO, incluindo o Navpol. O investimento anunciado na recuperação da capacidade de construção do Arsenal do Alfeite aponta para uma eventual mudança de estaleiro construtor, já que a Marinha não se entende com os ENVC.
JQT


Obrigado pela resposta. Confesso uma grande curiosidade em saber um dia o que diabo aconteceu neste processo dos NPO e as consequencias nas relações entre os ENCV e a Marinha... duvido que seja problema politico (salvo a falta de acção em colocar ordem) e/ou de falta de verbas, deve ser algo mais complicado: erro projecto, erro construção, tentativas de alteração projecto durante construção,... e surpreso por não haver informações "não-oficiais" a circular.
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P44

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« Responder #35 em: Outubro 02, 2008, 11:35:49 am »
Caro LM

quanto quer apostar que NUNCA se saberá, pois encobrem-se todos uns aos outros e , como tradição cá no burgo, a culpa morrerá solteira :?:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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jmg

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« Responder #36 em: Outubro 02, 2008, 06:11:31 pm »
Citação de: "P44"
Caro LM

quanto quer apostar que NUNCA se saberá, pois encobrem-se todos uns aos outros e , como tradição cá no burgo, a culpa morrerá solteira :?:


No meio de algumas boas decisões acho que o Sr Paulo Portas falhou na aposta com os ENVC.
Alguém por acaso me sabe explicar esta preferência em detrimento do Arsenal do Alfeite ou da Lisnave?
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
(Inscrição gravada num antigo punhal.Autor desconhecido)

ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
 

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JQT

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« Responder #37 em: Outubro 02, 2008, 07:13:04 pm »
Citação de: "jmg"
No meio de algumas boas decisões acho que o Sr Paulo Portas falhou na aposta com os ENVC.
Alguém por acaso me sabe explicar esta preferência em detrimento do Arsenal do Alfeite ou da Lisnave?


Não é bem assim. Vejamos, o programa tal qual foi idealizado pela Marinha era de:

1. A Marinha projectar os navios e contruir o primeiro (que serviria de protótipo) no AA.
2. Os ENVC e os EN do Mondego construirem os restantes, depois de tudo acertado com a experiência do primeiro navio.

Isto era o correcto e que servia para revitalizar a indústria naval ao mesmo tempo que a Marinha tinha a liderança do projecto e obtinha exactamente o que pretendia. Foi assim que o programa foi lançado ainda no governo Guterres I, e foi assinado o protocolo entre os três estaleiros. Mas eis que, passado algum tempo, saí um despacho do Secretário de Estado da D.N. que altera tudo, excluindo os ENM e o AA e passando os ENVC a comandarem as operações. Obviamente que houve aqui influência dos ENVC, e isto a não foi alheia a intenção desse governo de privatizar os estaleiros (depois de num primeiro momento querê-los pura e simplesmente fechar, tal como queria com as OGMA). Com o programa das construções militares, os ENVC revitalizavam-se e incorporavam alguma tecnologia militar. Simplesmente, a Marinha passou à condição de cliente/parceira menor, ou se quisermos, parceira menor que por acaso é quem vai ficar com os navios.

E aqui é que falhou Paulo Portas, ao ter alinhado nisto provavelmente entusiasmado com a conversa dos ENVC em revitalizar os estaleiros, e de haver interesse no estrangeiro. À boa maneira das empresas portuguesas, por tudo e por nada os ENVC anunciavam a toda a gente que as marinhas de Marrocos, Argélia, Argentina, Tunísia, Indonésia estavam interessadas, como se os contratos já estivessem garantidos. Show off.

Os ENVC passaram a ser responsáveis pelo projecto (que já estava muito adiantado pela Marinha), no qual mandavam mais que o cliente. E depois acontecem coisas como a Marinha querer motores MTU e os ENVC comprarem Wartsila, ou começarem a construir e montar os blocos dos navios sem estarem totalmente apetrechados contrariamente ao previsto, até porque o projecto não estava concluído, de maneira a se terem cascos a flutuar (para a fotografia) o mais depressa possível. E isto com a concordância do Ministério da Defesa, que fez com que as verbas dos dois NPO há muito que já tenham sido transferidas para os ENVC; ou seja os navios já estão pagos apesar de não terem sido aceites pelo cliente. E os ENVC já começaram a gastar a verba dos NCP, comprando os motores, à revelia da Marinha.

Nem vale a pena dizer que construir logo dois protótipos, duplicando os possíveis erros, e não estando o projecto concluído, é um disparate completo.

A Marinha também terá as suas responsabilidades, mas os ENVC não se têm comportado nada bem.

Como já antes disse aqui: os problemas começam no facto de todas as entidades envolvidas pertencerem ao Estado. E assim surgem os interesses das várias burocracias, os interesses políticos e nunca se consegue um relacionamento normal cliente-fornecedor. Em condições racionais, o facto de um estaleiro do estado fornecer a Marinha teria todas as condições para funcionar. Mas estamos a falar do Estado Português: é um caso perdido de incapacidade e de incompetência inerentes.
 

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LM

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« Responder #38 em: Outubro 02, 2008, 10:00:18 pm »
Caro JQT excelente lançar de luz neste caso tão "escuro"! Devia ser colocado também no tópico NPO para futura referencia das gerações.

Um aparte: o AA teria/ tem capacidade de construir um navio "protótipo" do "porte" do NPO sem investimentos avultados?
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« Responder #39 em: Outubro 03, 2008, 08:46:51 am »
Citação de: "jmg"
Citação de: "P44"
Caro LM

quanto quer apostar que NUNCA se saberá, pois encobrem-se todos uns aos outros e , como tradição cá no burgo, a culpa morrerá solteira :?:

No meio de algumas boas decisões acho que o Sr Paulo Portas falhou na aposta com os ENVC.
Alguém por acaso me sabe explicar esta preferência em detrimento do Arsenal do Alfeite ou da Lisnave?


favorecimentos politicos...entre outras coisas
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« Responder #40 em: Outubro 03, 2008, 08:50:53 am »
Citação de: "LM"
Caro JQT excelente lançar de luz neste caso tão "escuro"! Devia ser colocado também no tópico NPO para futura referencia das gerações.

Um aparte: o AA teria/ tem capacidade de construir um navio "protótipo" do "porte" do NPO sem investimentos avultados?


pior do que o que os ENVC fizeram é dificil... :roll: e o AA tem mil vezes mais experiencia em construir navios para a Armada (nomeadamente navios patrulha, hidrográficos, lanchas de desembarque, navio balizador) do que os ENVC, que até á data o único navio de guerra que alguma vez construiu foi a "Alm Magalhães Correia" da malfada classe Alm Pereira da Silva
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luis filipe silva

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« Responder #41 em: Outubro 03, 2008, 11:15:18 am »
P 44 escreveu:
Citar
que até á data o único navio de guerra que alguma vez construiu foi a "Alm Magalhães Correia" da malfada classe Alm Pereira da Silva

Então e os outros? Os patrulha da classe Maio, as LFG da classe Argos?Quando é para denegrir, até a memória nos falha!... Claro que eu TAMBÈM sou a favor do Arsenal, mas não confundamosas coisas. Os NPO foram desenhados pela Armada, em colaboração com uma empresa alemã, e não pelos ENVC.
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Luis Filipe Silva
 

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« Responder #42 em: Outubro 03, 2008, 09:09:38 pm »
Citação de: "LM"
Caro JQT excelente lançar de luz neste caso tão "escuro"! Devia ser colocado também no tópico NPO para futura referencia das gerações.

Obrigado! :)

Citar
Um aparte: o AA teria/ tem capacidade de construir um navio "protótipo" do "porte" do NPO sem investimentos avultados?


Penso que sim, teoricamente. Digo isto porque, apesar de as carreiras de construção precisarem de recuperação/reconstrução (o que está previsto no processo de investimento no AA), existe sempre um plano inclinado e uma doca sêca disponíveis. Só que usá-los provavelmente comprometeria a normal actividade de manutenção da esquadra. Uma alternativa seria a montagem dos navios (construídos em blocos feitos no AA) noutro estaleiro (Navalrocha, em Lisboa, por exemplo).

Quanto à capacidade técnica do AA em construir navios militares, é suposto estar intacta, até porque na actividade de manutenção por vezes acaba-se por fazer construção (reparação, modificação). Mas também aqui devemos ter em mente que, por muitos pergaminhos que tenha, o AA nunca construíu um contratorpedeiro, fragata ou corveta. Construíu navios de patrulha, mas mesmo isso foi há 40 anos. Desde então apenas a LDG Bacamarte, um ferry, as lanchas de patrulha costeira e fluvial, e com armamento limitado a 20mm. Eu acredito que o AA conseguisse construir um NPO (mais para mais, este modelo de NPO), em tempo útil, mas provavelmente teria de fazer alguns exercícios de aquecimento, para compensar a falta de prática.

Recordo que, por exemplo, o Reino Unido perdeu a capacidade de construir navios de cruzeiro de forma eficiente e competitiva em apenas duas décadas em que os seus estaleiros não construíram nada (anos 70 e 80). Aqui é diferente, até porque não está em causa construir noutro lugar, mas os anos passam, os funcionários também e nem sempre a experiência é transmitida capazmente, sobretudo se não houver oportunidades de a colocar em prática.

P44: os ENVC não têm tido oportunidade de construir navios, mas não têm parado de construir navios civis (e o NPO não é exigente de construir), alguns deles nada básicos (nomeadamente químicos).

JQT
 

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« Responder #43 em: Outubro 04, 2008, 10:25:52 am »
Citação de: "luis filipe silva"
P 44 escreveu:
Citar
que até á data o único navio de guerra que alguma vez construiu foi a "Alm Magalhães Correia" da malfada classe Alm Pereira da Silva
Então e os outros? Os patrulha da classe Maio, as LFG da classe Argos?Quando é para denegrir, até a memória nos falha!... Claro que eu TAMBÈM sou a favor do Arsenal, mas não confundamosas coisas. Os NPO foram desenhados pela Armada, em colaboração com uma empresa alemã, e não pelos ENVC.

OK, não sabia, calma :wink:

mas nem todos foram construidos nos ENVC:
Citar
Fiquei pois muito surpreendido quando vim a saber que os três navios-patrulha que tinham sido construídos em estaleiros franceses, e que chegaram ao Tejo no dia 19 de Janeiro de 1956, tinham recebido os nomes de "Funchal", "Porto Santo" e "S. Nicolau". Quanto aos dois últimos tudo bem, pois tinham-lhes sido atribuídos nomes de ilhas mas o primeiro, porquê baptizá-lo com o nome de uma cidade uma vez que havia ainda disponíveis nomes de várias ilhas portuguesas?

Quando fiquei a saber que os dois navios-patrulha da mesma classe construídos nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo foram baptizados "Brava" e "Fogo", que o construído nos Estaleiros Navais do Mondego se chamava "Boavista" e os dois construídos no Arsenal do Alfeite tinham recebido os nomes de "Santo Antão" e "Santa Luzia" todos os cinco nomes de ilhas do arquipélago de Cabo Verde,
http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_ ... pag33.html

e das 4 Argos - NENHUMA foi construida nos ENVC:
Citar
Lanchas de Fiscalização Rápida
 
Classe "Argos" - Segunda geração
 
Preâmbulo
 
Com a entrega à Marinha da primeira de uma série de 4 Lanchas de Fiscalização Rápida (LFR) da classe "Argos", justifica-se a oportunidade da apresentação dos novos meios navais
 

(...)
O contrato para fornecimento das novas lanchas veio a ser assinado entre a Direcção-Geral de Armamento e Equipamentos de Defesa do Ministério da Defesa Nacional (DGAED) e o Arsenal do Alfeite (AA), a 6 de Março de 1998. Por sua vez, o AA subcontratou a construção de 2 das lanchas aos Estaleiros Navais do Mondego, na Figueira da Foz. Enquanto a DGAED reteve a gestão administrativa do programa, o controlo administrativo e a gestão técnica foram atribuídos à Direcção de Navios da Marinha (DN).


http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_ ... pag12.html
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« Responder #44 em: Outubro 04, 2008, 10:27:11 am »
Citar
P44: os ENVC não têm tido oportunidade de construir navios, mas não têm parado de construir navios civis (e o NPO não é exigente de construir), alguns deles nada básicos (nomeadamente químicos).

JQT


^Plenamente de acordo, daí o facto de esta novela ser AINDA MAIS escandalosa!
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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