EH-101

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typhonman

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Re: EH-101
« Responder #570 em: Dezembro 27, 2018, 12:48:39 pm »
As benditas cativações são a causa destas situações e a ver vamos se não terá havido falhas na respostas SAR devido a esta situação !

https://observador.pt/2018/12/27/forca-aerea-helicoptero-de-busca-e-salvamento-parado-ha-ano-e-meio-por-falta-de-verba/

Neste fórum alguns ainda mencionam as LPM's como os meios disponíveis para o reequipamento das FFAA, no entanto, essas pseudo LPM's, não são mais que embustes armados pelos nossos incompetentes e corruptos, politicozecos de pacotilha, reparem  quantas aquisições de meios, referidas nessas LPM's se concretizaram.
Bastava que se cumprissem os orçamentos anuais alocados á defesa e teríamos umas FFAA excelentes !!

o PIB em 2018 foi um pouco superior a 200.000 milhões, se o orçamento das FFAA fosse 1,2% do PIB teríamos um valor de 2.400 milhões, para os três ramos.
No entanto não só esse valor nunca foi alocado ás FFAA como desgraçadamente, os nossos DesGovernantes ainda vem alardoar um aumento expressivo de gastos com a defesa, em virtude dos custos relacionados com compra dos C390, dos NPO's, do NPL, e demais equipamentos !

Esses custos de aquisição dos C390, dos NPO's do AOR, do NPL e afins conseguem ser suportados pelos orçamentos anuais das FFAA, que se forem no MÁXIMO, rpt MÁXIMO de 1,5% do PIB, 2.800 a 3.000 milhões de euros, e usados integralmente nas FFAA, não em cativações, ou números de circo, previamente planeados ! 

Esses mesmos políticos não nos conseguem é explicar porque os helis estão AOG por falta de MNT/reparação, porque os Classe Tejo não estão operacionais ao fim de quatro anos, daí eu dizer que as reparações serão das mais dispendiosas e morosas da nossa MdG,  porque os NPO's não tem armamento nem os semirrígidos adequados, porque os F16 não são melhorados, porque não há dinheiro para os MLU's das VdG, porque não se substitui o NRP Bérrio, já quase com cinquenta anos, porque se reduz o numero de Vamtacs, porque se compraram só cinco helis ligeiros e ainda por cima monomotores, porque a infantaria mecanizada ainda continua a operar os M113, porque não temos porta morteiros nas unidades da BriInt, porque os batalhões de infantaria não estão completos, porque é que a artilharia só possui 21 M119 quando no mínimo deveria ter 36 BF desse calibre, porque se continua com o filme muito longo e triste da aquisição da substituta da G3 que já passa de orçamento em orçamento gastando sempre os mesmos valores, porque o efectivo do exército ainda tem tantos oficiais e sargentos, cerca de 6000, como praças, porque será ????

Porque a incompetência, e, o desprezo dos políticos pela Instituição Militar, tem um enorme aliado, as Altas chefias militares que colaboram com as decisões tomadas a favor de manterem os seus lugares de chefia !!!

https://www.tsf.pt/economia/interior/oe2018-defesa-com-21513-me-mais-75-face-a-estimativa-de-2017-8842435.html

https://www.pordata.pt/Europa/Produto+Interno+Bruto+(Euro)-1786

As FFAA não necessitam de esmolas dos políticos, antes destes existirem já Portugal possuía FFAA!
As FFAA Nacionais necessitam de Chefias competentes e que RESPEITEM os Homens e Mulheres que as Integram.  :N-icon-Axe:




Abraços

Façam como eu, começem a mandar e mails com essas questões para as Relações Públicas dos ramos e MDN.
 

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typhonman

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Re: EH-101
« Responder #571 em: Dezembro 27, 2018, 03:24:52 pm »
 

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Lusitaniae

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Re: EH-101
« Responder #572 em: Dezembro 27, 2018, 05:13:04 pm »
Segundo esta notícia do DN, está parada a manutenção de um EH101 por falta de verba, mas agora pergunto eu, 6 milhões não acham um valor muito alto para reparar este heli?
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/27-dez-2018/interior/forca-aerea-tem-helicoptero-parado-ha-ano-e-meio-por-falta-de-dinheiro-10352413.html
« Última modificação: Dezembro 27, 2018, 05:14:10 pm por Lusitaniae »
Abbati, medico, potronoque intima pande
 

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tenente

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Re: EH-101
« Responder #573 em: Dezembro 27, 2018, 07:02:42 pm »
Segundo esta notícia do DN, está parada a manutenção de um EH101 por falta de verba, mas agora pergunto eu, 6 milhões não acham um valor muito alto para reparar este heli?
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/27-dez-2018/interior/forca-aerea-tem-helicoptero-parado-ha-ano-e-meio-por-falta-de-dinheiro-10352413.html

Afirmativo 6 milhões para MNT de um Heli que está AOG ????
A noticia só pode estar errada ou então, houve argolada da grossa na operação e o heli sofreu danos, mas nada transpareceu cá para fora !

Abraços
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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NVF

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Re: EH-101
« Responder #574 em: Dezembro 27, 2018, 08:46:50 pm »
A notícia refere um ’mini crash’.
« Última modificação: Dezembro 28, 2018, 12:54:01 am por NVF »
Talent de ne rien faire
 

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tenente

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Re: EH-101
« Responder #575 em: Dezembro 27, 2018, 10:33:50 pm »
A notícia refere um ’mini crash’.’

......então está explicada a quantia dos 6 milhões, porque para MNT de um heli, 6 milhões era demais !

Abraços
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Crypter

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Re: EH-101
« Responder #576 em: Dezembro 28, 2018, 11:04:31 am »
Não era os EH que no inicio surgiram noticias que o Heli "tinha vontade própria" sendo que reportaram mudanças de altitude sem instrução dada pelos pilotos?
 

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Charlie Jaguar

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Re: EH-101
« Responder #577 em: Dezembro 28, 2018, 11:13:20 am »
EHEHE, ainda andamos nos a pensar em F-35  8) 8)

Andas tu, melhor dizendo.  ;D ;)


A notícia refere um ’mini crash’.

Foi uma "hard landing", que saiba causada por condições atmosféricas adversas e não problema da aeronave como aconteceu há uns anos nos Açores e, de facto, o "12" há algum tempo que se encontra no Hangar dos Hidros, actual hangar da 751, à espera de melhores dias.


Reproduziu-se aqui a notícia do Observador, porém não a originalmente publicada no DN e que se segue um excerto. E se é verdade que se o processo já nasceu torto, também será verdade segundo o artigo que o fabricante (e neste caso também é citada a Airbus em relação aos C-295) estará a pedir ao Estado preços exorbitantes. Agora é que se vê a bela me*** que foi a privatização das OGMA...  ::)

Citar
(...) "Atualmente, as verbas são suportadas pelas receitas das entidades [públicas] detentoras das aeronaves" - a Defloc para os EH e a Defaerloc para os C-295 - e resultam "da faturação que [ambas] realizam, consoante o caso", junto da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional e da Força Aérea, indicou o ministério. "Para garantir a continuidade da operação" dos EH-101 "está atualmente a decorrer um processo para a extensão do atual contrato até que o novo entre em vigor. O novo contrato será negociado durante o ano de 2019, sendo, à semelhança do anterior, um contrato plurianual. O contrato dos C-295 também está a ser negociado, devendo entrar em vigor em 2019", acrescentou o gabinete do ministro João Gomes Cravinho.

A verdade é que estas respostas parecem omissas quanto à forma de garantir a manutenção das duas frotas se "a extensão" dos contratos vigentes não for concretizada até ao dia 31 - o que ajudará a explicar a referida "grande preocupação" manifestada ao DN por fontes ligadas aos processos. A principal dificuldade, segundo as fontes, reside nos preços alegadamente excessivos que tanto a Leonardo como a Airbus estarão a exigir aos representantes portugueses - cuja margem de manobra é dificultada pelo facto de a manutenção daquelas aeronaves estar nas mãos daquelas duas empresas. "Os preços têm de ser razoáveis e justificados" face aos montantes pagos pelo Estado nos últimos anos, sintetizou uma das fontes, rejeitando o que qualificou como "valores exorbitantes" que tanto a Leonardo como a Airbus estarão a exigir.

O chumbo do Tribunal de Contas ao contrato de manutenção dos motores dos EH-101 também não parece ajudar, uma vez que ele iria substituir o que está a vigorar e cujos termos têm tido duas consequências negativas para Portugal: custos excessivos e um nível aceitável de helicópteros disponíveis em permanência. Como se lê no despacho do ministro da Defesa que há dois anos autorizou o início das negociações do contrato agora chumbado, o contrato em vigor "não [tem] mecanismos de fixação de custos de reparação que permitam o planeamento dos mesmos e evitem uma escalada nos preços"."O contrato de manutenção em vigor considera-se desajustado face às necessidades da Força Aérea e é apontado como uma das causas primárias para o baixo nível de disponibilidade operacional da frota EH-101, assim como para alguma volatilidade verificada nos custos de manutenção dos motores", segundo o mesmo despacho.

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/27-dez-2018/interior/forca-aerea-tem-helicoptero-parado-ha-ano-e-meio-por-falta-de-dinheiro-10352413.html

« Última modificação: Dezembro 28, 2018, 11:14:39 am por Charlie Jaguar »
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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typhonman

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Re: EH-101
« Responder #578 em: Dezembro 28, 2018, 12:02:59 pm »
EHEHE, ainda andamos nos a pensar em F-35  8) 8)

Andas tu, melhor dizendo.  ;D ;)


A notícia refere um ’mini crash’.

Foi uma "hard landing", que saiba causada por condições atmosféricas adversas e não problema da aeronave como aconteceu há uns anos nos Açores e, de facto, o "12" há algum tempo que se encontra no Hangar dos Hidros, actual hangar da 751, à espera de melhores dias.


Reproduziu-se aqui a notícia do Observador, porém não a originalmente publicada no DN e que se segue um excerto. E se é verdade que se o processo já nasceu torto, também será verdade segundo o artigo que o fabricante (e neste caso também é citada a Airbus em relação aos C-295) estará a pedir ao Estado preços exorbitantes. Agora é que se vê a bela me*** que foi a privatização das OGMA...  ::)

Citar
(...) "Atualmente, as verbas são suportadas pelas receitas das entidades [públicas] detentoras das aeronaves" - a Defloc para os EH e a Defaerloc para os C-295 - e resultam "da faturação que [ambas] realizam, consoante o caso", junto da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional e da Força Aérea, indicou o ministério. "Para garantir a continuidade da operação" dos EH-101 "está atualmente a decorrer um processo para a extensão do atual contrato até que o novo entre em vigor. O novo contrato será negociado durante o ano de 2019, sendo, à semelhança do anterior, um contrato plurianual. O contrato dos C-295 também está a ser negociado, devendo entrar em vigor em 2019", acrescentou o gabinete do ministro João Gomes Cravinho.

A verdade é que estas respostas parecem omissas quanto à forma de garantir a manutenção das duas frotas se "a extensão" dos contratos vigentes não for concretizada até ao dia 31 - o que ajudará a explicar a referida "grande preocupação" manifestada ao DN por fontes ligadas aos processos. A principal dificuldade, segundo as fontes, reside nos preços alegadamente excessivos que tanto a Leonardo como a Airbus estarão a exigir aos representantes portugueses - cuja margem de manobra é dificultada pelo facto de a manutenção daquelas aeronaves estar nas mãos daquelas duas empresas. "Os preços têm de ser razoáveis e justificados" face aos montantes pagos pelo Estado nos últimos anos, sintetizou uma das fontes, rejeitando o que qualificou como "valores exorbitantes" que tanto a Leonardo como a Airbus estarão a exigir.

O chumbo do Tribunal de Contas ao contrato de manutenção dos motores dos EH-101 também não parece ajudar, uma vez que ele iria substituir o que está a vigorar e cujos termos têm tido duas consequências negativas para Portugal: custos excessivos e um nível aceitável de helicópteros disponíveis em permanência. Como se lê no despacho do ministro da Defesa que há dois anos autorizou o início das negociações do contrato agora chumbado, o contrato em vigor "não [tem] mecanismos de fixação de custos de reparação que permitam o planeamento dos mesmos e evitem uma escalada nos preços"."O contrato de manutenção em vigor considera-se desajustado face às necessidades da Força Aérea e é apontado como uma das causas primárias para o baixo nível de disponibilidade operacional da frota EH-101, assim como para alguma volatilidade verificada nos custos de manutenção dos motores", segundo o mesmo despacho.

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/27-dez-2018/interior/forca-aerea-tem-helicoptero-parado-ha-ano-e-meio-por-falta-de-dinheiro-10352413.html



Faço o mea culpa ! Mas pelo que vejo, nem F-35 nem V !

Como já aqui disse o futuro será: https://www.portugal.gov.pt/pt/gc21/comunicacao/noticia?i=governo-aprova-lei-de-programacao-militar

Duplo uso

Estes equipamentos, conjugados com os já existentes, permitirão a Portugal assumir a responsabilidade pela busca e salvamento em «boa parte do Atlântico Norte», aumentar «substancialmente a nossa capacidade de resgate em situações de crises dos nossos cidadãos em outras partes do mundo».

O Ministro referiu ainda que dará resposta à extensão da plataforma continental, que representa «uma oportunidade tremenda para o País».

O duplo uso militar a civil foi também um dos fatores tidos em conta nas opções feitas na Lei de Programação Militar, tal como o Primeiro-Ministro António Costa tinha anunciado na inauguração da delegação portuguesa na nova sede da Aliança Atlântica.

O Ministro referiu que «todos os equipamentos mencionados tem essa faceta, que nos permite reforçar a capacidade de apoio das nossas Forças Armadas a missões de natureza civil», como o combate a incêndios e o transporte de órgãos, reforçando assim a capacidade de respostas às necessidades sentidas pela população.
 

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Charlie Jaguar

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Re: EH-101
« Responder #579 em: Dezembro 30, 2018, 06:25:33 pm »
Ainda há ano e meio se abordava a urgência destes problemas com a frota EH-101. Soluções apontadas foram algumas, decisões tomadas nenhumas.

Citar
EH-101. Defesa refém do fabricante para renegociar manutenção dos helicópteros de salvamento
25/5/2017, 19:04

Contrato dos EH-101 Merlin termina em 2018, dois anos antes do final do leasing operacional dos aparelhos. Só a empresa que vendeu os helicópteros pode assegurar a manutenção. Custos por definir.

O contrato em regime leasing dos helicópteros EH-101 Merlin — que fazem as operações de busca e salvamento na costa portuguesa — termina em outubro de 2020. Mas, antes disso, em outubro de 2018, caduca o contrato de manutenção dos 12 aparelhos atualmente ao serviço da Força Aérea. Esse vazio de dois anos entre o fim dos contratos tem de começar a ser acautelado pelo Ministério da Defesa dentro de alguns meses, porque os aparelhos não podem continuar a voar sem as devidas inspeções. Mas o fabricante é a única entidade capaz de assegurar a manutenção (e tem havido alguns problemas com a operacionalidade e a manutenção dos Merlin). Se quiser ter os aparelhos a voar, o Estado está dependente das condições que a italiana Leonardo Helicopters — antiga Agusta Westland — levar para a mesa das negociações. O fabricante diz ao Observador que vai tentar encontrar uma “solução financeiramente sustentável” com o Estado.

Comprados em 2001, os primeiros helicópteros EH-101 começaram a chegar a Portugal em junho de 2004. Pouco tempo depois, o Ministério da Defesa viu-se de mãos atadas porque o contrato inicial não garantia todas as necessidades de manutenção. Sem meios próprios para assegurar a manutenção das aeronaves a longo prazo, a Defloc — Locação de Equipamentos de Defesa, SA, “uma sociedade instrumental para a concretização de um único contrato”, o dos EH-101 — voltou-se para o fabricante, a Leonardo Helicopters, para negociar um contrato que garantisse a operacionalidade dos 12 aparelhos. A Força Aérea já tinha manifestado interesse em assumir essa responsabilidade, mas, sem estar credenciada para o efeito, seria uma carta fora do baralho.

Agora, a meses de o Ministério da Defesa — através da Defloc, Locação de Equipamentos de Defesa, SA, empresa participada pelo Estado — arrancar com um novo processo negocial para a manutenção dos helicópteros, dada a aproximação do fim do contrato, há semelhanças com o passado. Tal como em 2004, a Força Aérea Portuguesa (FAP) não afasta o interesse em ver-lhe atribuída a manutenção dos aparelhos usados em missões de busca e salvamento em combate e fora de combate (dez aparelhos) e de fiscalização e controlo das atividades de pesca (outros dois). Todas as hipóteses para a manutenção da frota são válidas e serão consideradas e, atempadamente, optar-se-á pela que melhor salvaguarde os interesses da Força Aérea e do país”, refere o gabinete de relações públicas do ramo, em resposta ao Observador.

Há, no entanto, diferenças em relação ao contexto em que essa intenção foi manifestada. Ainda que oficialmente esse ponto não seja assumido, a atual falta de meios humanos que se faz sentir no ramo (mas que não é exclusiva da Força Aérea) traz dificuldades acrescidas para que a FAP possa assumir tal responsabilidade. Além disso, as oficinas do ramo nunca foram credenciadas pelo fabricante para realizar a manutenção dos helicópteros. E o ministério não mostra interesse em avançar com esse processo — pelo menos antes de outubro de 2018, quando se esgota o prazo de validade do contrato em vigor. Os “trabalhos [de renegociação do contrato de manutenção] terão em conta o planeamento de emprego operacional dos meios, por parte da Força Aérea, não se encontrando, por ora, prevista qualquer alteração de fundo no contrato Full In Service Support, no sentido de alocar àquele ramo outras responsabilidades que as atuais, no que respeita à sustentação logística das aeronaves e que se cinge à manutenção quotidiana“, responde ao Observador o ministério liderado por José Alberto Azeredo Lopes. Por outras palavras, a Força Aérea continua a não ser opção.

Conclusão: a Leonardo é a única interlocutora disponível para assegurar a manutenção dos aparelhos. O Ministério da Defesa pode negociar, mas só e apenas com a empresa italiana. Da parte do fabricante, o interesse é “continuar a garantir este serviço” além da data de conclusão do contrato, no final de 2018. Vamos trabalhar arduamente em conjunto com o nosso cliente e operador para encontrar uma solução financeiramente sustentável que vá ao encontro dos requisitos operacionais” da Força Aérea, refere o fabricante, em resposta às questões colocadas pelo Observador, remetendo mais informações sobre o fim do contrato de locação para o cliente, o ministério. Anualmente, Portugal senta-se à mesa com representantes dos EUA, Canadá, Reino Unido e Itália. O chamado users group (ou grupo dos utilizadores) foi a solução encontrada para exercer pressão junto do fabricante por parte dos grandes clientes da Leonardo com EH-101 nas respetivas frotas. Todos têm a consciência da posição dominante que a construtora assume neste tabuleiro. “Juntos, somos mais fortes” podia ser o lema de um grupo que se reúne regularmente para manter alguma força na negociação de melhores condições para a compra de peças dos helicópteros e, eventualmente — muito eventualmente –, para a renegociação de contratos de manutenção.


Defesa quer “comprar” os helicópteros?

Depois, há o outro contrato, chamado contrato de locação, celebrado entre a Defloc e o Estado português, que termina em outubro de 2020. Como os EH-101 foram comprados em leasing, a propriedade dos helicópteros é da Defloc, a entidade locadora. Ao Observador, uma fonte oficial da Defesa refere que nesse momento, “ou no momento em que a locadora seja extinta” — algo que o ministério já tentou fazer por duas vezes, ambas no mandato de José Pedro Aguiar-Branco e ambas sem sucesso — “a universalidade dos direitos e responsabilidades da mesma devem ingressar na esfera jurídica do Estado e as aeronaves por si detidas deverão passar a estar afetas ao Ministério da Defesa Nacional”. A resposta do ministério abre a porta à compra dos equipamentos dentro de três anos. Mas, para tal, seria necessário que, nesse momento, o Governo tivesse disponíveis 40,4 milhões de euros para pagar o valor do crédito em falta ao BPI e à Caixa Geral de Depósitos.

Foi com recurso a empréstimos contraídos nestas duas instituições que a Defesa pôde avançar com a compra dos 12 EH-101 colocados ao serviço da Força Aérea. Para dar o contrato por resolvido, a regra é “não haver dívidas por saldar“. É, por isso, forçoso ter o dinheiro disponível — foi, aliás, essa a resposta que Aguiar-Branco recebeu quando tentou concretizar a extinção da Defloc, sendo certo que o valor a liquidar era, em 2013 e em 2015, consideravelmente superior ao atual. Para resolver o contrato hoje seriam necessários cerca de 100 milhões de euros naquela época. Uma solução alternativa passa — tal como em breve se fará com a manutenção — pela renegociação do contrato de leasing com a CGD e o BPI, prolongando o prazo de validade. O ministério não abre o jogo sobre o que pretende fazer. Por um lado, está a arrancar agora a preparação da revisão da Lei de Programação Militar e ainda serão precisos longos meses até que haja uma decisão final neste capítulo determinante para que fique definido em que áreas vão ser investidas verbas nos próximos anos. Por outro lado, a tutela argumenta que, a quatro anos de essa decisão ser tomada, “é prematuro” fechar o dossier.

Até outubro de 2020, o Estado vai pagar mais 80 milhões de euros à Defloc pelos EH-101, referentes às prestações semestrais de 11,4 milhões de euros que vencem a cada mês de abril e outubro. Chegado esse momento, ou a Defesa paga os cerca de 40 milhões de euros em falta ou renegoceia um novo prazo para o fim do contrato. “Quando o contrato [de locação] caducar, os helicópteros locados serão devolvidos à Defloc, podendo esta aliená-los ou locá-los ao Estado ou a uma terceira entidade”, de acordo com o contrato de locação.


Segredo militar blinda informação do contrato

No mesmo momento em que comprou os 12 helicópteros à Leonardo, a Defloc e o fabricante estabeleceram as condições em que os aparelhos deviam operar. Pelo menos sete dos 12 deviam estar operacionaissso a todo o momento. Menos que isso e o fabricante teria de pagar uma indemnização a Portugal; mais do que isso e seria o Estado a compensar a empresa pelo bom desempenho dos equipamentos. No relatório de uma auditoria à Empordef/Defloc, feita em 2012 e focada exclusivamente nos contratos de locação e manutenção dos EH-101, o Tribunal de Contas (TC) refere que, “em agosto de 2007, decorridos cinco meses após a entrada em vigor do referido contrato [de manutenção] de curto prazo, a Defloc, alegando não ter até então recebido qualquer verba do Ministério da Defesa Nacional, transmitiu ao ministério, à secretaria-geral do ministério e ao chefe do Estado-Maior da Força Aérea preocupação quanto à operacionalidade da frota EH-101, face à informação da FAP de que se encontravam indisponíveis quatro helicópteros”.

Menos de um ano depois, já havia cinco helicópteros em terra, sendo que um se encontrava nessas condições “há mais de um ano”. Aliás, um dos EH-101, entregue em abril de 2005, tinha estado, segundo a própria Defloc, 56 meses parado (durante quase 70% do tempo em que esteve em Portugal não pôde ser utilizado). E, numa avaliação global, o TC referia que, “entre maio de 2007 e dezembro de 2011, o período médio de inoperacionalidade por aeronave foi de 39%”, o que se traduzia numa “média de 32 meses de inoperacionalidade em 83 meses de possível utilização”.

A Defloc argumentou, nessa fase, que a “inoperacionalidade” dos helicópteros decorria da “insuficiência do modelo de assistência” em vigor. O contrato de manutenção de longo prazo assinado com o fabricante surge para colmatar essa situação. Mas o problema continua a arrastar-se, a partir daí, por “atrasos, por vezes significativos, na disponibilização por parte da secretaria-geral do Ministério da Defesa das verbas necessárias ao pagamento das faturas do fornecedor”. Perante este cenário, o Observador tentou obter junto da Força Aérea, que é obrigada a transmitir trimestralmente essa informação à Defloc — e da própria Defloc — que reporta a informação ao ministério — dados sobre a operacionalidade dos helicópteros e sobre as consequências financeiras desses resultados, a partir de 2012.

Sobre este dado em concreto, a Força Aérea justifica a ausência de resposta com a necessidade de acautelar informações sensíveis. Ao tornar públicos os dados sobre o tempo em que os helicópteros estiveram em condições de voar, o “inimigo” fica também na posse dessa informação. Do lado do ministério, a posição não foi diferente. Torna-se, por isso, impossível apurar quanto é que o Estado recebeu ou quanto teve de pagar.

https://observador.pt/2017/05/25/eh-101-defesa-refem-do-fabricante-para-renegociar-manutencao-dos-helicopteros-de-salvamento/?fbclid=IwAR1XiD27mzDsVrHd_uwuetK77ofYCDhKSDlLax3JFfd_2Zti1d6AxS5tlrY
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

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Re: EH-101
« Responder #580 em: Dezembro 30, 2018, 06:53:13 pm »
Ainda há ano e meio se abordava a urgência destes problemas com a frota EH-101. Soluções apontadas foram algumas, decisões tomadas nenhumas.

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EH-101. Defesa refém do fabricante para renegociar manutenção dos helicópteros de salvamento
25/5/2017, 19:04

Contrato dos EH-101 Merlin termina em 2018, dois anos antes do final do leasing operacional dos aparelhos. Só a empresa que vendeu os helicópteros pode assegurar a manutenção. Custos por definir.

O contrato em regime leasing dos helicópteros EH-101 Merlin — que fazem as operações de busca e salvamento na costa portuguesa — termina em outubro de 2020. Mas, antes disso, em outubro de 2018, caduca o contrato de manutenção dos 12 aparelhos atualmente ao serviço da Força Aérea. Esse vazio de dois anos entre o fim dos contratos tem de começar a ser acautelado pelo Ministério da Defesa dentro de alguns meses, porque os aparelhos não podem continuar a voar sem as devidas inspeções. Mas o fabricante é a única entidade capaz de assegurar a manutenção (e tem havido alguns problemas com a operacionalidade e a manutenção dos Merlin). Se quiser ter os aparelhos a voar, o Estado está dependente das condições que a italiana Leonardo Helicopters — antiga Agusta Westland — levar para a mesa das negociações. O fabricante diz ao Observador que vai tentar encontrar uma “solução financeiramente sustentável” com o Estado.

Comprados em 2001, os primeiros helicópteros EH-101 começaram a chegar a Portugal em junho de 2004. Pouco tempo depois, o Ministério da Defesa viu-se de mãos atadas porque o contrato inicial não garantia todas as necessidades de manutenção. Sem meios próprios para assegurar a manutenção das aeronaves a longo prazo, a Defloc — Locação de Equipamentos de Defesa, SA, “uma sociedade instrumental para a concretização de um único contrato”, o dos EH-101 — voltou-se para o fabricante, a Leonardo Helicopters, para negociar um contrato que garantisse a operacionalidade dos 12 aparelhos. A Força Aérea já tinha manifestado interesse em assumir essa responsabilidade, mas, sem estar credenciada para o efeito, seria uma carta fora do baralho.

Agora, a meses de o Ministério da Defesa — através da Defloc, Locação de Equipamentos de Defesa, SA, empresa participada pelo Estado — arrancar com um novo processo negocial para a manutenção dos helicópteros, dada a aproximação do fim do contrato, há semelhanças com o passado. Tal como em 2004, a Força Aérea Portuguesa (FAP) não afasta o interesse em ver-lhe atribuída a manutenção dos aparelhos usados em missões de busca e salvamento em combate e fora de combate (dez aparelhos) e de fiscalização e controlo das atividades de pesca (outros dois). Todas as hipóteses para a manutenção da frota são válidas e serão consideradas e, atempadamente, optar-se-á pela que melhor salvaguarde os interesses da Força Aérea e do país”, refere o gabinete de relações públicas do ramo, em resposta ao Observador.

Há, no entanto, diferenças em relação ao contexto em que essa intenção foi manifestada. Ainda que oficialmente esse ponto não seja assumido, a atual falta de meios humanos que se faz sentir no ramo (mas que não é exclusiva da Força Aérea) traz dificuldades acrescidas para que a FAP possa assumir tal responsabilidade. Além disso, as oficinas do ramo nunca foram credenciadas pelo fabricante para realizar a manutenção dos helicópteros. E o ministério não mostra interesse em avançar com esse processo — pelo menos antes de outubro de 2018, quando se esgota o prazo de validade do contrato em vigor. Os “trabalhos [de renegociação do contrato de manutenção] terão em conta o planeamento de emprego operacional dos meios, por parte da Força Aérea, não se encontrando, por ora, prevista qualquer alteração de fundo no contrato Full In Service Support, no sentido de alocar àquele ramo outras responsabilidades que as atuais, no que respeita à sustentação logística das aeronaves e que se cinge à manutenção quotidiana“, responde ao Observador o ministério liderado por José Alberto Azeredo Lopes. Por outras palavras, a Força Aérea continua a não ser opção.

Conclusão: a Leonardo é a única interlocutora disponível para assegurar a manutenção dos aparelhos. O Ministério da Defesa pode negociar, mas só e apenas com a empresa italiana. Da parte do fabricante, o interesse é “continuar a garantir este serviço” além da data de conclusão do contrato, no final de 2018. Vamos trabalhar arduamente em conjunto com o nosso cliente e operador para encontrar uma solução financeiramente sustentável que vá ao encontro dos requisitos operacionais” da Força Aérea, refere o fabricante, em resposta às questões colocadas pelo Observador, remetendo mais informações sobre o fim do contrato de locação para o cliente, o ministério. Anualmente, Portugal senta-se à mesa com representantes dos EUA, Canadá, Reino Unido e Itália. O chamado users group (ou grupo dos utilizadores) foi a solução encontrada para exercer pressão junto do fabricante por parte dos grandes clientes da Leonardo com EH-101 nas respetivas frotas. Todos têm a consciência da posição dominante que a construtora assume neste tabuleiro. “Juntos, somos mais fortes” podia ser o lema de um grupo que se reúne regularmente para manter alguma força na negociação de melhores condições para a compra de peças dos helicópteros e, eventualmente — muito eventualmente –, para a renegociação de contratos de manutenção.


Defesa quer “comprar” os helicópteros?

Depois, há o outro contrato, chamado contrato de locação, celebrado entre a Defloc e o Estado português, que termina em outubro de 2020. Como os EH-101 foram comprados em leasing, a propriedade dos helicópteros é da Defloc, a entidade locadora. Ao Observador, uma fonte oficial da Defesa refere que nesse momento, “ou no momento em que a locadora seja extinta” — algo que o ministério já tentou fazer por duas vezes, ambas no mandato de José Pedro Aguiar-Branco e ambas sem sucesso — “a universalidade dos direitos e responsabilidades da mesma devem ingressar na esfera jurídica do Estado e as aeronaves por si detidas deverão passar a estar afetas ao Ministério da Defesa Nacional”. A resposta do ministério abre a porta à compra dos equipamentos dentro de três anos. Mas, para tal, seria necessário que, nesse momento, o Governo tivesse disponíveis 40,4 milhões de euros para pagar o valor do crédito em falta ao BPI e à Caixa Geral de Depósitos.

Foi com recurso a empréstimos contraídos nestas duas instituições que a Defesa pôde avançar com a compra dos 12 EH-101 colocados ao serviço da Força Aérea. Para dar o contrato por resolvido, a regra é “não haver dívidas por saldar“. É, por isso, forçoso ter o dinheiro disponível — foi, aliás, essa a resposta que Aguiar-Branco recebeu quando tentou concretizar a extinção da Defloc, sendo certo que o valor a liquidar era, em 2013 e em 2015, consideravelmente superior ao atual. Para resolver o contrato hoje seriam necessários cerca de 100 milhões de euros naquela época. Uma solução alternativa passa — tal como em breve se fará com a manutenção — pela renegociação do contrato de leasing com a CGD e o BPI, prolongando o prazo de validade. O ministério não abre o jogo sobre o que pretende fazer. Por um lado, está a arrancar agora a preparação da revisão da Lei de Programação Militar e ainda serão precisos longos meses até que haja uma decisão final neste capítulo determinante para que fique definido em que áreas vão ser investidas verbas nos próximos anos. Por outro lado, a tutela argumenta que, a quatro anos de essa decisão ser tomada, “é prematuro” fechar o dossier.

Até outubro de 2020, o Estado vai pagar mais 80 milhões de euros à Defloc pelos EH-101, referentes às prestações semestrais de 11,4 milhões de euros que vencem a cada mês de abril e outubro. Chegado esse momento, ou a Defesa paga os cerca de 40 milhões de euros em falta ou renegoceia um novo prazo para o fim do contrato. “Quando o contrato [de locação] caducar, os helicópteros locados serão devolvidos à Defloc, podendo esta aliená-los ou locá-los ao Estado ou a uma terceira entidade”, de acordo com o contrato de locação.


Segredo militar blinda informação do contrato

No mesmo momento em que comprou os 12 helicópteros à Leonardo, a Defloc e o fabricante estabeleceram as condições em que os aparelhos deviam operar. Pelo menos sete dos 12 deviam estar operacionaissso a todo o momento. Menos que isso e o fabricante teria de pagar uma indemnização a Portugal; mais do que isso e seria o Estado a compensar a empresa pelo bom desempenho dos equipamentos. No relatório de uma auditoria à Empordef/Defloc, feita em 2012 e focada exclusivamente nos contratos de locação e manutenção dos EH-101, o Tribunal de Contas (TC) refere que, “em agosto de 2007, decorridos cinco meses após a entrada em vigor do referido contrato [de manutenção] de curto prazo, a Defloc, alegando não ter até então recebido qualquer verba do Ministério da Defesa Nacional, transmitiu ao ministério, à secretaria-geral do ministério e ao chefe do Estado-Maior da Força Aérea preocupação quanto à operacionalidade da frota EH-101, face à informação da FAP de que se encontravam indisponíveis quatro helicópteros”.

Menos de um ano depois, já havia cinco helicópteros em terra, sendo que um se encontrava nessas condições “há mais de um ano”. Aliás, um dos EH-101, entregue em abril de 2005, tinha estado, segundo a própria Defloc, 56 meses parado (durante quase 70% do tempo em que esteve em Portugal não pôde ser utilizado). E, numa avaliação global, o TC referia que, “entre maio de 2007 e dezembro de 2011, o período médio de inoperacionalidade por aeronave foi de 39%”, o que se traduzia numa “média de 32 meses de inoperacionalidade em 83 meses de possível utilização”.

A Defloc argumentou, nessa fase, que a “inoperacionalidade” dos helicópteros decorria da “insuficiência do modelo de assistência” em vigor. O contrato de manutenção de longo prazo assinado com o fabricante surge para colmatar essa situação. Mas o problema continua a arrastar-se, a partir daí, por “atrasos, por vezes significativos, na disponibilização por parte da secretaria-geral do Ministério da Defesa das verbas necessárias ao pagamento das faturas do fornecedor”. Perante este cenário, o Observador tentou obter junto da Força Aérea, que é obrigada a transmitir trimestralmente essa informação à Defloc — e da própria Defloc — que reporta a informação ao ministério — dados sobre a operacionalidade dos helicópteros e sobre as consequências financeiras desses resultados, a partir de 2012.

Sobre este dado em concreto, a Força Aérea justifica a ausência de resposta com a necessidade de acautelar informações sensíveis. Ao tornar públicos os dados sobre o tempo em que os helicópteros estiveram em condições de voar, o “inimigo” fica também na posse dessa informação. Do lado do ministério, a posição não foi diferente. Torna-se, por isso, impossível apurar quanto é que o Estado recebeu ou quanto teve de pagar.

https://observador.pt/2017/05/25/eh-101-defesa-refem-do-fabricante-para-renegociar-manutencao-dos-helicopteros-de-salvamento/?fbclid=IwAR1XiD27mzDsVrHd_uwuetK77ofYCDhKSDlLax3JFfd_2Zti1d6AxS5tlrY


Agora ri-me um pouco, com esta frase :

"Sobre este dado em concreto, a Força Aérea justifica a ausência de resposta com a necessidade de acautelar informações sensíveis. Ao tornar públicos os dados sobre o tempo em que os helicópteros estiveram em condições de voar, o “inimigo” fica também na posse dessa informação. Do lado do ministério, a posição não foi diferente. Torna-se, por isso, impossível apurar quanto é que o Estado recebeu ou quanto teve de pagar."
 

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typhonman

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Re: EH-101
« Responder #581 em: Dezembro 30, 2018, 06:54:43 pm »
Ainda há ano e meio se abordava a urgência destes problemas com a frota EH-101. Soluções apontadas foram algumas, decisões tomadas nenhumas.

Citar
EH-101. Defesa refém do fabricante para renegociar manutenção dos helicópteros de salvamento
25/5/2017, 19:04

Contrato dos EH-101 Merlin termina em 2018, dois anos antes do final do leasing operacional dos aparelhos. Só a empresa que vendeu os helicópteros pode assegurar a manutenção. Custos por definir.

O contrato em regime leasing dos helicópteros EH-101 Merlin — que fazem as operações de busca e salvamento na costa portuguesa — termina em outubro de 2020. Mas, antes disso, em outubro de 2018, caduca o contrato de manutenção dos 12 aparelhos atualmente ao serviço da Força Aérea. Esse vazio de dois anos entre o fim dos contratos tem de começar a ser acautelado pelo Ministério da Defesa dentro de alguns meses, porque os aparelhos não podem continuar a voar sem as devidas inspeções. Mas o fabricante é a única entidade capaz de assegurar a manutenção (e tem havido alguns problemas com a operacionalidade e a manutenção dos Merlin). Se quiser ter os aparelhos a voar, o Estado está dependente das condições que a italiana Leonardo Helicopters — antiga Agusta Westland — levar para a mesa das negociações. O fabricante diz ao Observador que vai tentar encontrar uma “solução financeiramente sustentável” com o Estado.

Comprados em 2001, os primeiros helicópteros EH-101 começaram a chegar a Portugal em junho de 2004. Pouco tempo depois, o Ministério da Defesa viu-se de mãos atadas porque o contrato inicial não garantia todas as necessidades de manutenção. Sem meios próprios para assegurar a manutenção das aeronaves a longo prazo, a Defloc — Locação de Equipamentos de Defesa, SA, “uma sociedade instrumental para a concretização de um único contrato”, o dos EH-101 — voltou-se para o fabricante, a Leonardo Helicopters, para negociar um contrato que garantisse a operacionalidade dos 12 aparelhos. A Força Aérea já tinha manifestado interesse em assumir essa responsabilidade, mas, sem estar credenciada para o efeito, seria uma carta fora do baralho.

Agora, a meses de o Ministério da Defesa — através da Defloc, Locação de Equipamentos de Defesa, SA, empresa participada pelo Estado — arrancar com um novo processo negocial para a manutenção dos helicópteros, dada a aproximação do fim do contrato, há semelhanças com o passado. Tal como em 2004, a Força Aérea Portuguesa (FAP) não afasta o interesse em ver-lhe atribuída a manutenção dos aparelhos usados em missões de busca e salvamento em combate e fora de combate (dez aparelhos) e de fiscalização e controlo das atividades de pesca (outros dois). Todas as hipóteses para a manutenção da frota são válidas e serão consideradas e, atempadamente, optar-se-á pela que melhor salvaguarde os interesses da Força Aérea e do país”, refere o gabinete de relações públicas do ramo, em resposta ao Observador.

Há, no entanto, diferenças em relação ao contexto em que essa intenção foi manifestada. Ainda que oficialmente esse ponto não seja assumido, a atual falta de meios humanos que se faz sentir no ramo (mas que não é exclusiva da Força Aérea) traz dificuldades acrescidas para que a FAP possa assumir tal responsabilidade. Além disso, as oficinas do ramo nunca foram credenciadas pelo fabricante para realizar a manutenção dos helicópteros. E o ministério não mostra interesse em avançar com esse processo — pelo menos antes de outubro de 2018, quando se esgota o prazo de validade do contrato em vigor. Os “trabalhos [de renegociação do contrato de manutenção] terão em conta o planeamento de emprego operacional dos meios, por parte da Força Aérea, não se encontrando, por ora, prevista qualquer alteração de fundo no contrato Full In Service Support, no sentido de alocar àquele ramo outras responsabilidades que as atuais, no que respeita à sustentação logística das aeronaves e que se cinge à manutenção quotidiana“, responde ao Observador o ministério liderado por José Alberto Azeredo Lopes. Por outras palavras, a Força Aérea continua a não ser opção.

Conclusão: a Leonardo é a única interlocutora disponível para assegurar a manutenção dos aparelhos. O Ministério da Defesa pode negociar, mas só e apenas com a empresa italiana. Da parte do fabricante, o interesse é “continuar a garantir este serviço” além da data de conclusão do contrato, no final de 2018. Vamos trabalhar arduamente em conjunto com o nosso cliente e operador para encontrar uma solução financeiramente sustentável que vá ao encontro dos requisitos operacionais” da Força Aérea, refere o fabricante, em resposta às questões colocadas pelo Observador, remetendo mais informações sobre o fim do contrato de locação para o cliente, o ministério. Anualmente, Portugal senta-se à mesa com representantes dos EUA, Canadá, Reino Unido e Itália. O chamado users group (ou grupo dos utilizadores) foi a solução encontrada para exercer pressão junto do fabricante por parte dos grandes clientes da Leonardo com EH-101 nas respetivas frotas. Todos têm a consciência da posição dominante que a construtora assume neste tabuleiro. “Juntos, somos mais fortes” podia ser o lema de um grupo que se reúne regularmente para manter alguma força na negociação de melhores condições para a compra de peças dos helicópteros e, eventualmente — muito eventualmente –, para a renegociação de contratos de manutenção.


Defesa quer “comprar” os helicópteros?

Depois, há o outro contrato, chamado contrato de locação, celebrado entre a Defloc e o Estado português, que termina em outubro de 2020. Como os EH-101 foram comprados em leasing, a propriedade dos helicópteros é da Defloc, a entidade locadora. Ao Observador, uma fonte oficial da Defesa refere que nesse momento, “ou no momento em que a locadora seja extinta” — algo que o ministério já tentou fazer por duas vezes, ambas no mandato de José Pedro Aguiar-Branco e ambas sem sucesso — “a universalidade dos direitos e responsabilidades da mesma devem ingressar na esfera jurídica do Estado e as aeronaves por si detidas deverão passar a estar afetas ao Ministério da Defesa Nacional”. A resposta do ministério abre a porta à compra dos equipamentos dentro de três anos. Mas, para tal, seria necessário que, nesse momento, o Governo tivesse disponíveis 40,4 milhões de euros para pagar o valor do crédito em falta ao BPI e à Caixa Geral de Depósitos.

Foi com recurso a empréstimos contraídos nestas duas instituições que a Defesa pôde avançar com a compra dos 12 EH-101 colocados ao serviço da Força Aérea. Para dar o contrato por resolvido, a regra é “não haver dívidas por saldar“. É, por isso, forçoso ter o dinheiro disponível — foi, aliás, essa a resposta que Aguiar-Branco recebeu quando tentou concretizar a extinção da Defloc, sendo certo que o valor a liquidar era, em 2013 e em 2015, consideravelmente superior ao atual. Para resolver o contrato hoje seriam necessários cerca de 100 milhões de euros naquela época. Uma solução alternativa passa — tal como em breve se fará com a manutenção — pela renegociação do contrato de leasing com a CGD e o BPI, prolongando o prazo de validade. O ministério não abre o jogo sobre o que pretende fazer. Por um lado, está a arrancar agora a preparação da revisão da Lei de Programação Militar e ainda serão precisos longos meses até que haja uma decisão final neste capítulo determinante para que fique definido em que áreas vão ser investidas verbas nos próximos anos. Por outro lado, a tutela argumenta que, a quatro anos de essa decisão ser tomada, “é prematuro” fechar o dossier.

Até outubro de 2020, o Estado vai pagar mais 80 milhões de euros à Defloc pelos EH-101, referentes às prestações semestrais de 11,4 milhões de euros que vencem a cada mês de abril e outubro. Chegado esse momento, ou a Defesa paga os cerca de 40 milhões de euros em falta ou renegoceia um novo prazo para o fim do contrato. “Quando o contrato [de locação] caducar, os helicópteros locados serão devolvidos à Defloc, podendo esta aliená-los ou locá-los ao Estado ou a uma terceira entidade”, de acordo com o contrato de locação.


Segredo militar blinda informação do contrato

No mesmo momento em que comprou os 12 helicópteros à Leonardo, a Defloc e o fabricante estabeleceram as condições em que os aparelhos deviam operar. Pelo menos sete dos 12 deviam estar operacionaissso a todo o momento. Menos que isso e o fabricante teria de pagar uma indemnização a Portugal; mais do que isso e seria o Estado a compensar a empresa pelo bom desempenho dos equipamentos. No relatório de uma auditoria à Empordef/Defloc, feita em 2012 e focada exclusivamente nos contratos de locação e manutenção dos EH-101, o Tribunal de Contas (TC) refere que, “em agosto de 2007, decorridos cinco meses após a entrada em vigor do referido contrato [de manutenção] de curto prazo, a Defloc, alegando não ter até então recebido qualquer verba do Ministério da Defesa Nacional, transmitiu ao ministério, à secretaria-geral do ministério e ao chefe do Estado-Maior da Força Aérea preocupação quanto à operacionalidade da frota EH-101, face à informação da FAP de que se encontravam indisponíveis quatro helicópteros”.

Menos de um ano depois, já havia cinco helicópteros em terra, sendo que um se encontrava nessas condições “há mais de um ano”. Aliás, um dos EH-101, entregue em abril de 2005, tinha estado, segundo a própria Defloc, 56 meses parado (durante quase 70% do tempo em que esteve em Portugal não pôde ser utilizado). E, numa avaliação global, o TC referia que, “entre maio de 2007 e dezembro de 2011, o período médio de inoperacionalidade por aeronave foi de 39%”, o que se traduzia numa “média de 32 meses de inoperacionalidade em 83 meses de possível utilização”.

A Defloc argumentou, nessa fase, que a “inoperacionalidade” dos helicópteros decorria da “insuficiência do modelo de assistência” em vigor. O contrato de manutenção de longo prazo assinado com o fabricante surge para colmatar essa situação. Mas o problema continua a arrastar-se, a partir daí, por “atrasos, por vezes significativos, na disponibilização por parte da secretaria-geral do Ministério da Defesa das verbas necessárias ao pagamento das faturas do fornecedor”. Perante este cenário, o Observador tentou obter junto da Força Aérea, que é obrigada a transmitir trimestralmente essa informação à Defloc — e da própria Defloc — que reporta a informação ao ministério — dados sobre a operacionalidade dos helicópteros e sobre as consequências financeiras desses resultados, a partir de 2012.

Sobre este dado em concreto, a Força Aérea justifica a ausência de resposta com a necessidade de acautelar informações sensíveis. Ao tornar públicos os dados sobre o tempo em que os helicópteros estiveram em condições de voar, o “inimigo” fica também na posse dessa informação. Do lado do ministério, a posição não foi diferente. Torna-se, por isso, impossível apurar quanto é que o Estado recebeu ou quanto teve de pagar.

https://observador.pt/2017/05/25/eh-101-defesa-refem-do-fabricante-para-renegociar-manutencao-dos-helicopteros-de-salvamento/?fbclid=IwAR1XiD27mzDsVrHd_uwuetK77ofYCDhKSDlLax3JFfd_2Zti1d6AxS5tlrY


Agora ri-me um pouco, com esta frase :

"Sobre este dado em concreto, a Força Aérea justifica a ausência de resposta com a necessidade de acautelar informações sensíveis. Ao tornar públicos os dados sobre o tempo em que os helicópteros estiveram em condições de voar, o “inimigo” fica também na posse dessa informação. Do lado do ministério, a posição não foi diferente. Torna-se, por isso, impossível apurar quanto é que o Estado recebeu ou quanto teve de pagar."


Mas esperem, supostamente nos não temos inimigos, pelo que nos tentam vender os nossos políticos, tanto é que as FA estão a tomar o rumo do "duplo uso", qual o inimigo que quer saber o tempo de voo e parados dos AW-101 ? Se ainda fossem uns AH-64...
 

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Charlie Jaguar

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Re: EH-101
« Responder #582 em: Dezembro 30, 2018, 08:12:14 pm »
Mas esperem, supostamente nos não temos inimigos, pelo que nos tentam vender os nossos políticos, tanto é que as FA estão a tomar o rumo do "duplo uso", qual o inimigo que quer saber o tempo de voo e parados dos AW-101 ? Se ainda fossem uns AH-64...

Deixa lá estar os Black Hawk e Apache sossegados no AMARG ou lá em terras trumpianas. Se tens 3 frotas de helicópteros militares ao serviço das Forças Armadas e todas elas a operar com problemas (por razões distintas, é certo), ainda querias juntar mais helis sem tripulações ou pessoal de terra para os voar e manter?  ;)

E ainda não se sabe bem como serão "absorvidos" os helis da ANPC, vamos lá ver se não será outro "abacaxi" para a FAP descascar como é costume.
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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Re: EH-101
« Responder #583 em: Dezembro 30, 2018, 09:00:28 pm »
Mas esperem, supostamente nos não temos inimigos, pelo que nos tentam vender os nossos políticos, tanto é que as FA estão a tomar o rumo do "duplo uso", qual o inimigo que quer saber o tempo de voo e parados dos AW-101 ? Se ainda fossem uns AH-64...

Deixa lá estar os Black Hawk e Apache sossegados no AMARG ou lá em terras trumpianas. Se tens 3 frotas de helicópteros militares ao serviço das Forças Armadas e todas elas a operar com problemas (por razões distintas, é certo), ainda querias juntar mais helis sem tripulações ou pessoal de terra para os voar e manter?  ;)

E ainda não se sabe bem como serão "absorvidos" os helis da ANPC, vamos lá ver se não será outro "abacaxi" para a FAP descascar como é costume.

Meu amigo, o AMARG já não tem Blackhawks por lá nem Apaches creio.

Aqui no nosso burgo vai um circo tão grande, que é impossível não nos rirmos.

O governo "indica-nos" que as FAs devem ser mais uma força de proteção civil musculada, mas ao mesmo tempo vem falar em "inimigos" que não podem saber as horas do AW-101. Mas isto só pode ser brincadeira...

Temos os AW-101, Lynx e AW-119, no total umas 22 aeronaves, o que é isso em termos quantitativos?

No caso dos 101, parece-me que os contratos realizados na altura não foram devidamente negociados...

Neste país se os nossos políticos e chefes militares, fossem inteligentes, coisa que não são, tinha-se constituído uma força conjunta de helis, com base em Tancos, que pudesse fazer as missões gerais que todos os helis utilitários militares fazem, assim como o combate a IF. E o candidato ideal, mais uma vez seria o UH-60M ou o AW-149.

Mas cá preferiu-se ir a Rússia... Além disso, adquiriu-se o AW-119 para instrução, quando já se antevia que a FAP iria absorver os 3 AS-350B3 ex-EMA.. Qual é o sentido disto ?

Mas quando leio artigos de oficiais do EP, a defender uma mistura de Chinooks, AW-101, NH-90 e UH-60 para o Exército já se pode esperar tudo...
 

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Lightning

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Re: EH-101
« Responder #584 em: Dezembro 30, 2018, 10:20:53 pm »
Mas quando leio artigos de oficiais do EP, a defender uma mistura de Chinooks, AW-101, NH-90 e UH-60 para o Exército já se pode esperar tudo...

Eles querem o que vem nos TO o que os outros países têm, principalmente EUA, Espanha... Mas não quer dizer que façam ideia de quanto isso custa lolol.