Quem é a Lusitania?

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dremanu

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Quem é a Lusitania?
« em: Março 05, 2004, 05:19:47 pm »
Quem é a Lusitania?

Lusitania é a batalha da Pátria, desde os tempos mais remotos até aos nossos dias. A luta contra os romanos e contra os mouros, a defeza do Condado Portucalense, as arrancadas contra Napoleão e contra os Felipes, a Independência, as Cruzadas, as Quinas.

Lusitania é Guimarães, Ourique, Aljubarrota, Alcacer-Kibir, Bussaco, Armentiérs. Lusitania é Viriato, Afonso Henriques, Egas Moniz, Nuno Alvares, o Mestre de Aviz. Vasco da Gama, o Infante de Sagres, Os Lusíadas e as descobertas, o Brasil. Camões e o amôr. Lusitania é a epopéa gigantesca do nosso passado, o espírito, a coragem e o gênio da Raça. Lusitania é Gago Coutinho, Sacadura Cabral, Milhões; é a aventura de um povo que hà 18 séculos luta pela civilização, pela crença e pela glória. Lusitania somos nós, é a nossa fé, o nosso ardor combativo.

Lusitania é Portugal.

AS INVESTIDAS da ignorância não nós devem perturbar. Portugal não é uma nação decadente. Decadentes são as nações que não continuam o seu poder através dos seculos, que se desmoronam e desmoralisam, que se entregam á ociosidade e ao abandono de si mesmas. E Portugal tem trabalhado sem cessar, tem evoluido sempre, tem mantido o seu lugar na História. Nas letras, nas ciências, nas artes, nas indústrias, no comércio, na política, na acção e nas idéas.

Do passado vivem os países estacionários, fracos, que não têm presente que os imponha. E Portugal é uma força actual, sempre nova, constructiva e audaz, latente, formidável; um povo que hoje, como ontem, caminha na vanguarda do progresso e da civilização do Mundo. Portugal não é uma nação morta. Mortas são as nações que não têm energia, que não acompanham as outras na acção transformadora das coisas e da vida, que param de lutar. E Portugal tem todas as primitivas energias da Raça e todas as iniciativas, aspirações e entusiasmos do espírito moderno.

O sentido de Portugal é o sentido do Atlântico - sonho irrevelado de mil aspirações torturadas e insatisfeitas - o sentido do mar, da expansão, da eternidade dos mundos, da aventura e da coragem, dos grandes feitos, da revelação e da conquista. É o sentido da vida e da civilização, da saudade e da glória, do trabalho e da fé, das caravelas e dos aviões.

Andamos, hà oito séculos, a correr átras de um sonho. E esse sonho é a nossa vida, o nosso sentido estético, moral, politico, literário, nacional. A idea da Pátria, sonhada e defendida por Viriato muitos séculos antes da existência de Portugal, veio até nós no canto dos poetas, vibratisada pelas espadas dos nossos guerreiros, espalhada e engrandecida pela aventura dos descobridores.

E a sua grandeza é o sonho da nossa gente, da nossa Raça. Foi ele que levou Vasco da Gama á India e trouxe Pedro Alvares Cabral ao Brasil. Foi ele, foi esse sonho de expansão e triunfo, que levou D. Sebastião á Africa, como simbolo da crença e do heroismo dos Portuguêses, e fez a arrancada do Bussaco e a epopêa de Aljubarrota.

Viva Portugal!

Este texto foi escrito e públicado por um jornalista Luso-Brasileiro residente no Rio de Janeiro em 1921. Um amigo mandou para mim, e aqui está para ser compartilhado com vocês.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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emarques

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« Responder #1 em: Março 06, 2004, 03:30:16 am »
Para dar uma certa perspectiva, em 1921 a imagem de Portugal entre os outros países era de "México da Europa" devido à instabilidade política, e teve sete ou oito governos diferentes durante esse ano. As finanças estavam num estado lastimável devido à dívida externa (nada de novo), com deficit elevado das contas públicas (outro velho amigo) desde (se bem me lembro) 1914, ano em que Afonso Costa tinha conseguido um orçamento equilibrado (se bem que a oposição o acusasse de bastantes malabarismo contabilísticos). O produto per capita português (em 1913, não sei se tenho dados para 1921) era dos mais baixos da Europa, semelhante aos gregos e russos (ainda ligeiramente mais alto que o do Japão, que ainda estava a despontar como potência).

Quanto às forças armadas, a situação era variável. O exército tinha o material comprado à Inglaterra para o CEP, e provavelmente não estaria muito mal nesse aspecto (embora em termos de moral, não sei qual seria a situação deixada pela confusão do serviço em França e África). A aviação militar ainda estava na infância, e não tinha grande quantidade de aviões de combate, e os que tinha eram de meados da guerra. Quanto à marinha, tinha principalmente navios da viragem do século, obsoletos em face da evolução iniciada em Tsushima.

E eu, estando em Portugal, não deixo por isso de estar sentado na Galécia. Os lusitanos são um bando de bárbaros que vive lá para o sul. :P
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.