Para que o Mundo não esqueça

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« Responder #75 em: Janeiro 01, 2005, 05:22:59 pm »
Prezado Flash,

Cada um acredita no que quer...

Você acredita que os EUA foram libertar o Iraque da Ditadura...eu não.
Eu continuo convicto de que a única coisa que os move é o interesse nos recursos do Petróleo e continuar a criar instabilidade entre os países árabes para continuar protejendo Israel.

Você concorda que se realizem "eleições" em apenas partes do País?
Se em Portugal apenas se realizassem eleições no Minho, Estremadura e Algarve para decidir o governo, achava bem? eu não...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Miguel

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« Responder #76 em: Janeiro 01, 2005, 06:19:03 pm »
Caros amigos

O principal problema dae estabilidade mundial está em colapso por causa dos USA, ou seja são eles o problema do planeta.
Não cumprem as resoluções da ONU, puseram o Hans BLIX em reforma!!!
enfim prontos..............

existe 2 tipos de poder:

- HARD POWER(miltar-belico) este é o dos USA agora.
- SOFT POWER(economico-cultura,etc...) este foi o que acabou com a guerra fria,se os amigos se lembram não se bombardeou Moscovo em 1948 quando eles estavam a ter ADM em curso.
 

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Yosy

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« Responder #77 em: Janeiro 01, 2005, 10:01:57 pm »
Flash

A guerra do Iraque abriu um precedente perigoso, uma vez que desafiou o direito internacional.

Para um país declarar guerra a outro é necessário haver um "casus belli" (algo que o justifique). O "casus belli" dado por Washington era:

1- Iraque tem WMDs
2- Saddam coopera com a Al Qaeda.

1- Scott Ritter, ex-fuzileiro americano e inspector da UN no período entre guerras sempre disse que não existiam. Hans Blix não foi autorizado (pelos EUA) a acabar a sua comissão em 2003, mas concluiu que não existiam. Mais de um ano passou após a invasão e as WMD não apareceram. Alguns dizem que elas estão escondidas na Síria ou noutros países: isto é rídiculo - qualquer líder com mais de 2 neurónios iria recusar receber um carregamento tão "quente". Além disso, não seria possivel esconder a transferencia de um satélite espião. Conclusão: as WMDs não exitem.

2- a ligação Saddam-Bin Laden nunca foi provada.

Conclusão: a guerra foi e é ilegal
 

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[PT]HKFlash

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« Responder #78 em: Janeiro 02, 2005, 02:23:32 am »
yosy

Eu se que esta guerra foi uma mentira, não me venha explicar isso. Aliás eu nunca achei que existiam ADM. Mas diga-me, por que acha que eles conduziram esta guerra sem que os outros concordassem? Eles são os mais fortes, e quando os mais fortes caiem nas mãos erradas, pimba, entorna-se o caldo.

Os EUA são como uma arma nuclear, se estiver nas mãos erradas os resultados podem ser desastrosos.

Citar
Prezado Flash,

Cada um acredita no que quer...

Você acredita que os EUA foram libertar o Iraque da Ditadura...eu não.
Eu continuo convicto de que a única coisa que os move é o interesse nos recursos do Petróleo e continuar a criar instabilidade entre os países árabes para continuar protejendo Israel.

Voçê concorda que se realizem "eleições" em apenas partes do País?
Se em Portugal apenas se realizassem eleições no Minho, Estremadura e Algarve para decidir o governo, achava bem? eu não...


Pois de facto cada um acredita no que quiser, nem sei como isso veio ao barulho, mas continuando...

Eu acho que o petróleo é um dos interesses dos EUA no Iraque, mas será só isso? Você tem a certeza? Daqui a uma década ou duas (ou ainda mais) poderemos vir a descobrir que tal interesse era secundário. Eu não sei, e como você disse cada um acredita no que quiser por isso eu sinceramente acho que a malta anda sempre com o petróleo, petroléo blá blá blá blá... eu não concordo, e depois de ver o comentário que vi na RTP2 sobre Bush e ter analisado o cenário no Iraque, acho que talvez não seja esse o objectivo, obviamente posso estar errado.[/code]
 

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« Responder #79 em: Janeiro 03, 2005, 12:22:17 pm »
Flash, é obvio que eles têm outros interesses.

Já agora , que acha deste artigo que postei aqui há algum tempo:

http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... highlight=



Cumprimentos
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« Responder #80 em: Janeiro 14, 2005, 01:47:54 am »
CIA ganha carta branca para torturar

Fonte: Tribuna da Imprensa

Citar
WASHINGTON - Atendendo a um apelo do governo Bush, líderes do Congresso norte-americano eliminaram uma medida que poderia impor limites ao uso de "técnicas extremas" de interrogatório pela CIA, dizem autoridades ouvidas pelo jornal "The New York Times".

A queda da medida, segundo o "Times", afeta uma das áreas mais obscuras da guerra ao terror: a detenção e os interrogatórios secretos de suspeitos de terrorismo como Khalid Sheik Mohammed, visto como autor intelectual dos ataques de 11/9.

O Senado havia aprovado novas restrições aos interrogatórios por 96 votos a 2, como parte da lei de reforma dos serviços de espionagem. A medida estenderia explicitamente aos agentes secretos a proibição de aplicar tortura e tratamento desumano, e exigiria que a CIA e os militares informassem quais os métodos de interrogatório em uso.

Mas, em negociações conduzidas a portas fechadas, líderes parlamentares removeram os artigos da lei, após a Casa Branca expressar sua oposição. Em carta enviada ao Congresso em outubro, a conselheira de Segurança Nacional Condoleezza Rice dizia ser contra a medida prevista na lei, porque oferece a prisioneiros estrangeiros proteções legais às quais eles atualmente não têm direito.
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« Responder #81 em: Janeiro 21, 2005, 04:29:15 pm »
 

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« Responder #82 em: Janeiro 23, 2005, 05:18:40 pm »
A semelhança entre Bush e Bob Esponja*

Fonte: The New York Times

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Eu já deveria saber. Eu não acredito que eu pensei que ele fosse apenas uma pequena esponja inocente vestindo um shorts justo.

O que uma esponja estaria fazendo ao dar as mãos para uma estrela do mar ou vestindo uma roupa roxa e rosa pink para redecorar o Sr. Siriguejo, se ele não fosse um pervertido invertebrado?

Antes que isso termine, nós vamos descobrir que Bob Esponja é a representação ilícita do dj de Tampa, Bubba The Love Sponge. Quem iria dizer que Bob Esponja se tornaria tão repleto de enigmas quanto a capa de “Abbey Road”?

O dr. James Dobson, líder cristão conservador e oponente ao casamento homossexual, que diz que a reeleição do presidente foi mais um mandato para suas idéias do que para as de George W. Bush, apontou as ciladas pérfidas do personagem popular de desenhos, Bob Esponja Calça Quadrada. Uma esponja faz lavagem cerebral na criança.

Minha nossa! Dobson mostrou um Bob Esponja com um terno preto na semana passada para membros do Congresso e aliados políticos. Ele disse que um “vídeo pró-homossexual” – estrelado por Bob Esponja, Barney, Jimmy Nêutron, Miss Piggy, Caco, Ursinho Puff – foi feito para passar nas pré-escolas para promover a “tolerância”, incluindo tolerância pelas diferenças de “identidade sexual”.

Dan Martinsen, porta-voz da Nickelodeon, canal que transmite o desenho do Bob Esponja, estava aturdido. “É uma esponja. Ele não tem sexualidade”.

Dobson fez um serviço ao país, ao nos lembrar para tomar cuidado com o lado obscuro de amáveis, porém flexíveis esponjas. Ele me inspirou a examinar o discurso de posse do presidente com um olhar mais cético.

A promessa épica de Bush, de apoiar movimentos e instituições democráticas em cada nação e acabar com a “tirania no nosso mundo”, pode ser vista como uma falsa promessa, dado que o turbilhão iraquiano exauriu nossos militares.

Apesar do seu discurso incendiário sobre “fogo indomado da liberdade” ter sido interpretado como um alerta vermelho tanto para adversários quanto amigos, eu me pergunto se o presidente sabia que ele estava, literalmente, prometendo reprimir os governos não democráticos ao redor do planeta, o que incluiria alguns dos maiores aliados americanos. Ele provavelmente pensou que era um jeito mais elegante de falar sobre a invasão do Iraque, não como uma busca fracassada por armas de destruição em massa, mas como um sopro de liberdade (palavra usada 27 vezes).

Os Bushes nem sempre entendem que eles estão sendo amparados pela retórica nos seus grandes discursos. Para tal visão, a entrega de Bush foi curiosamente sem emoção.

Alguns dos mesmos conselheiros que preencheram o cérebro de Bush com visões açucaradas de uma maquiagem rápida e inofensiva do Iraque queriam que o discurso fosse ouvido literalmente; eles estão redigindo opções militares para o resto do Oriente Médio. Mais uma vez, o amável e flexível presidente parece estar absorvendo a tendência marcial daqueles ao seu redor, parecido com uma esponja.

Bush Esponja Calça Quadrada!

Nós só esperamos que Dobson não perceba as semelhanças.

Bush Esponja enlaçou o país numa grande bagunça no Iraque, porque ele absorveu com ingenuidade os avisos horríveis das capacidades de armas de Saddam e das hipóteses futuras sobre as capacidades de liderança de Ahmad Chalabi.

Dick Cheney é alguém grosseiro que dá tarefas ao Bush Esponja, mas Bush Esponja o adora assim mesmo.

Bush pode ter pensado que ele estava apenas assoprando lindas bolhas repletas de ideais confiáveis sobre liberdade no seu discurso, mas Cheney parecia estar atento em adornar o Irã e a Síria. (Richard Perle não lembra o vizinho pretensioso e sarcástico de Bob Esponja, o Lula Molusco?)

O vice-presidente disse a Don Imus que o Irã estava “no topo da lista” de focos de problemas, e que Israel poderia “agir antes” com um ataque militar.

A verdade é que o Bob Esponja mostra uma diversão limpa e boa para as crianças. Bush Esponja leva guerras intermináveis e terríveis para o mundo

*Maureen Dowd
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« Responder #83 em: Janeiro 24, 2005, 10:42:08 am »
Bush, suposto defensor da liberdade, patrocina tiranias*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - O discurso de posse do presidente Bush ainda centraliza o debate político no país, pela sugestão clara de novas guerras no futuro como a do Iraque - cujo pretexto, as inexistentes armas proibidas, teve de ser mudado a posteriori. Bush agora recomendou aos que lutam pela liberdade e contra tiranias, em qualquer parte do mundo, que se levantem, candidatando-se ao apoio imediato dos EUA.

Ele justificou que tal posição é no contexto da guerra ao terrorismo e da defesa do país, pois sem tirania e com liberdade cessaria a ameaça à segurança dos EUA. Será esse o caso das tiranias do Paquistão, do amigo Pervez Musharraf, do Egito, onde Washington sustenta Hosni Mubarak, e da Arábia Saudita, onde a família real é seu maior aliado no Oriente Médio? A queda de tais tiranos é só o que quer a maioria oprimida nestes países.

O tirano Musharraf tomou o poder num golpe militar em 1999. Seu arremedo de eleição em 2002 foi repudiado pelo mundo. Ele trocou o uniforme por roupas civis, mas sequer cumpriu a promessa de deixar o comando do Exército. Continua ditador militar. Foi o maior aliado de Bush na guerra do Afeganistão contra os talibãs, dos quais fora o padrinho (o Paquistão era o único país que reconhecia o regime talibã).

US$1 bi para sustentar Mubarak

O tirano Mubarak dificilmente sobreviverá um dia no poder se os EUA retirarem sua ajuda militar e econômica, que totaliza US$ 1 bilhão por ano e só é inferior, no mundo inteiro, à destinada a Israel. O ditador encena regularmente um espetáculo a que dá o nome de eleição. Mas eleição de verdade seria incompatível com os graves abusos dos Direitos Humanos e restrições às liberdades políticas e de expressão.

Quanto à família real saudita, não é só a aliada militar, política e econômica que vende 20% de todo o petróleo importado pelos EUA e aplica esmagadoramente em corporações americanas a receita do petróleo. Até pelos critérios de uma Freedom House, ligada ao governo de Washington, a Arábia Saudita é um dos países menos livres do mundo, violador contumaz dos Direitos Humanos e governado por decreto.

As três tiranias merecem destaque especial, mas estão longe de ser as únicas sob a proteção do governo Bush. O Kuwait, tomado de Saddam Hussein pelos EUA com a guerra de 1991, é outra tirania monárquica, onde mulheres não votam e nem ocupam cargos públicos. Hoje tem uma Assembléia Nacional nominal, mas se alguém ali reclamar liberdade corre o risco de ajustar contas com tropas americanas.

Muitas tiranias, um só padrinho

O Uzbequistão foi outro grande aliado americano na guerra do Afeganistão. Em sua campanha contra os terroristas islâmicos recebeu dos EUA, só entre 2002 e 2004, uma ajuda no total de mais de US$350 milhões. Democracia? Nada disso. O próprio Departamento de Estado diz que o Uzbequistão "não é uma democracia e não tem uma imprensa livre. Líderes oposicionistas que não foram presos tiveram de fugir".

Há muitas outras tiranias pelo mundo acobertadas pelos EUA, mas só acrescento à lista as duas mais notórias: a Rússia, que controla a mídia, faz eleições de mentira (Yeltsin, Putin) e massacra chechenos e outros vizinhos; e a China, maior parceiro comercial de Bush, recebendo investimentos americanos de US$35 bilhões e oferecendo às multinacionais dos EUA sua mão de obra semi-escrava.

Não estou sugerindo que por causa de tais tiranias os países sejam invadidos por outros. Estou apenas constatando que a promessa de Bush sobre as tiranias é mais uma bobajada - na verdade, uma lambança que aparentemente nem ele próprio soube avaliar direito ao ler o discurso. O que ele tentou foi criar nova retórica, encenar uma Doutrina Bush da liberdade, inspirada na velha (de 1947) Doutrina Truman.

Obviamente o objetivo de Bush era assustar outros, dando a entender (sem assumir compromisso concreto de ação) que a receita no futuro para países que incomodam os EUA seria a mesma do Iraque. No Senado, Condoleezza Rice já tinha apresentado aquele recado dos "postos avançados da tirania". Deu até os nomes: Coréia do Norte, Irã, Cuba, Bielorrússia, Zimbabwe e Mianmar (antiga Birmânia).

Allawi, nova vocação sanguinária

Rice ainda tropeçou em outro - a Venezuela. O senador Lincoln Chafee, um liberal republicano de Rhode Island, cobrou explicação: por que falava daquela forma de Hugo Chávez, que desde 1998 já foi eleito duas vezes e ratificado em quatro ou cinco referendos? A cobrança fazia sentido, pois Musharraf, Mubarak, as famílias reais saudita e do Kuwait, Putin etc. podiam ser qualquer coisa, menos democratas.

O Iraque é o modelo, mas se deteriora a cada dia, às vésperas do que Bush chama de eleição. Vejam, por exemplo, como está a imagem de Iyad Allawi, atual primeiro ministro. Bandeou-se para a CIA depois de servir Saddam Hussein. E ano passado, dias após assumir a chefia do governo, matou pessoalmente, a sangue frio e diante de testemunhas, seis presos algemados e com venda nos olhos. É uma vocação de tirano.

Esse episódio está sendo contado desde julho de 2004, graças a uma reportagem minuciosa de Paul McGeough, escrevendo de Bagdá para o jornal "Morning Herald", de Sidney, Austrália. O repórter tentou inutilmente ouvir Allawi, só conseguindo um desmentido desalinhavado e inconvincente do governo. A história foi repetida em várias jornais do mundo, embora nos EUA mal tenha merecido registro irrelevante.

*Argemiro Ferreira
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« Responder #84 em: Janeiro 27, 2005, 05:42:30 pm »
Latinos carne para canhão???

A pouco vi uma reportagem num canal TV Francesa, que a maioria das baixas das Forças Armadas dos EUA eram de origems Latinas(Mexicanos,Sul Americanos etc...) no final da reportagem via-se um oficial do US Marines Corps entregar a uma mãe que perdeu o seu filho no Iraque, a famosa Green Card..........................

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« Responder #85 em: Janeiro 27, 2005, 11:04:57 pm »
Presos de Guantánamo tentaram suicídio

Fonte: O Globo

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MIAMI. Vinte e três prisioneiros do campo de detenção americano de Guantánamo, em Cuba, fizeram um protesto em massa em 2003 no qual os detidos teriam tentado se enforcar. A informação só foi divulgada ontem pelo Comando Sul do Pentágono, que alega que as tentativas de suicídio, à exceção de duas, na verdade não passaram de “danos auto-infligidos” para gerar ferimentos, não a morte.

O protesto em massa ocorreu entre os dias 18 e 28 de agosto de 2003. Segundo um comunicado do Comando Sul, as tentativas de suicídio foram “um esforço coordenado para atrapalhar as operações no campo (de prisioneiros)”.

No entanto, o porta-voz do Comando Sul, Chris Loundermon, admitiu que alguns prisioneiros chegaram a colocar a vida em risco, tentando se estrangular. Porém, segundo Loundermon, os ferimentos sofridos foram pequenos e apenas dois prisioneiros tiveram que receber tratamento médico mais sério:

— Eles permaneceram no hospital da prisão menos de 48 horas para observação e foram transferidos para a unidade de saúde de comportamento.

Governo britânico muda lei antiterrorista

Jumana Musa, uma diretora da Anistia Internacional que já visitou Guantánamo, disse que as tentativas de enforcamento são “apenas outro indício do que o aprisionamento indefinido faz com as pessoas”:

— Não importa do que se chame isso. É uma resposta extrema para uma condição extrema. É só outro exemplo do Pentágono tentando adiar a divulgação de informação danosa e, quando ela vem à tona, tentando minimizá-la.


Ontem, o ministro do Interior do Reino Unido, Charles Clarke, anunciou que o governo modificará a polêmica legislação antiterrorista, declarada ilegal pela máxima autoridade jurídica britânica mês passado. Estrangeiros não poderão mais ser presos sem acusação formal e por período indeterminado. Em vez disso, Clarke anunciou medidas que, na prática, instituem prisão domiciliar para pessoas consideradas suspeitas, que não poderão usar telefone e internet.

Em outra mudança controvertida, a prisão sem acusação poderá ser aplicada também a cidadãos britânicos.

— A ameaça é real e acredito que as medidas que estou anunciando hoje farão que sejamos mais capazes de enfrentar esta ameaça — disse Clarke.

Porém, muitas críticas já foram feitas à proposta.

— Isto ainda significa a perda total de liberdade — disse Natalie Garcia, advogada de duas das 11 pessoas detidas com base na lei anterior.

A polícia libertou ontem quatro ex-prisioneiros britânicos de Guantánamo. Eles haviam chegado ao país na terça-feira e sido detidos em seguida. Nada foi provado contra eles.
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« Responder #86 em: Janeiro 29, 2005, 03:41:44 pm »
Como Ashcroft declarou guerra às liberdades civis*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - O papel de Alberto Gonzales, assessor jurídico da Casa Branca durante o primeiro mandato do presidente Bush, no debate sobre a tortura e a aplicação das convenções de Genebra a prisioneiros de guerra, foi suficientemente conspícuo para que não mereça qualquer comemoração sua indicação para suceder John Ashcroft como secretário de Justiça (procurador geral) no segundo mandato.

Isso não impede que se comemore a saída de Ashcroft. Na discussão da segurança interna pós-11/9, essa figura sombria impôs-se desde o primeiro momento. Na manhã de 12 de setembro de 2001, um subordinado dele - o diretor do FBI, Robert Mueller - deu-se mal com sua cautela, ao observar em reunião do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca que era preciso preparar mas não alarmar o público.

Ao descrever a investigação em andamento na sua agência para identificar os seqüestradores de aviões, Mueller disse ser essencial "não corromper qualquer prova, para que os cúmplices possam ser julgados e condenados". Tal preocupação com o respeito aos direitos constitucionais dos cidadãos foi prontamente repudiada por Ashcroft, segundo relato da reunião feito num livro do jornalista Bob Woodward.

A ânsia de violentar a Constituição

"A missão central do executor da lei", disse Ashcroft, "é impedir outro ataque e prender quaisquer cúmplices ou terroristas antes que voltem a atacar. Se não conseguirmos levá-los a julgamento, que assim seja". A partir daí prevaleceu no governo a obsessão de não se deixar limitar por "convenções" - na verdade, as liberdades civis garantidas pela Constituição e pela Carta dos Direitos.

Sem isso, que para Ashcroft são meras "convenções", desaparece a diferença entre um regime democrático e uma tirania totalitária fanática - meta que o governo Bush atribui aos terroristas e fundamentalistas extremados. Assim, o foco do FBI e do Departamento de Justiça mudou radicalmente naquele momento, com o respaldo de Bush, para que a prioridade fosse não o processo criminal mas a prevenção.

Cabe um paralelo aí com a mudança também radical, na política externa, para a Doutrina Bush do ataque preventivo, igualmente contrária às "convenções" antes respeitadas, às normas da boa convivência internacional - a pretexto de que não se pode primeiro esperar o cogumelo atômico para depois agir, a imagem fraudulenta a que passaram a recorrer o vice Dick Cheney e a assessora Condoleezza Rice.

Ficou para trás então o respeito pelo Direito Internacional, até então professado oficialmente até no campo militar - mesmo nos momentos críticos do equilíbrio nuclear EUA-URSS na Guerra Fria, quando o debate de estratégias gerou conceitos como o do "primeiro golpe", "retaliação maciça", "mútua destruição assegurada", "resposta flexível e gradual", etc.

Apoiado nos escorregões passados

Em defesa do novo rumo na política interna, Ashcroft citou exemplos passados de que o país nunca se orgulhara - as leis de 1798 para deportar estrangeiros e punir ações sediciosas (Alien and Sedition Acts, de John Adams, que tentava enfraquecer o rival Jefferson), a suspensão do habeas corpus por Lincoln na Guerra Civil, o decreto de Roosevelt depois de Pearl Harbor, abrindo caminho ao internamento de japoneses.

No primeiro caso, duas décadas depois da independência, a legislação especial que suspendera dispositivos constitucionais como a Primeira Emenda e proibira críticas ao Executivo e Legislativo, tinha expirado antes de Jefferson tomar posse (1801). No segundo, a Suprema Corte decidira depois que Lincoln tinha violado a Constituição. Ashcroft lembrou até tribunais militares que julgaram jornalistas libertários.

O mais alto tribunal considerou inconstitucional o que Lincoln fez: "A Constituição é a lei maior para os governantes e o povo, na guerra e na paz. Seu escudo protege todas as classes de homens em todos os tempos e sob quaisquer circunstâncias". No caso do internamento de japoneses na II Guerra, houve quase meio século depois um pedido formal de desculpas dos EUA às vítimas, com reparação para as famílias.

Bush e Ashcroft tiveram o cuidado de não falar nos dois períodos infames de excessos anticomunistas para reprimir opiniões dissidentes, em pleno século 20. Isso porque eles não tiveram como padrinhos ostensivos vultos da estatura de Adams ou Lincoln, mas insetos morais como o procurador geral Mitchell Palmer (assistido por J. Edgar Hoover) e o senador Joseph McCarthy (ainda à sombra do sinistro Hoover).

Da ameaça vermelha ao terrorismo

O pretexto do terrorismo, em vez da obsoleta "ameaça vermelha", para o assalto às liberdades civis, não foi invocado pela primeira vez à sombra do 11/9. Vocações antidemocráticas do país andaram sonhando com ele. Um ensaio geral para isso veio ainda na era Reagan-Bush iniciada em 1980, quando se tentou recriar na Câmara a HUAC, célebre Comissão de Atividades Antiamericanas dos anos McCarthy.

O nome novo seria comissão de Segurança Interna, mas a palavra "subversão", já desgastada àquela altura, foi substituída por "terrorismo", popular por causa dos aiatolás do Irã. E paralelamente o Senado reativou sua Subcomissão de Segurança e Terrorismo, palco da futura "ameaça terrorista", tendo à frente Jeremiah Denton, um almirante da reserva obstinado em reviver a antiga SISS (Subcomissão de Segurança Interna).

Se nada disso vingou antes foi porque não havia um 11/9, pretexto mágico. Reagan se curvou à perestroika, declarou findo o "império do mal", o escândalo Irã-Contras mostrou que ele negociava com terroristas, escândalos de sexo anularam a pregação de extremistas cristãos que o apoiavam. Mas o 11/9 fez esquecer tudo isso e abriu caminho às leis patrióticas e ataques às liberdades civis.

*Argemiro Ferreira
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« Responder #87 em: Janeiro 30, 2005, 01:39:26 pm »
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« Responder #88 em: Janeiro 30, 2005, 07:38:23 pm »
Citação de: "miguel"
Latinos carne para canhão???

A pouco vi uma reportagem num canal TV Francesa, que a maioria das baixas das Forças Armadas dos EUA eram de origems Latinas(Mexicanos,Sul Americanos etc...) no final da reportagem via-se um oficial do US Marines Corps entregar a uma mãe que perdeu o seu filho no Iraque, a famosa Green Card..........................

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Pois. O que é certo é que a maioria dos voluntários vão para as forças armadas (de qualquer país) por razões económicas. Vi á pouco um documentário sobre mercenários em que um deles disse que as nações ocidentais substituiram a palavra "mercenário" por "voluntário".
 

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« Responder #89 em: Janeiro 30, 2005, 08:22:14 pm »
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Pois. O que é certo é que a maioria dos voluntários vão para as forças armadas (de qualquer país) por razões económicas. Vi á pouco um documentário sobre mercenários em que um deles disse que as nações ocidentais substituiram a palavra "mercenário" por "voluntário".


Completamente em desacordo. Existem casos sem dúvida, mas parece-me uma generalização errada.
Vá dizer isso a um fuzileiro ou a um comando, a um cadete da Academia Militar, da Academia da Força Aérea ou da Escola Naval. Diga-o a um Precurssor ou a um qualquer paraquedista.
Depois diga-me a resposta que obteve.
Cada caso é um caso e acredite, existe muito boa gente que não vai para as forças-armadas pelo dinheiro.

Cumprimentos,
Ricardo Nunes
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