Preparar as FA para um conflito no curto prazo

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Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« em: Novembro 22, 2024, 11:53:05 pm »
Como sabemos, a possibilidade de conflito aumenta a cada dia que passa. Seja sob a forma de uma guerra aberta e "mundial", seja num conflito localizado, seja com recurso a proxies e guerra assimétrica.

A probabilidade de se iniciar um conflito num prazo de menos de 2 anos, ou mesmo num espaço de 2 ou 3 meses, é cada vez maior.

A começar uma guerra, não sabemos quantos países se tornarão adversários, nem sabemos quantas frentes o conflito terá. Existe a forte possibilidade de ser o verdadeiro caos, com vários conflitos a decorrerem em paralelo.

Dito isto, temos de começar a levar a sério o nosso papel neste mundo mais conflituoso. Temos de começar por perceber que, usar a diplomacia como "dissuasor" já não chega, e ficar no nosso canto a ver o resto do mundo à batatada também não é opção.

Sabemos do estado actual das nossas Forças Armadas, e que não conseguem fazer grande coisa perante um conflito a sério, seja do ponto de vista da defesa do nosso território, seja na contribuição para o flanco Leste, seja como aliado fiável com o qual os restantes aliados podem contar numa das outras possíveis frentes, seja mesmo do ponto de vista ofensivo e dissuasor.

Eu não concordo com SMOs e mobilizações como planos A, B e C das FA. Defendo sim uma verdadeira capacitação das FA para que consigam combater com eficácia recorrendo à qualidade, e não à carne para canhão.

Ora com isto, e tendo em conta esta aparente proximidade de um conflito, a conclusão a que chego é que a LPM, além de limitada e obsoleta, é demasiado lenta na sua execução. Se um conflito começasse em 2026, a maioria dos programas nem sequer teria iniciado, e os programas que ficarão concluídos até lá, são quase irrelevantes. E depois de quase 20 anos focados no "duplo-uso" a nossa capacidade de combate saiu extremamente penalizada.

Portanto, resolvi criar este tópico, onde pretendo que se discutam ideias, sobre aquisições/modernizações, que demorem relativamente pouco tempo a executar (6-24 meses), e que permitiriam uma subida do nosso nível de prontidão para um conflito bélico.
 
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dc

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #1 em: Novembro 23, 2024, 01:39:52 am »
Entretanto, já fui fazendo um apanhado de ideias para os 3 ramos que vou aqui expor. Programas estes que considero plausíveis de originar resultados dentro do prazo, que elevem o nível das FA em "short notice". É claro que estas ideias, envolvem um orçamento suplementar, fora da LPM, e que visa uma preparação para a iminência de um conflito.

E é fácil de justificar à população: este investimento é a única alternativa a uma mobilização "forçada" em caso de conflito.

Na Marinha.

Classe Tridente:
Não há muito que possa ser feito em tão pouco tempo.
-destaco o reforço do stock de munições, nomeadamente os Blackshark e os Harpoon;
-estudar a incorporação de um míssil de cruzeiro (Tomahawk ou MdCN por exemplo), e perceber quanto tempo demorariam a ser implementados. Se tal for possível, o objectivo seria ter, dentro do prazo, um lote a rondar os 20 mísseis. (O número é pequeno, mas estou a ser realista, e vai fazer mais sentido quando se somar tudo o resto que vou propor)

Classe BD:
Essencialmente um MLU 2.0, que visa incluir o que devia ter sido incluído no MLU que foi feito, e que possa ser realizado de forma rápida. E proponho:
-aquisição de ESSM Block II, e tendo em conta possíveis demoras nas entregas, procurava ESSM "Block I" para colmatar a lacuna;
-munições especializadas para as 76mm;
-substituição dos Harpoon por NSM. Em alternativa, fazer upgrade aos Harpoon para Block II;
-substituição de pelo menos 1 dos radares principais por radares mais modernos. Idealmente substituição de ambos;
-upgrade aos torpedos, que creio que não sofreram nenhuma modernização.
-equacionava seriamente a compra da Van Speijk (para o lugar da VdG), e no processo fazia os mesmos upgrades.

Classe VdG:
Cancelava o MLU que está planeado, que vai demorar demasiado tempo, canalizava esforços numa nova classe. Fazia apenas melhorias pontuais que possam ser implementadas em pouco tempo e por baixo custo.
E propunha:
-aceitar que a VdG já não volta ao serviço;
-ia buscar o Mk-29 da Vasco, comprava um Mk-29 adicional, e colocava um na "posição B" de cada fragata. Em alternativa, instalava um segundo Phalanx;
-procurava incorporar os ESSM Block I nestas fragatas, passando os Sea Sparrow a mísseis de reserva/C-UAS;
-estudava a incorporação de um novo CMS;
-pegava nos radares retirados das BD, como mencionei em cima, e substituía o radar equivalente a bordo das duas VdG. Os radares das BD actuais são superiores aos das VdG, logo esta transição seria um upgrade.

Classe VdC:
Não são navios de guerra, mas serão usados num conflito, logo os 4 NPO originais precisam de upgrades. Com a proximidade de navios "científicos" russos perto das nossas águas, e a possibilidade destes tentarem sabotar cabos submarinos, o armamento dos NPO deixou de ser suficiente para lidar com a ameaça.
Proponho:
-substituir o radar principal, por um radar na classe do Sea Giraffe 1X. Provavelmente exige modificações do mastro principal, mas pouco mais;
-comprava as 2 Marlin que faltam e os sistemas EO;
-incorporava 2 RWS, com capacidade de receber os mísseis LMM, conferindo capacidade C-UAS;
-estudava a incorporação dos lançadores de Harpoon, caso estes fossem retirados das BD após serem substituídos (neste caso, haveriam 3 Mk-141 disponíveis, com o da VdG);
-incorporava um lançador próprio (à frente da ponte) para mísseis "anti-tanque", conferindo poder de fogo superior para lidar com embarcações pequena/médias e USVs. Hellfire, Spike, MMP entre as opções;
-olhava para a possibilidade de aumentar ligeiramente a resiliência a danos dos navios.

Helicópteros:
Tentava perceber até que ponto vai a situação da frota Lynx, o seu nível operacional, se cumprem ou não. Com base na resposta a isto:
-mantém-se os 5 Lynx, mas modernizava os sonares de todos eles, e não apenas 2. Idealmente, instalava o FLIR;
-estudava a possibilidade de adquirir um lote adicional de 2 ou 3 Lynx em segunda-mão (com FLIR);
-caso a frota Lynx esteja com dificuldades em cumprir, estudava a compra de SH-60 em segunda-mão. Com esta compra, adicionava ao upgrade das BD o reforço do convés de voo para os receber. As VdG operariam principalmente os Lynx (com vantagem de operar 2), as BD os SH-60;
-com a hipótese SH-60, e caso entrasse no prazo, olharia então para as opções de armamento que este heli oferece, nomeadamente os Hellfire. Quiçá o míssil de cruzeiro Delilah pudesse ser incorporado;

UAV/USV/UUV:
Se há "arma" que pode ser adquirida e incorporada rapidamente numa força, são os drones.
-comprava UUVs para diversos navios, para ASW e guerra de minas;
-USVs pequenos;
-UAVs embarcáveis nos navios actuais, nomeadamente os drones nacionais VTOL e lançados de catapulta e uns Camcopter S100;
-loitering munitions, que tenham lançadores modulares que possam ser instalados nos navios existentes. Switchblade e Harop são opções interessantes, tal como o Elanus nacional.

Fuzileiros:
Reforçar as capacidades existentes, sabendo que não haverá tão depressa um navio anfíbio.
-novo míssil anti-carro (adquirir o mesmo modelo do EP);
-adquiria mais viaturas tipo ATV, incluindo uma versão equipada com o radar RPS-42, conferindo uma componente C-UAS/V-SHORAD;
-mísseis Stinger, ou outro MANPADS, como LMM/Starstreak ou Piorun, conectando com o ponto anterior;
-adquiria um pequeno número (10-20 unidades) de ST5;
-comprava um lote de lanchas de ataque rápido, tipo CB-90.

O próximo ramo será a FAP, que é onde existe mais potencial para expandir capacidades rapidamente, graças à possibilidade de incorporação de armamento nos F-16 e não só.
 
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papatango

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #2 em: Novembro 23, 2024, 12:34:10 pm »
Para situações a curto prazo, neste momento, é tarde para fazer quase tudo.
A atual situação lembra o que é descrito pelos historiadores sobre a situação portuguesa em 1939 quando começou a II guerra mundial na Europa.

Não havia tempo para fazer e mesmo alguns meses antes, a partir da crise da Checoslováquia o Salazar pedia aos ingleses aviões Hurricane, ma os ingleses recusavam sempre os pedidos, porque não tinham para eles.
Recebemos os Gloster Meteor biplanos, que eram melhores que o que havia, nas que na realidade não serviam para praticamente nada.

Aproveito este tópico para um aparte (para não criar mais um) e permito-me apenas alertar para uma coisa diferente do tema do tópico, e para necessidades que não são necessáriamente militares, mas que estarão direta ou indiretamente ligadas às atividades das forças militares e militarizadas.

Citar
A ameaça neste momento, como aliás desde sempre, é a possibilidade de um ataque nuclear.
Caso o Putin se lembrasse de atacar um pequeno país da NATO para dar o exemplo, Portugal seria uma possibilidade.
Ninguém em seu juizo perfeito, poderá alguma vez pensar que qualquer potência nuclear colocaria em risco a sua própria segurança para escalar o mundo, porque Lisboa tinha sido alvo de uma explosão atómica.

A nossa absoluta incapacidade para nos defendermos desse tipo de ameaça, transforma Portugal num alvo interessante.
Ainda há dois dias os russos quiseram mostrar o míssil balistico de médio alcance com multiplas ogivas, mas não o fizeram contra um alvo protegido com baterias de mísseis Patriot, para evitar o fiasco que seria a possibilidade de serem interceptados.

Neste momento, além da necessidade de fazer qualquer coisa com os patéticos meios navais que temos, a principal prioridade, seria tratar de pelo menos garantir que em caso de ataque, a probabilidade de sucesso não é de 100%.

A proteção civil, tem que ser levada a sério e nesta situação de emergência uma parte dos militares e especialmente a GNR tem que ser chamada.

Temos o problema da nossa amorfa opinião pública. Os governos têm medo de falar destas coisas, porque ao contrário dos nórdicos que smais comedidos, se começamos a fazer anuncios de exercicios de proteção civil, o Zé povinho ataca os supermercados para roubar comida.

A população não está sequer preparada para entender para que servem pastilhas de iodo de potássio, que seriam uma compra de primeiro nível e nem sei se não estamos em Portugal capacitados para produzir localmente este tipo de medicamento.
Nas escolas, na disciplina de Cidadania, em vez de aprender sobre igualdades de género e outras sandices disparatadas, as crianças têm que ter cursos de primeiros socorros e emergência.

Devem ser criadas reservas de emergência de trigo e milho. A disponibilidade de carne será muito afetada, porque não vai haver comida para a maior parte dos animais. Tem que haver armazens não centralizados, para que não possam ser destruidos todos ao mesmo tempo.

Cada agregado familiar, deve garantir alguma capacidade de alimentação.
Pelo menos 25 a 30 litros de água por cada pessoa. Uma reserva básica de comida tem que existir em cada casa. Além da água, as tradicionais conservas de peixe, salsichas ou carne enlatada. São preferíveis as conservas em lata às conservas em vidro.
Não adianta conservar batatas, mas pode.se armazenar algum puré de batata. A mesma coisa com o leite, já que se pode armazenar leite em pó.
O arroz também pode ser armazenado. Se for possível remover o ar dos sacos melhor.

Os sistemas de eletricidade podem falhar e neste caso falha também a água.
Eu sei que isto é complicado, mas o mais adequado, nomeadamente em condomínios, é deixar de utilizar as casas de banho no primeiro momento.
Os canos vão ficar entupidos e não vai haver água.

A esmagadora maioria das pessoas não entende a gravidade deste tipo de situações e pura e simplesmente não se prepara. E quando não fez nada para garantir alguma autonomia, a solução é fazer uma manifestação.

E isto leva-nos a outro problema, que são as quintas colunas, e o que fazer com os agentes inimigos - nacionais ou estrangeiros - que tudo farão para gerar confusão, discordia e mais sofrimento às populações.

E isto é apenas tocar ao-de-leve neste desagradavel tema.
« Última modificação: Novembro 23, 2024, 12:35:40 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #3 em: Novembro 23, 2024, 03:23:57 pm »
Recebemos os Gloster Meteor biplanos, que eram melhores que o que havia, nas que na realidade não serviam para praticamente nada.

Eram Gloster Gladiator Mk.II. O Meteor foi dos primeiros caças a jato a entrar ao serviço, e nunca serviu em Portugal.



Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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papatango

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #4 em: Novembro 23, 2024, 04:17:51 pm »
Recebemos os Gloster Meteor biplanos, que eram melhores que o que havia, nas que na realidade não serviam para praticamente nada.

Eram Gloster Gladiator Mk.II. O Meteor foi dos primeiros caças a jato a entrar ao serviço, e nunca serviu em Portugal.

Obrigado pela correcção... Obviamente era o Gladiator e não o Meteor (estou a meter jatos num biplano ...  :mrgreen:



Já agora, e tratando um pouco mais do tema apresentado pelo dc, há um aspecto importante de que me lembrei, na sequencia dos varios podcasts que tenho escutado sobre a questão ucraniana e sobre a disponibilidade de armamentos...

É que neste momento, há um aumento tremendo nos prazos de entrega para muitos armamentos, de entre os quais e especialmente os mísseis, mas também simples munições de 155mm.
Em alguns casos os prazos de entrega, atingem quase três anos e no minimo 18 meses.
É meio ridiculo, mas poderemos estar perante uma situação em que um navio leva menos tempo a construir que os misseis que transporta.

Os fabricantes estão assoberbados com encomendas, mas sem encomendas firmes de longo prazo, não querem aumentar a capacidade de produção.
O caso mais conhecido é o das munições de 155mm.
Alegadamenbte os países europeus poderiam ter uma capacidade de produção de até 1.700.000 munições por ano. O valor já foi apontado por funcionários em Bruxelas, mas até ao momento, a capacidade europeia que pode realmente ser contabilizada está em 550.000 unidades por ano. 300.000 da Rheinmetal.
A Ucrânia sozinha precisa de no mímino 2.000.000 por ano. A capacidade americana terá já ultrapassado 1.000.000 por ano, mas neste momento há muitas encomendas para reposição de stocks.

Tudo isto para lembrar, que quaisquer planos para o que podemos fazer rapidamente, serão sempre condicionados pelo facto de estarmos a querer comprar equipamentos numa altura em que são muito mais caros e em que os prazos de entrega são extraordinariamente longos, sendo também que não somos prioritários.

Uma notícia positiva, é a urgência que em Portugal se vai dar aos P-3 Orion para patrulha das nossas águas. É uma medida muito positiva, dado a marinha ter claudicado completamente,  e não ter qualquer capacidade efetiva nessa área, dada não só a obsolescência dos meios, como o desmazelo e desleixo que deixou navios com vida útil serem desperdiçados por não se terem aparente feito manutenções de rotina mínimas.

Citar
É como ter um carro comprado em segunda mão, falsificar a inspeção e ir metendo gasolina e óleo, até que o carro esteja tão batido que vários sistemas começam a falhar ao mesmo tempo.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #5 em: Novembro 23, 2024, 04:57:00 pm »
Obrigado pela correcção... Obviamente era o Gladiator e não o Meteor (estou a meter jatos num biplano ...  :mrgreen:

Houve quem tentasse...

 

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Duarte

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #6 em: Novembro 23, 2024, 08:19:05 pm »

Houve quem tentasse...


F-35 para quê?  :mrgreen:
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #7 em: Novembro 23, 2024, 08:41:31 pm »
Para situações a curto prazo, neste momento, é tarde para fazer quase tudo.


Acho que não. A Europa, e Portugal têm alguns anos bons para fortalecer a sua defesa. Podemos descartar a hipótese de ataque nuclear a Lisboa, e aonde quer que seja, sem qualquer respostas da NATO, dos EU, da França e do Reino Unindo. Em Lisboa (e em qualquer capital Europeia de países não nucleares estão embaixadas destes países, cidadãos destes países em turismo ou como residentes. Quem espalha este medo ou é parolo ou está a espalhar desinformação russa voluntariamente ou involuntariamente. O SIS e SPJM que tomem nota de quem o faz. O espantalho do ataque nuclear é a única coisa que resta ao regime fascista russo. Um ataque convencional é impossível. A Rússia não tem meios humanos nem materiais para lidar com a Ucrância, tiveram que importar carne para canhão de aluguer da Coreia do Norte (Uber Death?, até parece uma banda ao gosto do P44  :mrgreen: ), quanto mais para atacar a Polónia, os países escandinavos (que são todos países NATO agora), a Alemanha, a França, a Itália, a Roménia, a Bulgária, os países Bálticos, países Baixos, França, Espanha, etc tudo países bem mais preparados e armados que a Ucrânia. A Hungria não conta, está nas mãos dum regime traidor fascista ameno `a enrabada russa.  ::)
Nunca. Impossível. Os russos vão levar décadas até recuperaram alguma capacidade de ameaçar o Ocidente com armas convencionais e só se fossem idiotas tentariam tal coisa depois da "aventura" na Ucrânia onde ficou bem visto o valor das forças russas e especialmente do equipamento russo.  Se o Pudim não for derrubado ou cair por uma janela fora antes.  ::)
« Última modificação: Novembro 23, 2024, 08:46:03 pm por Duarte »
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #8 em: Novembro 23, 2024, 09:05:49 pm »
Para situações a curto prazo, neste momento, é tarde para fazer quase tudo.


(...) O SIS e SPJM que tomem nota de quem o faz. (...)
E já agora o SIED.
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #9 em: Novembro 23, 2024, 09:12:39 pm »
Podemos descartar a hipótese de ataque nuclear a Lisboa, e aonde quer que seja, sem qualquer respostas da NATO, dos EU, da França e do Reino Unindo. Em Lisboa (e em qualquer capital Europeia de países não nucleares estão embaixadas destes países, cidadãos destes países em turismo ou como residentes. Quem espalha este medo ou é parolo ou está a espalhar desinformação russa voluntariamente ou involuntariamente. O SIS e SPJM que tomem nota de quem o faz.

Basta ver que as famílias de toda a classe politica russa vive e/ou estuda nas grandes capitais europeias - aquilo na moscolância é muito bom, mas é para os outros...

Sem falar nos oligarcas russos, esses nem poem os pés na mãe-russia, preferem londres, berlim ou paris. 
 

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papatango

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #10 em: Novembro 23, 2024, 11:11:57 pm »


A probabilidade de um ataque russo é pequena, mas a verdade é que estamos completamente despreparados e não temos absolutamente defesa nenhuma.

A verdade é que Putin está a ficar sem alternativas e os bluffs não deram em nada.
Existem embaixadas de todos os países em Kiev, até da China, mas isso não impede os russos de atacar Kiev quando lhes dá na telha.

Os oligarcas russos, ao contrário dos europeus, ou americanos, não influenciam o governo, são criados e por isso controlados por ele.

Os oligarcas russos não estão em Paris, Londres ou Berlim, neste momento estão nos Emirados, especialmente no Dubai, alguns no Catar e no Bahreim. Também há bastantes na costa sul da Turquia.

A mais importante capacidade que precisamos de desenvolver, é a capacidade para o país se defender de mísseis e drones. Praticamente nada do que tempo é adequado para este tipo de combate.
Os prazos de entrega são absurdos e ou pensamos no que podemos fazer localmente, ou vamos ficar parados à espera.
Coisas como a produção de drones (que estão a transformar-se em munição e não em armas) ou a montagem ou desenvolvimento de blindagens adicionais, para as viaturas Pandur, que neste momento estão ultrapassadas.

A blindagem superior dos tanques Leopard, e a absoluta necessidade de viaturas de combate de infantaria sobre lagartas são outras coisas menos visíveis mas eventualmente mais fáceis de conseguir.

O mais importante deveria ser a marinha, mas o mais importante dos ramos, é também onde aparenta sentir-se mais o desleixo.
A realidade da marinha tem sido meio escondida com os planos do navio D.João II .
Mas não é com um navio que se vai resolver os problemas, porque uma andorinha não faz a primavera.


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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #11 em: Novembro 24, 2024, 12:13:55 am »
Eu não concordo com SMOs e mobilizações como planos A, B e C das FA. Defendo sim uma verdadeira capacitação das FA para que consigam combater com eficácia recorrendo à qualidade, e não à carne para canhão.

Eu acho que o SMO e a mobilização são essenciais para defesa do território nacional. Para acções no exterior temos as forças profissionais. É comprar o que se pode no tempo que nos resta em preparação para um eventual conflito. Os avisos não faltam.
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #12 em: Novembro 24, 2024, 11:40:39 am »
(...)

O mais importante deveria ser a marinha, mas o mais importante dos ramos, é também onde aparenta sentir-se mais o desleixo.

(...)

E atenção que este problema também existe com alguns dos nossos aliados. As marinhas exigem uma chefia com visão de longo alcance, por causa do tempo necessário para construir um navio. Sim porque comprar em 2ª mão poderá não mais ser a nossa única solução.
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #13 em: Novembro 24, 2024, 11:47:38 am »
Eu não concordo com SMOs e mobilizações como planos A, B e C das FA. Defendo sim uma verdadeira capacitação das FA para que consigam combater com eficácia recorrendo à qualidade, e não à carne para canhão.

Eu acho que o SMO e a mobilização são essenciais para defesa do território nacional. Para acções no exterior temos as forças profissionais. É comprar o que se pode no tempo que nos resta em preparação para um eventual conflito. Os avisos não faltam.

Tem de haver um "SMO" para completar os números dos efectivos planeados (muito especialmente no Exército); haver uma "2ª linha" (ie as nossas antigas "Milícias / Auxiliares / Ordenanças") é também um ponto importante. 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #14 em: Novembro 24, 2024, 01:17:28 pm »
Se a única maneira de a Rússia atacar Portugal é com misseis de longo alcance ou balísticos (e aí não ia sobrar nada) ...SMO para quê?

A prioridade deveriam ser sistemas de defesa aérea. 
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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