China autoriza media estrangeira a visitar base e a assistir a exercícios militares
A China autorizou hoje a imprensa estrangeira a entrar numa das suas bases militares, situada a cerca de uma hora de carro de Pequim, numa rara operação de comunicação e de abertura.
A 3ª divisão de guardas do Exército Popular de Libertação recebeu dezenas de jornalistas chineses e estrangeiros nas respectivas bases e mostrou-lhes alojamentos, refeitórios e também uma série de armas e soldados a praticar exercícios anti-terroristas.
Segundo o relatório anual do Instituto internacional de investigação para a paz de Estocolmo (Sipri), publicado no mês passado, a China quase triplicou o orçamento militar em 10 anos e é a segunda em termos de gastos militares com 6% do total mundial em 2008.
Pequim pretende aumentar seu orçamento militar em 14,9% este ano, após uma alta de 17,6% em 2008, mas garante que suas intenções são puramente de defesa.
Os gastos militares chineses ascenderão a 480,68 mil milhões de yuans (quase 56 mil milhões de euros), ou seja, 6,3% do seu orçamento.
As ambições militares chinesas suscitam preocupações no estrangeiro, principalmente nos Estados Unidos, que acusaram diversas vezes a China de falta de transparência neste assunto.
«A China está cada vez mais aberta para o mundo exterior e o seu exército também. Estamos a acelerar o processo e inclusivamente em transparência», declarou o coronel chinês Leng Jiesong.
«A visita a esta base mostra que estamos a dar um grande passo no processo de abertura», disse.
A China, em resposta às críticas estrangeiras sobre o respectivo orçamento militar, afirmou que o grosso desta verba vai para a melhoria das condições de vida dos 2,3 milhões de homens e mulheres que servem o maior exército do mundo.
Além de mostrar aos jornalistas os seus dotes culinários, os soldados fizeram uma demonstração de combate, com gritos e tiros, exibindo os seus alvos em papéis crivados de balas sob os aplausos dos chineses presentes.
Esta divisão apresentada à imprensa é dedicada à defesa da capital e actuará para a manutenção da segurança durante as festas de 1 de Outubro, data do 60º aniversário da fundação da República Popular da China.
Lusa 
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