Derivei pois, e porquê? Porque em nenhum contexto faz sentido comparar o número de ATGM de um país, estritamente com as unidades de lagartas da oposição. Portanto dizer que "os 500 mísseis anti-tanque que temos chegam para fazer frente à nossa BrigMec" é, em si, uma falácia, pois em contexto algum terias uma só brigada (ainda por cima de pequena dimensão) a fazer uma ofensiva. Aliás, se alguém estivesse a olhar para Portugal como ameaça, certamente não iam comprar ATGM apenas a contar com a BrigMec, e isto é um facto.
Agora se queremos comparar a nossa capacidade de ATGM, com cenários inteiramente irrealistas, em que uma oposição tem apenas os números da nossa BrigMec, então força, estamos bem. Aliás deve ter sido essa a lógica quando se compraram os poucos AMRAAM, o termo de comparação foi a própria FAP. Tal e qual os ESSM, que também deve ter sido com base nos F-16 da FAP, que com taxa de prontidão de 60%, são perto de 20, tal como os mísseis... Agora sim faz sentido. Alguém disse que o pior inimigo de Portugal, é Portugal, e alguém levou isso à letra.
Mas pronto, retiro-me desta discussão. Andam mais preocupados com preciosismos, do que com a raiz do problema. Irónico que o tema dos ATGM está a ser falado no tópico errado.
Vimos recentemente na Síria e na Arménia que os sistemas AC em montagem veicular nem sempre são uma vantagem.
E que sistemas como o TOW e AT-3 a operar no interior de edifícios eliminaram muito T-72.
E isso atesta à qualidade dos TOW e AT-3, a falta de qualidade dos tanques, ou ao uso inadequado deste tipo de veículo? Eu aposto mais no terceiro. Isso já é um problema descortinado há muito tempo, que em ambiente urbano ou onde haja muita cobertura para soldados apeados, armados com uns simples RPG, os blindados pesados tornam-se alvos fáceis.
A questão dos sistemas montados em veículos, acaba por depender muito do tipo de míssil. Ter um TOW manual em cima de um Pandur ou M-113, não é a melhor opção, já que tanto o veículo tem de ficar estático, como o operador completamente exposto, à semelhança do sistema "fixo". Tem a vantagem de poder mudar de posição mais depressa que os sistemas montados em tripé, mas depende de ter cobertura para se deslocar da posição inicial. Algo como o M-901 sempre é melhor, por ter uma torre não tripulada, com o acréscimo de ter 2 mísseis prontos a disparar. No entanto, continua a ter as limitações do míssil filo-guiado, e nesse aspecto, uma simples RWS com 2 Spike LR ou ER, é superior em praticamente tudo, desde ser fire-and-forget, ao alcance do míssil.